Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 6
Cap. 5: Aguente-me, se for capaz!


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii. Estou muito, muito, muito, muiiiiiitttooo feliz pelo 3 favoritos e por ter mais uma leitora. Obrigadaaaaa

=D

PS: Se tiver algum erro, perdoe-me. Era emoção! Semana de prova é super legal -.- Sintam o sarcasmo em minha frase



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Cheguei ao meu prédio rapidamente. Estava tão indisposta que me permiti deslizar sobre a parede do elevador até chegar ao chão, suspirando. As palavras de Thiago me perfuravam como lâminas finas e bem amoladas, fazendo-me querer gritar e amaldiçoar qualquer um que aparecesse em minha frente.

Não culpo o Dr. Pedro. Ele estava levemente certo. Já havia me aprofundado no assunto e sabia, por mais que a pessoa não falasse ou algo do tipo, ela estava ali. Ouvindo-nos. Entendendo-nos. Sofrendo por estar ligada a aparelhos 24 horas. Enterrei minha cabeça em minhas mãos, procurando alguma ajuda mental para resolver meus problemas. Mas a minha mente insistia em me lembrar das palavras do homem que cuidava á 10 anos de minha mãe.

Logo, senti o leve tremor do elevador, indicando que eu havia chego ao meu destino. Não estava nem um pouco a fim de levantar e seguir com a vida... Abracei meus joelhos e enterrei minha cabeça neles. “Droga de vida!”, pensei, mais uma vez.

–Você está bem? – ouvi uma voz um tanto familiar me perguntar.

Ergui minha cabeça e logo encontrei aqueles olhos castanhos encararem-me preocupados. Ergui-me, rapidamente. Tão rapidamente que senti uma leve tontura, obrigando-me a apoiar no elevador. Mas, antes que o fizesse, suas mãos ágeis me envolverem. Ergui a cabeça e fitei seu olhar calmo e... lindo. Achei engraçado o jeito que eles me encaravam. Um jeito fofo, preocupado,... Seu cabelo também era lindo. Levemente bagunçado, ainda mais quando seu rosto estava... inclinado para mim... Pisquei algumas vezes, voltando à realidade. Acho que ele também despertou, pois logo me questionou novamente:

–Você está bem? – seu hálito em eu rosto me deixou embriagada. Ai, como eu sou fraca!

–S-Sim. – gaguejei. – Sim. – sai de seus braços, e arrumei minha blusa.

–Absoluta?

–Quantas vezes eu vou ter de repetir?

–Olha, não é normal a gente entrar em um elevador e ter uma garota abaixada e encolhida em um canto, com a cabeça nos joelhos.

Amaldiçoei-me pelo meu ato.

–Eu só estou cansada. E, se me der licença, eu vou para o meu apartamento. – passei por ele, sem olha-lo nos olhos.

–Ok. E de nada! – ele gritou, batendo a porta do elevador.

Bufei e segui para meu apartamento. Meu status “cansada” mudou para “irritada”. Aquele garoto me deixava... tão... tão... constrangida. Envergonhada. Levemente feliz... Parei bruscamente na porta de meu quarto.

–Feliz?! – questionei-me. – Não, não, não! Ele é um idiota!

Joguei minha bolsa em minha cama e cai sobre ela, enterrando a cabeça no travesseiro. Ainda estava chateada pelo acontecimento no hospital e agora ainda estava constrangida por causa do moreno.

Levantei-me e fui até meu armário, com o intuito de pegar um livro para ler ou algo do tipo. Mas logo vi meus materiais. Olhei em meu relógio de pulso. 19h00min. Resolvi tomar banho, afinal, no próximo dia teria aula.

Sim, eu ia à escola. Já estava no 2o ano do Ensino Médio. Havia feito minha matrícula ainda no Rio de Janeiro. Logo, teria de chegar mais cedo lá para poder assinar uns papéis.

Terminei meu banho rapidamente e logo me lembrei de que não tinha comida em casa. Choraminguei enquanto enrolava a toalha em meu corpo. Sai do banheiro, sentindo um vento frio cruzar minhas pernas. Droga havia deixado à sacada aberta. Fui atrás de meu pijama. Vasculhei meu armário atrás do mesmo.

–Cadê? Cadê? Cadê? – repetia.

Virei-me com as mãos na cintura e varri o local com os olhos. Logo, vi aquela camisola velha em um canto do quarto. Fui atrás dela e quando a puxei, uma coisa preta e jeans caiu no chão. Deixei a camisola de lado e puxei a coisa para mim. Era uma jaqueta jeans, bem bonita por sinal. Espera, eu já havia visto ela.

“Procurei pelo réu e logo o achei. Jogado no sofá com uma taça de Martini em mãos.”

Sim, era do meu mais novo inimigo: Jon. Por impulso (um impulso muito idiota), a aproximei de meu nariz e me embriaguei novamente com aquele cheiro amadeirado do rapaz. Revirei meus olhos e abri um sorriso bobo.

Aquele moreno era diferente. Irritava-me tanto, mas tanto, que acaba me fazendo... gostar dele.

–Idiota. – sussurrei, jogando a jaqueta sobre minha escrivaninha. Iria devolvê-la de manhã. Talvez.

