Uma Esperança escrita por Mileide


Capítulo 2
Desnecessário


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho mas cheguei!!
Boa leitura Minna ^-^



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O dia amanhecia limpo de nuvens no céu, era apenas a imensidão azul. Hinata já corria por entre as arvores desde a madrugada, estava ansiosa para chegar ao pequeno sítio que era exclusivo do clã Hyuuga, ficava a poucos quilômetros da capital da nação do Arroz. Não havia levado muita coisa apenas roupas e utensílios pessoais, já que o casarão era totalmente mobiliado.

Estava a quase seis horas correndo, vasculhou um local apropriado para descansar com o Byakugan. Havia um lago a poucos metros de onde estava, rodeado de pedras grande e arvores frutífera, era um bom local para acampar, o mato denso ajudaria a se esconder e colocar armadilhas. Mas naquele momento, ela só precisava encher seu cantil e lavar o rosto.

Agachou-se na beirada do lago jogando sua bolsa numa pedra e olhou seu reflexo na água límpida, pensou e repensou tudo que havia acontecido até aquele momento. Lembrou que desde pequena era encantada por Naruto e de como ele mexia com seu coração. Na adolescência a mesma sensação quando o via, e agora na juventude, tentaria mudar seu destino amoroso. Suspirou cansada fechando o cantil, levantou espichando os braços e se curvou um pouco pra trás, mas rapidamente pulou em uma arvore escondendo o chakra.

Será que me viram?! – pensou apavorada ao ver três homens de porte médio entrar em seu campo de visão. Amaldiçoou-se mentalmente por ter deixado a guarda baixa. Céus! O Byakugan servia pra quê?

– Ei ei, que tal um banho? Ta um calor desgraçado hoje! – falou um dos homens já tirando a blusa.
– Matte Tatsunaga, olha aquilo ali. – falou um esquisito de cabelos verdes apontando para a bolsa encostada na pedra.

KUSOO! – pensou desesperada, ela era o que? Uma idiota? Havia deixado a guarda baixa duas vezes em apenas um dia. Ela queria morrer, era a única razão.

– Alguém deve ter esquecido... – dizia o esquisito se aproximando, abrindo o zíper da bolsa e tirando os pertences da Hyuuga, um por um. – Uma garota... – disse com um sutiã na mão – Kunoichi.

Pensava rapidamente em alguma estratégia, poderia fugir, eram três e ela estava sozinha. Ou poderia atacar um a um, usando sua habilidosa pontaria os acertaria da onde estava se não tivesse deixado os pertences ninjas dentro da bolsa... Francamente, que tipo de ninja ela era? Terceira mancada do dia.

Mas seus pensamentos desapareceram com um zumbido de kunai passando perto do seu rosto, seu coração parou na mesma hora, ficou tão assustada que demorou alguns segundos a piscar e respirar.

– Me acharam... Droga.

– Ei garota, pensou que poderia se esconder ate quando? Sinto seu chakra a quilômetros! – falou o ultimo do trio, que se mantinha calado até aquele momento.

[...]

Estava deitado na cama com os braços em baixo da cabeça, pensando em como tinha sorte, pois podia ter todas as mulheres de Konoha que quisesse, podia sair com uma diferente a cada noite. Todo dia uma lhe chamava para sair, deixavam recadinhos e até pagavam missões para tê-lo por perto. Depois da ultima guerra, muita coisa havia mudado.

Mas havia uma. Uma única mulher, que ele não conseguia ultrapassar a barreira da amizade. E como ele desejava e ansiava que pelo menos uma vez na vida ela o visse não só como um amigo, colega de time ou irmão. Mas o visse como um homem, o homem bonito, desejado e o herói que ele havia se tornado, agora com seus dezoito anos.

Como era possível que todas as outras mulheres conseguiam enxergar esse outro lado?

E como um acender de luz, as respostas de sua pergunta veio com a lembrança de Sasuke. Aquele que era seu amigo, colega de time, irmão e acima de tudo seu maior rival.

Deixou de lado aquela confusão sentimental e se dirigiu ao Ichiraku, estava faminto e já era quase hora do almoço.

– Hey Naruto! Sente-se conosco. – chamou um rapaz animado batendo em um banquinho na bancada do estabelecimento.

– Yo Kiba, Shino. – cumprimentou sentando-se. – Faz um tempo que não os vejo.

– Sabe como é, missão o tempo todo. Principalmente depois que me tornei Jounnin. – falou o Inuzuca com um tom convencido.

– Eu sou Jounnin e não vivo em missões o tempo todo, Kiba. – respondeu Naruto provocando o companheiro que sentiu seu orgulho ferido.

– Mas vamos analisar, existem Jounnins importantes e Jounnins que... Bom, apenas Jounnins. – Falou o olhando, comparando a diferença entre os dois.

– Esta querendo insinuar alguma coisa Kiba? – se controlou ao maximo. Não adiantava, sempre que estavam juntos discutiam.

