Um dia antes do festival que acontecia em Konoha...

A sala do patriarca do clã Hyuuga estava em um silencio incomodo dês que sua primogênita havia se retirado. Ele encarava o senhor a sua frente, pela aparência devia ser algumas décadas mais velho. O viu se ajeitar na almofada em baixo dos joelhos e coçar as costas.

– É um belo escritório. – falou simplesmente, olhava atento cada metro quadrado. – Poderia pintar as paredes com cores mais alegre...

– Shinji, certo? – o viu assentir com um aceno rápido de cabeça. – Gostaria de saber sobre o treinamento de Hinata. Como já deve ter percebido, ela não tem muitas habilidades ninjas, é fraca e gentil demais. – Hiashi continuava com a face séria sem mostrar sentimentos, mas só ele sabia como doía aquelas palavras, Hinata era da Souke, devia dar o exemplo.

– As habilidades dela eram realmente razoáveis, mas Hinata nunca foi fraca. – se remexeu na almofada angustiado, depois de conhecer melhor a Hyuuga, ela era uma pedra preciosa para o velho Shinji. – Como vocês avaliam o potencial de seus ninjas? Alguma luta interna com alguém do clã ou é redirecionado a Hokage?

– Nós mesmo avaliamos. – disse Hiashi colocando o pratinho junto com a xicara na mesa. – Depois recorremos ao governador da vila.

O velho se esgueirou pondo as mãos espalmadas na mesinha, fazendo um leve barulho.

– Escolha qualquer oponente! Eu dou minha palavra que Hinata o vencerá! – sorriu ao ver o líder o olhar surpreso.

[...]

– Tropa cinco e seis posicionadas no portão sul de Konohagakure, Hokage-sama.

– Hai, hai. Mande noticias de qualquer situação suspeita. – Tsunade continuava alegre bebendo seu saboroso suco. Apesar de o festival estar rolando alegremente, segurança era essencial.

Sorria aos cumprimentos dos amigos e habitantes da vila.

– Tsunade-sama, pare de colocar sake nesse suco!

– Aah Shizune, hoje é dia de comemorar. Me esquece um pouquinho, né! – disse a hokage cruzando os braços, queria se divertir.

– Tudo bem, só por hoje. – Shizune a viu acenar alegre e sair em disparada para qualquer barraca de bebida. – Tonton, se ela entrar em alguma daquelas rodas de aposta me avise.

O porquinho saltou dos braços de Shizune e seguiu Tsunade.

[...]

Hinata estava em uma barraca de acertos de bola, olhava atentamente os brindes, viu um peixinho dourado nadar em um pequenino aquário, devia acertar o numero máximo de bolas para levá-lo para casa.

– Eu acerto pra você. - estava tão concentrada no peixinho tocando de leve o aquário que não percebeu a presença do rapaz.

– Nã-não precisa, Sasuke-kun. – tentou tomar as bolas de tênis das mãos do Uchiha, que levantou os braços.

– Eu insisto.

– Eu também insisto Hinata! – disse Naruto tomando algumas bolas de Sasuke que o olhou feio.

– Quando que ele apareceu? – pensou ao vê-lo brigar com o Uchiha.

– O que você quer aqui? – rosnou Sasuke empurrando Naruto para fora da barraquinha.

– Eu também quero ficar aqui! – falou decidido, cruzando os braços.

– Rapazes acalmem-se, todos podem jogar! – dizia o velhinho corcunda dentro do pequeno estabelecimento.

– Eu vou ganhar esse peixe pra você Hinata. – disse Naruto mostrando seu melhor sorriso.

– Aqui esta o peixe senhor, parabéns! – disse o velhinho dando o peixe a Sasuke, ele já havia acertado todos os buracos da parede em uma tacada só.

– Toma. – ele ergueu o aquário perto do rosto da Hyuuga que sorriu ao ver o amiguinho nadando.

– EEEEH? NÃO VALEU TEBAYO! TIO TEM OUTRO PEIXE AÍ?

– Arigatou, Sasuke-kun.

– Desculpe, aquele era o único.

– MASAKA!

– Eu vou procurar alguma coisa pra comer. – disse tímida enquanto andava.

– Eu vou com você. – Sasuke se pronunciou, iria andar para perto da morena, se ela não tivesse sido arrastada por um loiro extremamente raivoso.

– Na-naruto-kun, calma!

– VAMOS HINATA! VAMOS PROCURAR OUTRO PEIXE PRA VOCÊ!!! - falou decidido, andando rápido, olhou pra trás e sussurrou para o outro rapaz: - Fique longe.

– É um dobe mesmo. – falou Sasuke encarando o casal que se perdia na multidão. – Isso não vai ficar assim.

Sakura que estava atrás dos amigos ficou observando e analisando a pequena cena que faziam. Naruto estava brigando e reclamando com Sasuke, o que era normal. Hinata estava vermelha, o que também era normal. Mas o Uchiha estar agindo daquela maneira por uma menina, era quase inimaginável!

