Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 119
Capítulo 119




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 Para Bruno, Fatinha estava diferente... Parecia até mesmo a garota de anos atrás, quando ele fora buscá-la no aeroporto de Los Angeles. Ela tinha um sorriso doce, um brilho no olhar e parecia mais saudável do que nunca. Estava... Linda. 
   O que era uma merda para ele.
   Fatinha estava parecendo com a garota que ele se apaixonou: a menina doce, meiga, inocente e extremamente feliz. E por que isso era uma merda? Ele não poderia dar-se ao luxo de se apaixonar por ela novamente, ou mais ainda. Não agora que estava com Chelsea. E também porque ele não queria ser a razão por ela mudar para pior novamente... Doeria demais.
   — Então você vai morar sozinha? – Bruno perguntou tentando puxar assunto e apoiando-se no batente da porta.
   — Não exatamente. O apartamento fica no mesmo prédio de Malu, apenas dois andares abaixo.
   — Que sorte – Fera entrou no assunto. 
   E eles ficaram conversando até anoitecer, vendo e ajudando Fatinha a arrumar as malas. Fazia tempo que Bruno não tinha uma conversa assim com ela: divertida, como se fossem grandes amigos.

 Mais uma semana havia passado. Logo, era sexta feira e todos eles tinham uma festa para ir. Não que isso fosse novidade, afinal, toda sexta e sábado alguém da faculdade cedia sua casa para uma boa festa.Fatinha ia, mas não estava planejando ir para “beber, dançar e ficar com alguém”, como qualquer pessoa faria. Ela estava mais para “beber água, ficar sentada no jardim e rir das pessoas bêbadas”. Ela adorava fazer isso nas festas. 
   Optou por um vestido preto e simples, com uma jaqueta de couro também preta e um sapato da mesma cor. O que ela menos queria era chamar atenção. Ia de carona com Malu e Fera, o que já havia virado um costume. 
   Então vocês se perguntam: e Bruno? Iria com Chelsea. Mas isso nem passava na cabeça de Fatinha, já que quase nunca os via nas festas.
   Sim, ela estava assim. Tranqüila. Não se importava com o que ele fazia.

Fatinha saiu do jardim da casa onde estava acontecendo a festa. Que nojo, as pessoas estavam apelando e vomitando na frente de todos. Procurou Malu e Fera e desejou com todas as forças que eles não estivessem se pegando. Sabe como é, ela não queria atrapalhar nada e muito menos ficar de vela. 

  Mas eles estavam apenas conversando. fatinha juntou-se a eles e não demorou muito até Bruno aparecer. 
   Chelsea ia na frente, andando em passos largos e firmes, Bruno vinha logo atrás.
   — Chells... Chelsea! – Ele a chamava, sendo ignorado – Você me ignorar não vai fazer nenhum problema sumir – Ele revirou os olhos. Ela parou de andar assim que viu Fatinha, Malu e Fera, parando para cumprimentá-los. Logo que terminou olhou para Bruno raivosamente e virou a cara, saindo andando novamente. Dessa vez, ele não a seguiu.
   — O que você fez? – Fera perguntou o que todos queriam saber.
   — Nós brigamos – Ele deu de ombros. Fatinha não pode controlar um sorriso, mas para sua sorte ninguém havia percebido. 
   — Por quê? – Maluperguntou.
   — Eu a chamei de Hanna sem querer – Bruno passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os. Malu e Fatinha controlaram o riso, diferente de Fera, que deu uma gargalhada alta.
   — Você chamou a sua namorada pelo nome da sua ex, seu idiota? – Ele ainda ria. Logo, Bruno também tinha se juntado a ele nas risadas. 
   — Depois eu me acerto com ela – Ele deu de ombros novamente, como se aquilo não fosse importante.
   — Você chamou a Chelsea de Hanna – Fera continuava a rir. Todos olharam sérios para ele e logo caíram na risada também. Fera  era um babaca.

