Saint Seiya Memórias: História Oculta Do Santuário escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 75
Livro 2 :: Dualidade - Ato 28


Notas iniciais do capítulo

O nascimento de deusa leva o Grande e a Alta-sacerdotisa tomarem uma difícil decisão, tanto quanto o sucessor do Patriarcado do santuário de Athena.



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Após uma semana de lutas promovida pelo torneio em comemoração à Panatenaia, Cavaleiros tomavam a arena do anfiteatro, cada qual com suas indumentárias de Bronze e Prata enquanto os Cavaleiros de Ouro tomavam lugar frente ao grupo que passariam liderar a partir dali. Aspirantes e soldados tomavam as arquibancadas, todos ansiosos para um pronunciamento espetacular do Grande Mestre que estava além do fechamento oficial dos jogos.

As lutas que decorreram ao longo da semana reconheceram novos Cavaleiros a tomar as Casas nos Templos Zodiacais. Embora não fossem estranhos para muitos aspirantes, suas lutas sim surpreenderam pela sua versatilidade e intimidação.

Áries ainda se manteria vazia, embora todos imaginassem que o primeiro templo seria ocupado pelo pupilo do Grande Mestre que se mostrava herdeiro do Carneiro Dourado. No entanto, sua ausência nos torneios, embora questionada, foi adiado por conta de número de combatentes naquele período.

A verdade era que Mu ainda respondia por sua infração com relação às armaduras sagradas, sendo possível sua prova somente no ano seguinte.

Touro foi ocupado por aquele que se chamava Aldebaran, gigante como a estrela de sua constelação. No entanto, tão grande em força também tinha de coração para com o próximo. Foi ele o responsável de ajudar na contenção da barragem que poderia inundar a parte mais baixa de Rodório há alguns meses quando uma forte chuva caiu sobre o Santuário, e até onde se sabe ajudou na reconstrução da região removendo as grandes pedras que deslizaram naquela noite.

Na arena, conteve seus golpes mesmo contra outro gigante como ele, mantendo seus braços cruzados. Apesar do tamanho, mostrou-se ágil e rápido o bastante para golpes, o que levou muitos a questionarem sobre como aquilo seria possível. Mais que força, foi provada sua compaixão para com seu oponente ao levá-lo para Fonte de Athena para cura de seus ferimentos após enterrá-lo no chão com seu golpe.

A mesma compaixão não se viu com aquele que ocuparia, a partir de então, o Templo de Câncer. A sua presença da arena por si só intimidou a tudo e a todos. Aqueles nas primeiras fileiras afirmaram terem sentido arrepios que não lembravam das noites frios que se abatem no Santuário, mas como se alguém tocasse em suas almas. Mesmo aqueles nos níveis mais altos sentiram-se ‘incomodados’ com a presença daquele homem que adentrou calmo e com um sorriso desdenhoso para com seu oponente enquanto tudo parecia nublar sobre a arena.

De repente, seu oponente caiu, desfalecido, enquanto ele apenas observa calado, circulando-o como um predador estudando sua presa. O vento que cortou o anfiteatro assobiou de modo a assustar a todos que saltavam temerosos nas arquibancadas. Até aquele, antes caído, levantou-se assustado e afastou-se de Mephisto com olhar de terror, apontando em sua direção, enquanto dizia ver “a Máscara da Morte”. Aquilo fez com que um sorriso de satisfação viesse ao rosto do italiano, que lhe deu às costas dando fim sua luta.

Após aquele embate, os torneios foram suspensos pelo resto da tarde, sendo ele reconhecido como guardião da Casa de Câncer.

Com a retomada do torneio no dia seguinte, outras Casas Zodiacais se manteriam vazias como Leão, mas Virgem foi um reconhecimento impressionante à Shaka sem ao menos haver uma luta, com a completa rendição de seu oponente reconhecendo não estar à altura do poder do jovem indiano. A verdade é que, diferente do horror que tomou a arena na tarde anterior, o espaço foi tomado de paz, como que varrendo o miasma deixado por Mephisto. O espírito de luta e competitividade não existia ali, naquele momento.

Shura assumiu a Casa de Capricórnio após aquela que seria uma das lutas consideradas memoráveis nesse torneio. Isso porque sua prova não seria contra um aspirante qualquer, mas contra um Cavaleiro de Ouro para testar sua habilidade única com a sagrada arma Excalibur.

Segundo conta, Athena teria presenteado um de seus Cavaleiros com uma arma sagrada após a Guerra Sacra contra Poseidon por mérito de sua batalha e senso de justiça.