– Eu não citei nomes. – ele disse dando de ombros, sentindo seu orgulho colocar um bandeid na ferida. – Itadakimasu! – falou pondo um ponto final na discussão, e começou a comer seu ramen.

– Itadakimasu. – disse sem emoção, pegando os hashis e devorando a comida.

Shino já havia começado a comer há algum tempo.

– Será que a Hinata ‘ta bem? Devia ter pedido pra ela mandar uma carta quando chegasse. – comentou Kiba pensativo.

– Não se preocupe, ela esta bem. Ela é uma ninja muito forte. – falou Shino tentando confortar o amigo.

– Do que estão falando? – perguntou o loiro antes de engolir o macarrão dos hashis.

– A Hinata saiu da vila para treinar.

– Treinar? Mais ela não estava incapacitada de treinar por uns tempos por causa da rebelião?

– Ela já esta melhor. Hinata é uma garota impressionante, ela não desiste das coisas que coloca na cabeça, decidiu treinar fora e não conseguimos fazê-la mudar de idéia. – respondeu sorrindo de lado, Hinata era um dos seus objetivos para alcançar, queria ser decidido igual a ela, queria ter a determinação dela, queria poder nunca desistir como ela. A jovem era um livro de ensinamentos para Kiba, a cada dia ela se mostrava mais determinada em conseguir o que queria e isso sempre o encantava.

– Mas qual o motivo dela ter saído assim? – perguntou o Uzumaki temendo qualquer resposta.

– Ela não falou, mas seja qual for eu sei que ela vai resolver. Hinata é incrível!

Droga, aquela sensação de culpa havia voltado, estava se sentindo mais uma vez culpado pela reação da Hyuuga. Teria sido pela conversa de ontem que ela tomara essa decisão tão repentina? Ou seria para tentar esquecê-lo? De uma coisa ele tinha certeza, a culpa era dele.

[...]

Não havia saída, desceu com habilidade da arvore flexionando os joelhos ao encostar-se ao chão, estava cercada, teria que lutar. Pensou em Shino, ele com certeza teria um plano em mente, Kiba era impulsivo demais nessas horas, mas precavido; e ela? Ela era... Bem... Ela era a protegida.

Analisou cuidadosamente seus inimigos, eram todos jovens, com armas ninjas. Apesar de ter evoluído consideravelmente no passar dos anos, lutar com uma equipe era problemático e cansativo.

– Oh! Eu conheço esses olhos! Onde eu os vi mesmo... Konoha! Isso, isso, foi em Konoha! – falou o rapaz agitado que segurava uma camiseta nas mãos.

– Byakugan do clã Hyuuga de Konoha. Um par de olhos desses vale bastante no mercado negro... – Hinata gelou com o comentário, seu pai a tinha avisado. O que faria agora? Tentava a todo custo manter a pose seria e potente de um Hyuuga, mas a tremedeira de suas mãos não ajudava. A verdade é que estava APAVORADA!

– Jun-sama, o que faremos? – perguntou o esquisito de cabelos verdes.

O tal Jun andou a passos lentos em direção a Hinata, seu olhar não transparecia nada.

– Fique longe! - brandiu Hinata colocando-se em posição de ataque. Ele não a obedeceu. Ativou sua linhagem sem selos, forçando os olhos.

– Interessante... – ele falou a quase dois metros de distancia. – Você exala medo por todos os poros de seu corpo garota, mas mesmo assim se põe em posição de luta. – Ela o olhou, analisando sua corrente de chakra, era concentrado e denso. Ele era forte, ela tinha certeza.

Droga, eles conhecem meu estilo de luta... – pensou desanimada, Jun ainda a olhava esperando alguma reação.

Suspirou frustrada, teria que dar um jeito naquela situação. Concentrou chakra nas mãos, começaria com rapaz a sua frente. Abriu seu campo de visão para dez metros, desse modo poderia vigiar os possíveis movimentos dos outros inimigos.

Correu em direção ao inimigo, travando uma batalha de taijutsu. Jun desviava com dificuldade dos movimentos Hyuuga, alguns pegavam de raspão em seu tórax e abdômen. Já Hinata não deixava oportunidade dele revidar. Depois de longos minutos conseguiu acertá-la com um chute, fazendo-a rolar até bater em uma arvore.

– Itai, itai! – gemeu ao perceber seu dedo mindinho da mão esquerda estar deslocado por causa da queda, fez uma careta de dor ao colocá-lo no lugar. – O taijutsu dele não é tão eficaz, provavelmente tentará algo a distancia... Se eu conseguisse fechar os tenketsus dos braços ele não conseguiria passar chakra pelas mãos e seus golpes ficariam mais fracos... – pensou Hinata levantando e voltando a posição de luta. – Preciso analisar mais, talvez seja melhor deixá-lo atacar.

