Reprise Sa Chanson... escrita por Very Happy


Capítulo 23
Cap. 24: Relação Conturbada


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Então, por mais que eu tenha recebido só um coment, eu estava animada a escrever. Então, escrevi ^^
Espero que gostem =D



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Tec tec tec tec tec...

Parei minha mala brutalmente, irritada. Arranquei aquele maldito crachá que estava preso nela e amarrei em outro lugar.

– Que ódio... - murmurei, levantando-me novamente.

Olhei para os lados e logo avistei Jon, bem mais a frente do que eu. Respirei fundo e acelerei o passo para me juntar a ele.

O clima entre nós estava tenso. No carro, não trocamos uma palavra. Ele estava zangado, e eu confusa. Ok, ele entendeu toda a minha vida e me apoiou, mas pedir para eu entender tão rapidamente que ele matou uma pessoa não é demais?

–... passagens para Londres, no próximo voo, por favor. - Ouvi-o dizer a balconista, enquanto me aproximava.

– Eu pago a minha. - falei, remexendo minha bolsa atrás de minha carteira.

– Não precisa. - Respondeu rispidamente, passando o dinheiro para a mulher atrás do balcão. Ela pareceu confusa, mas logo se recompôs. "Ótimo, além de me odiar, ainda me deixa envergonhada.", pensei.

Logo que conseguiu as passagens Jon passa por mim, me ignorando. Como uma "boa menina", eu fui atrás dele. Passamos por aqueles infelizes detectores de metais e seguimos para o saguão de embarque. Sentei-me, cansada de arrastar aquele mala velha.

– Vou pegar algo para comer. Quer algo? - Jon perguntou, rapidamente.

– Não, obrigada. - falei, procurando meu celular em minha bolsa.

Logo, o achei e disquei o número de Thiago. Enquanto chamava, notei que Jon estava conversando com a mulher do caixa da lanchonete mais próxima.

– Ora, seu...

– Alô?– ouvi a voz do outro lado da linha.

– Alô, Dr. Thiago? É a Melanie.

– Ah, oi, Mel. Como vai? Já está em Londres?

– Na verdade não. Tive umas complicações no caminho...

– Algo com que eu deva me preocupar?

– Não, não. Nada demais... - Passei a mão por meus cabelos. - Mas, enfim, quanto a Helena...?

– Ah, ela já está a caminho. Dependo da hora que você embarque, vocês chegaram na mesma hora.

– Que boa notícia! Espero me relacionar bem com o novo Doutor dela.

– Sem dúvidas, você vai.

– Espero... Bom, tenho que ir. Até mais!

– Até, Mel. Qualquer coisa me ligue!

– Ok.

Guardei meu celular na bolsa e encostei-me no banco. Minha cabeça estava levemente dolorida, talvez efeito do stress. Minha pálpebras pesavam, mas prometi a mim mesma que esperaria chegar no avião. Enquanto isso, eu estava pensativa. Essa viagem... A casa de Jon... Será que seria mesmo bom? Afinal, não sabia exatamente até quando ficaríamos nesse impasse. Mordi meu lábio inferior, atônita.

Logo, aquela vozinha bem ensaiada anunciou meu voo. Peguei minha pequena mala (deixemos claro que eu tinha outra, mas que já havia sido despachada) e segui para o balcão. Nem esperei Jon. Afinal, não demorou muito e ele já estava ao meu lado. Entreguei minha passagem para um homem robusto e segui para dentro do avião.

"E-3, E-3, E-3...", procurava minha poltrona, passando os olhos pelas várias a minha frente. Logo que a encontrei, enfiei minha maleta do compartimento superior e reparei no corredor do avião. Várias pessoas se espremiam para chegar em seus lugares, e logo adiante avistei Jon, bem mais a frente que eu enquanto guardava sua mala para se sentar. Franzi o cenho. Lugares diferentes?! Jura?! Que infantilidade! Bufei e sentei brutalmente em meu lugar, perto da janela.

– Idiota... - sussurrei, um pouco mais zangada.

Logo, senti meu celular vibrar em meu bolso traseiro. Peguei-o e vi que era uma mensagem, de um número desconhecido. Abri-a e li o conteúdo:

Você, sozinha, já estraga tudo.

Número errado. Foi a primeira coisa que eu pensei. Mas depois, como uma infeliz recaída, me bateu um sentimento de medo e desconhecimento. E se não fosse um simples número errado? E se aquela mensagem fosse realmente para mim? E se fosse....

Meu Deus.

Arregalei os olhos e sentir minhas mãos tremerem. Me levantei imediatamente, ignorando a irritação da pessoa ao meu lado e segui para o banheiro do avião. Pouco me importava se estávamos decolando!

Abri a porta e apoiei-me na pia, enquanto tentava inutilmente ligar para o número desconhecido. Para variar, isso não deu certo. Suspirei vencida, mas ainda preocupada.

– Isso definitivamente não foi um engano - Murmurei para mim mesma.

Sai do banheiro e segui para meu lugar com um pouco mais de calma. Pedi desculpas atrasadas para meu companheiro de fileira, que resmungou qualquer coisa e virou para o lado, a fim de dormir. Sentei-me e virei para a janela. Havia poucas nuvens naquela noite. Pelas minhas contas, chegaríamos a Londres de manhã cedo.

Londres...

E pensar que ela já foi minha cidade dos sonhos... Já havia pensando várias vezes em ir lá. A passeio, e não quando se está fugindo de sua tia sanguinária!

