Cap. 23 De volta a Forks

Dois meses depois

POV. Bella

Depois de dois meses só agora eu e o Ed estamos conseguindo tempo para ir visitar a Rose, o Johnny e a nova Cullen, Marcelle.

Eu estou totalmente empolgada e inquieta, como será que é a bebê? Claro que eu e a Rose nos falamos pelo telefone, quase todos os dias e eu já não consigo mais aguentar de tanta ansiedade e o Edward já está indignado com toda a minha empolgação.

– Bella, fica calma- Falou pela milésima vez.

– Eu vou ficar calma, assim que eu ver a bebezinha. Como será que ela é?

– Igual a todos os bebês?- Perguntou irônico.

– Que mau humor Ed! Relaxa... Tá de TPM por acaso?

– TPM Bella? TPM? Você não me deixa dormir direito há dois dias, como você queria que eu estivesse?

– Para de frescura Ed... Eu só estou um pouco animada...

– Um pouco animada?- Perguntou irônico de novo.

– Tá bom, eu estou muito animada... Sabe já faz muito tempo que nós não viajamos juntos... Que tal aproveitarmos e fazer uma segunda lua de mel?- Falei olhando para ele com um sorriso malicioso.

– Tudo bem, mas só se nós começarmos a treinar agora para a lua de mel- Sorriu malicioso e me agarrou pela cintura.

... No dia seguinte...

Estava preparando o nosso café da manhã quando senti as mãos do meu lindo marido me enlaçando pela cintura, esbocei um sorriso.

– Bom dia meu amor- Saldou sorrindo.

– Bom dia, meu lindo- Terminei de preparar o café e tomamos bem rápido para não nos atrasarmos para o voo, isso mesmo estamos indo para Forks.

Enquanto ele pegava as malas fiquei esperando na sala, já não consigo mais aguentar essa ansiedade, eu quero tanto conhecer essa bebezinha e além do mais eu estou indo para Forks, a cidade onde a Nessie mora, será que eu vou encontra-la? É incrível que mesmo em tão pouco tempo que passei com ela essa menininha conseguiu mexer tanto comigo, será que ela está bem?

– Vamos?- Perguntou meu amor, parado na porta me esperando, com as malas na mão.

...

Estava inquieta na poltrona, enquanto o Edward estava lendo alguma coisa, que eu não me preocupei em perguntar o que era.

– Amor, fica calma- Tentou me tranquilizar.

– Ah amor, eu quero tanto conhecer essa bebê... E a Nessie, ah Edward você tem que conhece-la, nunca uma criança me encantou tanto.

–Tudo bem, a gente vai ver a Rose e depois vamos conhecer a famosa Nessie.

– Tá bom.

...

Bati na porta impaciente, minha ansiedade era tanta que eu mal conseguia me conter. A porta de repente foi aberta por uma Rosalie sorridente.

– Rose! Cadê o Johnny e a Marcelle?- Perguntei animada.

– Nossa oi- Perguntou um pouco irônica.

– Oi- falei bufando e ela gargalhou.

– A Marcelle está dormindo e o Johnny vendo TV, entrem.

Entramos e eu fui direto para a sala, dar um beijo no meu lindinho.

– Tia Bel!- Exclamou animado e surpreendeu-me o fato de ele ainda se lembrar de mim, quando ele era um bebê nós dois éramos muito próximos, mas daí a se lembrar de mim. A última vez que o vi foi quando ele tinha um aninho.

– Oi querido- Abaixei e abri os braços os braços quando ele veio correndo me abraçar.

Olhei para trás e percebi que a Rosalie estava na soleira da porta nos olhando sorridente.

– Rose, como ele se lembra de mim?

– Simples, eu estou a um mês mostrando para ele fotos e vídeos de quando ele era um bebê, você aparece em vários deles.

– Isso explica.

Fiquei mais alguns minutos conversando com o Johnny enquanto a Rose e o Ed estava encostados na parede conversando alguma coisa que parecia séria, aí a Rose saiu e o Ed veio chamar o Johnny para brincar no jardim, quando passou por mim me deu um selinho e falou que a Rose queria falar comigo. Fui à cozinha e a encontrei de costas para mim passando um café.

– O que foi Rose? O Ed falou que queria falar comigo.

– Eu queria te pedir um conselho.

– Pode falar, nós somos amigas- Sorri encorajando-a.

– Você sabe que eu e Emmett nos aproximamos muito de uns tempos para cá- Ela suspirou e continuou- Ele me pediu em casamento.

– E você já aceitou?

– Não, eu pedi um tempo para pensar.

– Por quê? Está na cara que você o ama, é só olhar nos seus olhos, enquanto o Emmett, você sabe que ele te ama desde que vocês dois usavam fraldas, então qual é o problema?- Falei sorrindo.

