Pequenos Infinitos escrita por Uriba


Capítulo 4
CAPITULO 4


Notas iniciais do capítulo

Estou pensando em postar 5 caps por dia, depende da qualidade da coisa toda, então se gostarem ou não, comentem.



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Eu praticamente me joguei para fora do sofá e quando me dei conta já estava com a mão na maçaneta. Luke fez um sinal para que eu esperasse (e tivesse calma, talvez?) e se levantou devagar do sofá, não conseguindo disfarçar o nervosismo. Bem, eu abri a porta e cara, a amiga dela era gata sim. Muito atraente, mas Grace estava tipo, esplendorosa.

Mas primeiro a amiga dela. Estava usando uma camiseta normal, talvez um pouco justa propositalmente, uma calça jeans apertada. O cabelo curto na altura dos ombros, liso e ondulado, de uma cor café e olhos castanhos claros. Era atraente também. Tive a impressão de que Luke estava aponto de babar ao meu lado. Grace estava uma camiseta sem magas, preta, com algo como uma ancora desenhada logo em baixo do decote, que não é grande e uma calça jeans também. Estava simplesmente linda. Os braços eram um pouco pálidos e eu conseguia ver as veias na mão, os dedos com um esmalte preto, beirando ao azul escuro, mas não deixando nenhuma duvida de que eram pretos.

– Oi – disse um pouco pasmo.

Ela abriu a boca para falar algo, mas a amiga se adiantou a frente e pegou minha mão, me cumprimentado freneticamente. Animada.

– Olá – ela disse, balançando minha mão como se fosse um chocalho – Meu nome é Lili, Lili Isobel. Muito prazer! Onde esta sua mãe?

Ela disparou tudo àquilo tão rápido que eu tive que escrever o que ela tinha dito na minha cabeça e pontuar tudo, para poder separar o que ela tinha dito. Quando achei que tinha entendido perfeitamente, falei:

– Eu vou... Chamar ela. Entrem – As deixei com Luke que começou a se apresentar e falar algumas coisas.

Entrei no escritório e chamei minha mãe, que estava tomando café. Ela se levantou. Me pediu para olhar as folhas que ela estava imprimindo e me deixou na sala. Sozinho. Por alguns minutos de monotonia eu fiquei olhando, vidrado para a impressora. Olhei a tela do computador, eram 42 paginas e só 13 delas tinham sido impressas. Tirei o maço de cigarros do bolso e coloquei um na boca. Cara, como Grace estava Linda. Linda.

Eu tive um surto quando olhei para ela na porta. Ela parecia tão pequenininha. Certo, ela era baixa. Mas não é disso que eu estou falando. Eu acho que ela parecia pequena porque o corpo todo tinha uma proporção pequena e igualitária. Muito atraente. Os braços pequenos e finos a mostra. Os cabelos longos brilhando um pouco. L-i-n-d-a.

Ouvi minha mãe começar uma conversa com a tal da Lili, Luke fazia alguns comentários de vez em quando, ele tinha lido um ou dois livros da minha mãe, então sabia vagamente do que elas estavam falando. Para o azar dele, um dos poucos que ele tinha lido era o incrivelmente horrível, Destinados ao Amor. Sério, eu tentei adverti-lo, mas o cara era teimoso, o que resultou em ele parar de ler os livros da minha mãe. Aquele fora o último. Ele não era um Grande Fã, mas aquela garota parecia ser, ela falava sobre vários livros freneticamente, com a mesma intensidade que apertou minha mão na porta. E cara, como ela falava. A cada dez palavras que eu ouvia, oito eram dela, uma de Luke com comentários pouco produtivos e o que sobrava era da minha mãe, com monetários inteligentes e quando minha mãe acabava a garota começava a falar de novo. AINDA BEM QUE EU NÃO ESTAVA LÁ! A única que não falava era Grace. Eu cheguei a pensar que ela tinha ido embora e abri a porta só o suficiente para ver onde ela estava. Estava lá, e olhou para mim no momento em que eu ia fechar a porta. E para minha surpresa ela se levantou resmungando alguma coisa que ninguém pareceu prestar atenção e foi até o escritório, eu abri a porta e a deixei passar.

– Uau – ela disse.

Começou a olhar as estantes de livros que estavam dos dois lados do cômodo. Murmurando vários dos nomes. Eu voltei a me sentar a frente da impressora, olhando Grace. Ela parecia realmente interessada nos livros. Principalmente quando ela reconhecia um de poesia. Ela parecia gostar de poesia, pelo jeito. A boca se mexia toda vez que via um livro desses, falando algo para si mesma.

– Do outro lado tem mais – eu disse.

Ela me olhou e assentiu. Olhou mais um pouco e foi para a estante do outro lado da sala. Começando a fazer as mesmas coisas que fez na primeira.

– Você não quis ficar lá na sala, ouvindo aquela conversa interessante?

– Preferiria morrer! – ela bufou e eu ri. – Quer dizer, sem querer menosprezar o trabalho da sua mãe. Mas eu não estava interessada em debater sobre eles entende? – se desculpou.

– Nem eu. Sua amiga fala demais! – falei, bufando também.

Ela riu. Tinha dito tudo àquilo sem olhar para mim.

