Saint Seiya Memórias: História Oculta Do Santuário escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 73
Livro 2 :: Dualidade - Ato 27




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Quando Selene venceu o último degrau, não evitou um olhar preocupado para trás. Era tarde da noite e muitos Cavaleiros já estavam dormindo, inclusive os poucos Dourados sagrados. Sabia que até então que Saga ainda não tinha retornado de sua ronda, pois o esperou por alguns minutos em Gêmeos, como combinaram mais cedo.

A conversa tida com ele não lhe saía da cabeça e de algum modo a incomodava, mas não conseguia descobrir o que era. Não sabia se de fato concordava com o Cavaleiro, como tinha afirmado antes, mas o entendia.

Eram guerreiros destinados a proteger a humanidade. Falhar significava a morte de todas as pessoas, no mínimo. Então todos deveriam estar o mais preparados possível, contudo, sem renunciar àquilo que os diferenciava dos demais.

Não eram máquinas de guerra para viverem apenas para destruir seus inimigos como se nada mais importasse.

A Amazona balançou a cabeça, precisava pensar com clareza a respeito. Talvez o Geminiano estivesse apenas sobrecarregado de suas funções e por isso alimentava aquelas preocupações. Ou talvez fosse ela quem estivesse vendo algo muito além.

“Esperança. Perseverança. Otimismo!”, pensou ela olhando o Templo de Gêmeos e depois para outras que subiam o Monte Zodiacal até ganhar o céu e contemplar, distante e iluminado pelo luar, a estátua deusa Athena imponente regendo todo o Santuário. “Athena acreditou em nós. Por que devemos perder essa fé agora?”, questionou-se, lamentando aquela breve dúvida.

Foi então que, naquele momento, ouviu novamente o chirriar próximo, percebendo a mesma coruja que viu no vilarejo no início daquela noite. Ela estava pousada num galho seco, fitando-a, abrindo as asas como que chamando não somente por sua atenção, mas atraindo-a para junto dela através de seus grandes olhos prateados que pareciam mergulhá-la profundamente num sonho.

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— Então... é essa a dor humana? — questionou ela de costas para aquele com a indumentária dourada enquanto vislumbrava todo o Santuário à sombra do grandioso monumento criado pelo homem. — Ela é quente... e angustiante. É mais doloroso que o fio de uma espada dilacerando sua carne... Um vazio tão profundo...! — e sufocou as palavras. — Então é isso que todos sentem? É isso, Oráculo?

Os passos firmes de um Cavaleiro de Ouro se fizeram ouvir, aproximando-se da mulher de longos cabelos acobreados que descia pelas costas, contrastando com a proteção dourada que usava com suas asas quebradas tal como parte de sua ombreira esquerda.

Niké, a pequena deusa que sempre a acompanhava, estava no chão, trazendo as marcas da feroz batalha finalizada há pouco, em meio aos sinais de pranto da mulher.

— A dor humana é difícil de descrever, Athena. — o homem falou de modo calmo, embora cansado e triste, pousando seus olhos azuis cristalinos sobre ela.

A sua indumentária estava igualmente danificada, marcada com um rasgo no torso e ranhuras por toda sua extensão e outras partes faltantes como que cortadas por uma lâmina extremamente afiada.  A capa, rasgada e queimada, além das manchas de sangue, era removida, servindo para envolver o braço ferido que notara tardiamente ao perceber as gotas de sangue próximo ao báculo.

— Ela pode ser diferente a depender de quem sofra e do que sofra.  — continuou ele mantendo o tom brando. — Certamente os guerreiros que perdem seus companheiros sentem-se tristes, mas conseguem forças para celebrar seus feitos. — e calou-se por breves instantes. —  Assim como a dor de um pai que perde a filha para a guerra pode ser devastadora ao ponto de ele perder completamente a razão.

— Eu não fui forte o bastante para protegê-los, Oráculo. Eu fracassei! — afirmou, olhando em seguida para as mãos feridas, sujas de sangue, as quais fechou com força. — Fracassei porque, após todo esse tempo, eu não os conheci como deveria. Não os compreendi como tanto queria ou porque não me interessei o bastante. No entanto... agora... isso que me consome...

