Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 9
Cap. 8: Porque não?


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!
Desculpa a demora >< Ando muito ocupada :p Culpa da escola
Enfim, esta ai mais um. Talvez eu passe a postar só nos fins de semana, ok?
Espero que gostem!!!
=D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335883/chapter/9

E assim, a semana se seguiu, aulas entediantes e nada animadoras preencheram meus dias. Tédio? Não, isso é pouco. Digamos que eu não tinha nada pra fazer. Logo eu, que antes era acostumada a trabalhar vinte e três horas por dia, tirando a hora restante para descansar. Então passar tardes atoa e sem ter nada interessante pra fazer não me agradava...

Acordei bem disposta no sábado. Afinal, eu cai da cama e bati a cabeça na mesinha de cabeceira. Quem não fica disposta depois disso? Arrastei-me até o banheiro, massageando o local. Encarei-me no espelho e assustei-me ao ver que havia cortado a testa.

-Cabecinha dura, Mel... – falei, pegando um algodão e passando no local.

Senti um pouco de ardência, mas apenas a ignorei, colocando um band aid no local. Por sorte, minha franja o cobria. Vesti uma roupa qualquer e segui para cozinha, a fim de tomar café. Esquentei um pouco de leite e comi biscoitos. Quando o terminei, segui para a sala, esperando o tédio tomar conta de mim. O que, de fato, não demorou muito...

Segui para meu quarto e troquei de roupa. Penteei meus cabelos, calcei minhas sapatilhas e peguei minha bolsa, saindo dali sem rumo, sem saber exatamente pra onde ir...

[...]

Uma belíssima visão. Quase tão bela quanto o mar. E o que mais me atraia ali eram as árvores, dos mais diferentes tipos...

Depois de sair de casa, apelei e segui para o Parque da Cidade. Sempre ouvi comentários de que aquele lugar era magnifico. E, de fato, era. As famílias se reuniam ali, a fim de se divertirem ou apenas se reunirem, terem um tempo só pra elas. Achava isso interessante, afinal, elas convivem a semana inteira juntas, então porque exatamente tinham que escolher um dia para conversarem sobre o que fizeram a semana inteira? Surrealidade realmente fazia parte da raça humana...

Uma brisa gélida correu por mim, fazendo-me encolher um pouco. O começo do ano em Brasília geralmente era um pouco frio. Não muito, pouco. Uma pessoa passou por minha frente, correndo. Só de vê-la já me dava preguiça. Não, eu não era uma amante de esportes. Longe de julgá-los também! O problema estava comigo mesmo. Já era magra demais. Se emagrecesse mais, sumiria.

-Bom dia. – ouvi uma voz familiar.

Ergui minha cabeça, assustada. O moreno (já conhecido por vocês) me olhava com um olhar terno e um tanto sonolento. Estava com as mãos nos bolsos do casaco e sorrindo sem mostrar os dentes.

-Ah. Esta me perseguindo? – perguntei.

-Bom dia. – ele repetiu.

-Bom dia, Romeu...

-E não. – ele se sentou ao meu lado. – Eu não estou lhe perseguindo. Álias, você quem deve estar me perseguindo. Eu é que costumo vir aqui.

Ri pelo nariz.

-Não mesmo.

-Ok, vamos considerar um coiscidência. – ele disse, sorrindo. POR QUE RAIOS ELE NÃO PARAVA COM ISSO?!

Encarei o lago a nossa frente, tentando não parecer constrangida.

-O que eu fiz pra você?

Encarei o garoto ao meu lado, que agora me fitava profundamente.

-Como?

-Toda vez que eu falo com você, você me dá patadas e as vezes nem responde as minhas perguntas!

-Ah... – gaguejei. – Esse é o meu jeito... – fiz uma pausa, voltando-me para o chão. – Eu sou assim. Acho que tenho medo das pessoas, de me aproximar delas...

Ele permaneceu em silêncio. Pela primeira vez, eu não gritava com ele. E isso... era bom para mim.

-Desculpe... – sussurrei.

-Não, eh... – ele parecia constrangido também. – Eu até entendo o seu lado, mas... nem todas as pessoas são assim, Melanie.

-Todas as que eu confiei eram... – murmurei.

Ficamos um tempo (longo demais) em silêncio. Ambos fitavam o lago a frente, absortos em pensamentos.

-Bom, então, se a gente recomeçasse? Sei lá, procure algo em mim que... faça que você tenha confiança.

Encarei-o, surpresa. O garoto realmente sabia usar as palavras. Havia visto ele dando “shows” nas aulas de literatura e português, com textos e narrações impecáveis e dignas de uma boa nota. Mas não achei que ele as usava diariamente.

