Escolhas & Desencontros escrita por Gil Haruno


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa One vou dedicar à duas garotas maravilhosas, que tornaram meus dias mais alegres aqui.
Giula Vogel e Thaaty!
Lindas, vocês sabem por que estou dedicando essa humilde história à vocês, né?
Espero que gostem!
Beijos, beijos, sempre!
That's The Truth - Essa é a verdade - Mcfly



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Escolhas e Desencontros

選択肢と意見の相違



Nem mesmo a baixa temperatura nas ruas de Tókio era capaz de destruir seu sorriso matinal.
Naquele mesmo horário, em mais um dia de inverno, milhões de pessoas estavam indo para seus trabalhos, a maioria delas emburradas por terem que dividir um micro espaço em trens e ônibus, outras por estarem engarrafadas no trânsito, mas ela era diferente, talvez uma das poucas pessoas a sorrirem naquelas manhãs infernais nas grandes metrópoles.

Sakura podia se considerar uma mulher de muita sorte, dentre tantas outras que ainda procuravam seu primeiro emprego depois de se graduarem na faculdade.
Solteira, jovem, bonita, médica, e empregada em um dos melhores hospitais da cidade que, para ela, era seu Spa diário.
 

-Bom dia!

-Bom dia, doutora! – cumprimentou-a todas as pessoas que já circulavam pelos corredores brancos.

-Bom dia, Yume.

-Bom dia, doutora. O mesmo de sempre?

-No capricho. – piscou para a garçonete que logo lhe serviu uma xícara de café fumegante.

Calmamente Sakura tirou o casaco grosso, e se sentou, já saboreando o café com um pouco de pressa, por que mesmo se quisesse, não poderia ficar ali mais que três minutos.

-O mesmo de sempre, Yume.

-Saindo.

-Bom dia, Sakura!

-Bom dia, Ino. – sorriu observando a colega de trabalho que fazia tudo às pressas. –Quando você vai deixar de ser apressada?

-Eu não sou apressada. Obrigada, Yume. – pegou a xícara de café sem tirar os olhos azuis do jornal mau aberto. –O que aconteceu ontem?

-Você está falando de quê?

Perguntou inocentemente, para o espanto da colega.

-Combinamos de sairmos juntas.

-Eu esqueci completamente!Desculpe-me.

-Tudo bem, afinal a noite não foi nada ruim.

-Você conheceu alguém?

-Sim. – pelo brilho no olhar da loira, Sakura deduziu que outro encontro estava programado. –O nome dele é Sai. Ele é Ginecologista, e vamos sair juntos no fim de semana.

-Ginecologista? – perguntou Sakura querendo rir.

-Qual é o problema? – indagou também prendendo o riso.

-Você já namorou um ginecologista antes, e se eu bem me lembro, ele era um tarado.

-Esse não é assim. – Sakura riu. –Eu juro! – elas riram juntas. –Mas, e você?

-Eu o quê?

-Será que não está na hora de você sair com alguém? – Ino esperou pelo Sim ou Não, mesmo sabendo que ela ia mudar de assunto.

-Estou muito bem solteira. Não preciso dá satisfações da minha vida, e essa é a melhor parte de ter saído de um relacionamento. – respirou fundo. –Eu acho que, tanto ele como eu, estamos felizes assim.

-Sinto cheiro de nostalgia. – brincou Ino terminando seu café.

-Namoramos por cinco anos, é para ser nostálgico.  – comentou pegando o casaco e a bolsa. –Acho que vou ganhar um paciente hoje. Claro que Tsunade-sama irá me auxiliar, mas serei seu braço direito.

-Com todo respeito amiga, eu acho que você já conquistou a chefa.

-Com muita dedicação.

Talvez Ino não percebesse como ela conseguia manipular suas conversas, mudando facilmente de assunto, principalmente quando o que estava exposto era sua vida pessoal.
Falar do passado a deprimia, por que suas lembranças ainda eram recentes, e poderiam ser por muito tempo, pois pareciam cada vez mais vivas dentro do seu coração. 

-Vou procurar Tsunade. Você vem comigo?

-Oh, não, estou indo me trocar. Boa sorte!