— Você deu o seu melhor por eles, Athena. — o Oráculo insistiu, se aproximando. — Como uma deusa da guerra, sabe como estas exigem sacrifícios e que vidas se percam. O que resta aos vivos é deixar que suas memórias não se percam e que suas mortes não sejam em vão.

— Eu não fui diferente daqueles que queriam subjugá-los! — a deusa lamentou, sentindo uma lágrima descer por seu rosto. — Eu deveria protegê-los, impedir que isso acontecesse! E não os empurrar para a própria destruição!

Ela não conseguiu evitar de olhar para o lado, onde um de seus Cavaleiros estava sentado, mais afastado. Um homem orgulhoso e um guerreiro experiente, com o semblante abatido, oculto pelos cabelos fartos a cair sobre a face. Silencioso, tão diferente do fanfarrão que se mostrava nas vitórias.

— Disse que guerras exigem sacrifícios...? — ela arqueou o semblante. — Todos se sacrificaram, seja pela glória ou pelos que amam... mas e eu? O que eu sacrifiquei, Oráculo? — e se voltou para ele. — Qual foi o meu sacrifício? Eles deram a sua vida acreditando em mim...

— Acreditando em seu senso de justiça, pela soberania deles quando muitos anteriormente foram ceifados sem que jamais teve qualquer um para estar ao lado deles como você, minha senhora. — pontuou Oráculo a fitando, percebendo a aflição nos olhos jamais visto antes em um deus. — Guiou a todos à vitória nessa guerra.

— Vitória? — ela se forçou a rir daquilo, voltando-se para o Santuário e muitos espaços em ruínas, sobretudo aquele que foi palco da batalha final. — De fato nós o derrotamos juntamente com seu exército assim como foi com outros antes dele, mas não vejo essa ‘vitória’. — lamentou-se por aquela palavra. — Houve tantas perdas... — e lamentou-se, levando a mão ao rosto. — Um rio de lágrimas corre pelo Santuário lavando o sangue dos caídos desta temível batalha, destruindo sonhos. Será que realmente vencemos, Oráculo?

Oráculo virou-se para trás momentaneamente.

— A meu ver, sim. — Ele respondeu. — Está caindo novamente no erro de não olhar ao seu redor e além, senhora Athena. — Comentou, apontando para trás. — Olhe. Aqueles homens estão todos vivos por causa de nossa vitória. Os moradores das vilas e cidades próximas irão conseguir se reerguer porque sua justiça prevaleceu. E tantos outros além de nosso alcance.

“O vilarejo? Sim, eu lembro deste vilarejo...”, lembrou-se Athena num breve momento que fechou os olhos e de como foi recebida: uma estranha naquelas terras da qual todos a acompanharam numa dança, com seus véus. Nem mesmo nas mais ostensivas festas do Olimpo sentiu-se livre e feliz.

“Rodorio era seu passeio favorito, e quantas vezes declinei seu convite para, novamente, caminhar por aquelas ruas e dançar nas noites de festa?”, lamentou-se. “Você abriu mão de tudo, enquanto que eu...”

— Perguntou qual foi o seu sacrifício. — continuou o Oráculo ao seu lado, acabando por despertar de seu devaneio. — Nós, seus Cavaleiros, somos o seu sacrifício. Não a seguimos por ser uma deusa ou por benefícios próprios, mas porque acreditamos no seu ideal e estamos dispostos a dar nossas vidas por ele.

Aquelas palavras a atingiram profundamente. Por muito tempo julgava, assim como todos os outros deuses, que a devoção humana era um dever que todos tinham como o Mundo Celeste, nada mais nada menos que isso. Um dever, não uma escolha.

“Há muito diria que esse sacrifício seria uma tolice ou mesmo sem qualquer relevância”, ela pensou. No entanto, jamais esperou ouvir aquilo com tamanha paixão. Aqueles homens, dispostos a se sacrificarem por ela era algo do qual deveria esperar que fosse feito independente de sua vontade, mas nunca imaginou que ouviria aquilo com tanta espontaneidade.

