Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 85
Capítulo 85




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 — Olá – Falei enquanto chegava a onde alguns estavam sentados. Ju,Lia, Dinho e fera, para ser mais exata.
  — Salvadora. – Fera me cumprimentou satirizando e eu ri.
  — Já disse que eu não quero mais brincar de ser sua namorada – Brinquei.
  — Oh, então você está terminando comigo? – Continuou a brincadeira.
  — Estou, sim – Ri.
  — Tudo bem, porque eu tinha uma amante. Não é, Ju?  – Ele falou e eu ri mais ainda. Ju nem estava prestando atenção no assunto, só despertou quando ele passou seus braços pelos ombros dela.
  — Hã? Ah, Gil! – Ela falou com os olhos brilhantes e indo até o seu namorado, que estava passando do outro lado.
  — Ops,  acho que isso foi um não – Dinho falou gargalhando.
  — Sabe o que isso significa, Malu?
  — Não.
  — Que eu estou de volta para você – Ele abriu os braços e eu gargalhei forte.
  — Ah, não, por que a Ju teve que sair? – Brinquei, mas aceitei o abraço dele. 
 Fera era uma pessoa legal. Não sei por que Fatinha cisma tanto com ele... Há algum tempo atrás eu até pensei que ela ainda era a fim dele, mas essa hipótese já foi totalmente descartada. Eu já o considerava ele um amigo, mas será que para isso eu ia ter de perder uma amizade de longa data? Porque mesmo que ela diga que não ficou chateada com isso, eu sei que ficou. Mas não dizem que o tempo resolve tudo? Eu só espero que resolva logo, porque me dói ter de ficar longe de Fatinha. Porém me dói mais ainda ficar longe dela, quando eu sei que ela está passando por um momento difícil.

  — Amanhã tem festa! – Lia falou como se tivesse despertado.
  — Novidade – Falei – Toda sexta e sábado tem festa.
  — Verdade, mas desta vez será no salão da Universidade, mesmo. Robert quem está promovendo.
  — Ah, é? E o que deu nele? – Feraperguntou.
  — Não sei, talvez saudade de ir a alguma festa da faculdade – Ela respondeu sorrindo.
  — Mas eu acho que não vou – Disse desanimada.
  — Por quê? 
  — Sabe, a Fatinha está mal. Mesmo que eu tenha brigado com ela, eu não posso deixá-la, seria errado – Falei. Lia sorriu.
  — Você é uma boa amiga,...
  — Obrigada.
  — Mas eu acho que a Fatinh tinha de ir também! Ela tem que parar de vegetar no quarto, tem que sair e se divertir. Não agüento mais escutá-la chorar toda noite.
  — Ela ainda chora? – Perguntei com os olhos provavelmente tristes. Ela assentiu.
  — Vou tentar convencê-la de ir.
  — Tente – Sorri – Fará bem para ela.
  — Sim, sim.

Reparando bem pela primeira vez, Fera tinha um sorriso bonito. Um sorriso, um rosto e um corpo bonito. A verdade é que eu me sentia estranhamente frustrada por o nosso romance de mentira ter acabado. E, bem, isso não era para acontecer. Fatinha estava totalmente certa desde a primeira vez que me falou sobre Fera: ele sabia como ter qualquer garota sob os seus pés. Mesmo quando não fosse a intenção. Talvez seja pelo estilo desleixado na medida certa, ou pelo seu constante sorriso irônico. Talvez seja pela sua tamanha beleza, ou pelo simples fato de que é quase que impossível ficar triste perto dele. Com suas ironias e sarcasmos, rir não é opcional. Sim, existe um “quase” na frase. Uma pessoa não concorda comigo. 
  Eu não sei o que Fera pensa de mim. Talvez ele me ache uma idiota, mas isso não tem importância. O que de fato importa agora é o meu teste de exatas na segunda-feira. Sabe... Foi uma ótima idéia vir estudar no refeitório. Por ser de tarde, ele estava vazio e calmo. E como eu tenho desvio de atenção, aqui é o lugar perfeito. 
  Bem, seria perfeito se a porta não estivesse se abrindo bruscamente, agora. Um rapaz alto  entra ofegante e se vira de costas para mim rapidamente – provavelmente não percebendo a minha presença – encostando sua cabeça na porta. Que irônico a sua presença aqui e agora.
  — Achou um novo esconderijo para fugir da Naomi, Fera? – Falei. Ele se virou rapidamente para mim, como se tivesse levar um susto. Ri levemente balançando a cabeça.