Em sua prova exigiria agilidade, algo que somente Aiolos poderia propiciar com suas asas douradas ou mesmo com sua flecha. Seria preciso apenas atingi-lo e não se deixar ser atingido pelas penas das asas de Sagitário.

Por ser na arena, seria preciso conter sua técnica, apesar da dimensão que a mesma era capaz de alcançar. Quando Sagitário alçou voo e iniciando voos fugindo dos golpes mesmo entre o público, era notório a segurança de Shura em conseguir fazer seus golpes cortarem o ar e ‘perder-se’ diante de um público, buscando apenas seu alvo. Isso enquanto seria preciso esquivar-se das penas que o atacavam, cortando-as no ar.

No entanto, no último momento, uma flecha cortou o ar em direção de Shura, fazendo-o lançar um golpe em arco. Esse movimento certeiro dividiu a flecha em duas, cujas partes se fincaram no chão, enterrando-se até quase a metade. Contudo, o cosmo projetado pelo espanhol não se deteve no projétil, seguindo na direção do Cavaleiro de Ouro de Sagitário.

Aiolos, impressionado com o que presenciava, viu-se sem uma alternativa, senão recolher as asas para usá-las como escudo. Sentiu o momento em que o cosmo do rapaz o atingiu, fazendo o metal faiscar e um incômodo arranhão tocar sua face, deixando uma linha fina em carne viva. O combate havia terminado.

— Ainda queima? — indagou Shura ao lado de Aiolos, olhando-o de canto e percebendo um curativo na maçã do rosto.

— Um pouco. Foi como cortar-me com um papel. — comentou Aiolos com um sorriso de canto. — Foi realmente hábil. O seu fio cortar meu rosto e não as asas. Achei que não teria recolhido a tempo.

— Se me permite confessar algo... — dizia Shura respirando fundo. — Temi exatamente de ter cortado suas asas tão logo a recolheu.

— Está me dizendo que não mediu o golpe? — surpreendeu-se Aiolos fitando-o.

— Quem sabe? — o espanhol deu de ombros, deixando Sagitário perplexo até ambos rirem contidamente.

Saga chamaria a atenção de ambos por conta da aproximação do Grande Mestre acompanhado da Alta-sacerdotisa com suas guardiãs. Ainda que fosse compreensível, e até esperado, aquele tipo de postura mais relaxada, não era algo que ele achava ser digno de Cavaleiros de Ouro.

Naquele fim de Panatenaia, muitos Cavaleiros de Prata e Bronze foram sagrados e escolhidos por suas constelações. Desses, outros quatro ocupariam templos zodiacais junto de Saga em Gêmeos e Aiolos em Sagitário. Outros templos até mesmo já reconheciam seus Cavaleiros, mas no momento oportuno, conforme suas constelações assim o quisessem.

Foi o caso de Afrodite que mostrou seu potencial como herdeiro de Halfeti de Peixes, antigo guardião do último templo. Porém, por ser reconhecido há tão pouco tempo como aspirante, sua participação no torneio ficou impedida. Ainda não se tinha tanta certeza de que ele estava pronto para uma provação como aquelas.

Milo e Camus ganharam permissão de acessarem as Casas de Escorpião e Aquário para seus treinos fechados, mas suas provas seriam realizadas juntas, onde as habilidades de ambos seriam necessárias. Para isso, fora pedida a ajuda de Arles, que lançou contra eles projéteis de pedra, com sua telecinese, fazendo com que os dois atuassem em conjunto e se mostrando uma dupla, no mínimo, curiosa.

A Casa de Libra tinha seu guardião, ao menos assim se ouvia. O guardião da sétima Casa estava isolado, em missão pelos Sete Picos Sagrados, em Rozan, a pedido da própria deusa Athena. Assim como o Grande Mestre, lutou na última Guerra Santa contra Hades e sendo os dois únicos a sobreviverem a grande batalha — esta agora que se aproximava mais uma vez ao fechar de um novo ciclo com o surgimento da deusa.

— O que será esse pronunciamento extraordinário do Grande Mestre? — indagou Aelia junto à Selene. — Apenas o mestre Arles esteve acompanhando os últimos dias de torneio. E aquele elmo sombreando seu rosto... — comentou preocupada. — Será que a guerra chegou antes que se esperava?

— Não, a guerra não chegou... — disse a Prata mantendo os olhos fixos na comitiva da Alta-sacerdotisa. — ... mas está mais perto que se imagina, diria até que cedo demais para o fechamento do ciclo.