Muitos homens seguiam aos deuses por medo ou por ambição, contudo, apoiar suas ideias e não esperar nada em troca? Não lhe parecia justo.

— Então devo corresponder à altura, Oráculo. — respondeu Athena com um tom mais decidido, enxugando o rosto com as costas da mão. — Assim como meus Cavaleiros, como suas palavras, estão dispostos a se sacrificar por aquilo que acredita, também devo ceder, nem que seja uma parte de mim, em sacrifício. — complementou ela enquanto se voltava ficando frente a frente com o último homem da Era Dourada. — Talvez meus olhos não sejam capazes de ver pelo quem sou, então devo me tornar como eles. Compreender a dor, a angústia, os medos, os desejos...

— O que está pensando, minha senhora? — indagou Oráculo intrigado com aquilo.

— Você é um escolhido dos Deuses, Oráculo... — ela disse, aproximando suas mãos bem próxima ao rosto de pele alva do homem diante dela. — Ensine-me como nascer no Mundo dos Homens.

Aquele pedido inusitado surpreendeu o Oráculo, alguém que nunca, até então, denotou tamanha reação. Afinal, para os deuses, os humanos eram apenas ferramentas para seus fins, quase sempre nefastos para seus objetivos mesquinhos. Meros joguetes por suas vidas entediantes.

No entanto, por que aquela divindade diante dele estava disposta a ‘sacrificar-se’ sujeitando-se à condição humana quando tantos outros apenas os usavam como meros receptáculos?

Ao contrário dos humanos que nasceram como criaturas com livre-arbítrio, os deuses nasceram para um objetivo do qual seguiam guiados por sua natureza divina. Athena era uma deusa nascida para a guerra, guiando a tudo e a todos pela sua sabedoria orquestrando batalhas justas e estratégicas, sobretudo na guerra contra os Titãs.

A aproximação com os humanos aconteceria somente na Gigantomachia, quando suas participações foram essenciais na derrota dos Gigas. Isso levou a deusa a passar seu conhecimento do uso de armas e combate àquelas criaturas. No entanto, a corrupção moral daqueles mesmos homens a decepcionou a tal ponto que a fez se afastar por um longo tempo.

Por outro lado, não podia esconder certo fascínio que aquelas criaturas haviam despertado. A temeridade com qual se jogavam nos campos de batalha, os desafios lançados por deuses da qual venciam sem jamais recuar e do quão eram astutos para enganar até mesmo o deus da Morte. Ainda assim, era hesitante em aproximar-se novamente, observando a todos somente pelos olhos prateados de sua coruja.

E foi através desses olhos que Athena vislumbrou as ações dos deuses em tomar humanos como receptáculos para usufruir de seus desejos e do quantos desses humanos os desafiou, auxiliando até mesmo alguns deles, até serem posteriormente punidos em seu Mundo e ou naqueles regidos pela tríade divina.

— Por que nascer como uma humana, Athena? — questionou ele ainda surpreso.

— Quero entender o porquê dos deuses o temerem, dessa força de vontade que os tornam destemidos e determinados, de sua fé capaz de criar milagres a ponto de se sacrificarem por aquilo que acreditam.  — explanava a deusa caminhando no mesmo lugar, fingindo medir todas aquelas palavras com abrir e fechar dos braços. — Se os humanos podem renunciar a suas vidas, por que eu não posso fazer o mesmo com a minha divindade?

— Minha senhora, se me permite dizer... — tentava ele articular aquelas próximas palavras. — Os humanos podem sim ser extraordinários como diz, despertando reações ambíguas, até bem extremistas eu diria. Uma relação de amor e ódio, admiração e inveja. — pontuava o Cavaleiro até dar uma pausa e seus olhos se voltarem para a deusa diante dele. — Por que se rebaixar à humanidade e todas suas mazelas quando tantos outros deuses apenas os tomam para si para usufruir de breves momentos humanos?