-Obrigada.

Sakura mal havia dormido na noite passada, pensando o que poderia ser de tão urgente para Tsunade convocá-la em uma conversa particular, sendo que a mesma já havia rasgado elogios a ela. E, embora ela fosse sua novata preferida, não podia descartar a possibilidade de algum descontentamento, afinal Tsunade não era do tipo de pessoa que une profissão e admiração pessoal no mesmo âmbito.

-Por favor, senhora Uchiha, se acalme!

Imediatamente Sakura deteve os passos ao escutar na curva do corredor um nome familiar.

-Como vou me acalmar se ninguém nos diz nada?

-Mãe, a senhora está muito nervosa. Sente-se um pouco.

-Tente acalmá-la, Itachi.

Agora ela tinha certeza de que a família de seu ex-namorado estava ali. Mas o que faziam?Por que tanto alvoroço?

Sakura se virou bruscamente, o coração batendo forte como se ela estivesse dentro de um sonho, e pôde visualizar o desespero nos olhos da mulher que fora sua sogra.
Enquanto andava até eles, olhou para os lados procurando alguém, que deveria está ali, seja por qualquer que fosse o motivo, mas não o encontrou.

-O que aconteceu?

-Sakura? – todos olharam para trás, na direção em que ela vinha, e abrindo um sorriso entristecido a mulher correu e abraçou-a fortemente. –Que bom que você está aqui!

-O que está acontecendo?

Algum tempo se passou, e eles conseguiram se tranquilizar um pouco. Sakura não escondia a angústia que aumentava cada vez que a imagem do ex lhe vinha à mente. Não restavam dúvidas de que ele estava no hospital, talvez ferido gravemente, e toda aquela incerteza a consumia profundamente.

-Aconteceu alguma coisa com Sasuke, não é? – perguntou com sôfrego, sem conter o desespero em sua estrutura.

-Ele sofreu um acidente ontem à noite.

-Ontem à noite? – indagou olhando Itachi. –E como foi isso?

-Só fomos informados de que o carro dele havia capotado na avenida, e que o trouxeram para cá. – respondeu seu ex-sogro. –Ele está na sala de cirurgia agora. Pediram para aguardarmos aqui.

-Mas essa espera está nos matando de angústia!

-Eu vou vê o que está acontecendo senhora Mikoto, por favor, mantenha a calma.

-E eu vou com você, Sakura. – disse Itachi acompanhando-a.

Nervosamente ela uniu as mãos, e olhou Itachi de esguelha. –Sasuke sempre foi cuidadoso no trânsito, não entendo como ele pode ter capotado o carro.

O moreno alto, de pele branca, e cabelo negro a olhou rapidamente, soltando um leve suspiro. –Tem certeza que você não entende? – Sakura respirou fundo, mantendo o foco à sua frente. –Ele está deprimido.

-Eu também estou, mas não é por isso que vou pôr minha vida em perigo. – disse ela em tom de raiva e preocupação, sem se importar com as lágrimas que começavam a cair. –Talvez eu tenha culpa. Se eu tivesse respondido as mensagens que ele me enviou, ou atendido suas ligações...

-Não se culpe. – Itachi abraçou-a, acariciando o topo do cabelo róseo. –Ele vai ficar feliz quando souber que você não foi embora. – separaram-se. –Mas você foi muito injusta com todos nós, principalmente com minha mãe.

-Eu não tive escolha. – enfiou as mãos dentro do casaco, e voltou a dar passos lentos. –Achei que não seria bom...

-Continuar frequentando nossa casa? – Sakura balançou a cabeça, visivelmente constrangida. –Você é, e será sempre bem-vinda. – Sakura sorriu.


Olhava pela janela a neve que voltara a cair com força, intensificando o frio que seria rigoroso naquela noite.
Fortemente as mãos protegidas pelas luvas abraçaram o copo com chocolate, e distraidamente Sakura bebericou um pouco da bebida fumegante. Estava fisicamente e mentalmente preparada para passar a noite no hospital, mesmo tendo que começar a trabalhar a partir das sete da manhã, do dia seguinte.

