Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 36
Capítulo 36




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Tudo bem... Quando eu disse “eu já não ligo mais”, eu estava mentindo, confesso. 
   Eu não tinha saída. Ir para a sala, nem pensar. Voltar para cozinha, nunca! E eu já não agüentava mais ficar no meu quarto. 
   Liguei para Ju. Minha única salvação.
   — Ju?
   — Sim, quem fala?
   — Fatinha.
   — Oi! Como vai? Que bom que me ligou, sabe, eu estava pensando em ir ao shopping hoje a tarde, mas Mel não quis ir comigo, porque ia ficar o dia todo no salão para se arrumar para a festa de hoje a noite, então, quer ir comigo?
   Como ela fala! Ri.
   — É... Calma, Ju, então, eu liguei para você por que... Você acredita que Bruno convidou Fera para vir aqui em casa? Agora eles estão lá na sala, e eu não tenho como sair... A porta da casa fica bem em frente aos sofás!
   — Ele fez o quê? — Ju falou nervosa. Nunca havia visto ela assim.
   — Isso mesmo que você ouviu... Então, agora eu não sei o que fazer.
   — Eu estou indo para aí, um minuto.
   — Obrigada.
   — Não há de quê, tchau.
   — Beijo.

Mas... Como eu iria abrir a porta? Meu Deus, eu pareço uma criança com o primeiro beijo! É, eles se beijam, e passam o resto da infância com vergonha um do outro. 
   A campainha tocou. É agora. Desci calmamente as escadas e passei pela a sala com uma calma totalmente falsa. Bruno olhava-me com uma cara de quem não entendia o que se passava... Já Fera olhava-me sorrindo. Um sorriso diferente, malicioso. Parecido com o do... Bruno Claro, agora tudo fazia sentido! Fera nunca fora diferente de Bruno, eu estava totalmente iludida.
   Abri a porta e lá estava ela, Ju. Linda, como sempre. 
   Foi só ela entrar que a expressão de Bruno mudou. Ele, achando que a visita era para ele, levantou-se e foi até ela.
   — Juliana! — Sorriu. Ele sempre ficava bobo quando ela estava por perto. Na verdade, todos ficavam... Até Fera levantou-se achando que ela teria vindo visitá-los. Gargalhei. Na verdade, gargalhei de nervoso. A cada segundo ao lado de Fera eu me sentia mais torturada. 
   Ju não falou com eles. Apenas pegou na minha mão e subiu rapidamente as escadas comigo. 
   — Por que você foi atender a porta? 
   — Por... não sei — Falei assustada. Ela tinha razão. Por que eu fui atender a porta, meu Deus?
   — Você é muito corajosa — Riu.

— Ju, você vai à festa hoje à noite? 
   — Vou, por quê?
   — Nada... Apenas gostaria de pedir um favorzinho a você — Sorri.
   — Pode pedir — Sorriu também.
   Contei a ela toda a história da minha quase-aposta com Bruno. Expliquei cada detalhe.
   — Então, você acha que consegue? — Perguntei — Você sabe que ele é caidinho por você.
  Ju  gargalhou.
   — Acho que consigo...
   — Que bom.
   Sorrimos malignas. De brincadeira, é claro.


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