Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 93
Capítulo 93




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Bruno apenas sorriu. Não que não gostasse dela, mas tinha medo do que poderia acontecer se Fatinha o visse conversando com Emily. Ele nunca entendera de fato todo esse ódio entre as duas... Afinal, Emily havia se desculpado, já estava tudo bem, não estava? Não estava? É, estava. Aquele medo o parecia extremamente ridículo agora. 
   — Como vocês estão? – Perguntou animada. Provavelmente já tinha tomado algumas.
   — Acho que uma pergunta melhor é como você está, não é? – Fera perguntou gargalhando.
   — Ótima, por que a pergunta? – Emily perguntou confusa. É, ela nunca fora das mais rápidas, agora adicione isso com mais algumas garrafas de bebida alcoólica.
   — Loira. – fera revirou os olhos.
   — Idiota. – Respondeu mostrando a língua.
   — Nossa, quanto carinho – Bruno falou com sarcasmo.
   — Culpa dele – Emily apontou para Fera com uma expressão totalmente forçada de inocência fazendo-os rir.
   — Para de me amar – Fera riu.
   — Amar você? Que nojo! – Brincou.
   — É claro que ama – Falou com um sorriso cínico e a puxou, abraçando-a exageradamente forte.
   — Me... Larga... – Tentou falar com o pouco de fôlego que a restava, Fera e Bruno riram.
   — Por quê? Está tão confortável aqui...
   — Para você, não é? – Ela revirou os olhos arrancando mais risadas.
   — Fera, ela está vermelha. Larga ela – bruno riu.
   — É! Eu estou vermelha, me larga!
   — Você pensa que eu não sei que está vermelha de vergonha. Não acredito que depois de anos ainda sente vergonha de mim – Fera brincou balançando a cabeça.
   — Ou talvez seja porque eu não estou respirando, não é, espertão? – Tentou sorrir.
   — Bom argumento. Está livre – Soltou-a.
   — Amém! – Respirou fundo. Então, viu Fera se aproximando de novo dela, que correu para trás de Bruno. O mesmo não conseguia parar de rir – Socorro! Você é estranho. Já falaram isso para você?

  — Às vezes falam, mas a minha psicóloga disse para eu apenas ignorar... – Brincou arrancando mais risadas. 
   — Eu acho que você deveria trocar de psicóloga – Riu e saiu de trás de bruno, mas o abraçou de lado, envolvendo seu braço na sua cintura.
   — Ah, o Bruno você abraça, né? – Fera falou fingindo ciúmes.
   — Claro, ele me deixa respirar como um ser humano normal! – Respondeu. Mas é claro que aquilo fora um blefe. Todos sabiam do sentimento que Emily nutria por ele, apesar de tentarem ignorar sempre. Antigamente, os três e Mel andavam sempre juntos. Melhores amigos, se preferir. Desde aquela época, ela já era terrivelmente apaixonada por ele. 
   Então,Ju chegou à cidade. Ela e Mel viraram amigas no mesmo instante, mesmo Ju sendo um ano mais nova que todos eles. Como sempre fora ciumenta, Emily e Mel acabaram brigando, fazendo com que nunca mais se falassem. Foi como se todos os anos de amizades pudessem ser esquecidos em um segundo. Emily nunca deixou de falar com Fera e bruno, mas sempre era diferente. Eles se afastaram, principalmente depois que o último ficou “apaixonado” por Ju. 
   Claro que apaixonado está entre aspas, naquela época ele nunca se apaixonaria. Apenas sentia uma atração enorme e tinha uma queda de quarenta andares por ela. Mas nada que o fizesse ficar pensando nela todas as noites, ou coisa do tipo. Ele nunca faria isso. Nunca. Ou até ter conhecido Fatinha...