Finalmente ela podia se dar o luxo de respirar com grande alívio, depois de experimentar sentimentos que ela jamais pensou que um dia viveria.
Fazia algum tempo que ela andou se questionando, se perguntando por inúmeras vezes como eles chegaram à conclusão de que seria melhor viverem longe um do outro. Agora Sakura tinha certeza de que fora uma decisão precipitada e ingênua de ambas as partes, tomada pelo calor do momento.


 

I feel like I've been put on trial with you

Eu me sinto como se eu tivesse sido levado a julgamento com você


I know that's something's wrong and I'm the one accused

Eu sei que há alguma coisa errado e eu sou o acusado


When the verdict's in, it's us that's gonna lose

Quando o veredito vier, somos nós que vamos perder


I can't wait for you to finally hear the truth

Mal posso esperar para você finalmente ouvir a verdade


'Cause I shouldn't have to plead my case

Pois eu não deveria ter que defender minha causa


So much love to save

Há tanto amor a ser salvo






Era final de Setembro... Faltavam poucos dias para o fim do estágio, e uma boa proposta de emprego havia surgido em Osaka.
Durante alguns dias ela havia ensaiado como diria a seu namorado que uma boa oportunidade de emprego surgiu, e que o hospital estava pressionando-a a dar uma resposta.


-Osaka? – indagou um pouco surpreso, sem tirar os olhos da namorada que preferiu encarar o aquário de peixes dourados a pouca distância deles. –Você só pode está brincando.


-O que você quer que eu faça? – finalmente ela reuniu forças para enfrentá-lo. –Você tem ideia do quanto é difícil conseguir um emprego logo de cara?


-Você foi convidada a trabalhar em um dos melhores hospitais de lá, não será difícil conseguir alguma coisa aqui também!


-Conseguir alguma coisa? – exaltou-se chamando a atenção de algumas pessoas no restaurante. –Eu não me formei para ter um salário medíocre. Eu quero trabalhar em um bom lugar, e me sustentar com meu próprio dinheiro.


-Sakura... – suas mãos tocaram as dela, num impulso desesperado que a assustou. –, já programamos nossa vida juntos, não...


-Eu não estou dizendo que vamos romper o namoro, nem que nossa relação está em segundo plano. Eu só quero que você entenda que podemos nos esforçar e enfrentar uma nova vida.


-Então porque você não pode entender o que eu quero também? – se levantou abruptadamente, soltando as mãos dela, e sem olhar para trás saiu, deixando-a em meio ao caos de escolhas.





If you listen to the things that your friends say you're gonna be lonely

Se você ouvir as coisas que seus amigos dizem, ficará sozinha


How can you treat me like that when I give my all to you

Como você pode me tartar desse jeito quando eu te dei meu todo?


'Cause I haven't been messing around

Por que eu não tenho me divertido por aí


I wouldn't ever go out and do things that you don't want me to do

Eu nunca sairia e faria coisas que você não quer que eu faça


'Cause I can tell you right now that you'll never find evidence on me

Pois posso te dizer já que você nunca encontrará evidências em mim


That's the truth

Essa é a verdade


Yeah, that's the truth

É, essa é a verdade



O tecido áspero da luva enxugou as lágrimas que caíam desenfreadas pelo rosto, tornando visível a paixão que ainda existia nela, e o desejo de vê-lo outra vez, movido pela dor da ausência.


-Sakura? – Itachi a chamou. –Você pode entrar agora.


Sakura respirou fundo, e deu o primeiro passo.


-Ele sabe que estou aqui?


-Eu contei a ele. – Itachi deu meio sorriso ao ver a expressão de pânico que se alarmou nela. –Ele está ansioso para vê-la, mas um pouco irritado também. Você conhece meu irmão.


-Obrigada, Itachi. – inclinou-se jogando o copo descartável no vaso do lixo, em seguida encarou a porta como se sua vida fosse depender do próximo passo.




Levemente trêmula Sakura empurrou a porta, dizendo ` Posso entrar? ´ e sem obter resposta, abriu a porta de vez, e foi logo entrando antes que a coragem a deixasse.

