Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy
Notas iniciais do capítulo
Oie gente!
Desculpa a demora >< Ando muito ocupada :p Culpa da escola
Enfim, esta ai mais um. Talvez eu passe a postar só nos fins de semana, ok?
Espero que gostem!!!
=D
E assim, a semana se seguiu, aulas entediantes e nada animadoras preencheram meus dias. Tédio? Não, isso é pouco. Digamos que eu não tinha nada pra fazer. Logo eu, que antes era acostumada a trabalhar vinte e três horas por dia, tirando a hora restante para descansar. Então passar tardes atoa e sem ter nada interessante pra fazer não me agradava...
Acordei bem disposta no sábado. Afinal, eu cai da cama e bati a cabeça na mesinha de cabeceira. Quem não fica disposta depois disso? Arrastei-me até o banheiro, massageando o local. Encarei-me no espelho e assustei-me ao ver que havia cortado a testa.
-Cabecinha dura, Mel... – falei, pegando um algodão e passando no local.
Senti um pouco de ardência, mas apenas a ignorei, colocando um band aid no local. Por sorte, minha franja o cobria. Vesti uma roupa qualquer e segui para cozinha, a fim de tomar café. Esquentei um pouco de leite e comi biscoitos. Quando o terminei, segui para a sala, esperando o tédio tomar conta de mim. O que, de fato, não demorou muito...
Segui para meu quarto e troquei de roupa. Penteei meus cabelos, calcei minhas sapatilhas e peguei minha bolsa, saindo dali sem rumo, sem saber exatamente pra onde ir...
[...]
Uma belíssima visão. Quase tão bela quanto o mar. E o que mais me atraia ali eram as árvores, dos mais diferentes tipos...
Depois de sair de casa, apelei e segui para o Parque da Cidade. Sempre ouvi comentários de que aquele lugar era magnifico. E, de fato, era. As famílias se reuniam ali, a fim de se divertirem ou apenas se reunirem, terem um tempo só pra elas. Achava isso interessante, afinal, elas convivem a semana inteira juntas, então porque exatamente tinham que escolher um dia para conversarem sobre o que fizeram a semana inteira? Surrealidade realmente fazia parte da raça humana...
Uma brisa gélida correu por mim, fazendo-me encolher um pouco. O começo do ano em Brasília geralmente era um pouco frio. Não muito, pouco. Uma pessoa passou por minha frente, correndo. Só de vê-la já me dava preguiça. Não, eu não era uma amante de esportes. Longe de julgá-los também! O problema estava comigo mesmo. Já era magra demais. Se emagrecesse mais, sumiria.
-Bom dia. – ouvi uma voz familiar.
Ergui minha cabeça, assustada. O moreno (já conhecido por vocês) me olhava com um olhar terno e um tanto sonolento. Estava com as mãos nos bolsos do casaco e sorrindo sem mostrar os dentes.
-Ah. Esta me perseguindo? – perguntei.
-Bom dia. – ele repetiu.
-Bom dia, Romeu...
-E não. – ele se sentou ao meu lado. – Eu não estou lhe perseguindo. Álias, você quem deve estar me perseguindo. Eu é que costumo vir aqui.
Ri pelo nariz.
-Não mesmo.
-Ok, vamos considerar um coiscidência. – ele disse, sorrindo. POR QUE RAIOS ELE NÃO PARAVA COM ISSO?!
Encarei o lago a nossa frente, tentando não parecer constrangida.
-O que eu fiz pra você?
Encarei o garoto ao meu lado, que agora me fitava profundamente.
-Como?
-Toda vez que eu falo com você, você me dá patadas e as vezes nem responde as minhas perguntas!
-Ah... – gaguejei. – Esse é o meu jeito... – fiz uma pausa, voltando-me para o chão. – Eu sou assim. Acho que tenho medo das pessoas, de me aproximar delas...
Ele permaneceu em silêncio. Pela primeira vez, eu não gritava com ele. E isso... era bom para mim.
-Desculpe... – sussurrei.
-Não, eh... – ele parecia constrangido também. – Eu até entendo o seu lado, mas... nem todas as pessoas são assim, Melanie.
-Todas as que eu confiei eram... – murmurei.
Ficamos um tempo (longo demais) em silêncio. Ambos fitavam o lago a frente, absortos em pensamentos.
-Bom, então, se a gente recomeçasse? Sei lá, procure algo em mim que... faça que você tenha confiança.
Encarei-o, surpresa. O garoto realmente sabia usar as palavras. Havia visto ele dando “shows” nas aulas de literatura e português, com textos e narrações impecáveis e dignas de uma boa nota. Mas não achei que ele as usava diariamente.