— Por que assim compreenderei o que os torna tão únicos, Oráculo. — respondeu Athena com um breve sorriso. — Poderei entender esse misto de sentimentos que jamais fui realmente capaz de sentir porque minha natureza não permite. Nasci para um único propósito, mas aqui... — e se voltou para o Santuário, abrindo os braços como se apresentasse a ele. — ... pude acompanhar parte disso e ainda me soa confuso. Como, em meio a tanta dor e perda, são capazes de seguir em frente e ter forças para lutar e se sacrificar por isso. É isso que quero entender! Eu preciso conhecer essa temeridade humana, esse desejo tão latente que lhes permite criar esse milagre que confronta deuses.

— Posso ensinar-lhe o meio, mas digo que o corpo humano é frágil e sua mente pode ser muito suscetível ao meio que ele está... — e o Cavaleiro franziu o cenho. — Ainda que tenha dúvidas que deuses sejam criaturas oniscientes...

— Então minha onisciência deve ser suspensa, ainda que por um breve período. — interrompeu ela se aproximando do Oráculo, ficando bem diante dele. Assustado. — Eu preciso compreender o ser humano plenamente como uma humana... — e o fitou nos olhos. — E eu sei que pode fazer isso, Oráculo. Pode reprimir os sentidos. Preciso que faça isso por mim.

Pela primeira vez o Oráculo estremeceu, recuando alguns passos enquanto diante de uma deusa ansiosa e desesperada que estava Athena.

Ela realmente estava lhe pedindo aquilo?

— Está me pedindo para reprimir seus sentidos divinos, Athena? — questionou ele em sua incredulidade. — Não posso fazer isso...

— E por que não? — devolveu ela de volta. — Muitos dos homens que lutaram ao meu lado nesse campo de batalha eram pessoas comuns que despertaram o universo latente dentro deles fazendo-o explodir seus Cosmos. Não é algo que fica adormecido para todo o sempre. Sendo assim... — ela desviou momentaneamente seus olhos para em direção do templo onde sempre se exilava para refletir ou simplesmente isolar-se de tudo e de todos. — ... também posso ‘despertar’, gradativamente, cada um dos meus sentidos.

— Até isso acontecer, Athena, estará vulnerável a tudo e a todos. — alertou Oráculo numa tentativa de fazê-la mudar de ideia. — Por que tudo isso? Nenhum de nós está exigindo e jamais desejou que fizesse algo assim.

— Eu sei... — ela tentou sorrir, deixando uma lágrima ganhar sua face. — Mas eu também quero expiar meus pecados, Oráculo. Seria hipócrita dizer que haja apenas paixão poética em tudo isso. E sendo bem sincera, esse desejo tem algo mais. — disse ela percebendo o semblante do Cavaleiro franzir com aquilo. — Será como humana que entenderei o que faz tantos os deuses temerem aqueles que chamam de ‘criaturas inferiores’. E mesmo que ‘morra’ infinitas vezes, será por uma causa maior e, quem sabe, dar um fim em tudo isso.

Não, ele não poderia fazê-la recuar. Sabia a quão obstinada era a deusa da guerra e não desistiria até cumprir seu objetivo. Era de sua natureza. E tanto quanto ela, o próprio também tinha aquele misto de curiosidade de conhecer aquela ‘nova’ humanidade tão distante daquela do qual foi criado e viveu. No entanto, temia fazer o que Athena estava pedindo para ensinar-lhe.

— Temo que vossa decisão possa provocar consequências irremediáveis ao longo do tempo. — disse o Cavaleiro com um semblante preocupado fitando a deusa. — O que espera alcançar com tamanho sacrifício?

— Um dia acreditei que os humanos deveriam ser expurgados por me sentir traída após presenteá-los com um conhecimento onde a honra e a justiça haviam de prevalecer... — dizia Athena mantendo seus olhos fixos ao do Oráculo. — ... mas percebi o quanto estava equivocada até conviver com eles. — e sorriu serenamente. — Não podemos submetê-los a seguir a nossa natureza, Oráculo. Creio que outros deuses devessem compreender a natureza humana que um dia esqueceram em vez de aniquilarem suas existências, quem sabe poderiam, novamente, coexistir, tal como um dia aconteceu e do qual você vivenciou.