– Então – ela se virou e olhou para o cigarro na minha boca, mas dessa vez eu não tirei ele de lá – Sua mãe não sabe, não é? – ela apontou para o cigarro e eu fiquei meio confuso – Minha amiga me contou que seu pai morreu por causa de cigarros também. Então, acho que sua mãe não iria gostar de ver.

– Ah, não. Ela não sabe. Eu só coloco isso na boca para... – como eu iria falar que coloco um palito de papel com um pó viciante entre os dentes para pensar? – Sei lá.

– Se lembrar dele?

Fiquei em silencio. Ela se voltou para a estante e ia pegar um livro. Olhou para mim antes:

– Posso?

Eu assenti e ela pegou o livro e se sentou na escrivaninha. Abriu o livro no meio e começou a ler. Eu a olhei lendo por um tempo e depois ela parou e fechou o livro por um instante marcando a pagina com o dedo.

– Sabe, é difícil.

– O que?

– Ler assim. Com uma pessoa te encarando como se tivesse algo errado com a sua cara.

Eu ri e me desculpei, dando uma olhada na tela do computador. 20 páginas impressas. Olhei para uma das paginas na impressora, estavam começando a se acumular e eu resolvi tirar elas de lá para dar espaço às próximas. Ao fazer isso Grace tirou os olhos do livro e olhou para uma das folhas.

Ele a olhou apaixonadamente, os olhos brilhantes. Vibrando com a emoção. O coração em disparada. Pegou em sua mão e olhou o pequeno colar de serpente em seu pescoço. Como podia ela ser tão linda. Era seu par perfeito. Sua genuína alma gemea. Para ele, não havia duvidas, era perfeita. E não importava o que dissessem os outros. Ele acreditava que o amor entre eles poderia ser verdadeiro. Se assim ela o quisesse, ele a aceitara. Será que ela o aceitaria igualmente? Para todo o sempre? Ele esperava que sim. Olhou em seus olhos. Vendo refletido neles uma lembrança.

A página havia terminado, eu tinha acompanhado toda leitura, sem me mexer, era a última folha que tinha sido impressa. Ela leu aquilo e logo outra pagina cobriu esta primeira. Eu li a continuação

“Podemos ser felizes para sempre.” Ele se lembrava agora qual era a memória que os olhos daquela bela dama lhe traziam. Eram eles olhos similares... Não, talvez não similares. “Eu não acredito que possamos.” Disse ela “Acredito que devo deixa-lo neste exato momento” uma pausa “ Com tuas cobras, seus preciosos amigos e amigas, você não iria querer a mim ao invés deles, com certeza” Pasmo e indeciso ele pensou. Os olhos dela o faziam lembrar-se da primeira cobra que tinha visto em toda sua vida. O único animal pelo qual ele era verdadeiramente apaixonado. Pensou, se com ela ficasse, teria de deixar suas amigas de toda a vida. Suas preciosas amigas animais. Porem o que pensariam elas? Ele deveria ir? Ou não? – fiz uma pausa, olhei para Grace, ela estava prestando atenção – Neste momento uma delas, uma das cobras avançou com a cabeça no vidro e ao se recuperar do impacto olhou para ele, impetuosa. Não poderia haver sinal mais claro que aquele. Deveria ir. “Não” disse a mulher quando ele a olhou nos olhos ligeiramente reptilianos. Ela correu. Correu dele. E ele, se sentindo mais impotente que nunca, não a seguiu...

O capitulo havia acabado. Outra folha caiu por cima, mas dessa vez nenhum de nós continuou a ler. Olhei para ela e ela sorriu. Soltei um sorriso torto e ligeiramente sem graça. O cigarro entre os dentes. Minha mãe entrou no recinto e Grace bateu com o livro no cigarro que se partiu na ponta gasta. Ficando parte na minha boca, parte na minha perna. Peguei o que estava na minha perna e fechei-o na mão, apertando. Grace tinha acabado de me salvar de um problemão. Minha mãe fechou a porta atrás de si.

– Como sua amiga fala! Srta?

– Grace, Grace Scarlett.

– Srta. Scarlett, ela é uma verdadeira matraca. Não a suporto mais, mas acho que vocês poderiam fazer alguma coisa juntos, para ocupar o resto da tarde. O que vocês me dizem?

– Desculpe. Mas eu tenho que ir ao médico mais tarde. Mas Acho que Lili esta disponível.

– O que você acha Set?

Assenti, não podia falar por causa da ponta do cigarro entre os dentes.

– Ótimo, vou avisa-los.

Ela saiu e eu cuspi o que sobrara do cigarro da minha boca, tossindo.

– Obrigado – falei ainda tossindo.

Ela riu sem se segurar. O.k, tinha sido engraçado sim. Eu comecei a rir também. Abri a janela do escritório e atirei o cigarro por ela, com certo pesar. Aquele tinha durado bons meses. E se perdido assim.

– Que pena que você não pode ir. O que vai fazer no médico?

Ela pareceu se incomodar com essa questão. Mas respondeu:

– Fazer alguns exames só.

Aquilo me incomodou. Mas eu não tinha que me intrometer naquilo. Devia ser alguma coisa de garotas, ou era uma desculpa. Eu não tive tanto interesse, mas confesso que fiquei um pouco preocupado quando olhei nos olhos dela. Pareciam tristes. Muito tristes.


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Notas finais do capítulo

Hum, bem. Comentem haha Please ^^



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