– Bem-vinda a minha casa!

Wow...

– Usui, você mora sozinho? Cadê sua família?

Ele mudou a feição para uma com um pouco de raiva misturada com tristeza, não sei bem como descrever...

– Eu não sei... não quiseram vir comigo e eu tive que aprender a me virar sozinho...

Nossa, deu uma pena do Usui na hora, seus olhos brilhavam como se fosse difícil esconder as lágrimas, mas ele aguentava.

Usui também tinha sentimentos? Ele é tão irritantemente perfeito que nem notei... quais os sentimentos dele por mim? Não sei, mas não é a melhor hora para perguntar.

– Er, eles que estão perdendo... é uma casa linda.

Tentei animá-lo, não funcionou, mas tenho que admitir que ele finge muito bem...

– Ah! Então você gostou? Gostou mais de algo aqui?

Parece que não cansa... olhei a volta e não exitei.

– Sim, você tem um gato muito lindo...

Ele riu, claro, nós dois sabíamos que não era isso o que ele queria ouvir... senti um puxão pela minha cintura novamente e um abraço... antes de poder empurrar ele ouvi um sussurro seguido de uma mordida na minha orelha “Sabe, ele não é o único que pode te atacas aqui...” “Dependendo do ataque, eu sei morder também NHAC.” Sussurrei de volta vendo se ele parava de ser tão... Usuionico. Um erro. Infelizmente eu só sabia como provocar os garotos ao que parece de todos os modos, mas não como pará-los.

– Então você morde também? – ele sussurrou. Pela proximidade não tive que fazer nenhum esforço para escutar...

– Mordo, soco e empurro! Não me provoque! – pronto, agora eu estava realmente com raiva.

– Tá bom então. – ele se afastou, levantou os braços brincando e depois foi até a cozinha. Farei nosso lanche. É melhor avisar a sua mãe que você passará a noite aqui.

– Passarei a noite aqui?

– A rua encheu, tem como ir par acasa?

– Sei nadar.

– Dever ser muito legal nadar em esgoto porque o bueiro encheu... “Sei nadar. Eu sou Misaki e nadarei em esgoto... delicia hum.” – ele imitava minha voz fazendo uma fininha e debochada. Que vontade de fazer ele cuspir essas palavras fora!

– Ai Misaki! – acho que o chute que eu o dei doeu porque ele quase caiu, mas aos poucos se recompôs. Olha, chute qualquer outro lugar... mas esse não, por favor. Com ele danificado no futuro não poderemos ter filhos.

Dei outro chute, mas desta vez ele protegeu com a mão. Ah! Dane-se, acho que ainda sim ele sentiu.

– Não quero ter filhos tão cedo! – saí andando e sentei ao lado do gato em frente a janela que ia desde a parede até o chão... era uma vista linda.

– Alô? Mãe! Sou eu, Misaki... Uhum, uhum. Mãe, eu to viva! Calma... desculpe! É...! Entendi! Mãe, não tem como. Não mãe, não nadarei em esgoto! Sim. Na casa do Usui. É aquele loiro idiota da minha escola... mãe para de gritar de alegria! Mãe eu não vou passar 1 mês aqui! Para mãe! Mãe? Mãe! Alôôô! Ai Deus... – acho que minha mãe ficou feliz porque acha que superou minha raiva por homens. Não mãe.

– Minha sogra deve ser bem divertida. – brincou Usui

– Ela é... – perai, sogra? Como assim sogra seu alien pervertido?

– Ah! De qualquer forma... nosso lanche está pronto...

– Mas... – o Usui veio carregando uma bandeja até mim com um prato cheio de biscoitos de coração.

– “UM”? – falei lendo os biscoitos. Eu entendi o que ele quis dizer, mas de verdade prefiro o um somente como um número.

– Sim, UM. – sorriu

– Você fez tudo isso enquanto eu estava no telefone?

– Sim, por que?

– Eu não faço isso nem em 1 dia quanto mais em minutinhos...

– Eu te ensino... mas agora acho que você está cansada...

– Sim, sim. Eu posso dormir no sofá, não tem problema.

– Tem sim. Eu durmo no sofá.

– Cama?

– Não tenho.

– Você é praticamente um riquinho e não tem uma cama?

– Se eu tivesse não seria mais tão praticamente riquinho, né? E isso foi meio ofensivo.

– Não vou discutir com você... eu durmo no chão.

(...)

– Ei Misaki!

– Diga. – fui puxada e jogada entre ele e o sofá sem poder me mover.

– MAS O QUE É ISSO SEU PERVERTIDO IDIOTA? – gritei.

Não tinha nem como dar um tapa naquela cara pálida. Ai que ódio!

– Você pode dormir aqui. – esse sorriso pervertido... ai!

– Eu tenho escolha?

– Não. Ou dorme comigo ou é comigo que você vai dormir...

Silêncio.

Esse silêncio poderia até ser agradável já que não gosto de pessoas falando ao mesmo tempo. Mas julgando que estou deitada com o Usui num sofá para um, encolhida e com o braço dele em cima de mim para eu não escapar... não era bom. Como eu já estava encrencada mesmo, coloquei minha cabeça entre mim e ele e tentei dormir...

– Boa noite Misaki... – e me deu um beijo na testa. Usui dando beijo na testa? Talvez ele mereça sim minha amizade... então, qual o problema?