– Não me parece justo... Poxa ele já sofreu tanto atrás de mim e eu só tratava ele mal, não acho que sou a certa para ele... Acho que ele deveria procurar uma moça boa que nunca o tivesse feito sofrer e que não tivesse filhos...

– Você está se autopunindo?

– Eu só acho que eu não sou digna dele e que eu só vou fazê-lo sofrer. O que vai acontecer no dia que ele acordar de manhã e perceber a burrada que cometeu? O que vai ser do Johnny? Ele está cada vez mais próximo do Emmett...

– Rose você gosta do Emmett?

– Claro que sim, ele foi um grande amigo... Apoiou-me...

– Não estou falando disso. O que o seu coração diz?

– Ele diz... diz... Que eu amo o Emmett e não conseguiria mais ficar longe dele...

– Então o que está te impedindo?- eu disse sorrindo e ela me olhou pensativa.

– Eu não sei se vai dar certo...

– Você nunca vai saber se não tentar. Quer um conselho? Aceite! Vocês dois se amam, não tem nada que os impeça de ficarem juntos... Mas essa é a minha opinião e só você pode saber mais do que ninguém se dará certo ou não, pensa bem antes de dar a sua resposta.

– Eu vou pensar.

– E como estão as coisas na justiça? Você conseguiu a guarda do bebê?

– Sim, parece que a Alysson já tinha preparado o testamento há algum tempo e lá constava que a guarda das crianças passava para mim, a pessoa mais próxima.

– Mas a Alysson não tem família?

– Tem o pai, mas eles não se falavam há anos, uma avó que ela não tinha muito contato e a mais próxima é uma prima, ela nunca me falou o nome, mas eu acho que se chama Rebeka, porque ela sempre a chamava de prima Beka, então... – Fomos interrompidas, por um fino chorinho que vinha do andar de cima- Quer conhecer a nova Cullen?

– Claro! Estou ansiosa para isso a semanas.

Subimos e paramos em frente a um corredor, entramos na segunda porta a direita e me deparei com um quarto bem fofinho, todo lilás com borboletinhas brancas nas paredes, os móveis branco e encostado em uma parede o bercinho, nos aproximamos e dentro do berço tinha uma pequena menininha com uma roupinha rosa e com o rostinho vermelho de tanto chorar, provavelmente por fome.

– Ah Rose, ela é tão lindinha.

– Ela é mesmo muito linda... E esfomeada- Falou sorrindo- Vou preparar a mamadeira, enquanto isso aproveita para conhecê-la.

Dizendo isso ela passou a bebê para o meu colo e saiu do quarto, fui atrás dela e enquanto ela preparava a mamadeira fiquei sentada na cadeira com o bebê no colo, aproveitei esse tempo para pensar em algumas questões que eu deveria reavaliar.

– Nem precisa dizer nada só pela sua cara já dá para ver o que você está pensando- Encarei uma Rosalie sorridente encostada em uma bancada da cozinha.

POV. Edward

Fiquei brincando com o Johnny, por pouco tempo e já estava me sentindo totalmente esgotado, esse menino não é fácil. Depois de 20 minutos me joguei na grama.

– Já tio Ed?

– É o tio já está ficando velho.

Ele fez um biquinho e me olhou triste.

– Pofavo tio Ed, vamo binca mais!

– Que tal a gente ir lá para dentro? Daqui a pouquinho vai começar a chover.

– Não, eu quelo blinca.

– Se você entrar, amanhã o tio compra chocolate para você.

– Tá bom, mas não insqueci.

E saiu correndo, entrando na casa em disparada. Fui logo atrás, conforme me aproximava da cozinha escutei parte de uma conversa que me intrigou.

– Você tem certeza disso?

– Tenho, vai ser o melhor para o nosso casamento e além do mais...

– Sobre o que as moças estão conversando?- Perguntei como se não tivesse escutado nada, mas por dentro eu tinha medo das palavras da Bella... Será que ela quer dar um tempo na relação? Ambas estavam sentadas na mesa, Rose estava com o bebê no colo.

– Coisas de mulher- Rose disse dando um sorriso sem graça. Bella ficou parada me encarando, parecia um pouco nervosa.

– Ah claro...- Falei desconfiado. Depois de alguns minutos sem graça, Bella decidiu mudar de assunto.

– Rose... Você sabe como está a Nessie? Eu queria vê-la.

– Bella... Já faz algum tempo que eu não vejo essa menina, na verdade meses e isso me preocupa muito. Fui a casa dela e o pai disse que ela não mora mais lá e ainda me ameaçou.

– Mas Rose isso é muito sério. Era para você ter prestado queixa naquela época.

