Saint Seiya Memórias: História Oculta Do Santuário escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 63
Livro 2 :: Dualidade - Ato 19


Notas iniciais do capítulo

Nota importante. As falas ganharão uma formatação especial. Quando estiver em Itálico simples, serão falas do Saga, mas quando em Itálico Negrito, será a segunda voz. A ideia é causar, exatamente, certa confusão, a Dualidade proposta nesse ciclo.



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— Uma viagem...? — questionou Saga se voltando para a Amazona sentada numa pedra diante dele. — Mas a lua nova será somente daqui a duas semanas!

— Sim, eu sei... — disse Selene com pesar, baixando os olhos e respirando fundo. — A Alta-sacerdotisa esteve aqui no Santuário enquanto estava ausente, Saga. Ela veio pessoalmente pedir esse auxílio ao Grande Mestre .

— A Alta Sacerdotisa? — indagou ele fitando-a de lado, franzindo o cenho. — A Alta Sacerdotisa... aqui, no Santuário?

— Sim. — confirmou a Prata suspirando em seguida. — Por quê?

— Não... Por nada. — reagiu ele piscando aturdido. — Eu a visitei enquanto estive em Atenas, nos falamos muito brevemente. Ouvi dizer que ela quase nunca sai do templo da deusa.

— Bom, todos ficaram surpresos exatamente por isso. — disse Selene dando de ombros. — Ela veio acompanhada de sua guarda pessoal. Duas de suas guardiãs padeceram e não poderão substituí-las a tempo para as festas. Então...

— Eu entendi. — respondeu ele, cruzando os braços e caminhando de um lado para o outro, notoriamente desagradado com aquilo. — Ainda assim, por que você quando há tantas outras Amazonas que poderiam fazer isso.

— Talvez porque Jisty e eu somos as únicas de maior patente, além de Ylliria que precisa ficar por ser a Mestre das Amazonas? — indagou ela retoricamente enquanto se levantava da pedra e indo de encontro ao Geminiano, ainda de costas, emburrado com aquilo. — Estarei de volta em duas semanas... — e o enlaçou pelas costas, beijando seu dorso.

Saga suspirou com aquilo, forçando o cenho e balançando a cabeça para dissipar uma risada que ecoou bem fundo em sua mente. “Maldito!”, pensou o Geminiano enquanto sua mão ia de encontro a da Amazona, puxando-o para dar abertura o bastante para que pudesse se voltar para ela.

— Apenas me prometa que não se tornará uma Saintia, Guardiã... o que for! — disse o Cavaleiro puxando seu rosto pelo queixo. — Prometa que vai voltar.

Selene sorriu, buscando seus lábios para um singelo beijo e abraçando-o forte. Ele fez o mesmo, sendo ele agora a tomá-la pela cintura.

— Parece que estão a brincar com a gente. — sussurrou ele, ainda abraçados. — Sempre que tem a chance de ficarmos juntos o destino parece querer nos separar de algum jeito comigo ou você... sempre saindo em missão.

— Eu sei... — e ela se desvencilhou dele, tocando em seu rosto. — Também tenho essa impressão. Por outro lado, também estamos infringindo algumas leis nos envolvendo assim...

— Leis... — desdenha Saga, soltando da Amazona e caminhando próximo dali. — Há tantas leis que poderiam ser extintas nesse Santuário... A começar por essa máscara, por exemplo. — e aponta para a mesma presa à cintura da mulher. — Dizem que as Saintias são isentas delas. Por que as Amazonas ainda são sujeitas a isso? — e meneou negativamente. — Como Grande Mestre eu anularia essa lei, definitivamente!

— Como Grande Mestre? — indagou ela olhando-o com certa surpresa, rindo contidamente e cruzando os braços. — Está me dizendo que está inclinado a aceitar esse fardo?

O Geminiano servia-se da água quando a ouviu dizer aquilo, ficando surpreso com ele mesmo por aquelas palavras, após tantas vezes Aiolos insistir naquele assunto. Gesticulou para a namorada e dizendo ser mera força de expressão, não necessariamente uma concessão da ideia do amigo.

— Não, isso é ideia do Aiolos, não minha. — Saga buscou se explicar quanto aquilo. — Ele quem cismou com essa ideia maluca.

— Não acho que seja loucura do Aiolos. Vocês dois seriam ótimos Patriarcas desse Santuário. Ambos têm respeito e admiração de todos aqui. — dizia Selene fitando-o, vendo-o esquivar-se daquilo. — E Aiolos me disse que não pensaria duas vezes para indicá-lo.