 — Anda, Malu! – Fatinha reclamou enquanto se olhava no espelho do banheiro. Depois de arrumarem a pequena falha no seu sutiã, as duas aproveitaram para arrumar a maquiagem.
   — Já vou, já vou! – Revirou os olhos – Que pressa é essa?
   — Você ainda pergunta? Bruno está sozinho enquanto há uma festa ocorrendo em sua volta. Do que você quer que eu tenha medo? – Respirou fundo. 
   — Fera também está lá sozinho e eu estou totalmente calma.
   — Desculpe por não ter toda essa confiança – Rolou os olhos e cruzou os braços.
   — Ok, ok, terminei. Vamos! – Jogou tudo dentro da sua bolsa minúscula e puxou a mão da amiga.
   As duas andaram até o salão, e tentaram procurar seus respectivos namorados. Enquanto Fatinha olhava em sua volta, Malu avistou algo que não gostaria de ter visto...
   — Fatinha... – Chamou-a.
   — Sim? – Olhou para ela sorrindo.
   — Por que Bruno e Emily estão abraçados? – Apontou para onde estavam e o sorriso de Fatinha desapareceu no mesmo instante. 
   Lá estavam eles. Brunor com uma garrafa de bebida na mão, Emily ria de alguma coisa ainda abraçada nele e Fera continuava a brincar com ela. Fatinha bufou. Ela sabia que alguma coisa aconteceria naquela noite, sabia que tudo estava bom demais para ser verdade, só não sabia que não seria essa a maior decepção da sua noite.
   — Calma, ... Calma! – Malu tentou acalmá-la, mas já era tarde. Fatinha estava profundamente irritada.

— Ih, – Emily olhou para trás e as viu – namoradas que me odeiam a vista. Beijinhos – Saiu. Pela primeira vez, parecia não querer briga. Parecia. Os dois, então, viraram para trás e as viram também. Fera nem pareceu notar a expressão raivosa de fatinha como Bruno notou. Ele só conseguia ver a Malu.
   — Finalmente! – Exclamou e foi ao encontro dela. No mesmo instante, fatinh andou com passos firmes até onde Bruno estava. O mesmo colocou a garrafa de bebida rapidamente em uma mesinha qualquer que tinha lá e deu um sorriso amarelo.
   — Vamos pular a parte que você me desrespeitou e vamos falar sobre o seu lindo e meigo abraço na Emily – Fatinha cruzou os braços com um sorriso irônico, indo direto ao assunto.
   — Fatinha, calma.
   — Calma? Você quer que eu fique calma? – Perguntou começando a alterar a voz. Bruno revirou os olhos e a conduziu até o corredor, próximo a saída do salão.
   — Quero. Não tem porque ficar nervosa.
    — I-ma-gi-na se tem, não é? Você vai ficar se fazendo de desentendido ou vai assumir que errou para nós podermos conversar como duas pessoas civilizadas? – Fatinha falou e Bruno a olhou com cara de deboche. Afinal, ele estava completamente calmo, quem estava fazendo escândalo e não parecia uma pessoa civilizada era... Ela.
   — Ah, eu errei? E você pode me dizer no que? Em conversar com uma amiga, esse foi o meu erro? Não tenho culpa se o seu ciúme deixa você cega.
   — Então a culpa agora é minha? Você me desrespeita, age como se não ligasse pro que eu penso ou peço, fica abraçando a sua amiguinha que me odeia e faria qualquer coisa para tirar você de mim e a culpa é minha?

  — Que cisma! Você nem estava lá para saber o que aconteceu, eu, Fera e ela estávamos brincando, mas você chegou no meio da brincadeira e está se recusando a entender. A Emily já esqueceu aquela história, eu esqueci, todo mundo esqueceu... Menos você, não é?!
   — Você está defendendo ela? – Fatinha trincou os dentes e já sentindo a sua voz fraquejar.
   — Não estou defendendo ninguém.
   — Amanhã nós conversamos – Respirou fundo. Ela não iria chorar na frente dele.
   — Por quê? – Revirou os olhos. Talvez por estar tão irritado, Bruno não tinha percebido os olhos inchados e a voz fraca de Fatinha, enquanto a mesma lutava para não chorar.
   Ela não admitia... Ele estava defendendo Emily ao invés de tentar entendê-la? Não era para aquela brigar chegar a essas proporções, não era. Era para ele simplesmente interromper tudo aquilo e beijá-la, fazendo-a esquecer de tudo isso. Ela esqueceria... 
   — Como você consegue ser tão insensível? – Explodiu – Eu não estou em condições de continuar com essa briga patética. Quer saber? Faça o que você quiser! Vá lá, Bruno! Beba o quanto você quiser, fique com qualquer garota! Bem, a primeira parte você já estava fazendo, não é? – Tentou dar um sorriso sarcástico, mas nem isso conseguiu. Quando viu, já estava com os olhos marejados e a respiração descompassada.