Peguei minha velha camisola e a vesti. Cai na minha cama, em busca de sono. Não demorou muito e eu o achei. Sorte a minha, geralmente, demorava a dormir.

[...]

“Trim! Trim! Trim!”

Passei a mão pela mesinha ao lado de minha cama, fazendo o despertador cair no chão e se desmantelar. Sorri, ainda de olhos fechados. Os abri vagarosamente e levantei-me da cama, seguindo para o banheiro. Tomei um banho rápido e logo sai, dando pequenos pulinhos de alegria. Sim, eu gostava de ir à escola. Bizarro, não?

Vesti meu uniforme (camisa, calça jeans e um all star velho) e segui para a cozinha, arrumando meus cabelos. Mas ai me lembrei de que não havia ido ao mercado... Ainda. Amaldiçoei-me pelo meu ato e voltei ao quarto, pegando minha bolsa e um casaco qualquer.

Você deve estar se perguntado: como ela não morre de fome? Vai por mim, já passei bem mais tempo se comer. Dois dias é fichinha para meu estômago forte.

Segui para a porta e logo sai do apartamento. Fui até o elevador e apertei o botão ao lado do mesmo. Balançava-me para frente e para trás, enquanto o esperava. Este não demorou muito. Adentrei-o e logo desci na portaria.

–Bom dia! – o mesmo porteiro me disse, animado.

–Ótimo dia! – gritei, seguindo meu caminho.

O sol já parecia no horizonte. Seus raios iluminavam meu cachos, valorizando-os. Minha escola não era tão longe dali. Seu nome? ECIN. Não me pergunte o que significa. Mas, pelo que vi na internet, ela parecia ser bem imponente.

Não demorou muito e logo cheguei ao grande prédio, preenchido pelas cores branca e azul. Adentrei o local, dando um leve aceno ao porteiro, que o retribuiu brevemente. Segui para a secretária, sendo orientada por pequenos pedaços de papéis grudados nas paredes do local, escritos “SECRETÁRIA” e com uma seta apontando para o local que devíamos ir.

Logo, cheguei a mesma e fui direto ao balcão. Uma moça de cabelos loiros logo sorrio ao me ver. Retribui o mesmo, procurando ser gentil.

–Olá! – ela disse. – O que deseja?

–Oi. E, eu fiz minha matrícula pela internet e me informaram que eu teria de assinar uns papéis.

–Certo. Mas são os pais que tem que assinar.

–Sou emancipada. Trouxe os documentos, se fossem necessários.

–Ok. – ela mexeu em seu computador. – Qual seu nome?

–Melanie.

–Melanie de?

–Só Melanie mesmo.

–Hu-hun. – ela digitou, rapidamente. –Achei, Melanie, transferida do Rio de Janeiro.

–Exatamente.

–Onde estão os documentos?

Os retirei da mochila e ela logo os pegou, revelando unhas grandes e bem pintadas de rosa Pink.

–Hum... – ela murmurou, enquanto analisava os papéis. – Ok. Vou pegar sua pasta. Um minuto.

Ela se levantou e eu logo tamborilei meus dedos no balcão Olhei no relógio atrás dele e percebi que havia chego cedo demais.

–Aqui. – ela me entregou uma pasta azul e papéis a parte. – Assine esses papéis e pronto.

Fiz o mandado e logo os devolvi para ela, guardando a pasta em minha bolsa.

–Certo. Bem vinda ao ECIN!

–Obrigada! – sorri. – Vou indo. Tchau.

Ela acenou enquanto eu saia da sala. Abri a pasta, e logo vi o código de meu armário. Segui a procura dele e logo o achei. Coloquei algumas coisas lá dentro, o fechei e depois segui para minha primeira aula que, pelos horários em meu pequeno pedaço de papel, era artes. Maravilha! Sintam o tom de sarcasmo em minha voz.

Sentei-me na terceira cadeira da primeira fileira. A sala estava vazia, a não ser por mim e pelas cadeiras azuladas que preenchiam o local. Retirei meu livro de minha bolsa e comecei a lê-lo. Já que eu tinha excluído música da minha vida, ler era minha melhor opção. Adorava ver como as mocinhas eram felizes e como tudo dava certo para ela. Achava bizarro isso não se ligar a realidade, afinal, o mundo não estava “melhorando”?

Logo, a sala começou a se encher de alunos. Tipicamente, apareceram àquelas alunas bizarras e metidas, os garotos idiotas que só falam asneiras, as pessoas novatas, que não falam com ninguém; e, claro, nenhum, NENHUM menino bonito! Enterrei a cabeça no livro, esperando que o querido Daniel saísse dele e quem sabe beijasse levemente minha testa.

–Bom dia, turma! – ouvi uma voz rouca falar, de modo animado.

Ergui a cabeça e logo me deparei com aquela figura baixa e sorridente. Os alunos logo se calaram, já que provavelmente ninguém se conhecia direito e não tinham muito o que conversar.

–Bom, muito bom! Adoro primeiro dia de aula por isso. – ela sorriu. – Bem, então...

–Com licença, professora. Posso entrar?

Fitei aquela figura já conhecida por mim e bufei. Ótimo, era tudo o que eu precisava.


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