“Ele não lhe disse...?”, indagou-se mentalmente, acompanhado daquele riso contido irritante ecoando em seu subconsciente.

— Mesmo assim, eu não poderia. — respondeu Saga fitando-a, sério, o que a deixou confusa. — Selene, como Grande Mestre, não poderia tê-la comigo. — e suspirou, vendo-a encolher os ombros. — Nosso envolvimento seria... impossível!

— Não pensei por esse lado. — Retrucou ela, desviando o olhar para em direção do Santuário. — Mas, Saga... — ela volta a fitá-lo, tirando a mecha de cabelo sobre seu rosto. forçando um sorriso. — Há algo maior em jogo aqui e por isso nos tornamos quem somos. Ainda que não seja nosso desejo, haverá momento que precisaremos renunciar àquilo que desejamos.

— Para mim, não há nada maior que estar com você. — disse ele sem titubear, caminhando até ela. — Além do mais, não sou o tipo que renuncio a algo... — e parou bem diante dela, sorrindo. — ... ou alguém. Sempre buscarei ter aquilo que desejo, de uma maneira ou de outra.

A Amazona não conseguiu evitar de sentir um arrepio ao ouvir aquelas palavras. Algo nelas não parecia soar vindas da boca de Saga.

Não do Saga que ela conhecia tão bem.


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O espaço na arena do coliseu foi aberta, deixando unicamente dois aspirantes no centro desse, encarando um ao outro. Após o embate de alguns dias, sendo preciso a intromissão de um Cavaleiro de Ouro para conter os excessos de uma das partes, aquele mostrava ser apenas um teste de forças como ambos haviam acordado ao assumir aquele espaço cedido por todos os outros.

Milo tinha as mãos bem inquietas, mantendo o porte ereto e os olhos fixos naquele que seria o seu alvo à sua frente. Estava bem confiante de suas habilidades, mas não poderia negar que aquele novato era igualmente capaz. Quando assistiu seu embate, estudou seus movimentos tanto quanto como evitá-las ou mesmo usar contra ele. No entanto, esse não era o caso naquele momento.

Afrodite, por sua vez, haveria de conhecer seu oponente naquele combate. O que sabia apenas era sua habilidade com venenos, tanto quanto ele. Porém, a razão daquele embate não media força ou perícia, e sim da resistência. O quanto eficaz seriam suas habilidades mais letais e como cada um lidaria com o veneno do outro, qual era mais forte e até onde poderiam manipulá-lo.

Camus apenas mantinha-se observador. Se por um lado achava aquilo uma real disputa de egos, também julgava interessante em saber a capacidade de cada um medir suas habilidades tóxicas e do quanto seriam capazes de suportar ou mesmo reagir quanto aquilo.

— Pronto, Afrodite? — indagou Milo erguendo a mão direita, deixando o indicador em riste e sua unha ganhando um tom escarlate, como o fio da agulha brilhando a luz do sol sobre os dois.

— Sempre! — afirmou o rapaz levando a mão aos cabelos, jogando as mechas para trás. Quando trouxe de volta frente ao corpo, uma rosa vermelha, a mais bela que qualquer um poderia já ter visto.

— Tudo bem. Acho bem idiota o que querrem fazer, mas não sou eu os farrei mudar de ideia. — lamentou o jovem francês, se aproximando e alternando de um para outro. — Apenas meçam suas forças. Lembrem-se que isso é apenas um teste, não uma batalha real, oui?

Ambos assentiram, colocando-se em posição de combate. Camus teve a impressão de ver os olhos de cada um brilharem como de um predador prestes a dar bote em sua presa. Levantou a mão, recuando cautelosamente, e sinalizou para início daquele duelo.

Embora, aparentemente, seus golpes tenham sido lançados simultaneamente, Milo adquiriu certa vantagem numa questão de segundos diante de seu oponente. Nem bem precisou ganhar uma corrida para lançamento de seu golpe uma vez que tinha o alvo fixo diante dele.

Afrodite, por sua vez, apenas lançou a única rosa que trazia consigo, vendo esta ser despedaçada com a rajada que seguiu em sua direção. No entanto, não havia receio em sua expressão, mas um discreto sorriso.

A rosa despedaçada se desfez em inúmeras pétalas que continuaram a voar em direção de Milo, subestimando aquilo até se dar conta dos cortes em seus braços e pernas, fazendo com que caísse. Contudo, percebeu-se bem-sucedido em sua investida. O seu disparo também atingiu o alvo, levando ambos ao chão no mesmo instante.

“Que diabos...?!”, pensou Camus vendo ambos caírem simultaneamente, esperando qualquer reação dos dois além de risos.

