Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 30
Cap. 31: Fim de Festa


Notas iniciais do capítulo

Oie! Desculpe a demora >< Mas, eu estava meio sem animação e senti falta de comentários...
Mas, enfim, ai está. Esse foi AGITADÍSSIMO! E eu narrei um pouco rapidamente, mas foi intencional, ok?
Bom, neste cap é citado uma musiquinha. É uma canção britânica, e que eu peguei a versão de um anime, pois eu precisava dela sendo bem... macabra UHAHAHAHAHAAHHA
*tosse* Então, aqui está o link dela: http://www.youtube.com/watch?v=T1ofUw4dY78
Espero que goooossstem!!!
^^



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Um jato de água saiu da torneira a minha frente. Molhei minha mão e passei-a pela nuca, refrescando a região. Queria jogar água no rosto, mas a maquiagem não me permitia. Não que eu me importasse com ela, mas Sophie provavelmente teria um treco se visse minha maquiagem borrada.

Fitei no espelho durante um tempo, e li a expressão em meus olhos.

Tédio.

Era o que eu sentia naquele momento. Sai do banheiro e segui novamente para a mesa. Eram 1hr30min da manhã, e eu já havia perdido meu sono há algumas horas. O que era bom, claro, assim eu não caía com o rosto no prato a minha frente e dormia ali mesmo.

O salão estava mais animado agora. Mal iluminado com luzes coloridas que iam e voltavam, como uma autêntica balada, várias pessoas se acumulavam no salão, dançando como se a noite fosse acabar ali. Algumas já estavam bêbadas, inclusive Lúcio, que dançava com uma mulher na faixa dos trinta anos.

Sentei-me confortavelmente em minha cadeira, e notei que Jon ainda estava lá também. Sophie e Téo já estavam na pista, o rapaz dançando timidamente.

–Não quis ir dançar? - perguntei, quase aos berros.

–Seria mal educado da minha parte deixa-la aqui. - ele gritou indiferente. - Sem contar que... já abrimos a pista. Então, por mim vou ficando por aqui... A não ser que você queira ir lá.

–Não, não. Estou bem aqui também.

Encostei-me na cadeira, e reparei nas pessoas que dançavam no salão. Sorrisos estampados em seus rostos e taças em suas mãos. Um gingado pra lá, um pra cá, e assim ela iam pela madrugada afora.

E que madrugada seria aquela...

~*~

Lá pelas 3hrs da manhã, Lúcio resolveu subir ao palco. Ajudado, claro, por dois outros homens, que riam da situação do indivíduo. Colocaram-no em uma cadeira e, a sua frente, posicionaram um microfone. Ele fez um sinal estranho com a mão, e o Dj parou a música.

–Vem. - Jon me chamou, erguendo-me da cadeira.

Nos enveredamos por entre as pessoas e chegamos a frente do palco. Eu não podia culpa-lo. Ele era filho dele.

–Eh, com licença... - o homem começou, recebendo a atenção de todos. Ele riu e colocou a mão na cabeça. - Nossa, que dor de cabeça... Wow! Acho que chega por hoje!

Todos ali riram do comentário.

–Bem, bem... Eu sempre faço festas. Vocês devem saber porque... bom, eu convido a maioria de vocês para todas!

–O que quer dizer com a maioria? - um homem alto e negro perguntou no meio das pessoas, com um sorriso no rosto e arrancando risadas novamente.

–A maioria, Fred. A maioria! - ele também riu. - Bom, como eu ia dizendo: sempre faço festas, mas... essa é uma festa em especial.

Senti Jon apertar meu ombro levemente. Eu logo entendi o dilema.

–Essa festa de hoje... é em comemoração de um retorno. Um retorno que, para mim, é muito importante.

Era possível ouvir pessoa sussurrando para Jon e dando tapinhas em seu ombro, o que deixava a nossa situação mais incomoda.

–O retorno... de um dos meus filhos. - e ele focalizou o garoto ao meu lado, sorrindo. - Jon. Eu senti sua falta, filhote.

Algumas pessoas alargaram o sorriso e voltaram-se para Jon, que também sorria. Eu repeti o ato.

–E, mais: ele ainda trouxe uma garota maravilhosa consigo. Um exemplo de garota. - e ele voltou-se para mim. - Ponha meu filho na linha, Mel. Um pedido especial meu.

Eu sorri, embargada. Um momento lindo, de fato. Mas não era a melhor hora para ele ocorrer. Sentia que Jon estava tão tenso quanto eu.

Afinal, o nosso namoro, até ali, era uma farsa, uma convivência meio forçada até.

–Então, eu agradeço por estar aqui hoje. Por vocês estarem aqui hoje. E por você - ele apontou para Jon. - estar aqui hoje. Não fuja de novo, rapaz.

