Quando os deuses amam

Hinata Hyuuga

Sakura recebera o seu uniforme como prometera a diretora e já podia deixar a área de seu quarto.

Hinata mostrou para ela as instalações do colégio. Tinham os dormitórios, o prédio da escola e o prédio dos professores, uma piscina e uma quadra de esportes. O terreno era rodeado por um muro, e somente mulheres lá dentro.

Durante o dia Sakura tinha aula na escola e depois ficava com a tarde de folga, podendo escolher por fazer alguns cursos ou aulas extras. Eram durante essas tardes, porem, que conversava com sua amiga ou brincava.

Brincava na maioria das vezes, pois Hinata era tímida e não falava muito de si mesma, ao contrario de Sakura, que se deleitava em poder passar horas contando suas aventuras para jovem Hinata.

Mas um dia...

“Hin-chan, quando vão ser os testes para Miko do templo?” Sakura perguntou. Faria o teste agora e definitivamente, decidira em pouco tempo que odiava aquele colégio. Preferia centenas de vezes estar no navio com o capitão Pein navegando e pilhando do que naquele inferno de perfeição e mulheres.

O único objetivo daquele lugar, aparentemente era treinar as garotas para serem mulheres e esposas perfeitas. Um dia Sakura sonhou em ser a esposa perfeita para o seu marido, em poder cozinhar o almoço ou o jantar dele e cuidar de crianças...

Mas provara da liberdade e vislumbrara o mundo. Suas fronteiras foram abertas...

Talvez tenha ficado muito masculina. Mas era do que ela gostava.

Ao contrario de Hinata que era o exemplo da perfeição feminina. Delicada, bonita e sensível. Sakura sabia ser sensível, mas convivendo com piratas por dois anos se adquire uma ou outra características dos tão conhecidos marujos de alto-mar. Como um habito de falar palavrão?

Não.

Pilhar e assaltar as pessoas?

Definitivamente não.

Bebida?

Não. Talvez não sejam listáveis as características, mas ela as tinha, um pouco de cada. Aquela agilidade na hora de improvisar que os malandros tinham. Os sentidos afiados para o caso de algum inimigo estar por perto e um talento incrível para contar historias fantásticas.

Esta ultima característica testada e confirmada com sucesso...

Sakura contara tudo isso para Hinata naquele dia. A garota ouvira com atenção e interesse as aventuras incríveis que sua nova amiga tinha participado a bordo de um navio pirata de verdade!

A Hyuuga se sentiu na responsabilidade de contar também algo sobre sua própria vida para a amiga, e assim o fez.

Naquele mesmo dia. Enquanto elas arrumavam os seus quartos. Depois que respondeu a pergunta anterior de Sakura. Quando iam ser os testes de Miko.

“Em duas Semanas.” disse passando um esfregão sob sua cama, Sakura a estava ajudando a limpar seu quarto já que elas já tinham arrumado o dela previamente.“Sakura-chan?” perguntou incerta, já se arrependendo de ter decidido falar.

Não por que tinha consciência de que o que estava para dizer era importante, mas por que tinha medo de perder sua única amiga caso ela soubesse a verdade.

“O que foi Hina-chan?” Sakura perguntou com um espanador tirando pequenas teias de aranha de trás do armário.

“Você acredita na existência de deuses?” A menia finalmente optou por falar tudo para a sua amiga. Tinha de ter fé de que Sakura a entenderia...

“Sim, Por que?”

“Eu sou uma semi-deusa.” Hinata falou virando o rosto de Sakura. Seus olhos enchendo-se de lagrimas. Sakura a olhou pelas costas e depois de alguns incômodos minutos de silencio perguntou.

“E daí?” O rosto da menina morena se iluminou. Podia confiar em sua amiga! Então continuou o que tinha para dizer.

“Sabe que existem vários deuses, alguns semi-deuses e milhões de humanos. São raros os semi-deuses e muitos são mortos pelos humanos, pois eles tem ciúme de nossa origem.

Um semi-deus é a união de um deus com um humano. As vezes eles nascem imortais e viram pequenos ídolos ou até mesmo deuses menores, mas na maioria dos casos eles nascem mortais. Como eu. E são rejeitados pelos pais ou mães imortais.

Meu pai é Ni no Kami, Hiashi-sama, meu tio, Hizashi-sama é o Tsuki no Kami. Hizashi-sama tem um filho. Neji-sama, e eu tenho uma irmã. Hanabi. Ela ainda é muito jovem, mas é uma deusa menor, Sora no Kami.

N/A Os nomes da família da Hinata estão relacionados com luzes, Hanabi significa fogos de artifício, por isso eu fiz aquela associação.

E eu sou o fracasso da família, não tenho poderes, apenas percepção espiritual, por isso quero ser uma Miko. Para servir aos deuses.” A menina parou de falar, tinha muitas lagrimas escorrendo de seus olhos. Sakura foi até ela e abraçou.

Ela também tinha sido rejeitada pela família.

O destino as colocou juntas por algum motivo e Sakura estava feliz com isso.

“Hina-chan, eu conheço os deuses também. Um dia, fiz um pacto com um” Sakura disse sorrindo, tirando uma lagrima dos olhos de sua amiga com a ponta do dedão. Hinata soltou um pequeno soluço e olhou curiosamente para Sakura.

“E o que... foi o trato de vocês?” Hinata perguntou, seus soluços aos pucos diminuindo.

“Que ele parasse uma tempestade que estava para virar o navio da minha... família. Em troca ele pediu por uma coisa...” Sakura falou abaixando a cabeça. Hinata arregalou os olhos cor-de-lavanda.

“O que ele pediu?” Sakura sorriu.

“A mim” Hinata torceu o nariz e olhou-a seria.

“Qual kami?” A voz da morena soava quase desesperada, ela estava rezando para que não tenha sido nenhum dos parentes dela. Nem seu pai, nem seu tio nem seu primo. Principalmente seu primo.

“Itachi-sama” Sakura disse tocando no anel e o girando em seu dedo. De vez em quando, notou, o anel ficava quente, essa era uma das ocasiões. Logo associou com o fato de que sempre que pensava em Itachi, o anel pulsava.

Ele estava com ela.

“I-Itachi-sama! O deus do caos?!” Hinata estava incrédula. Pelo que ouvira falar, ele raramente saia de seu reino sobre as nuvens e abominava os humanos. Gostava de espalhar o caos sobre a terra. Inclusive entre os outros Kamis ele era temido. Ele não respeitava nenhum dos imortais, sempre os fazendo passar vergonha ou os humilhando.

Ele não.

Não pode ter sido!

Mas foi.

Sakura disse sorrindo.

“Sim.”

“Hyuuga Hinata heh?”...