— B...BOA!  — exclamou Milo caído ao chão, vendo algumas pétalas presas à sua pele e notando que suas pontas serrilhadas cortaram-no como navalhas. — Ouch! Isso dói...! — e removeu uma delas, jogando-a no chão e percebendo uma pequena nuvem produzido pela rosa despedaçada sobre ele e liberando seu pólen, fazendo-o aspirar um perfume doce e suave.

Afrodite se levantava, percebendo a perfuração na altura do seu ombro, do lado do braço que carregava a rosa que atirou contra Milo. Foi como ser perfurado por uma agulha bem fina, mas quente o bastante para fazê-lo praguejar pela queimação que era proporcionado.

“Sangue...!”, pensou ele, percebendo a mancha em seu corpo, ainda que numa cor mais escura do que realmente lembrava ser.

Os presentes assistiam aquilo espantados, surpresos, comentando entre si ou mesmo esperando por mais algo além daquela mera troca de golpes. Ao que tudo indicava, aquilo parecia ter fechado antes mesmo de iniciar o que aguardavam de um combate como o que viram anteriormente.

Camus mesmo ficou a observar ambas as partes, percebendo que nenhum dos dois estava a se vangloriar. “Tem algo errado”, pensou ele, ainda mantendo-se meio aos dois, alternando para cada um deles.

Uma dor excruciante tomou conta de Afrodite, fazendo-o cair ajoelhado no chão e levando a mão à altura do abdômen, percebendo sangue e outras perfurações pelo corpo que não tinha percebido antes, senão àquela no ombro que queimava cada vez mais.

“Quando ele... lançou... esses golpes...?!”, e fechou o punho, puxando a terra da arena para entre suas mãos, quase cedendo e se deixando cair deitado.

Milo não estava muito diferente. Tossia cada vez mais, sentindo a garganta secar por mais que abanasse de modo a dissipar aquela pequena nuvem de pólen que sentia sufocá-lo. Percebeu que no local das feridas promovidas pelo corte das pétalas uma coloração arroxeada, percebendo a armadilha, se deixando cair quase sem ar.

Oh, merde!”, praguejou Camus mentalmente indo de encontro ao Milo. Criou uma névoa fria e pequenos cristais de gelo se formaram com aquela pequena névoa e ajudando o amigo a se levantar. Percebeu os ferimentos em sua pele muito similar daquelas de veneno. No entanto, seriam horas até ficarem naquele estado e aquelas foram em alguns poucos segundos.

— Satisfeito? — indagou com forte ar de cinismo. — Precisa ajudá-lo para que ele possa fazer o mesmo por ti.

— N-Não... consigo... respirar...! — comentou Milo sentindo a garganta seca que nem mesmo resfriada por Camus parecia surtir efeito.

Camus o carregou para até junto de Afrodite, este caído e contorcendo-se de dor com as vestes cada vez mais cobertas de um sangue escuro até perceber a aproximação dos dois. Esticou o braço, trêmulo pela dor, assentindo para Camus que o fitou desconfiado de suas intenções quanto aquilo, mas soltou o amigo que caiu sobre um pequeno jardim que se formava sob seus pés.

Botões de rosas floresciam à medida que os ferimentos de Milo perdiam o tom arroxeado e o próprio recuperava o ar. As rosas eram intensamente vermelhas como sangue, além de incrivelmente belas para o espanto dos dois.

Sem mais esperar, Milo adiantou-se jogando sobre o novato e colocando em riste dois dedos, sem a garra vermelha carmesim e inserindo na ferida de Afrodite que soltou um grito de dor que, aos poucos, desaparecia, assim como estancava o sangramento.

— Acho... que ficou um empate. — comentou Afrodite, arfando, ainda sentindo o corpo dolorido.

— Não pensei... — Milo pigarreia, tossindo em seguida. — ... que rosas pudessem ser... tão perigosas... — e tossiu novamente.

— Nem que uma agulha... pudesse causar tanta dor.... — comentou Afrodite se colocando sentado, recolhendo uma rosa.

Ambos riram daquilo. Camus apenas revirou os olhos e sentindo uma forte presença se aproximar. Ao se virar, notou uma sombra recair sobre eles, como asas abertas. Os dois, ainda caídos ao chão, arregalaram os olhos e levantaram a cabeça para a figura imponente em sua indumentária dourada diante deles.