Logo, dei de ombros, arrancando-lhe um sorriso vitorioso.

-Um ponto para mim. – ele disse.

-Não conte vatagem. Nem abuse dela!- falei. – Como pretende “recomeçar?

Ele parou, novamente pensativo.

-Não faço ideia... Mas... podíamos perguntar coisas um pro outro.

-Como?

-É. Tipo, qual sua cor favorita?

-Jura? – arqueei as sobrancelhas.

-Juro. Vamos. Uma cor.

-Hum... Verde-água.

-Interesante... Você.

-Uma cor?

-Preto. Um dia?

-Sexta. Um dia?

-Sexta. – ele sorrio. – Uma comida?

-Estrogonofe. – fiz uma careta. – Uma comida?

-Massas. Um sentimento?

-Felicidade. E você?

-Fé. Uma palavra?

-Feliz. – sorri, arracando-lhe um sorriso também. – Ok. Uma palavra?

-Em frente. – ele fitou o lago.

-Mais alguma coisa?

-Frases.

-Como?

-Me fale frases que te inspiram, que te fazem seguir em frente...

Mais uma vez, fitei o lago. Frases. Aquele garoto lia pensamentos também... Mas no meu caso, eram pensamentes profundos, guardados a sete chaves em minha memória. Frases, Melanie. Aquelas mesmas que você escrevia quanto se sentia sozinha... Quando se sentia desamparada... Sem ninguém...

-Tudo bem?

Acordei de meus devaneios, percebendo que o garoto me encarava. Havia esquecido de responde-lo.

-Ah... – comecei. – Você primeiro?

-Não, eu perguntei primeiro.

-Vamos, Jon, fale logo!

-Nossa, está bem, está bem. – ele apoioi o queixo na mão, como a famosa obra do Pensador. revirei os olhos ao ver aquilo. – “Errar é humano. Mas quando a borracha se gasta mais rapidamente que o lápis, você realemente esta exagerando.

-Nossa. Profundo. Quando essa frase começo a refletir sua vida?

-A alguns anos... Agora vamos, você.

-“Trate uma mulher como uma rainha e ela vai te tratar como um rei. Trate uma mulher como um jogo e ela vai te ensinar como se joga.” – falei, depois de um longo suspiro.

-Nossa. Cruel. Faça de sua pergunta a minha, senhorita sutileza.

Ri.

-Nenhum tempo em especial... Vamos, de novo.

-“A música explica coisas que meu coração não pode expressar.

-“Momentos bons e ruins fazem parte de vida. A diferença é que um marca e o outro ensina.

-“O sorriso é a curva mais bonita do corpo de uma pessoa.

-“Sou um quebra-cabeça de 500 peças. Quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço.

Aquilo já estava virando um disputa. Mas não me surpreendeu quando não tínhamos mais frases para falar.

-Ah. – ele disse, depois de uma pausa. – Lembrei de mais uma. “A regra é colocar os fones de ouvido e esquecer os problemas.”

-Ha! – falei, sorrindo. – Essa não vale pra mim.

-Porque não?

-Porque eu não gosto de música.

Já viu uma expressão de medo/surpresa na face de uma pessoa? Pois bem, se não, imagine. E imagine como eu fiquei ao ver essa expressão na cara do Jon.

-Repita... – ele sussurrou.

-Eu não gosto de música. – falei, simplesmente. – Sou uma aberração agora, certo?

-Não, é só que... Cara, isso não é exatamente normal. Por um acaso uma pessoa já virou para você é disse que não gosta de ar?

-Não.

-Pois bem. Parece que você me disse isso...

Ficamos um tempo em silêncio. Novamente...

-Porque não gosta de música? – ele fitou-me.

Congelei. Ok, era algo simples de se explicar. Mas, que para ser entendido, tinha que ter um certo grau de... Minha Vida Completa.

-Ahn... Eu não gosto... de falar sobre isso.

-Desculpe, eu...

-Não! É só que... não quero falar... hoje... sobre isso. Iria demorar muito e... é complicado.

Entrelacei meus dedos e mordi o lábio inferior. Percebi que Jon me encarava. Constrangida, coloquei uma mecha atrás da orelha e disse:

-Bom, vamos continuar. Uma pessoa?

Ele sorriu, entendendo meu dilema. E, logo, voltamos ao questionário... Tempo e perguntas suficientes para saber como aquele garoto era interessante...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém ai gosta de Dragões de Éter?
=D