Olhei para Jon pelo canto do olho, e ele sorria.

De novo.

Definitivamente, a história daquele garoto ainda era incompleta para mim.

–Bom, - ele voltou a falar. - que tal agora acender as luzes e... jantar talvez? Um jantar quase café da manhã, mas enfim.

Todos riram, ao mesmo tempo em que as luzes se acenderam. Jon relaxou, soltando meu ombro e colocando as mãos nos bolsos. As palavras de Lúcio ecoavam em minha cabeça. E, juntando as dele com as explicações de Jon, eu percebia que eu era culpada ali...

–Você está bem?

Virei-me para ele e aquiesci.

–Vamos jantar? - ele me perguntou.

–Vai na frente. Acho que vou pegar um ar.

–Tudo bem. - não o culpo por não ter questionado mais sobre minha atitude. Acho que ele estava tão... tenso quanto eu.

Só que.... por motivos diferentes.

Eu trabalhava na área apelidada de Eliminação.

Encostei-me em uma das grandes janelas do salão, meio isolada na verdade.

Eliminação dos Desnecessários. Pelo menos para meu pai eles são desnecessários.

"Ele trabalhava para o pai...", ponderei.

– V-Você matava eles...?

"A pedido do pai..."

– Se eu dizer que matei alguém, isso mudará alguma coisa?

Eu sentia que estava concluindo meus pensamentos. Meus problemas, minhas complicações.

Mas eu não tive como conclui-las.

Pois outra coisa chamou minha atenção...

Havia um guardanapo dobrado aos meus pés.

Eu não sei dizer se ele sempre esteve ali. Mas agora estava. Peguei-o, vagarosamente, e desdobrei-o.

Havia uma serie de frases escritas nele. Uma série... de versos na verdade.

–O que...? - eu comecei.

Só que, novamente, o acaso não me deixou terminar meus pensamentos.

Meus ouvidos se aguçaram. E eu pude ouvir. Era uma música. Eu já havia ouvido ela. Não em um lugar feliz. E, sim,... na casa da minha tia.

Uma canção de roda. Crianças brincariam ao ouvi-la. Mas eu não sentia que aquilo era uma brincadeira. Olhei para os lados, procurando de onde o som vinha, e notei uma caixa de som um pouco afastada de mim. Com certeza, vinha de lá.

Aproximei-me, a conta passos, ofegante. Parei em frente à mesma, e a música ainda tocava.

Então, meus olhos se arregalaram, quando eu finalmente percebi. Sentia minha garganta secar e um suor frio escorrer pela minha testa.

Ergui o guardanapo, trêmula, e li os versos, em voz alta:

Algo me diz que vais morrer...

Vais morrer...

Vais morrer...

Algo me diz... que vais morrer...

Minha bela...

E aqui, meus olhos se arregalaram ainda mais. Aquele estranho sentimento chamado “medo” se apossou de mim. E eu senti meu estômago revirar.

Minha bela... sobrinha...

Crac!

Era uma sequência de sons.

Crac! Crac! Crac!.....

Tão rápido que acho que ninguém ali pode reagir direito.

Vários lustres distribuídos pelo teto, com pedras brilhantes penduradas neles. Era o que mais chamava a atenção.

Certo, só que eles não estavam mais no teto. E sim, vindo ao chão.

Um por um.

As pessoas começaram a gritar e correr. A luz começou a piscar, deixando o local mais bizarro ainda. A maldita música ainda tocava ao fundo, quando eu finalmente acordei do transe. Os lustres do outro lado do salão, todos já estavam no chão.

Agora, os do meu lado... esses haviam começado a cair no momento.

Um atrás do outro. Eu via a morte escrita naquele guardanapo se aproximar de mim, cada vez mais perto.

Eu não sabia o que fazer ao certo. Logo, eu não medi as consequências do meu ato.

Virei-me para a janela e me atirei contra ela, estilhaçando parte do vidro, antes que o lustre acima de mim se espatifasse sobre meu corpo.

Caí em peso na relva verde e macia, sentindo cortes finos ao longo de meus braços. Conclui que havia batido com a cabeça, visto que esta doía e minha visão ficava turva.

Uma sensação próxima ao sono se apossava de mim. “Não durma!”, minha mente tentava me alertar. Mas aquilo era inevitável no momento...

Pude identificar luzes de faróis a minha frente. Era possível ainda ouvir os gritos no salão. E, eu tinha quase certeza que podia ouvir ainda alguém chorando...

E, antes que minha visão escurecesse e eu adormecesse ou morresse ali, eu ainda pude concluir um vago pensamento que martelava em minha mente.

“É, Mel.”, pensei “ Sua tia é capaz de matar


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Notas finais do capítulo

Então? Tenso XD
Espero coments =D