Cap. 17 Indo em busca da verdade

Pov. Bella

Chorei a noite inteira pensando no quando a chegada dessa pequena na nossa vida modificaria o nosso casamento, porque mesmo se ela não for filha dele ocorrerão algumas mudanças, por exemplo, agora que ele sentiu o “gosto” novamente de ser pai, se ela não for filha dele ele ficará arrasado.

Levantei, me arrumei e liguei para a companhia aérea, a fim de me informar sobre quando sairia o próximo voou para Chicago. Disseram-me que o avião partiria 10h da manhã do dia seguinte, olhei para o relógio 11h da manhã, ou seja, eu teria mais ou menos 23h para me preparar psicologicamente e então conhecer a minha talvez futura enteada, que eu torcia com todas as minhas forças que não tivesse puxado a mãe e fosse o menos peste possível. Não é que eu não goste de crianças, afinal trabalhei como babá dos doze até os dezoito anos, ou seja, o meu maior sonho sempre foi ter um filho e eu esperava que quando esse sonho se realizasse eu iria ser feliz para sempre, infelizmente aconteceram muitas coisas que me “tiraram” do caminho “felizes para sempre”.

De repente vi o meu celular tocando, olhei no visor e li o nome da minha fada madrinha: Rosalie. Marquei de ir a casa dela mais ou menos 15h da tarde.

Fui dar uma caminhada e me desligar um pouco do mundo, eu não consigo entender, porque eu não consigo ser feliz como qualquer outra pessoa? Porque eu tenho que passar por tudo isso?

Voltei para o hotel e fiquei jogada na cama vendo TV, na verdade eu não estava prestando a mínima atenção, só preciso de um tempo sozinha para clarear a minha mente e entender um pouco mais essa situação. Fiquei tanto tempo pensando que olhei para o lado e percebi que já era mais ou menos 14h30min faltava meia hora para ir visitar a Rose. Tomei um banho demorado e relaxante, coloquei um vestido soltinho, com uma jaqueta e um óculos escuro e fui para casa dela. Meu nervosismo com toda essa situação está tão grande que eu acabei me esquecendo de comer alguma coisa, mas agora já é tarde. Fui até o portão dela e toquei a campainha. Rose atendeu depois de uns três minutos.

– Oi Bella.

– Oi Rose.

– Porque essa carinha triste?- Não respondi- Entra e me conta tudo.

Entrei sentei no sofá e comecei a contar tudo do principio, acabei com o rosto encharcado de lágrimas. Ela ainda com a expressão surpresa, me abraçou até eu parar de chorar. Pode até parecer meio idiota, mas eu nunca tive uma mãe presente e nesse momento o que eu mais preciso é de colo de mãe, sempre precisei e acho que eu não teria sofrido tanto com a perda do meu neném se a minha mãe estivesse do meu lado, me apoiando.

– Bella, o que você precisa agora é pensar com calma. Precisa ter certeza que essa garotinha é filha do meu irmão, porque se for vai ser uma das maiores alegrias da vida dele... Mas se não for, ele vai ficar arrasado, talvez agora ele não goste muito da ideia de ter uma filha fora do casamento, ache que está traindo você, mas eu tenho certeza que por dentro ele está vibrando de alegria.

– Eu sei, e é isso que mais me preocupa. O quanto ele vai sofrer, porque a Jéssica sempre foi uma golpista e não iria desperdiçar uma oportunidade como essa, tanto para pedir dinheiro, quanto para abalar meu casamento. Pergunto-me se ela não está usando uma criança inocente só para ganhar dinheiro.

– Você acha que ela seria capaz de fazer uma coisa dessas?

– Sinceramente? Sim! Ela é uma monstra, capaz de tudo!

– Tudo bem! Vá para Chicago atrás da Coralina e me mande notícias assim que descobrir alguma coisa. Se eu pudesse iria com você, mas não posso por causa do trabalho, não iriam me liberar.

– Rose, eu estou pensando sinceramente naquilo que me falou. Adotar a menina parece que ela sofre muito nas mãos do pai dela, mas isso quem decide é a justiça. Pode deixar que se ele perder a guarda dela eu adoto.

– Isso é muito bom, mas tem uma coisa que eu preciso te contar- suspirou - Frequentemente eu encontro marcas nela a maioria no braço, ás vezes marcas de dedos e ás vezes de cinto. Uma vez eu vi uma marca roxa no rostinho, para ser mais exata na bochecha.

– Porque você não me falou nada?

– Porque eu não queria te assustar. Eu não vou denunciar o pai dela enquanto não tiver provas, enquanto não souber com quem eu estou lidando, porque se eu não tiver provas ela vai acabar voltando para casa dele e a vida dela vai realmente piorar.

– Tudo bem, mas uma hora você vai ter que denunciar ele. Consiga logo suas provas, antes que seja tarde.

Conversamos por mais um tempo e fui para o hotel, assim que cheguei lá arrumei todas as minhas malas e saí para comer alguma coisa. Parei em um restaurante que me trazia boas lembranças.

Flashback on:

– Bella, eu vou casar com você! Nós vamos ser muito fel...

– Edward, eu preciso falar uma coisa muito séria para você.

– Fala amorzinho- Falou fazendo beicinho.

– É sério Edward!- Ele ficou sério- Eu estou grávida! Tudo bem se você não quiser assumir o bebê eu vou te entender. Só não me peça para abortar, eu não seria capaz disso, mas se você... - Fiquei olhando para a cara dele, estava com a boca escancarada. Minhas esperanças foram pelo ralo, olhei para baixo.

– Não acredito- Falou pasmo, continuei olhando para baixo- Até o seu útero quer que nos casemos. Pois é, tem um novo Cullen a caminho- Falou convencido.

– Eu achei que você fosse me abandonar.

– E eu achei que se você engravidasse iria embora por achar que eu estava tentando dar um golpe da barriga em você, para te obrigar a casar.

– Para com isso!

– Bellzinha, você achou mesmo que eu iria te abandonar? Depois de uma notícia maravilhosa dessas?

– Achei!

– Eu nunca faria isso! Sabe por quê? Por que eu te amo! E também amo esse docinho que está dentro de você meu bombonzinho!

– Eu também te amo! E amo mais ainda o nosso “docinho”- Falei sorrindo.

Flashback off:

Esse restaurante me traz ótimas lembranças. Foi nesse lugar que eu contei para o Edward que estava grávida, ele aceitou tudo tão bem, mesmo tendo só dezoito anos na época.

Sentei na mesma mesa que tínhamos o hábito de sentar quando éramos jovens e fiz o pedido, comi rápido e voltei para o hotel, passei os olhos pelo quarto para ter certeza de não estar esquecendo nada, peguei os meus documentos e o celular e coloquei dentro da bolça para não esquecer. Aproveitei meu cansaço mental e fui para a cama, foi só deitar e eu apaguei.

Acordei, olhei no visor do celular e percebi que já era 06h da manhã, me vesti e fui para o aeroporto, entreguei o carro alugado e fui comer alguma coisa enquanto aguardava o meu voo. Eu só tenho uma certeza: Essa viagem vai ser longa.