Aiolos fitava-os com uma seriedade que fazia até mesmo Aiolia, às suas costas, encolher-se de medo. O rapaz compreendeu o que viria acontecer, e mesmo sob censura de Camus sobre Milo e Afrodite para desistirem daquilo, julgou melhor avisar ao irmão. Ambos chegaram no exato momento que os dois foram golpeados simultaneamente e voando alguns metros em virtude de seus golpes.

Camus recuou apenas alguns passos. Suspirou percebeu a bronca que viria daquilo, levando a mão à testa, balançando a cabeça com a mesma reprovação denotada pelo Dourado pela atitude dos dois.

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.

.

— O que vocês dois acham que estavam fazendo quando decidiram arriscar-se desta maneira? — repreendeu Aiolos com os dois no templo mais próximo da arena onde poderiam receber os primeiros cuidados. — Isso foi de total irresponsabilidade de ambos!

Camus apenas estava na porta assistindo a tudo, calado, de braços cruzados. Mesmo ele também foi chamado atenção por não impedir que aquilo acontecesse, o que deixou o francês bastante irritado. Aiolia ajudava a enfaixar o braço do Milo enquanto Mu ajudava com Afrodite após limpar as feridas de cada um.

— O que está acontecendo aqui? — indagou Saga, que chegava naquele instante, vendo vestes sujas de sangue jogadas no chão e para os dois pacientes que se encolheram.

— Nem precisa dizer, Aiolos. — respondeu Selene chegando pouco atrás do Geminiano. — Ambos quiseram medir força de seus ataques com veneno. Estou certa?  — e viu o sagitariano assentir. — Não creio que fosse sério quando falaram disso.

— Apenas queríamos saber quão forte era nossas técnicas. Não visamos nos matar. — Milo tentou se explicar voltando-se para os dois Cavaleiros de Ouro e à Amazona de Prata na sala. — Só acho que nos empolgamos... um pouco.

— Um pouco? — indagou Aiolos piscando aturdido. — Você quase morreu sufocado com seu corpo envenenado enquanto Afrodite se contorcia de dor no chão banhado em sangue! Não percebem o quão estúpido foram com essa disputa insensata?

— Saga, acho que pedirei que fique de olho no Afrodite em minha ausência. — sussurrou Selene para o Cavaleiro de Gêmeos que se voltou para ela revirando os olhos, mas assentindo.

— O veneno das rosas não o mataria. — comentou Afrodite olhando para os presentes, mantendo calma na voz. — A rosa vermelha não mata, apenas entorpece os sentidos. O que acontecia com Milo era perda do sentido do tato... — e voltou-se para o próprio que o fitava. — ... por isso a impressão que estava se sufocando. O mesmo era para os ferimentos em seu braço que foi apenas como uma reação alérgica.

— E quanto ao seu sangramento? — indagou Aiolos cruzando os braços e se voltando para o Milo. — O que pode dizer sobre isso?

— Também não tinha intenção de matá-lo. Não acertei nenhum ponto vital dele. — desculpou-se diante de todos. — O ferimento que causei apenas ajudou na dilatação das veias... — e engoliu a seco. — ... o que propiciou o sangramento... — sussurrou essa última parte, percebendo ainda o olhar de todos sobre ele. — ... mas não atingiu qualquer artéria.

— Então você está admitindo que usou veneno... — Ponderou Saga, colocando as mãos na cintura e olhando para o jovem com ar de censura.

— Essas vestes têm um cheiro de sangue muito forte, Milo. — constatou Selene com a blusa que Afrodite usava. — Estão mais escuras que o comum e quer me dizer que isso não atingiu nenhum ponto vital?

— Mas isso é realmente o meu sangue. — disse Afrodite conseguindo a atenção de todos novamente. — Durante meus treinamentos, a minha exposição com as rosas e seus venenos, o mestre Halfeti disse que poderia haver alguma alteração em meu sangue... — e percebeu o olhar interrogativo de todos, com o Geminiano tirando as vestes da mão de Selene e a jogando ao chão. — ... mas não é venenoso, se é isso que pensam.

— O seu sangue sofreu uma mutação, quase como assimilando a seiva das plantas, ajudando-o na imunização dos venenos delas. — explicou Mu com um sorriso de canto, levantando-se. — Uma osmose, digamos assim. Por sua exposição frequente a essas rosas e ao seu pólen aos ferimentos absorvendo seu veneno e buscando dominar sua técnica, o seu Cosmo serviu de catalisador para igualar a concentração de veneno absorvida em seu corpo até que atingisse um equilíbrio.

— Em outras palavras, ele se tornou imune a venenos de suas próprias rosas. — concluiu Saga, curioso com aquilo.