Ao fechá-la, andou até a cama observando cada traço do rosto do ex-namorado, e se surpreendeu ao ver a barba rala, sendo que ele sempre detestou deixá-la crescer, mesmo que a visibilidade fosse pequena.


-Oi.


Ele virou a cabeça devagarzinho para vê-la, ficando em silêncio por alguns segundos, e com um gesto rápido dos dedos pediu que Sakura se aproximasse.


-Você está me olhando como se eu fosse um estranho. – comentou sorrindo. –Eu sabia que minha aparência desleixada ia assustá-la um pouco, mas não sabia que seria tanto.


Sakura se sentou ao lado da cama, em silêncio, e o avaliou rapidamente.


-É a primeira vez que vejo você de barba. Não ficou ruim.


-Ora!Seja sincera. Você sempre disse que odiaria beijar homem barbudo. – Sakura sorriu prendendo o cabelo atrás da orelha, e sem muito pensar verificou se ele estava com febre.


-Você está se sentindo bem?


Sasuke olhou o teto, suspirando alto, depois voltou seu foco nela. –Eu não poderia está melhor que isso.


Sakura abriu a boca a fim de falar sobre o quadro clínico dele, sendo a melhor maneira de não levar em conta o que tinham para dizer um ao outro, mas a mão de Sasuke que repousou sobre a sua esmagou sua intenção.


-Que bom que você está aqui. De verdade.


Ela sorriu e acariciou a mão sobre a dela. –Fomos muito egoístas, não fomos?


Sem esperar pela resposta dele, Sakura o abraçou fortemente, deixando todas as suas emoções fluírem.  –Eu não podia sacrificar meus sonhos de uma hora para a outra. – sentiu-o estremecer quando suas lágrimas tocaram seu rosto. –Mas eu também não queria sacrificar nosso namoro. – afastou-se segurando o rosto dele. –Mas eu pensei que você quisesse ir embora comigo, e quando eu percebi que você não tinha a mínima intenção, senti raiva e achei que seria melhor deixar as coisas como estavam. Agora me responde, Sasuke: Você não duvidaria do meu amor se fosse você na minha situação?


Prendendo outra mexa de cabelo dela, levemente acariciou as bochechas rosadas. –Duvidaria. – respondeu trazendo-a para mais perto de si. –Foi por isso que eu resolvi procurá-la, mas não a encontrei em Osaka. Disseram que você recusou o convite, três dias depois de nós brigarmos.


-Surgiu uma vaga nesse hospital, e por pura sorte eles me aceitaram. Dias depois eu fui te procurar, mas ninguém sabia onde você estava. Então tirei conclusões precipitadas, pensando que você tinha viajado... Bem, fico feliz em saber que você estava me procurando.


Ele a apertou contra o peito, depositando um beijo na testa. –Mas me perguntei: Se Sakura não está em Osaka, por que então ela não me procurou? – suspirou ao entender todos aqueles desencontros. –Voltei achando realmente que deveríamos seguir em frente, mas soube que você tinha me procurado, e cheguei ao ponto de partida. – sorriram juntos. –Imediatamente liguei para cá, e alguém chamada Tsunade confirmou que você estava trabalhando aqui. Peguei o carro e saí a toda pressa para vê-la.


-E quase eu o perdi.




'Cause I shouldn't have to prove my case

Poise u não deveria ter que defender minha causa


So much love to save, save, save, save...

Há tanto amor a ser salvo, salvo, salvo, salvo…



Lentamente Sakura deitou a cabeça no peito dele, e distribuiu diversos beijos na região sensível.


-Sasuke?


-Uh?


-Então voltamos a namorar?


-Eu não me acidentei em vão, não foi? – indagou com humor, fazendo-a rir. –O que vamos fazer para recuperar imediatamente um mês longe um do outro?


-Eu posso acelerar sua recuperação. O que você acha?


-Sabe que eu vou gostar de ter uma médica em casa? – e entrelaçando os dedos nos fios de cabelo róseo, arrastou-a até seus lábios tocarem os dela.



'Cause I shouldn't have to prove my case

Pois eu não deveria ter que defender minha causa


So much love to save, save, save, save...

Há tanto amor a ser salvo, salvo, salvo, salvo…





Fim







 










 






 







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