Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 92
Capítulo 92




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— Para de beber, Bruno – Pedi um pouco alto devido ao som alto e depois ri – É sério, você já bebeu demais, não acha?
   — Fatinha, esse é o meu segundo copo. Eu não vou ficar bêbado com isso.
   — Se você diz... – Falei e ele sorriu. 
   Passaram-se mais alguns minutos e eu estava totalmente entediada. Bruno conversava com alguns amigos que eu não conhecia e eu tentava controlar mentalmente o quanto ele bebia. Isso vai parecer bem idiota, mas eu não estava com um bom pressentimento para aquela noite. Talvez fosse porque toda vez que ele bebia, eu me sentia agoniada, como se algo ruim pudesse acontecer. 
   Sentei-me em um sofá que tinha ali perto e comecei a brincar com os meus dedos, em uma atitude desesperada para me distrair. De repente, sinto algo macio tocando a minha bochecha esquerda e olho rapidamente para trás, encontrando Bruno apoiando seus braços na parte de trás do sofá e sorrindo para mim.
   — Ei, você tinha sumido – Falou percorrendo o sofá e sentando-se ao meu lado.
   — É... Eu estava cansada de ficar em pé e vim aqui descansar um pouco – Sorri.
   — Entendi. Você está desanimada hoje, o que houve?
   — Não estou desanimada, estou como sempre  nas festas... – Expliquei e encostei minha cabeça em seu ombro, entrelaçando os nossos dedos. Ele sorriu fraco e começou a acariciar a minha mão com o seu polegar. Um dos nossos momentos perfeitos. Momentos estes que eu temia perder...

 — É sério, Bruno, para... – Pedi retirando seu copo de bebida da sua mão. Eu estava extremamente assustada. Nunca havia tido um pressentimento ruim tão forte quanto o que eu estava tendo naquele momento.
   — Ah, fala sério – Ele zombou rindo um pouco.
   — Eu estou falando.
   — E eu estou bebendo a mesma quantidade que eu bebo sempre. Eu tenho noção de porções, Fatinha.
   — Eu sei... Mas eu tenho medo – Murmurei baixo enquanto encarava um grupo de garotos bêbados a alguns metros de nós.
   — Medo? Medo de que exatamente? – Revirou os olhos enquanto acompanhava o meu olhar – Ah, não. Você não está achando que eu vou ficar bêbado, não é? – Ele riu, mas eu não respondi. Bruno apenas rolou os olhos e levantou do sofá, deixando o copo em cima de uma mesa, apontando para ele e voltando a se sentar ao meu lado – Pronto. Feliz? – Perguntou um pouco rude. 
   — Não.
   — Para com isso... – Pediu. E então eu comecei a perceber que ele estava se controlando para não se irritar.
   — Você deve achar que eu estou sendo patética em relação a isso, mas algo me diz que... – Comecei, mas fui interrompida por ele.
   — Eu não acho que você está sendo patética... Só um pouquinho paranóica... Mas nada que me incomode profundamente – Sorriu e eu acompanhei o sorriso dele. 
   Eu realmente acreditei naquela frase. Oh, bobinha.

 — Ei, espere! Você me chamou de paranóica? – Perguntei fazendo uma expressão forçada que eu estava ofendida.
   — Além de paranóica virou surda também? – Ele riu.
   — Nossa, existe mais alguma ofensa que você queira me dizer? – Dramatizei e ele apenas riu mais, balançando negativamente a cabeça.
   — É claro que não – Sorriu e selou os nossos lábios. Como sempre, eu fui aos céus. Mesmo angustiada, um simples beijo de Bruno conseguia me acalmar e me fazer feliz. Sim, eu era feliz e sabia muito bem. Infelizmente, ele cortou o beijo, que nem havia se intensificado, logo depois, me fazendo voltar à realidade – Você não vai me deixar pegar o copo de novo, não é? – Perguntou como se esperasse que eu o deixasse, mas eu apenas ri pelo nariz e dei um tapa leve em seu braço – Eu imaginei.
   — Então por que perguntou? – Sorri fraco para aquela pergunta não soar grosseira.
   — Eu tinha esperanças...
   — Desculpe por frustrar seu sonho – Fiz beicinho e ele riu.
   — Tudo bem. Eu tenho outros também.
   — Sério? Tipo quais? – Perguntei um pouco animada pelo assunto ter mudado de rumo.
   — Ah... Você sabe... Um garoto não fica falando sobre isso – Rimos. 
   — Desde que ele confie na garota, ele fala, sim – Desafiei.
   — Não quando esses sonhos envolvem a garota – Ele sorriu e voltou a prestar atenção no movimento da festa. Eu sorri. Mesmo que parecesse que ele tivesse deixado essa frase escapar, eu estava intensamente feliz com isso. Afinal, quando alguém fala algo sem querer ou pensar, quer dizer que é tão verdade que não se consegue deixar dentro de si, não é?