Aelia franziu o cenho sem entender aquelas palavras da amiga, voltando-se para a figura do Grande Mestre que levantava as mãos sinalizando para dar início seu pronunciamento e calando o burburinho. Todos os olhares se voltaram para ele enquanto o anfiteatro mergulhava em silêncio.

— Como bem sabem, a Panatenaia é uma festa em homenagem à deusa Athena, com os torneios sendo uma referência às suas lutas no passado e honrar aos caídos que lutaram para garantir nossa soberania no Mundo dos Homens. — dizia o Grande Mestre com sua atenção voltada para o público. — Nesse torneio, muitos foram honrados e reconhecidos por suas constelações e se mostraram preparados para continuar essa luta, sobretudo para uma ameaça que se aproxima em nosso tempo.

Um breve silêncio se fez meio à pausa do Grande Mestre.

A Alta-sacerdotisa, esta que se mantinha mais atrás com os braços juntos para frente, tinha o olhar sobre os Cavaleiros, mas sobretudo sobre uma figura peculiar.

— No entanto... — e o Patriarca voltou a falar. — ... nesse fim de festas, algo aconteceu e digo que fomos agraciados mais uma vez por Athena.

Ele abriu passagem, deixando o som do choro de um bebê ecoar no anfiteatro silencioso enquanto uma guardiã entregava o bebê a Alta-sacerdotisa, envolto em um manto branco, muito parecido com o que foi usado para envolver a estátua de Athena em seu templo durante o cerimonial.

Berenike se colocou ao lado do Grande Mestre, este que se ajoelhou, seguido do mestre Arles, das guardiãs e dos Cavaleiros sagrados. Todos deslumbrados com a imagem daquela criança que os olhava igualmente curiosos, esboçando um sorriso meio uma grande ovação.


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O Grande Mestre caminhou até seu trono de mármore, sentando-se calmamente e com uma expressão interrogativa. Seus olhos ainda recaíam sobre a bebê nos braços de uma jovem sacerdotisa que a embalava cuidadosamente meio às guardiãs.

— Vejamos se entendi, Alta-sacerdotisa. — dizia o Grande Mestre com Arles ao seu lado, apenas um degrau abaixo. — Está me dizendo que Athena estaria mais segura aqui, no Santuário?

— Sim, Grande Mestre. — disse ela fitando-o aos pés do trono, com as mãos juntas para frente. — Embora em seus primeiros anos a criança fique sob cuidado de suas sacerdotisas e guardada por suas Saintias em seu templo na Acrópole em seus primeiros anos, creio que devamos quebrar o protocolo e mantê-la segura aqui junto de seus Cavaleiros, sobretudo após as palavras proferidas por aquela jovem.

O Grande Mestre ouvia tudo atentamente, pensativo sobre aquilo. De fato, as palavras ditas pela Prata soavam como uma profecia e a Acrópole era um tanto distante do Santuário.

— Desde sempre a bebê Athena é enviada para junto das sacerdotisas por exigir cuidados especiais. — dizia o o velho mestre fitando a mulher. — Apenas em raras ocasiões extraordinárias...

— Este é uma ocasião extraordinária, Grande Mestre. — pontuou a Matriarca interrompendo o Grande Mestre e se desculpando em seguida. — Uma sombra recai sobre a deusa. — dizia, voltando-se para a criança nos braços de uma jovem sacerdotisa e depois se voltando novamente para o Grande Mestre. — “Um fio dourado sob a lua, o sangue jorrando sobre o véu branco na mais escura e silenciosa noite”.

Um silêncio se fez no salão, com o Patriarca recostando-se em seu trono e fitando a Alta-sacerdotisa, mulher esta que a viu chegar aflita não somente pelas palavras como pelo que viu pelos olhos da jovem Prata que suspeitavam ser uma Pitonisa.

— Até que tenhamos certeza sobre estas palavras... — continuou a mulher. — ... a Acrópole pode não ser um lugar seguro, enquanto aqui estará sob vossa guarda e dos Cavaleiros que lhe juraram lealdade. A sua presença é um prenúncio de que uma nova Guerra Santa se aproxima e não podemos deixá-la correr riscos de seus inimigos.

Arles baixa o olhar, voltando-se para o Grande Mestre que se mantinha pensativo sobre aquilo.

Quando um jovem Cavaleiro há pouco mais de dois séculos, lembra-se do Grande Mestre preocupado com a presença de Athena que, àquela altura, já deveria ter sido anunciada. No entanto, surgiu distante de seu Santuário e de sua Acrópole.