“A Era de Ouro!”, pensou o Cavaleiro. Era uma lembrança distante, já quase esquecida pelo pouco de tempo que ele se manteve no Mundo Humano como um Daímones Epictonicos, uma entidade intermediária entre deuses e os homens, um Oráculo escolhido pelos deuses. Um dos últimos de seu tempo.

— Farei o que me pede, Athena. No entanto... — disse ele se ajoelhando perante a deusa. — ... exigirei a condição de me permitir que continue no Mundo dos Homens acompanhando seu progresso.

— Sinto que há dúvidas o consumindo, Oráculo. — comentou Athena fitando-o, percebendo-o estremecer. — Sinto o quão cético está quanto a isso, mas digo que algo que aprendi aqui com aqueles que lutaram e caíram foi de jamais perder a esperança.

— Esperança? — indagou ele levantando a cabeça, mantendo-se ajoelhado.

— Sim. Esperança! — ela sorriu, abaixando-se para ficar a altura de seus olhos. — Lutaram por aquilo que acreditavam ser possível até seu último suspiro. Uma centelha... — dizia enquanto acendia seu Cosmo, concentrando-a na palma da mão como uma chama dourada tremulante. — ... que cresce o bastante para que milagres possam acontecer.

— Uma deusa da guerra que visa estratégia acreditando em milagres humanas? — indagou o Cavaleiro confuso.

— Mesmo eu não acreditava em algo assim até ver com meus próprios olhos. — a deusa sorriu, apagando a chama dourada que queimava em sua mão. — Como ainda, após assistir a tudo isso, possa nutrir tamanha dúvida? Por muito assisti o mundo através de outros olhos... — e olhou para além do Cavaleiro. — ... e está na hora de sentir isso por mim mesma.

O cavaleiro virou-se na direção dos olhos de Athena, contemplando uma excepcional coruja prateada com seus olhos que lembravam ao de uma galáxia, fitando os dois. Voou do galho até o braço da deusa que, há pouco criou aquela chama dourada, chirriando e com seus olhos a pulsar uma intensa luz.

— E creio que também deva resgatar sua natureza humana há tanto esquecida, Oráculo. — completou Athena sob o olhar confuso do seu Cavaleiro.

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Tal como a luz a mergulhou no vazio, ela também trouxe Selene de volta, aos pés da estátua de Athena cujas piras estavam acesas, diante do escudo da deusa que refletia a luz do luar.

Não havia qualquer sinal de movimento por ali, exceto pelas oferendas deixadas mais cedo pelo Grande Mestre, e possivelmente a Alta Sacerdotisa, e seus assistentes. Cestas de frutas, flores, jarras de azeite, a ponta de uma lança virgem e um escudo cerimonial recém-forjado.

De repente, uma coruja pousava sobre a égide, fitando a Amazona com seus olhos reluzentes.

 “A coruja de Athena alça seu voo somente com o início do Crepúsculo”, recitou mentalmente a Prata às palavras descritas numa das salas do templo da deusa que tinha incrustado uma coruja. “A coruja... companheira da deusa Athena. Era ela em minha visão onírica!”.

Foi então que se ouviu o choro de um bebê, trazendo-a de volta à realidade.

A Amazona olhou ao seu redor, se perguntando o que um bebê fazia por ali, naquela área restrita. Não se recordava de qualquer comentário sobre uma mulher grávida nas redondezas, principalmente ali, no Santuário. Até que então se lembrou de algo, e correu para onde o som parecia vir. O coração da jovem parecia que estava para explodir, tamanha a expectativa.

E ali estava, atrás das oferendas, um recém-nascido envolto em uma manta branca.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente me desculpa pela falta do capítulo no mês anterior.
Segundo, confesso que esse capítulo foi o mais complicado de se escrever por ter que ler e reler informações sobre a obra original para que pudesse escrever esse diálogo sem que fugisse demais da ideia original e também manter a minha perspectiva da Athena com a mitológica e Hipermito. Isso sem falar numa decisão do surgimento/nascimento de Athena.
Ah! Claro que tem alguns ~easter-eggs nesse capítulo que espero que possam pescar. XD



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