Invertido escrita por asthenia


Capítulo 2
Fracasso


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!
Obrigada pelas reviews, fico feliz que estejam gostando! :)
Pra quem acompanha Back To Start, vou tentar atualizar o quanto antes. Ando sem tempo mesmo, mas espero ter uma folguinha postar logo. Espero que gostem!



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Ela, Hinata, fracassada.

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Poderia começar do zero, tentar argumentar, tentar agir. Não tinha por onde começar toda aquela loucura, nem como acabar. Só sabia que havia prometido para si mesma que dali em diante "estaria do seu lado, de mãos dadas". Aquilo se repetia diversas vezes em sua cabeça. A sua sensibilidade e a sua razão lutavam entre si, constantemente. Desde quando havia sido "racional"?

Alguma característica Hyuuga, além dos olhos, o que era provável.

Seu pai a humilhava sempre que tinha a oportunidade. Mostrava que Hanabi era o exemplo de filha kunoichi. Era como uma faca atravessasse seu coração, perfurando cada vez mais, todas as vezes que se sentia mais fraca ao ouvir os comentários do seu pai. O pior não eram os comentários. No fundo ela sabia que estava certo.

Nem que Naruto dissesse que isso era mentira, ela era fraca.

Fraca para ser a kunoichi que todos queriam que fosse. Um fracasso num campo de batalha, comparado a Neji. Internamente, ela sabia disso. Suas mãos eram delicadas demais para tanta brutalidade, mesmo que seus olhos possuíssem o kekkei genkai mais poderoso de Konoha. Mas, ultimamente, não se sentia tão incomodada com isso. Como num relapso de revolta, não ser exatamente como o pai desejasse a tornasse quem ela fosse. Construísse sua identidade como Hyuuga Hinata, fugindo dos padrões egocêntricos do clã, para ser mais forte como ser humano, e mais sensível para quem precisasse.

Mesmo que nunca achasse alguém que precisasse dela.

Naruto causava cócegas estranhas no seu estômago, um arrepio que paralisava todos os seus nervos, e um descompasso cardíaco que a fazia perder o equilíbrio. Cada uma das sensações levava o vermelho às suas faces e ao resto do corpo. Aquilo era mais que amor. Devoção. Porém, era preciso lembrar que todo esse empenho em amá-lo vinha apenas dela. Amava por dois, como pensava. Amava por ele. Abraçar o próprio corpo antes de dormir e tomar para si mais de coragem para esperar por ele. De novo e de novo.

Não sabia se a decepção a atingia depois de tanto tempo por se sentir ainda mais fraca, ou por simplesmente ter perdido a força para continuar as esperanças.

Não que deixasse de amá-lo um dia. Pesava sobre seus ombros o fato de que o amaria pelo resto de sua vida. Podia ser um amor que provinha apenas dela, e era dessa forma, mas não importava. Seguiria assim pelos seus dias, mesmo que nenhuma palavra saísse dos lábios de Naruto, para igualar ao seu "Eu te amo" de desespero e vitória. Era um amor altamente egoísta, que havia usado para a construção da sua própria autoestima e motivação – mesmo que não tivesse o resultado que ela esperava – e por isso, com o tempo, ainda alimentaria aquele amor.

Qualquer atitude dele, mesmo que doesse nela, era quase nula. Evitava pensar que talvez um dia ele olhasse para ela da mesma forma que olhasse para Sakura. Que o desejo que Hinata sentia por ele, carnal, pudesse ser retribuído para ela. Justamente a menina fraca de Konoha, que não se encaixaria com o shinobi mais poderoso de todos. Por que querer algo tão infundado?

Os olhos dele sempre foram para outra pessoa, depois de anos assim não podia exigir que os mesmos olhos fossem para ela.

A dor, mesmo que forte, começava a se tornar uma muralha, ao poucos, envolta do seu coração. Entristece-se com ele, desejar que no meio de um coração que sempre pertenceu à outra pessoa surgisse um amor para ela, era exigir demais de alguém que tão pouco a conhecia, mesmo que com o tempo a aproximação dos dois fosse cada vez maior. Era necessário sorrir. Sorrir e desejar que ele fosse seguir sua vida de acordo com os seus desejos. Que a mulher que ele tanto desejou o amasse da mesma forma que a própria Hinata amava.

E antes de qualquer coisa, abdicar-se do amor dele.

Transformar toda a esperança em desejo de felicidades para ele. Mesmo que não fizesse bem ao seu coração, sabia que se um dia ele chamasse pelo nome dela, por ajuda, ela atenderia. Entretanto, a paixão se juntaria a aquela vontade de protegê-lo, e tudo seria um amor fraternal sem fim. A paixão ardia em sua pele e ia de encontro à frustração quando algo na sua cabeça gritava que aquilo nunca seria possível. Nunca.

A sensação de finalmente abrir os olhos e sentir que não precisava mais, e não desejava que ele retribuísse tudo o que sentia não era ruim. Um alívio – não desses momentâneos, desses que duram – invadiu seu corpo quando percebeu que ele estava próximo de Sakura. Quando desistiu de guardá-lo para si e quis que Sakura pudesse amá-lo.

Mesmo quando se declarava para ele, sentia seus pés sendo seu único apoio. Apenas ela mesma poderia se apoiar naquele amor, não tinha porquê esperar qualquer reação dele.

Desistir e fracassar nunca haviam sido tão libertadores quanto agora.


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Notas finais do capítulo

Well, semana que vem tem o próximo! E aí a trama da história vai começar!
Beeijos, e até mais!