Pude ver porque sai com as vestes da escola, já era tarde, devia ser o final da cerimônia que Abbe  me contava. Enrolei o cabelo em um dedo, ele é bem esquisito: liso, branco de um lado e preto do outro.

Olhei ao redor procurando o caminho mais próximo para casa do Abbe, mas só haveria a passagem secreta. (Sim, eu sei dela porque eu ajudava o Abbe sem deixar que os outros me vissem). Queria perguntar-lhes se avisaram à ele, mas não sabia se realmente me importava.

Praticamente arrastada para dentro do castelo e deixada sozinha de frente para os portões de madeira que estavam fechados. Podia ouvir tudo lá dentro.

- Gostaria que soubessem que não temos culpa por sermos filhos de algumas pessoas, um sobrenome não pode te dizer como deve ser. Por isso peço que recebam com cautela e compreensão Perséphone Black... - pude ouvir cochichos - Riddle.

Todo mundo em silênico e aparatei aparecendo ao lado da Minerva, olhei seus olhos e ela tentou não olhar.

- Nunca mais diga meu nome.

Olhei os alunos e além de choque havia raiva. Sorri como ele sempre fazia, demonstrando poder e superioridade. Caminhei até o banquinho e me sentei, Minerva colocou o Chapeu na minha cabeça.

- Sonserina.

Nenhum sinal de movimento, o temor escondido neles me agradava. Levantei.

- Perguntas?

Mãos para o alto. Vi o Potter e os amigos dele. Então olhei o louro na mesa da Sonserina.... Draco.

- Primo. Grande revelações à pessoas que abandonam o lado errado, parabéns.

Ele olhou o Potter e voltou a me olhar.

- Você é como ele?

- Não. Sou como Aberforth conseguiu me criar.

- Aberforth? - ouvi o Potter - Esteve com ele?

Sorri nojenta. O olhei, sua expressão mudou completamente para uma confusão extrema.

- Sou desse jeito especial por morar com ele, Potter.

Sim, eu pronuncio seu sobrenome como Tom fazia. Isso o fez me olhar estranho por alguns segundos, acho que notando a semelhança. Estalei o pescoço, era incomodo ter aqueles olhos em mim. Então fiz um lindo feitiço usado por mim para qualquer uma das ocasiões mais importantes. Doida igual a eles. - Alguém havia pensado e logo descobri onde esse alguém estava. Comecei a caminhar em sua direção seguindo pelo lado da mesa da Grifinória.

- É tão interessante ver que muitos apenas... sobreviveram.

Olhei Ginevra. Harry entrou em sua frente levantando. Seus olhos fixaram nos meus e dali não saíram. Pior para ele.

- Ele explodiu em cinzas como disseram? - perguntei-lhe

- Sim. E ela também.

Ele respirou fundo. A culpa não era minha se eu podia prender qualquer um aos meus olhos.

- Gostava deles? - ele perguntou

- Não, Potter. - me limitei. 

Sorri um pouco.

- Mantenha sua namorada longe de mim ou farei Samira atacá-la.

Segui o caminho até os portões. Foi mais estranho ter que olhar os olhos dele do que ter que encarar os vermelhos de Tom.

- Não se permitem cobras na escola. - Granger proferiu autoritária e como se fosse dona de todas as benevolências

- Sou a primeira a quebrar regras? - perguntei cínica e sai.