— Não apenas a rosas como a muitas plantas, acredito eu. Qualquer outro aspirante poderia sim ter morrido. — analisava o jovem lemuriano. — No entanto, o veneno de Milo é diferente, possui outra estrutura molecular que conflitou com organismo de Afrodite. Ele não é imune a isso, mas possui uma resistência muito maior que qualquer um de nós.

— O que confirma que Milo usou veneno no Afrodite. — Aiolos fita Milo incisivamente.

— Acho que alguém vai passar uns dias pensando um pouco na vida e em seus atos na prisão... — comentou Aiolia levando a mão à nuca.

— Comme c'est stupide! — murmurou Camus com um longo suspiro.

— Mas Afrodite também usou veneno em Milo. — comentou Mu alternando entre os dois. — Ele mesmo admite isso quando disse que ele só perderia os sentidos, ainda que temporariamente. Assim como com ele... — aponta para o novato. — Seu corpo é imune a alguns tipos de veneno, mas seu corpo ganhou resistência a outras. Em outras palavras, estavam realmente medindo a resistência de cada um.

— Interessante... — comentou o Geminiano levando a mão ao queixo. — Se estivéssemos meio aos torneios da Panatenaia, de certo seria um embate digno. — e percebeu o olhar de censura de Aiolos. — Estou errado?

— Façamos assim. Os dois estão advertidos e impedidos de treinar até segunda ordem... — decidiu o sagitariano, ouvindo protesto de ambos. — ... e sem mais! Isso porque ainda não decidi riscar seus nomes de qualquer participação nos torneios ou mesmo bani-los do Santuário por isso. Por hora, ficarão em seus alojamentos e não saiam até que seja ordenado. Fui claro?

Milo e Afrodite se entreolharam, aturdidos com aquilo, emburrando por aquela decisão. Levantaram-se com ajuda de Camus e Mu e foram levados para seus alojamentos onde deveriam aguardar a decisão daquela ação ‘impensada’, como disse o Dourado.

Após ficarem somente os três, já que Aiolia acabou por acompanhar os amigos antes que sobrasse qualquer algo para ele, Sagitário bufou de raiva por aquilo, caminhando de um lado para o outro.

— Terei de levar isso ao Grande Mestre para saber o que ele vai decidir sobre os dois. — lamentou Aiolos. — Não acredito que tiveram essa ideia absurda!

— Ainda tem fé nesse garoto? — indagou Gêmeos se voltando para Selene, contrariado por ela estar com aquela máscara. — Em menos de uma semana ele se envolveu em dois problemas em que dois Cavaleiros de Ouro tiveram de intervir.

— E nos dois ele foi confrontado, sendo que num deles não precisou fazer uso de seu Cosmo na tentativa desesperada de vencer. — pontuou a Prata se voltando para Saga. — E isso que aconteceu com ele e Milo foi um acordo... e arriscado, concordo... de ambos.

— Aprendiz de Halfeti... — comentou Aiolos, forçando-se a sorrir. — Não podemos ignorar que ele tenha grande potencial e foi muito bem treinado por ele a perceber pela sua técnica de combate e mesmo estratégia, algo que falta em muitos aspirantes...

— Sei o que está pensando Aiolos, e não acho que pensa apenas reportá-los ao Grande Mestre, não é mesmo? — questionou Saga voltando-se para o amigo.

— Eu não preciso. Ele estava lá. — disse Aiolos. — Ele viu tudo, Saga.


───────.∰.───────

A noite tinha o céu limpo e bem estrelado, como há muito não se via, remetendo a algo muito, muito antigo. Naquela época, contemplava aquele mesmo céu noturno de seu templo, em um Santuário mergulhado no silêncio. Todos estavam tranquilos e descansando, até aquela forte presença surgir, intimidando a todos e mergulhando o mundo em trevas e sangue.

No entanto, não era aquela mesma presença, mas havia sim algo que o perturbava como naquela noite, há mais de 200 anos naquele mesmo local e que foi responsável de sepultar tanto de seus companheiros de batalha. Por outro lado, sabia que não demoraria para chegar esse novo dia, de uma nova batalha. Havia algo mais da qual não sabia dizer o que era aquela ameaça.

— Grande Mestre...? — chamou Arles surgindo no terraço de seu templo, vendo-o contemplar a estátua de Athena. — O que houve?

— Ainda... nada. — respondeu o Patriarca removendo o elmo, deixando os cabelos já prateados e ondulados caírem sobre ombros e tomando as costas, mostrando uma feição dura e preocupada. — Porém, há um mal se aproximando. Ouso dizer até que ele já esteja aqui entre nós.

 


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