 — Eu vou ao banheiro, já volto – Avisei Bruno e sorri.
   — Tudo bem – Respondeu. Levantei-me do sofá e logo me abaixei para beijá-lo rapidamente. Depois fui em direção do banheiro. 
   No meio do caminho, encontrei Malu que estava aos beijos com Fera. Puxei-a e só ouvi um “Ei!” de reprovação vindo de Fera. Ri enquanto mostrava a língua pra ele e o mesmo revirava os olhos.
   — Para onde você está me levando?
   — Banheiro, acho que meu sutiã abriu e quero que você me ajude.
   — Hm, abriu, é? O que você e bruno estavam fazendo para isso acontecer? – Ela deu um sorriso malicioso e depois explodiu em gargalhadas.
   — Cala a doca, Malu – Ri também – Você sabe que não estávamos fazendo nada. Mas em relação à você e o Fera, não posso dizer o mesmo, não é? A mão dele estava quase embaixo do seu vestido!
   — Eu tenho uma explicação pra isso... – Falou enrolada enquanto andávamos em direção ao banheiro.
   — Ah, é? Qual? – Ri.
   — É... É que... Ah, qual é,? Ele vai embora no domingo e eu só vou pra Nova Iorque quando acabar o ano letivo! Vão ser duas semanas sem ver ele, me deixe em paz – Fez beicinho.
   — Tinha me esquecido desse detalhe... Não acredito que você vai pra Nova Iorque, mesmo... – Abri a porta do banheiro e olhei para trás. Fera estava conversando com Bruno. Menos mal. Eu acho que surtaria se o visse com alguma outra garota. Sim, eu sei. Esse ciúme excessivo uma hora vai me prejudicar. Mas quem liga? Eu só estou cuidando do que é meu.

Narrado em terceira pessoa a partir de agora.



   Após Fatinha ir ao banheiro, Bruno ficou sentado apenas observando o movimento da festa. Poucos minutos depois, viu Fera sozinho e resolveu ir até lá. No caminho, passou pela mesa onde tinha deixado a sua garrafa de bebida anteriormente. “Foda-se”, pensou. Pegou-a e continuou andando. Afinal, ela nem veria.
   — Eu juro que um dia eu mato a sua namoradinha, Bruno– Fera falou com um pouco de raiva. Bruno riu. Já estava acostumado a ouvir esse tipo de comentário de ambas as partes.
   — O que houve dessa vez
   — Sei lá! Ela apareceu do nada e puxou a Mal daqui – Revirou os olhos.
   — Mal?
   — Não gosto de Malu, todo mundo chama ela assim.
   — Nossa, você é tão criativo para novos apelidos – Ironizou.
   — Eu sei. Argh, ela está demorando.
   — Calma, cara. Parece que não consegue ficar dois segundos sem ver ela.
   — É, talvez eu não consiga, mesmo... – Falou parecendo distante. Bruno arregalou os olhos.
   — O que aconteceu com você? – Riu.
   — Que foi? Só você que pode mudar? – Sorriu.
   — Não, mas é tão mais estranho vindo de você. 
   — Eu imagino – Riu novamente e depois olhou para o lado – Emily? – Perguntou para uma garota loira que estava de costas para eles. Ela se virou rapidamente, talvez levando um susto com a altura da voz de Fera sendo que eles estavam próximos, e sorriu.
   — Hey!


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