“E se como antes as estrelas malignas já tenham despertado...”, e pensou no amigo, há tantos anos vigilantes nos Cinco Picos Sagrados. Caso assim ocorresse, saberia. “Não... talvez eles tenham começado a agir, tal como fizeram antes”.

— Concordo com seu ponto, Alta-sacerdotisa. — Pronunciou-se o Patriarca quebrando aqueles breve minutos de silêncio. — No entanto, há outra questão que precisa ser resolvido e que o Santuário também pode oferecer riscos à integridade dessa criança que é a questão da mesma jovem que profetizou essas sombras sobre a deusa.

— Fala dos Caçadores do Sol? — questionou ela fitando o Patriarca que assentiu. — Acredita que tomariam como ofensa a possibilidade de estarmos com uma pitonisa deles e causarem problemas ao Santuário?

— Eu não sei. — respondeu O Grande Mestre seguido de um suspiro. — Há muito existe uma divergência entre os dois Santuários e não podemos expor uma criança a tamanho risco enquanto nossas forças ainda não estejam fortes o bastante. Por isso, creio que até que tenha as respostas e possa garantir sua segurança, essa criança seja mantida na Acrópole, ainda que por um breve tempo.

— Compreendo, Grande Mestre.— assentiu a Alta-sacerdotisa curvando-se para ele. — Será como desejar. Retornarei para fazer todos os preparativos para que ela seja recebida e garantir toda sua segurança. Deixarei algumas sacerdotisas para que cuidem da criança até meu retorno.

— Providenciarei que Amazonas façam sua segurança e reforcem as forças na Acrópole para a viagem de ida e permaneçam até seu retorno quando, enfim, tiver as respostas e a garantia de sua segurança, Berenike. — disse o velho mestre se levantando de seu trono acompanhado de Arles.

— Se me permitir, Grande Mestre, gostaria de recomendar alguém que poderia ser uma das guardiãs da criança. Afinal, ela já foi escolhida pela própria emissária de Athena.

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—Existe algo que o preocupa. — comentou Arles enquanto o ajudava a despi-lo das vestes oficiais. — Por mais que esse elmo nuble seu rosto, consigo ver suas expressões, Shion.

O velho homem sorriu. Caminhou até à janela de seus aposentos e avistou Star Hill adiante, iluminada pela lua minguante e com poucas estrelas no céu.

— Com a aparição de Athena, percebo quanto tempo passou e que não mais posso adiar a escolha de meu sucessor. — comentou o velho mestre com certo pesar. — Até que Athena esteja realmente preparada para assumir seu lugar, creio não ser possível que viva o bastante para orientá-la.

— Não acha que está sendo um tanto pessimista? — questionou o outro dobrando suas vestes.

— Há uns vinte anos, talvez fosse realmente pessimismo. — Shion deu de ombros. — Hoje percebo que não tenho tanta certeza assim do futuro. Não posso garantir que esteja aqui quando ela completar seus 16 anos, quando deve assumir o Santuário ou qualquer ameaça já eminente.

Arles ficou a ouvi-lo, calado, com suas vestes em seu braço. Já haviam conversado sobre aquilo algumas vezes, mas havia algo em seu tom que realmente preocupava o lemuriano e levando-o se aproximar do velho mestre.

— Não estaria impressionado com as palavras da Alta-sacerdotisa? — perguntou Arles preocupado. — Quero dizer, a profecia que a Amazona lhe deu, ela não dá qualquer indício de que não irá presenciar o início da guerra...

— Nem que estarei vivo quando ela começar. — o outro rebateu e sorriu. — Eu não sou mais jovem, como você ainda o é, Arles. A cada dia estou mais e mais dependente dos cuidados de outra pessoa, e haverá um dia em que nem mesmo da cama conseguirei me levantar sem ter a ajuda de alguém. O meu Cosmo não tem a mesma força de antes e exige muito mais de mim para concentrar tamanho poder. — e então suspirou. — Sim, a idade finalmente me pegou e agora estamos em uma contagem regressiva para a minha morte. Um novo Patriarca precisará ser escolhido, de preferência, antes desse dia.

— Mas ainda há aquele que está em Rozan, nos Cinco Picos Antigos… — ele dizia antes de ser interrompido pelo sinal do Grande Mestre.

— A ele Athena coube uma missão, assim como incumbiu a mim do Santuário. — pontuou Shion voltando-se para fitá-lo. — Não posso deixá-lo carregar mais esse fardo.