 — O que você está fazendo aqui? – Perguntou.
  — O mesmo que você, fugindo de pessoas. Você foge da Malu eu fujo do mundo.
  — E por que quer fugir?
  — Estudar – Apontei para os meus livros e cadernos sobre a mesa. Ele suspirou e andou até mim, sentando-se na mesma mesa em que eu estava sentada, ao meu lado. Cadeiras para quê?
  Voltei minha atenção para os livros por um momento, enquanto ele ainda respirava com dificuldade. 
  — Você nunca vai desistir de correr de Naomi?
  — Hm... Não.
  — Eu acho que você tem é medo de se apaixonar por ela – Sorri fraco.
  — Não tenho. Por que eu me apaixonaria por ela?
  — Bem, não sei... Ela é bonita... – Falei com a cabeça baixa. 
  — Existem várias garotas bonitas por aqui, já pensou se eu me apaixonasse por todas? 
  — Verdade... Mas tem que ter alguém que você goste.
  — Talvez tenha – Ele falou com humor e eu levantei a minha cabeça rapidamente para olhá-lo.
  — Ah, é? E você não vai me perguntar? – Perguntei.
  — Por que você quer saber? – Sorriu.
  — Porque eu sou curiosa, ué.
  — Mentira, você está com ciúmes – Ele brincou.
  — Claro que estou, estamos namorando – Entrei na brincadeira.
  — Não, você terminou comigo, esqueceu? – Ele riu.

— Oh, como eu pude terminar com você? Me aceite de volta, Vossa Majestade – Ironizei.

  — Aceito – Ele riu e me abraçou, encostando a cabeça na curva do meu pescoço, fingindo que estava me beijando. Enquanto isso eu gargalhava e corava, por que tinha que ser de brincadeira?

  — Pronto, agora vamos nos casar.

  — Vamos, sim. Teremos cinco filhos, será um time de basquete.

  — Não! Eu não vou deixar minhas crianças jogarem esse esporte violento – Continuei brincando e ele gargalhou.

  — Você será uma mãe muito chata.

  — Oh! – Dei um tapa no ombro dele – Você vem aqui, atrapalha os meus estudos, me assedia, casa comigo, tem cinco filhos, forma um time de basquete com eles, e eu que sou chata?

  — Que nada. Você está adorando a minha companhia.

  — Que bom que você é modesto.

  — Eu sou – Ele riu. 

  — Estou vendo. Agora saia e me deixe estudar – Sorri.

  — Não... Aqui está confortável.

  — Sei. Você quem gosta da minha companhia.

  — Talvez eu goste. A diferença é que eu admito isso – Ele falou como se fosse normal e eu o olhei confusa.

  — Fera, quando você coloca um “talvez” na frase, não está admitindo nada – Sorri sarcástica. 

  — Você está falando tudo isso para que eu diga que gosto da sua companhia? – Ele riu com isso aproximou o seu rosto do meu acidentalmente.

  — Talvez – Respondi sem pensar.

  — Essa fala é minha. 

  — Talvez não seja – Ri.

— Eu disse que é. Sou eu quem pago as contas nesse relacionamento, me respeite – Ele brincou e eu gargalhei.
  — Você é frouxo, não tem pulso firme para mandar – Brinquei também. Ele se levantou e ficou parado na minha frente.
  — Eu não sou frouxo.
  — Talvez seja. Talvez, talvez, talvez – Eu ainda ria usando a fala dele, e só então que eu percebi o quanto ele estava perigosamente perto. Mais precisamente, eu estava sentada no meio da mesa e ele estava entre as minhas pernas. 
  — Ou talvez não – Ele puxou forte a minha canela de modo que eu estivesse sentada na ponta da mesa e minhas pernas encaixando na sua cintura. Eu o olhava assustada, por que desta vez ele também não estava brincando? – Você sabe que eu detesto ser provocado.
  — Não... Não foi a minha intenção – Eu gaguejei. E então, ele começou a rir alto e se afastou de mim. Droga, eu estava assustada, mas isso não queria dizer que eu não estava gostando.
  — Viu? Você é totalmente vulnerável a mim, admita.
  — Por que você faz tanta questão que eu admita?
  — Porque eu quero ouvir da sua boca o que já está óbvio – Ele sorriu.
  — Óbvio? Faz-me rir
  — Não me faça provar de novo – Ele falou presunçoso e se aproximando de mim novamente, na mesma posição que antes. Desta vez, ele não aproximou seu rosto do meu, o que me deixava mais livre para pensar. Suspirei e balancei a cabeça negativamente.
  — Pare de se iludir, por favor.
  — Você é uma ótima atriz – Riu e aproximou bruscamente seu rosto do meu, deixando-me hesitante.
  — Você também – Falei com dificuldade, tentando empurrá-lo para longe. Desisti quando percebi que ele era mais forte do que eu... – Você vive falando que eu gosto de você, mas... Eu acho que você está perdidamente apaixonado por mim – Falei com humor.


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