– Eu sei e me arrependo por não ter feito isso.

– Agora não dá mais para se arrepender, só o que nos resta é rezar por ela.

– É o que eu faço, toda noite.

– Rose, porque você não entra na justiça e obriga esse cara a te entregar a menina- Decidi me pronunciar.

– Ed... O pai dela é da policia. Se eu entrasse na justiça contra ele, quem você acha que ganharia? O policial ou a ex-viciada? E o pior é que quem mais sofreria seria a Nessie.

– É eu te entendo...

– Mamãe, mamãe!- Chegou Johnny gritando na cozinha.

– Johnny querido, quantas vezes eu vou ter que dizer para não gritar enquanto o bebê estiver dormindo- Ela disse olhando a pequena que já havia acabado a mamadeira e agora estava dormindo.

– Dicupa mamãe- Disse olhando para baixo e fazendo biquinho.

– Tudo bem querido. Agora senta aqui no colo da mamãe e conta o que você veio dizer- Ele sorriu e foi correndo, para ela poder aninhar ele, ela entregou-me a bebê.

– É que... Eu quelia sabe, quando você vai me levar pa vê o papai e minha tia Ali.

– Bebê... A mamãe já disse que é complicado... Eles estão muito longe.

– Tá bom. Mas quando você fo vê eles, me chama- E voltou correndo para a sala.

– Está tudo tão complicado... Uma vez ele bateu em um coleguinha e quando eu fui brigar com ele, ele disse que quando o papai dele voltasse ele ia brigar comigo. Como eu explico para ele que o pai e a madrasta não vão voltar? Como eu vou explicar isso para a Marcelle? Como chega para uma criança e diz: seus pais morreram... Como?

– Rose. Você vai ter que esperar a hora certa e quando chegar, você vai dizer ao Johnny o quanto seu pai e madrasta o amavam e que mesmo eles tendo morrido, nunca pararam de cuidar e de proteger ele e que sempre que ele duvidar disso é para ele olhar em volta e prestar atenção em todas as pessoas maravilhosas que eles colocaram no caminho dele como anjos da guarda, que vão sempre amar ele e também diga que ele nunca estará sozinho, pois quando se ama uma pessoa você a leva no coração e quando uma pessoa está dentro do nosso coração nada tira ela de lá, nem a morte, nem a separação, nem a distância... Nada.

Terminando de dizer isso as duas já estavam abraçadas chorando. Terminei de secar uma ou duas lágrimas que tinham escorrido, porque tinha caído um cisco. Olhei para baixo e percebi a bebê me encarando.

– Nossa você ainda nem fala e já sabe julgar as pessoas- Sussurrei e ela continuou me encarando- Foi um cisco- E ela continuou me encarando- Tá bom, machona a cena foi emocionante, tá?- E ela continuou me julgando com os olhos- Não está na hora de você dormir não?

Levantei os olhos e percebi que as duas já não estavam mais chorando e sim conversando.

– E como foi o acidente?

– Horrível. O carro capotou várias vezes, a Marcelle só sobreviveu porque a Alysson estava com cinto e o Johnny só sobreviveu porque estava na cadeirinha.

– Mas e o Royce?

– Ele estava sem cinto. Na hora do acidente ele caiu para fora do carro e como ele caiu para frente o carro conforme capotou passou por cima dele. E o pior foi que eu que tive que reconhecer o corpo e estava muito deformado.

– Nossa.

– Mesmo depois de tudo o que ele me fez eu não queria que algo tão ruim acontecesse com ele. Ele era só um homem perturbado e eu rezo toda noite para que agora a alma dele encontre a paz e também peço muito pela Alysson, ela era só uma menina que tinha uma vida inteira pela frente... Eu admiro muito ela por tudo o que fez por mim e pelo Johnny, ela tinha um ótimo coração...

Foram interrompidas pelo choro da pequena no meu colo.

– Eu acho que ela sujou a fralda. Vou troca-la e daqui a pouquinho eu volto- Disse Rose

– Rose, nós vamos aproveitar essa deixa e ir para o hotel, já está ficando tarde- Elas trocaram um olhar cumplice, muito suspeito.

– Então tá bom- Ela nos levou até a porta, não sem antes uma paradinha para nos despedir do Johnny que me falou para não esquecer o chocolate o que fez a Rose me olhar feio, pegamos o carro que eu tinha alugado e fomos embora.

POV. Nessie

Estava escuro e frio, minha perna doía muito mais do que ontem, agora já não consigo mais a mexer como antes. Passei a mão na nuca e pela penumbra da janela pude ver o liquido vermelho, sangue. Porque isso tudo está acontecendo comigo? Quando eu vou poder ser feliz?