– Sasuke-kun...

[...]

Andava arrastada, tropeçando e esbarrando nas pessoas. Mas ver sua mão envolvida com a do Uzumaki era algo que a fazia extremamente feliz. Ficou encarando as mãos entrelaçada por um tempo, ate bater a cabeça nas costas do loiro que havia parado bruscamente.

– Algum problema, Naruto-kun? – perguntou ao vê-lo virar e a encarar.

– O que a gente ia fazer mesmo?

– Acho que você disse algo de conseguir outro peixe... – ela falou com uma sobrancelha levantada, ele era mesmo lerdo.

– Ah! É verdade! Vamos, eu vou conseguir um peixe muito mais bonito que esse aí pra você Hinata! – e voltando a andar ela se deu conta da pequena competição entre os amigos, o que ela estava fazendo ali? Ele não a menosprezava? Não a achava fraca?

O olhou pelo canto dos olhos. Naruto era um rapaz lindo, mas ela prometeu a si mesma que o esqueceria e o evitaria. E andar de mãos dadas estava contra seus novos princípios.

Desvencilhou rapidamente das mãos másculas e parou de andar, o viu parar também e a olhar confuso.

– Tudo bem Hinata? – ele perguntou preocupado a vendo acenar positivo. – Então vamos! – tentou pegar a mão desocupada dela, mas ela recuou.

– Eu tenho coisas importantes a fazer, a gente se vê depois. – ela não o olhou nos olhos. – Ja ne.

Naruto ficou parado na multidão de pessoas alegres, a viu desaparecer. Estava com o coração apertado, queria chama-la de volta, queria ganhar um peixinho pra ela, queria poder tocar naquelas mãozinhas tão macias novamente.

Suspirou baixo e coçou a cabeça, estava aflito. Aquilo tinha sido uma rejeição? Ela não queria ficar perto dele? Ela ainda o amava?

– Naruto!

– Ah, oi Reika. – disse desanimado, ainda encarando por onde Hinata tinha ido.

– Procurando alguma coisa? – ela também olhou para mesma direção. Reika tinha os cabelos curtos azuis, olhos negros e pele branca. Era bonita.

– Não. – Naruto olhou para moça ao seu lado. – ‘Ta gostando do festival?

– Isso aqui ‘ta incrível! – de repente a viu ficar vermelhinha. – Você não quer andar por aí comigo?

– Gomen, meus amigos estão me esperando. – ele sorriu amarelo, não queria decepcionar a moça, mas não iria se sentir bem andando com ela por aí. – Eu já vou indo nessa. – e se afastou acenando com a mão.

[...]

– Tatsunaga vamos logo! – disse o esquisito de cabelos verdes enquanto puxava o amigo.

– Calma Masashi, eu vou conseguir acertar o patinho amarelo!

– Você ‘ta aqui há quase duas horas e não conseguiu acertar nada! Aceite que é um perdedor e vamos embora!

– Hai, vamos então.

– Ele aceitou rápido..!

Andavam ao encontro do líder da viagem, ele estava perto do palco das bailarinas exóticas, segurava um copo de bebida enquanto apreciava a dança.

– Sabia que o encontraria aqui Jun, meu sangue é seu sangue afinal. – falou o desconhecido se sentando ao lado do rapaz, vendo as bailarinas exalar luxuria.

– Shinji-sama! – exaltaram-se os amigos de Jun que chegavam ao local.

– Oto-san... Quanto tempo não o vejo.

– Alguns anos não é? – Shinji sorriu nostálgico, o filho estava mais maduro e bonito. Rapidamente passou uma lembrança dele criança em seus pensamentos.

– É. Sabe velho, espero que não venha me encher com aquela falação de voltar para o clã e ser treinado por você por q... Você ‘ta chorando?

– Gomen, é que você cresceu tanto! – o pobre senhor não conseguia segurar as lagrimas, e acabou estragando o momento que tinha ensaiado tanto.

– Tatsunaga, faça alguma coisa! – Masashi falou cutucando o amigo.

– Eu não lembro de nenhuma piada...

Shinji se levantou do banco encarando o filho com seriedade, estava decidido.

– Pare de me olhar assim, você assusta! – reclamou o filho também se levantando.

– Eu quero te desafiar para uma luta, Jun. – disse o Takiwa mais velho. Reparou que o filho ficou assustado, mas logo voltou a ficar com a feição calma.

– Você quer lutar comigo? Não acha que ‘ta muito velho? – gargalhou maldoso.

– Você não irá lutar comigo, lutará com ela! – apontou para a moça que corria ao seu encontro.

Ele reconhecia aquela garota de algum lugar...

Ela era muito familiar...

Finalmente quando ela estava a poucos passos de seu pai, ele se lembrou.

– VOCÊE!?