 Fatinha estava chorando. Por um segundo, Bruno se perguntou o que mais valia à pena: continuar o seu namoro, mas ter que vê-la chorando por sua culpa cada vez que se brigavam, ou terminar e vê-la chorar somente uma vez. A última opção o parecia extremamente tentadora, se não fosse pelo fato de que ele não se visse mais sem ela. Infelizmente, na hora do seu estresse máximo, ele não pensou nisso. Estava irritado, e vendo-a sofrer o deixava cada vez mais nervoso. Sem conseguir formular uma resposta racional, soltou:
   — Se é isso que você acha que eu quero fazer, eu não tenho culpa – Murmurou e virou-se, entrando de volta no salão e pegando de volta a sua garrafa. Não que ele quisesse beber, na verdade, ele estava com nojo de qualquer bebida alcoólica naquele instante... Mas sabia que Fatinha estava observando, e ele não queria ficar para baixo... Maldito orgulho.
   — Pelo jeito é mesmo o que você quer fazer – Ela sussurrou para si mesma enquanto via Bruno bebendo e olhando para uma garota que aos olhos de Fatinha era muito mais bonita que ela. Por um segundo, o olhar de Bruno sob a garota a fez lembrar-se de antigamente... Quando ele fazia isso a todo o momento.
   Não podia continuar ali vendo isso. Ela sabia que ele não ia de fato traí-a, mas o próprio olhar malicioso que ele lançava agora para outras garotas enquanto conversava com Fera estava matando-a.

 — Bruno, onde está a Fatinha? – Malu perguntou logo após de sentir a falta da amiga.
   — Vou saber? – Falou um pouco frio. Bruno estava um pouco alterado pela bebida, mas nada que fosse perceptível. Isso apenas o deixava mais vulnerável...
   — Ih, o que houve, Senhor Mau Humorado? – Revirou os olhos.
   — Nada.
   — Vocês brigaram? – Ela perguntou, mas não obteve resposta. Bruno estava ocupado fazendo uma coisa que não fazia há muito tempo: pensar como seria se aquela garota que estava dançando estivesse sem roupas. O problema é que a todo instante ele achava uma mais bonita... Infelizmente, todas pareciam vulgar demais para ele, muito diferentes da... – Dá para você parar de olhar para a bunda daquela garota e responder a minha pergunta?
   — Hã? – Perguntou e riu um pouco – O que você tinha perguntado?
   — Se vocês brigaram!
   — Ah, é. Sim, nós brigamos. Por quê?
   — Por quê? Por quê? Não sei, talvez porque você está aqui secando dezenas de garotas enquanto a minha amiga com certeza está no quarto dela chorando por você – Ela o acusava enquanto apontava o dedo para ele. Bruno parou e pensou no que ela tinha dito. Tinha razão. Por que ele estava ali sendo que a única garota que o interessava estava em algum lugar chorando por causa dele?
   — Que merda,Malu. Por que você sempre tem razão?
   — Porque eu sou demais – Sorriu convencida e sarcástica ao mesmo tempo – Está esperando o que? – Brincou. Bruno sorriu e saiu andando calmamente. 
   Já estava no meio do caminho e já sabia o que fazer. Na verdade, Fatinha estava sensível. Qualquer coisa que ele dissesse faria com que ela o perdoasse, mas isso não era suficiente para ele. Antes de entrar no saguão, observou uma das suas mãos. Revirou os olhos e pensou no quanto era idiota por ainda estar segurando uma garrafa de bebida. Largou-a na primeira lata de lixo que achou e abriu a porta do saguão dos dormitórios. Entrou e arregalou os olhos.


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