Draco queria que eu fosse lá fora, que víssemos o céu, que respirássemos ar puro, que eu descobrisse como ele tornaria minha vida daqui pra frente. Sim, daqui pra frente... Ele disse que não deixaria que eu fugisse. Eu acredito.

Segui com ele devagar pelo caminho enquanto descíamos a colina para chegarmos ao lago. Eu o olhava, sua felicidade me assustava e as vezes imaginava que não poderia compartilhar de todos os sorrisos com ele. Se minha maldita avó houvesse pensado que Tom nasceria sem suas emoções e que eu nasceria com pouco mais que uma ameba nada disso estaria acontecendo. Eu poderia estar sorrindo e aproveitando. Talvez... Meu corpo se arrepiou. Eu parei. Draco me olhou já sério. Havia preocupação em seus belos olhos e eu não queria isso lá, mas estava difícil até para mim.
– Me diz... - Ele pediu. Fiz que não, dando de ombros como se não fosse nada, mas ele sustentou o olhar. - Olha, eu posso arrancar de você ou pode me contar. Estamos juntos agora, Pers...
Quis me matar por dentro. Ele continua me encarando e eu fecho os olhos suspirando.
– Foi só um arrepio. Perigo próximo, provavelmente.
Ele olhou ao redor e então acariciou minha bochecha.
– Relaxe. Qualquer sinal de perigo só pode vir da floresta. Veremos rápido o suficiente para sumir.
Faço que sim, voltamos a andar, mas a sensata continua ali... Como quando na Casa dos Gritos. Isso me preocupou, mas me deixou alerta.

Draco montou as coisas do tal piquenique que ele queria e pela primeira vez no dia, sorri. Ele havia trago fire whisky. Me sentei meio deitada e então me larguei em sua perna, isso o fez sorrir. Um tempo passado e eu consegui entender finalmente o que ele queria me dar. Virei para ele, apoiando os cotovelos no chão e o prendi em meus olhos.
– Quer me dar paz?
– Se eu quero, porque você não iria querer?
Sorrio para ele. Me levanto um pouco e o beijo delicadamente, ele sorri quando puxo seu lábio inferior com os dentes. Sorrio de volta.
– Eu quero você. - Digo e mordo o lábio de forma provocante.
Draco sorri para mim com um ar tão sexy que dá vontade de agarrá-lo ali.
– Não teve o suficiente de mim ontem a noite?
Rio.
– Não. Sou uma menina gulosa, Draco.
– Eu que a diga.
Ri um pouco do seu comentário e ouvimos passos. Viro com a varinha pronta. Ginevra e uma corja de garotas estavam vindo em nossa direção. Olho Draco sem entender.
– Eu não sei. - Ele murmura em resposta.
Me levanto e guardo a varinha, eu não teria problemas hoje. Ginevra lança um feitiço contra mim e Draco defende por cima do meu ombro. As meninas param como se fossem ensaiadas e conjuram uma cobra de fogo gigante. Eu não sei que bicho retardado ensinou isso a elas, mas não era legal.
– Draco, some daqui. - Digo puxando a varinha
– Nem fodendo. Vou ficar aqui. Não sou tão inútil assim.
Ele faz um feitiço e a cobra chia. Lança fogo contra nós e entro na frente com meu patrono. Meu patrono é um Basilisco enorme. Ambas as cobras sibilam e se preparam para o ataque.
– Como está fazendo isso? - Draco soa atrás de mim.
– Não sei, Draco... Pedi proteção e pensei em você... Não sei metade do que posso fazer. É por isso que sou reclusa.
Ele murmura um palavrão atrás de mim e se vira. Dou uma espiada, mais gente e dessa vez gente que eu já conhecia bem. Harry. Penso e não sei se beiro o pânico ou o desespero. Essas pessoas estavam ali para morrer?! Ele desaparata entre Draco e eu e olha ambos os lados.
– Não fui eu dessa vez. - Comenta pegando a varinha
Alguns abaixaram as suas ao vê -lo. Ginevra faz a cobra dar a volta e tentar atacar Draco pelo outro lado, meu cabelo cachea mais rápido do que nunca, essa vagabunda nunca sabia quando parar. Faço um feitiço com a mão sem a varinha para explodir a cobra, enquanto o fogo dela se espalha pelo local com uma chuva as meninas que a conjuraram caem apagadas. Com a mão que tinha a varinha desfiz meu patrono e conjurei um crucio na direção dela, Harry move meu braço para me impedir e o olho séria. Um grito e eu me sinto caindo de joelhos antes mesmo de saber o que estava acontecendo... Draco está gritando desesperado e Harry tenta segura-lo. Sinto um sopro na nuca... Olho para trás, Tom.