Logo, dei de ombros, arrancando-lhe um sorriso vitorioso.
-Um ponto para mim. – ele disse.
-Não conte vatagem. Nem abuse dela!- falei. – Como pretende “recomeçar?
Ele parou, novamente pensativo.
-Não faço ideia... Mas... podíamos perguntar coisas um pro outro.
-Como?
-É. Tipo, qual sua cor favorita?
-Jura? – arqueei as sobrancelhas.
-Juro. Vamos. Uma cor.
-Hum... Verde-água.
-Interesante... Você.
-Uma cor?
-Preto. Um dia?
-Sexta. Um dia?
-Sexta. – ele sorrio. – Uma comida?
-Estrogonofe. – fiz uma careta. – Uma comida?
-Massas. Um sentimento?
-Felicidade. E você?
-Fé. Uma palavra?
-Feliz. – sorri, arracando-lhe um sorriso também. – Ok. Uma palavra?
-Em frente. – ele fitou o lago.
-Mais alguma coisa?
-Frases.
-Como?
-Me fale frases que te inspiram, que te fazem seguir em frente...
Mais uma vez, fitei o lago. Frases. Aquele garoto lia pensamentos também... Mas no meu caso, eram pensamentes profundos, guardados a sete chaves em minha memória. Frases, Melanie. Aquelas mesmas que você escrevia quanto se sentia sozinha... Quando se sentia desamparada... Sem ninguém...
-Tudo bem?
Acordei de meus devaneios, percebendo que o garoto me encarava. Havia esquecido de responde-lo.
-Ah... – comecei. – Você primeiro?
-Não, eu perguntei primeiro.
-Vamos, Jon, fale logo!
-Nossa, está bem, está bem. – ele apoioi o queixo na mão, como a famosa obra do Pensador. revirei os olhos ao ver aquilo. – “Errar é humano. Mas quando a borracha se gasta mais rapidamente que o lápis, você realemente esta exagerando.”
-Nossa. Profundo. Quando essa frase começo a refletir sua vida?
-A alguns anos... Agora vamos, você.
-“Trate uma mulher como uma rainha e ela vai te tratar como um rei. Trate uma mulher como um jogo e ela vai te ensinar como se joga.” – falei, depois de um longo suspiro.
-Nossa. Cruel. Faça de sua pergunta a minha, senhorita sutileza.
Ri.
-Nenhum tempo em especial... Vamos, de novo.
-“A música explica coisas que meu coração não pode expressar.”
-“Momentos bons e ruins fazem parte de vida. A diferença é que um marca e o outro ensina.”
-“O sorriso é a curva mais bonita do corpo de uma pessoa.”
-“Sou um quebra-cabeça de 500 peças. Quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço.”
Aquilo já estava virando um disputa. Mas não me surpreendeu quando não tínhamos mais frases para falar.
-Ah. – ele disse, depois de uma pausa. – Lembrei de mais uma. “A regra é colocar os fones de ouvido e esquecer os problemas.”
-Ha! – falei, sorrindo. – Essa não vale pra mim.
-Porque não?
-Porque eu não gosto de música.
Já viu uma expressão de medo/surpresa na face de uma pessoa? Pois bem, se não, imagine. E imagine como eu fiquei ao ver essa expressão na cara do Jon.
-Repita... – ele sussurrou.
-Eu não gosto de música. – falei, simplesmente. – Sou uma aberração agora, certo?
-Não, é só que... Cara, isso não é exatamente normal. Por um acaso uma pessoa já virou para você é disse que não gosta de ar?
-Não.
-Pois bem. Parece que você me disse isso...
Ficamos um tempo em silêncio. Novamente...
-Porque não gosta de música? – ele fitou-me.
Congelei. Ok, era algo simples de se explicar. Mas, que para ser entendido, tinha que ter um certo grau de... Minha Vida Completa.
-Ahn... Eu não gosto... de falar sobre isso.
-Desculpe, eu...
-Não! É só que... não quero falar... hoje... sobre isso. Iria demorar muito e... é complicado.
Entrelacei meus dedos e mordi o lábio inferior. Percebi que Jon me encarava. Constrangida, coloquei uma mecha atrás da orelha e disse:
-Bom, vamos continuar. Uma pessoa?
Ele sorriu, entendendo meu dilema. E, logo, voltamos ao questionário... Tempo e perguntas suficientes para saber como aquele garoto era interessante...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Alguém ai gosta de Dragões de Éter?
=D