Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 7
Cap. 6: "Aguente-me, se for capaz!" part 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora pessoinhas. Semana de prova é um saco >



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Jon. Com uniforme igual ao meu. Na mesma sala que eu. Respirando as mesmas e malditas moléculas que eu! O animal havia se sentado atrás de mim e eu ouvia sua respiração tão próxima que me dava agonia. Procurava ignora-lo e ele parecia fazer o mesmo em relação a mim. Esta bem, pode parecer bizarro, mas eu estava com uma vontade louca de virar e falar “Bom dia! Não cumprimenta mais os vizinhos não?”. Controlei meus pensamentos, tentando prestar atenção no que a professora falava. O que era difícil, já que eu não gostava da matéria. Motivo? Na minha antiga escola, só aprendíamos o conceito de artes e movimentos artísticos. Só isso. Logo, nunca pude ou quis realmente me aprofundar no assunto. Mas de uma coisa eu sabia: desenhar. Eu era realmente muito boa nisso. Acho que é porque ... Ah, esqueça, não vale a pena.

–Bom, bom, bom! – ela exclamou, depois de falar seu nome e esclarecer o que artes. – Agora, vamos nos apresentar... no ritmo das artes. – ela sorriu, voltando-se para sua mesa. – Aqui eu tenho algumas imagens ... – ela fez uma pausa, enquanto organizava os papéis. – Vou passa-las para vocês. Quando eu falar o nome de tal imagem, quem estiver com ela, se apresenta.

–E como vamos saber o nome? – um garoto ruivo perguntou, visivelmente confuso.

–Estão no 2o ano, querido. Essas imagens são de nivel de 8a série... Acho que não terão dificuldade.

Logo, ela passou pelas cadeiras, depositando as imagens viradas de cabeça pra baixo. Quando terminou, foi até a frente da sala, pegou uma lisa e falou:

–Podem virar!

O murmúrio de folhas de papel mexendo preencheu a sala. Virei minha imagem e me deparei com uma imagem já conhecida por mim. Era do movimento que eu mais “aturava”: surrealismo. Era um movimento interessante para mim...

–Bom vamos lá. Imagem expressionista, O Grito.

Uma garota ruiva e visivelmente tímida ergueu a mão.

–Qual seu nome, querida?

–J-Jessica. – ela gaguejou.

–Muito bem, Jessica. Qual a sua idade e de onde veio?

–Tenho 16... anos. E sempre... estudei... aqui.

–Ok, então, meu bem. Seja bem vinda... ao 2o ano! – ela fez uma pausa, enquanto abria um largo sorriso. – Agora... Vamos ver, vamos ver... Ah, Candido Portinari.

E assim ela seguiu, perguntando o nome, idade e local de origem de cada aluno.

–é um prazer conhece-lo, Tomás! – ela falou para um garoto moreno e de olhos azuis. – Parece que os meninos bonitos sempre chegam atrasados... Oque? – Bem, agora, surrealismo?

Suspirei e ergui minha mão vagarosamente. Ela focalizou em mim e sorriu.

–Muito bem, qual seu nome, idade,...?

–Melanie, 16 e fui transferida do Rio de Janeiro.

–Hum! Então é carioca?

–Não, sou sulista.

–Nossa! Já andou metade do mundo, hein morena!

Sorri tímida, enquanto ela passava os olhos pela lista.

–Ok. Ah, essa é boa! Da Vinci, Gioconda ou Monalisa. – ela disse.

Ela varreu a sala com os olhos e logo os parou... atrás de mim.

–Oh, sim! Qual seu nome e tudo mais rapaizinho?

–Jon Blacked. 17 anos e vim de São Paulo.

–Certo. Bom, aproveitando que você é o último, o que achou da imagem?

–Bom,... – ele a analisou. – Interessante. Talvez ela represente alguém importante para o da Vinci... Ou só mais uma garota na vida dele. De qualquer forma, ele soube como representa-la.

Várias garotas suspiraram após a narrativa do moreno. Revirei os olhos, afinal, a narrativa dele era bem normal. Talvez coubesse em um livro ou algo assim, mas só isso também. Nada, nada demais. Voltei a fitar meu livro, desinteressada no que a professora falava.

Pra minha alegria, não demorou muito e o sinal tocou. Minha próxima aula era história, uma das minhas matérias preferidas. Sai da sala e segui para meu armário, afim de pegar o livro para a próxima aula. Destravei-o e procurei por meu livro dentro dele.

–Olá.

Assustei-me com o garoto e deixei cair os livros que estavam em meus braços.

–Oi. – falei, levemente irritada.

Abaixei-me para pegá-los e logo um par de mãos aparece para me ajudar. Típico.

–Te vi na aula hoje... – ele disse, levantando-se junto comigo.

–Jura? Pensei que sentando atrás de mim você não me veria.

–Te desconcentrei? – ele ergueu uma sobrancelha e... deu aquele sorriso.

Revirei os olhos e bati meu armário com força. Virei-me e sai andando pesadamente.

–Ei! - ele falou, surgindo ao meu lado. - Não é educado deixar ao pessoas falando sozinhas!

–Ah, ficou magoadinho? Estou morrendo de pena... – falei, ríspida.

–Nossa, que amor! Não quer se juntar a minha turma? – ele disse, apontando para os excluídos bonitinhos.

–Não, obrigada.

–Ok. Até mais, Mel.

Pensei em repreendê-lo por causa do Mel, mas séria perda de tempo. Logo, revirei os olhos e me afastei do moreno, seguindo o mais rápido possível para a próxima aula.

[...]

Não sei exatamente como, mas as aulas daquele dia passaram-se rapidamente. Quando dei por mim, o último sinal tocou, anunciando o fim da aula de geografia. O professor fez uma cara de reprovação, enquanto organizava suas coisas. Juntei as minhas e segui para meu armário. Queria sair o mais rápido dali. Sem contar que não queria ver Jon... Nem ir embora com ele. O que iriam pensar? “Ah novata se deu bem! Pegou um gatinho!”...

–Quer carona? – a última pessoa no mundo sussurrou para mim, quando já estava saindo da escola. Fechei meus olhos com força e me virei para ele. “Lindo!”, pensei. E de fato ele estava, com as mãos no bolso e cara de sono.

–Você dirige? – questionei-o.

–Sim.

–Mas... você tem 17 anos...

–É uma longa história... Quer carona?

–Não obrigada. Mas acho que ela – apontei para uma menina que fitava o rapaz parecendo que iria absorve-lo. – quer.

Quando percebeu que falávamos dela, a garota sorriu e acenou para Jon, que retribui o aceno brevemente.

–Lorranne não é uma pessoa muito legal... – ele fez uma careta.

Bufei.

–E você acha que eu sou?

–Talvez.

Bufei novamente.

–Enganou-se. Vou a pé mesmo, obrigada, Romeu.

Virei-me e segui meu caminho, ignorando o moreno parado no mesmo lugar onde o “deixei’.


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