Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 98
Capítulo 98




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 Então era isso? Fatinha iria preferir se iludir que encarar a realidade? Ju sabia que Bruno não voltaria. Ele havia levado a sério as palavras proferidas por Fatinha e provavelmente já estava cuidando da sua matrícula na Universidade de Nova Iorque. 
   Por um instante, Ju avaliou a sua sanidade... Ela estava lá... Sorrindo e cantando como se nada estivesse acontecendo. Era tão estranho! Ou Fatinha já havia superado, ou ela teria muitos problemas futuros. Mas... Como Ju iria contar para ela?
   — Oh, Fatinha.
   — Sim? – Respondeu não deixando de sorrir. Por fim,  desistiu de falar alguma coisa. Analisando bem os olhos dela, podia ver que no fundo ela sabia a verdade. Estava apenas tentando se convencer do contrário até a sua ficha cair. Era como se fatinha estivesse implorando para a deixarem se iludir.
   — Nada, nada – Sorriu ainda tentando se acostumar com essa idéia e ignorando a outra de que talvez a sua amiga tivesse surtado e enlouquecido.
   E então um silêncio pairou sobre aquele quarto. Fatinha mais uma vez entrou em estado de paralisia, como se estivesse pensando na coisa mais intrigante do mundo. Ju não a atrapalhou, sabia que pensar faria bem para ela naquele instante. E, novamente, Fatinha a assustou quando falava do nada:
   — Por quanto tempo você acha que eu vou conseguir mentir para mim mesma? – Respirou fundo enquanto encarava o nada. Ju riu pelo nariz e abraçou a amiga.
   — Eu não sei. Mas quero que saiba que não importa o que acontecer, eu vou te ajudar a superar. 
   — Obrigada... – Falou e voltou a deixar que as suas lágrimas caíssem. Aos poucos, adormeceu ali mesmo, no colo da sua amiga. Infelizmente, ela estava desperdiçando tempo demais.

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— Bruno, apaga essa luz e vai dormir! – Fera reclamou pela milésima vez. Os outros já dormiam há tempos, mas este considerava impossível devido à iluminação forte dentro do quarto.
   — Calma! Isso é importante... E você deveria estar fazendo o mesmo.
   — O que é? – Perguntou levantando um pouco sonolento da cama. Céus, já deviam passar de 02:30 e eles teriam aula cedo amanhã!
   — Eu estou lendo os regulamentos desse negócio de estágio.
   — Você? Ué, mas você não disse que não ia? 
   — Mudei de idéia... Sabia que o maior campo de Futebol Americano fica em Nova Iorque? – Perguntou enquanto não tirava os olhos do papel a sua frente.
   — E você quer que eu acredite que você está indo só por causa do campo? – Revirou os olhos – O que houve? Vai morrer de saudades de mim? – Brincou.
   — Cala a boca – Riu – Eu apenas comecei a me preocupar com o meu futuro, posso? 
   — Claro. Mas e a Fatinha? – Perguntou confuso fazendo bruno engolir seco.
   — Ela vai ficar bem sem mim – Sorriu fraco.
   — Isso foi uma piada, não foi? –Fera riu – Ela é louca por você – Riu mais ainda. “Nem tanto”, Bruno pensou.
   — Eu ir para Nova Iorque é só uma hipótese, Fera. Eu ainda nem falei com ninguém, nem procurei lugar para morar lá, nem nada.
   — Ah, eu também não – Deu de ombros. Bruno arregalou os olhos.
   — Fera, você sabe que você terá de ir semana que vem para lá, não? – Perguntou incrédulo – Não acha que tem que começar a se preocupar com isso? A não ser que você prefira morar com os pais de Malu, é claro – Riu.
   — Ai, desde quando você é responsável? Vai dormir, pelo amor de Deus!
   — Já estou indo – Levantou-se e deitou. É... O dia seguinte seria longo.

Mais tarde:

— Não tem nenhum problema por aqui, não, mãe – Bruno riu ao telefone. 
   — Então por que ligou? De saudade não foi, já que você nunca liga – Brincou.
   — Ligo, sim... Mas a senhora se lembra daquele teste que eu lhe falei? – Perguntou e não obteve respostas. Concluiu que sua mãe não estava se lembrando, então prosseguiu: – Aquele que se eu passasse, eu poderia completar minha faculdade em Nova Iorque enquanto fazia estágio de meio período para adquirir experiência... – Tentou ser o mais detalhista possível.
   — Ah, claro! Lembro.
   — Então... Eu passei... – Falou meio sem jeito, mas logo riu quando sua mãe começou a comemorar ao telefone.
   — Oh, meu Deus! Isso é ótimo! Quer dizer que você vai vir para cá? – Perguntou esperançosa.
   — Talvez... Eu ainda tenho que ver tudo aqui, mas não é de certeza. fera também passou, então eu e ele estávamos pensando em dividir um apartamento, e...
   — Só você e ele? Ou mais alguma garota? Bruno, você não vai deixar de morar com a sua mãe para morar em uma mini zona, não é? – Perguntou desconfiada. Bruno gargalhou.
   — É claro que não, mãe! – Riu mais uma vez pelo nariz.
   — Sendo assim, você pode. – Falou autoritária. Bem... Ele não estava pedindo a permissão dela, afinal, já era um quase adulto. Mas ficou feliz em sabe que ela concordava – E quando você vem? – Voltou à animação.
   — Mãe, como eu disse antes, não tenho certeza. Mas se eu for será na próxima semana.
   — Ótimo! – Falou ainda mais animada. Ele pensou em repetir que não era de certeza, mas com toda essa animação, Bruno se sentiria culpado. Ele não via a sua mãe e sua irmã desde o natal, não queria parecer rude com ela. 
   Depois de se despedir, ele voltou a pensar nessa possibilidade. É. Seria uma boa... Mas se em pensar em ter que cuidar de toda aquela papelada de transferência já dava uma preguiça...


   Dois dias haviam se passado. Fatinha – para a surpresa e espanto de todos – não tinha os passado em seu quarto, chorando. Na verdade, ela mesma estava orgulhosa de sua reação ao “término” de namoro. Término entre aspas, é claro. No fundo ela sabia que Bruno voltaria... Ele sempre voltava, confiava nele.
    E aquilo a reconfortava. Era aquilo que a dava forças para continuar a viver. Ela ainda não havia cruzado com Bruno nesses dois dias. Não sabia se ele estava a evitando – provavelmente estava –, mas ela preferiu assim. Não que ela estivesse feliz com essa separação, não pensem isso! Ela apenas... Achou que com isso, Bruno poderia sentir falta dela e voltar mais rápido.
   “Ou não”, uma voz persistia em perturbá-la sempre que pensava nisso. Maldita voz da consciência!
   Fatinha estava tão concentrada em não pensar em Bruno, que começou a não prestar atenção no que acontecia em sua volta.
    Não percebera quando Ju teve um breve desentendimento com Lia Não percebera quando elas fizeram as pazes. Também não percebera o momento em que Mel teve que ir para a enfermaria por pisar em um caco de vidro. Nem quando Gil, Dinho, Malu ou qualquer outro amigo tentava entender a fundo o que estava acontecendo. Ela não estava chorando ou parando de viver, fato que já fora mencionado anteriormente. Vivia, sim. Mas, infelizmente, vivia no seu próprio mundo.
   Fatinha ao menos percebeu que o tempo passava e Bruno não voltava...


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Notas finais do capítulo

gente, desculpa pela Fatinha estar sendo chata, mais é necessário para amadurecimento e auto confiança dela.



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