— Entendo. — respondeu relutante. — Bom, até então dizia sobre escolher entre Saga, da Casa de Gêmeos, e Aiolos, da Casa de Sagitário… — e deu de ombros. — Estes são os mais velhos e aqueles com mais experiência e da qual acredito serem os mais aptos.

— Imagino que esses dois seriam a escolha mais sensata no momento. Principalmente porque ambos já estão familiarizados com os trabalhos burocráticos e com a rotina de treinamento dos demais. Agora, qual deles? — o Patriarca levou uma mão ao queixo magro, pensativo. — Saga me parece dedicado à sua função. Dedicado até demais, o que pode fazer com que se desgaste muito rápido, e isso é algo que não queremos. Já Aiolos possui um irmão jovem, vivo e presente, que termina desviando sua atenção para cuidar das necessidades do garoto.

— Ambos realmente de difícil escolha. — lamentou-se Arles. — Espero apenas que, quem quer que assuma o Santuário, cumpra com o dever tanto quanto cumpriu nesses mais de duzentos anos.

— Não será fácil, Arles. — e Shion voltou-se para Star Hill. — Não será fácil.


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A presença de Athena naquele tempo anunciado pelo Grande Mestre foi o assunto que tomou o Santuário e vilarejos à sua volta.

Rodório estava em festa pelo nascimento da deusa, longe de parecer ser um fechamento daqueles dias festivos, mas início de um novo. Coroas de flores de oliveira estavam sendo distribuídos aos cidadãos, soldados e Cavaleiros.

Saga de Gêmeos estava a patrulhar o vilarejo quando uma jovem o surpreendeu entregando uma coroa dessas flores. Ele o recebeu e sorriu, agradecendo, enquanto a via correr entre pulos e distribuindo para outros mais. No entanto, seus olhos estavam para outra busca.

Encontrou os Cavaleiros sagrados naquela semana. Mephisto junto de Shura a tomarem vinhos com suas indumentárias douradas, assim como Aiolos com suas asas recolhidas acompanhado de alguns Prata e Bronze. Até mesmo o jovem lemuriano, aprendiz do Grande Mestre, havia deixado as Armaduras para entreter-se, o que era algo raro de se ver. Junto dele também estava o gigante Aldebaran, Milo e Camus que estavam sempre juntos, e o jovem Afrodite que usava uma coroa de flores de oliveiras com algumas rosas.

Foi este último a quem Saga chamou discretamente quando conseguiu sua atenção.

— Acaso viu a Amazona de Prata de Pyxis? — questionou Saga quando o viu se aproximar, sentindo o perfume das rosas.

— Ah... — ele reagiu, parecendo pensativo por alguns instantes. — Eu a vi apenas no anfiteatro mais cedo, estava com aquela sua amiga de Bronze…

Sim, Saga a viu ao lado de Aelia de Vulpecula, mas em meio à euforia que se deu na apresentação do bebê nos braços da Alta-sacerdotisa, não mais a encontrou.

— Depois disso, acho que a vi acompanhar uns guardas, os mesmos que acompanham o Grande Mestre... — dizia Afrodite conseguindo a atenção intrigada do Geminiano.

O Cavaleiro não gostou nada de ouvir aquilo. Engoliu seco e fingiu um pigarro, pensando no que faria. Queria muito vê-la.

— Mesmo? E por que ela estaria sendo escoltada pelos guardas? — Ele perguntou, mantendo o tom formal, embora estivesse intrigado.

— Não sei. — respondeu prontamente, dando de ombros. — Talvez tenha a ver por ela quem ter encontrado a bebê Athena. Ao menos foi o que ouvi ela dizer para a Bronze pouco antes dos guardas chegarem.

— Ah! Então foi ela quem encontrou o bebê? — Saga murmurou, erguendo uma sobrancelha. Podia ouvir, lá no fundo de sua mente, uma voz sussurrar “eu avisei”, enquanto ria baixo. — Acho que já sei onde encontrá-la. Obrigado, garoto.

Saga deu às costas e seguiu rua acima do vilarejo, a passos largos. A música diminuía a cada passo conforme se distanciava e mergulhando na sombra das ruas fora do limite das festas.

A coroa de flores da qual havia sido presenteado foi abandonada no chão, com suas folhas ressecadas e alguns fios prateados.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente peço desculpas pelo atraso. A cada momento que penso que esta fic está chegando ao fim e precisando fechar as pontas abordadas, merece cuidado e atenção. além de buscar sempre entregar um ótimo capítulo aos leitores. Agradeço a compreensão e o acompanhamento de todos até aqui. :)



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