Fatinha voltou para o jardim. Queria tranqüilidade, observar as pessoas e não conversar com ninguém. Não era anti-social, só estava cansada. Tinha estudado e ainda trabalhou por meio período, Fatinh estava quase dormindo na espreguiçadeira na frente da piscina da casa de alguém que ela nem conhecia. Festas de faculdade são assim...
Então, a mesma cena se repetiu. Chelsea andando com passos firmes e rápidos na frente, e Bruno logo atrás, revirando os olhos. Eles seguiam até embaixo de uma árvore, onde não havia ninguém. Fatinha conseguia vê-los perfeitamente, mas não conseguia ouvi-los, apesar da vontade. Ela estava curiosa! 
Os dois conversavam há pelo menos dez minutos e a única coisa que Fatinha conseguia saber era que Chelsea estava chorando e agora eles estavam abraçados. O que era aquilo? Uma reconciliação ou uma separação amigável?

Não pensem que Fatinha iria correr atrás de Bruno se ele e Chelsea tivessem se separado. Muito pelo o contrário, ela nunca mais faria isso. Até se ele viesse se declarando para ela, Fatinh ia se “fazer de difícil”. 
Ambos soltaram o abraço e ela pôde ver Chelsea saindo ainda chorando. Aquilo poderia parecer maldade, mas Fatinha estava desejando com todas as forças que eles tivessem terminado. Desejando? Ela estava implorando para todos os anjos, santos e se bobear partiria para os deuses gregos. 
Tudo bem, ela não estava tão desesperada assim.
Fatinha viu Bruno caminhando toda a extensão do jardim, provavelmente planejando voltar para a festa. Mas, no meio do caminho, ela percebeu que ele a olhou, fazendo-a desviar os olhos. Logo, Bruno estava na frente dela.
— Coca-Cola? – Ele perguntou rindo e apontando para o copo que Fatinha tinha nas mãos.
— O que você tem contra isso? – Ela brincou. Bruno levantou as mãos como se pedisse desculpas e sentou na beira da espreguiçadeira em que ela estava. Ele não tinha nada contra aquilo. Ao contrário. Bruno amava esse detalhe.

  — Eu vi a Chelsea chorando, aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou tentando ao máximo parecer indiferente, dando um gole em seu refrigerante logo em seguida.
   — É... Nós terminamos... – Bruno então fez a provável expressão mais fofa do mundo e Fatinha sentiu vontade de mordê-lo, mas tentou se controlar.
   — Ah, por causa daquilo? É só esperar ela esfriar a cabeça que vocês voltam – Ela deu de ombros, como se não importasse com aquilo.
   — Acho que não. Eu deixei bem claro para ela que não queria mais.
   — Por quê? – Perguntou confusa.
   — Eu não consigo esquecer uma certa garota – Ele olhou significativo para Fatinha. Ela arregalou levemente os olhos, mas logo voltou a sua pose de quem não ligava.
   — Que pena... Porque eu não sei se ela ainda sente algo por você – Cruzou os braços. Bruno riu. Sabia que aquilo não era verdade, mas ele concordava que ela merecia que ele corresse atrás dela.
   — Então parece que eu vou ter que reconquistá-la – Ele sorriu.
   — Quem sabe você não consegue? – Fatinha sorriu vitoriosa e levantou-se da sua espreguiçadeira, começando a andar em direção a casa. Poderia existir no mundo inteiro uma pessoa mais feliz que ela? 
 Fatinha  antes mesmo de dar três passos, sentiu uma mão em seus braços a virando e a puxando para perto. Bruno. Ele colou os seus lábios no dela rapidamente e Fatinha sentiu suas pernas fraquejarem, tendo de se apoiar nos ombros dele. Isso estava mesmo acontecendo? Céus, como ela sentira falta dele! Como podia ter se enganado todo esse tempo? Ela nunca o esquecera, nem nunca o esqueceria... Mas, bem, Bruno não precisava saber disso. Ela já tinha cansado de correr atrás dele... Seria uma pessoa inacessível, difícil. Ele iria penar para “reconquistá-la”.


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