Pesquei meu celular de minha bolsa e conectei meus fones no mesmo. Coloquei Roar da Katy Perry para tocar. Encostei-me no banco, vendo pelo canto do olho que meu companheiro de fileira já dormia. E babava. Afastei-me um pouco e novamente voltei-me para a janela. Vendo a lua e as estrelas lá fora, e ainda imaginando o que mais poderia acontecer, acabei adormecendo ali mesmo.

E claro, meu celular não poderia deixar de descarregar.

–--

– Senhorita...? - ouvi uma voz ao longe. Procurei ignora-la, afinal, quem me chamaria de "senhorita"? - Senhorita... - Ok, talvez uma aeromoça.

Despertei assustada, e acabei assustando-a também.

– Sim? - perguntei, sonolenta.

– Já pousamos.

– Como? - perguntei, olhando pela janela, identificando uma pista de voo. Suspirei e levantei-me. - Desculpe, acho que dormi demais... - reparei que o avião já se encontrava vazio. Nem Jon estava lá!

– Certamente... - Ela sorriu compreensiva. Com certeza não era a primeira vez que lidava com isso.

Peguei minha maleta e acenei levemente para ela enquanto me retirava dali. Coloquei meus óculos escuros, visto que eu devia estar de olheiras.

Cheguei ao saguão e comecei a puxar minha mala de rodinhas. Procurei a "esteira onde nos amontoamos para conseguir pegar nossas malas amontoadas" e, assim que a achei, segui para a mesma.

Você deve estar se perguntando: e Jon? Eu não sei! E não estava nem um pouco afim de procura-lo...

Achei minha mala rapidamente, identificando aquele infeliz crachá. Puxei-a dali e, como sou muito sutil, bati-a em alguém. Me virei rapidamente para trás para pedir desculpas e encontrei quem tanto não procurava.

– Desculpa. - falei baixo, já começando a andar.

Jon seguiu ao meu lado, em silêncio. Aquilo ia ficar cada vez mais complicado. E eu tinha certeza disso.

Pegamos o primeiro taxi que vimos e Jon passou o endereço para o taxista. Eu me limitei a encostar a cabeça no banco e olhar pela janela. Nem podia ouvir música, já que meu celular não tinha bateria alguma. Logo, fiquei vendo as paisagens que corriam lá fora.

Londres, era de fato uma bela cidade. Salvem a Inglaterra! O clima frio que estava ali não me afetava, visto que ele era até agradável e o filete de luz solar que passava pelas nuvens nos esquentava um pouco. Os britânicos pareciam muito satisfeitos com ele, o que não me surpreendeu, visto que o que eu mais queria ver na cidade era a neve.

Jon ia conversando tranquilamente com o taxista. Eu não entrei na conversa, até porque eu sabia que se eu começa-se a falar ele se calaria. Até pensei em suspirar, mas isso definitivamente chamaria a atenção.

Andamos por longos minutos, até sairmos da cidade. Mas, nem tanto, visto que seguimos por um caminho arborizado e encantadoramente verde. As árvores ali me fascinavam!

– Aqui. - ouvi Jon falar ao motorista, indicando um caminho a esquerda.

Seguimos pelo mesmo e logo nos deparamos com uma portão grande e imponente, banhado, pelo o que eu previ, de prata. A diante, víamos mais árvores, mas eu tinha certeza que haveria uma casa atrás destas.

Jon saio do carro e se dirigiu ao portão. Levou o indicador até a parede, onde parecia ser uma campainha, e esperou. Não demorou muito e um senhor alto e grisalho se aproximou. Pelos trajes, supus ser um mordomo. "A família dele deve ser bem rica...", pensei.

O homem, a principio, estava hesitante. Mas, assim que viu Jon, parou e abriu um sorriso de orelha a orelha.

– Sr. Blacked! - pude ouvi-lo gritar.

– Sebastian! - Jon gritou em resposta, enquanto o outro se aproximava e abria o portão.

– Ele parece ser bem rico... - ouvi o taxista falar.

– Provavelmente. - falei, desanimada. - Bom, acho que ficamos por aqui. Talvez chovam mordomos para carregar nossas malas.

O homem riu, enquanto eu descia do carro e me dirigia ao porta malas. Peguei minha maleta e quando ia pegar minha mala, uma mão surgiu e a pegou antes. Logo que virei, me deparei com Jon e com o... Sebastian.

– E quem é esta adorável jovem? - ele perguntou, sorridente.

– Melanie. - falei, retribuindo o mesmo.

– Sua amiga, Sr.?

Jon de prontidão juntou-se a mim, passou o braço por meus ombros e sorrio, assustando-me.

– Na verdade, minha namorada.

Não posso deixar de perder a oportunidade de esclarecer aqui, e agora, que essa palavrinha mágica mexia comigo. Ainda mais vindo da boca de Jon, que a completava com sua voz rouca e... hipnotizante. Logo, me resumi a sorrir, como qualquer garota envergonhada faria.

– Oh, então mais um na família vai se casar?

– Casar?! - quase me engasguei.

– Quem vai casar? - Jon perguntou.

– Oh,... o senhor não sabe... Bem, vamos entrar. Estão todos em casa, menos o seu pai... Acho que eles contaram melhor a notícia a vocês.

Logo, ele se dirigiu para o local, rapidamente. Jon tirou o braço de meus ombros e pegou sua mala, batendo o porta malas.

– Isso não muda nada certo? - perguntei.

Ele me olhou momentaneamente e seguiu para a porta do taxista.

– Pergunta errada, Mel... - sussurrei, dirigindo-me, em passadas lerdas, para dentro do local.


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