Jun esperou a Hyuuga se levantar e rapidamente correu em sua direção preparando alguns selos, surgiu um chicote de água em sua mão direita, mirou em sua direção acertando o tronco que havia atrás de Hinata, ela havia pulado em um dos galhos da arvore.

Suiton... Que sorte. – Pensou aliviada, metade dos seus jutsos tinha uma grande dominância com a água. Ouviu um baixo ruído de galhos secos sendo pisado, dessa vez não baixaria a guarda, vigiava atentamente os companheiros do rapaz. Percebeu que os dois já tinham kunais em mãos.

Jun tossiu forte tapando a boca, viu em suas mãos gotas de sangue. Seu corpo estava dormente na região abdominal.

– Mas como? – perguntou atordoado, lembrou que na luta que travaram com taijutsu ela quase o acertara. Só com raspões ela havia danificado um órgão interno. Já tinha ouvido boatos sobre o clã Hyuuga, eram conhecidos por serem os mais fortes de Konoha, o taijutsu era impecável! – Essa garota... Preciso ter cuidado. – pensou enquanto lançava o chicote mais uma vez.

Hinata deixou ser atingida uma vez, para saber a potencia do ataque. Voou levando duas arvores de troncos frágeis consigo. Levantou em um mortal limpando a boca que corria um filete de sangue e correu na direção do adversário. E como esperado ele novamente lançou o chicote, enviou uma quantidade de chakra necessária para conseguir pegar o ataque no ar.

– Funcionou! – sorriu ao ver o rosto de espanto de Jun.

– Como...?

Ela puxou com todas as forças a água envolvida em energia do rapaz surpreso, o trazendo a força para perto. Com a outra mão distribuiu um glorioso Jyuuken em seu estomago arremessando-o longe.

– JUN-SAMA! – gritou Tatsunaga.

[...]

Odiava fazer compras, tinha passado a noite anterior planejando sua lista, sempre levando em conta o que precisava e o que achava desnecessário. Empurrava o carrinho pelo estabelecimento procurando o local de frutas e verduras. Quando de repente olhou de canto de olho um pacote delicioso de batatinhas.

Tentou passar reto sem dar importância. Mas parou ao virar o corredor, voltou com passos largos encarando os pacotes como uma presa. Era um item desnecessário, mas preciso para sua idade. Pegou nove sacos e jogou no carrinho.

Finalmente havia chegado à seção de frutas e verduras, revisou mais uma vez a lista e se dirigiu a bancada de laranjas, escolheu uma dúzia qualquer e arremessou no carrinho de compras, entupido até aquele momento de doces e salgadinhos.

– Sasuke-kun! – virou a cabeça para ver quem o chamava deparando-se com Sakura.

– Ah... Oi. – ele falou e voltou a empurrar o carrinho, não dando a mínima para a moça que o olhava frustrada.

Era sempre assim, tinha a pequena impressão que ele não a queria por perto, desde crianças ele a tratava daquela maneira, então não se importou de segui-lo.
Sorriu ao vê-lo coçar a cabeça inquieto, tentando escolher um cacho de bananas.

– Leva esse aqui. – ela mostrou um cacho amarelinho e maduro.

– Não pedi sua ajuda. – falou grosseiro pegando o que ela oferecia.

– Então por que aceitou as bananas que eu escolhi? – falou vitoriosa, o viu andar e murmurar um audível “hunf”. – Certo, vamos para as uvas agora. – sem permissão, ela pegou a listinha mal feita e o carrinho de compras.

Como ela conseguia ser tão irritante? Céus, será que ela não percebia que ele queria ficar sozinho? O Uchiha quase deu meia volta para sair daquele lugar, Sakura conseguia encher sua paciência.

– Você prefere as uvas docinhas ou as azedas?

– Pensei que soubesse tudo sobre mim.

A rosada ficou com as bochechas vermelhas com a revelação, ela realmente sabia tudo sobre ele. Ele era o primeiro e talvez único amor que tinha. E sem dizer nada, escolheu uma bandeja de uvas azedas e depositou no carrinho. Sasuke levantou as sobrancelhas surpreso. Ela havia acertado.

[...]

Estava em posição de ataque, os outros dois inimigos vinham em sua direção para um combate. Tinha que fazer alguma coisa, não conseguiria lutar contra dois de uma vez, estava cansada, não fazia sentido continuar numa luta que não a favorecia. Não sabia os métodos que os outros rapazes utilizavam, seria uma falta de tempo e energia continuar ali. Colocou a mão no bolso da calça, pegando duas bombas de fumaça. Esperou chegarem mais perto e as explodiu tacando-as no chão. Rapidamente com o byakugan ainda ativo localizou sua bolsa e recuou o mais depressa possível.

Correu sem rumo durante um tempo, sempre usando seu doujutsu para não ser pega desprevenida.


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Notas finais do capítulo

Criticas e sugestões serão muito bem vindas
Desculpe o atraso, estava de mudança. Mas agora postarei com mais frequencia ok?
Beijos! Ja neee õ/