Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 105
Capítulo 105




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Três meses haviam se passado. Bruno não respondera o e-mail, mas Fatinha sabia que ele tinha lido. Não que fosse intuição, ou coisa do tipo, foi algo mais prático: Malu contou. 
   Fatinha não estava mais naquele estado deplorável, mas não tinha se relacionado com ninguém. Estava feliz sozinha. Ela estava se virando bem sem ele, no final das contas. Descobriu-se mais forte do que pensava que era. Estava estudando muito, mas ela adorava isso. Estava se preocupando com o futuro, e não com o passado. Vamos combinar, isso era um grande avanço. 
   Vez ou outra saía com os amigos, mas não ia mais a festas. Festas lembravam a noite em que brigou com Bruno. 
   — fatinha, em que mundo você está? – Foi acordada dos seus pensamentos por Dinho e uma almofada vindo em sua direção.
   — Como você é gentil – Ironizou tacando novamente a almofada nele, que desviou fazendo com que a mesma parasse no colo de Lia.
   — Ei! – Ela riu. Estava, então, os três brincando de uma estúpida guerra de travesseiros, almofadas e até mesmo lençóis amarrotados. Lia e Dinho ficaram felizes ao verem a amiga participando e até mesmo rindo. Ela estava evoluindo muito nesses dias.

 Mais algumas semanas já haviam passado e somando todos os meses que passaram como se fossem anos, já fariam 8 desde a ida de Bruno. Oito meses. Trinta e duas semanas. Duzentos e quarenta dias. E ela não era idiota o suficiente para contar as horas. Resumindo: muito tempo. Fatinha sentia-se cada vez mais sozinha intimamente, mas nunca perdia as esperanças de que Bruno voltaria por ela. 
   Em poucos dias, seria o aniversário dela. E a pergunta que mais a assombrava era: Bruno lembraria? Melhor, ele falaria com ela? Diria que sentia sua falta e desejaria todos os votos bobos de aniversário?
   Com o aniversário, Malu também viria. Eram férias de verão, então ela passaria alguns dias em sua casa. Celebrariam seu aniversário, matariam as saudades, e então ela partiria. Fatinha estava ansiosa. Não via a amiga há um bom tempo e sentia muito a sua falta.
   — Meu Deus, Ju! Apaga essa luz que eu quero dormir! – Acordou de seus pensamentos com Lia gritando de sua cama.
   — Mas eu estou fazendo as unhas – Ju fez biquinho.
   — Meia noite, no meio da semana?
   — Para de incomodar, Lia! – Falou em tom de brincadeira.
   — Quem está incomodando é você – Resmungou.
   — Ai, que chata. Tudo bem, termino amanhã. Boa noite, lindinhas!
   — Boa noite – Fatinha respondeu.
   — Graças a Deus! Boa noite – Lia riu.


   Finalmente tinha chegado o grande dia! Era o seu aniversário, sua melhor amiga viajaria para visitá-la! Depois de um ano apenas vendo-a pela web cam e a ouvindo pelo telefone, finalmente a veria novamente. 
   — Malu. – Fatinha gritou ao vê-la saindo pelo portão de embarque do aeroporto. Esperou pacientemente pela amiga que vinha saltitando o máximo que podia de animação, apesar das malas.
   — Que saudades! – Gritou deixando as malas no meio do caminho mesmo e correndo em direção de Fatinh, que riu. As duas se abraçaram com força – Como você está linda! – Gritou.
   — Você que está, meu Deus! Você está ótima! – As duas riram e se abraçaram ainda mais, atraindo alguns olhares no aeroporto.
   — A propósito, feliz aniversário,Fatinh! – Gritou ainda mais, apertando-a com força. 
   — Obrigada, amiga!
   — Agora vamos que eu estou morta com a viagem – Riu – Ei, não me olhe assim! Eu atravessei o país inteiro nas últimas horas, estou exausta!
   — Como se você não tivesse ficado sentada na sua confortável poltrona nessas horas, né? – Brincou.
   — Isso são detalhes – Falou rindo enquanto iam até o estacionamento, onde a mãe de Fatinha as esperava.
   Passados os cumprimentos, abraços, risos e após de ambas saberem o que aconteceu na vida de cada uma durante esse ano, – como se elas não falassem por telefone todos os dias! – Fatinha e Malu subiram para o quarto da primeira, para a última guardar suas coisas e poder tomar banho.
   — Fatinha! Antes de tudo, tenho que entregar os presentes! – Falou animada, com os olhos brilhando.
   — Ai, que isso, Malu! Não precisava...
   — Não perguntei se precisava – Fingiu estar brava, mas logo riu. Abriu a mala rapidamente sob os olhares curiosos da amiga.

 — Esse aqui é o meu! – Malu entregou um pacote colorido para Fatinha – Não é nada muito importante, mas eu achei a sua cara! – Sorriu. Fatinha também sorriu, encabulada e tímida.
   — Obrigada, Malu– Falou com os olhos brilhando enquanto abria o seu presente e encontrava um vestido de malhinha todo florido e drapeado. Era mesmo a cara dela – Ai, amiga, é lindo, obrigada! – Abraçou ela.
   — De nada. E esse aqui é do Fera – Entregou uma caixinha pequena para Fatinha que abriu. Era um colar prateado com um pingente que formava uma garota.
   — Fera dando presente para mim? Que milagre – Riu – Agradeça-o por mim, é lindo.
   — “Agradeça-o”, nada. Eu que escolhi, eu que levo os méritos, ok? – Brincou – E agora tem outro presente aqui. Esse eu vou deixar você abrir e ver sozinha, enquanto tomo banho. Boa sorte e se eu encontrar você chorando quando voltar, eu dou na sua cara! – Riu e foi com as suas coisas para o banheiro.
   fatinha estranhou. Por que ela choraria? E de quem era aquele presente? Por um minuto, esperou que fosse de Bruno. Mas descartou essa hipótese no mesmo momento. Por que ele mandaria um presente para ela? Nem responder os e-mails e as ligações, ele respondia! Mas, então, não sobrara mais nenhuma pessoa que vivesse em NY e que ela conhecesse... 
   Respirou fundo e levantou-se, andando até a sua cama, onde uma caixa de tamanho mediano e com um papel de presente neutro a esperava. Sentou-se ao lado dele e colocou-o em seu colo. Fechou os olhos e mentalizou que era de Bruno, desejando com todas as forças. Sentiu-se ridícula por um instante... Era só um presente! Se fosse dele, provavelmente Malu havia obrigado ele a comprar! É só que... Seria o seu primeiro “sinal de vida” desde sua partida... Abriu novamente os olhos e pousou suas mãos no laço que prendia a tampa da caixa a ela. Puxou-o e retirou a tampa.


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