Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 62
Capítulo 62




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 Eu tinha um pouco menos de dez minutos. Pensei em dormir um pouco, pensei em acordar Malu e contar tudo o que acontecera, pensei, pensei, pensei, e quando vi, meu despertador estava tocando. Ela acordou.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Já? — Resmungou. 
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Eu ri. 
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Levantamos e eu fui até o quarto dos meninos acordá-los, como combinamos na noite anterior. Bom, pelo menos acordar Gil...
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Abri a janela do quarto deles, como fiz com Malu. Eu estava um tanto receosa de como agir com Bruno. Os dois levantaram rapidamente e começaram a se trocar lá mesmo, comigo no quarto! Depois de quase levar um tombo com os dois sem camisa, tapei meus olhos e saí do quarto.

ㅤDesci as escadas, ainda de pijamas, e encontrei Malu estendendo a toalha na mesa. Ajudei-a e comecei a preparar o café. 
ㅤ ㅤ ㅤEu estava de costas para a porta da cozinha, e de repente senti dois braços envolvendo-me como em um abraço. Olhei para trás rapidamente e sorri ao ver a figura de Bruno. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Bom dia! — Disse muito mais sorridente do que o normal.
ㅤ ㅤ ㅤ— Bom dia — Soltou-me delicadamente e sentou-se à mesa. 
ㅤ ㅤ ㅤTerminei de botar as coisas na mesa e sentei-me ao seu lado ainda com um sorriso bobo no rosto. Logo Malu e Gil entraram na cozinha e sentaram-se também. 
ㅤ ㅤ ㅤFiquei conversando com ela sobre que tipo de roupa as californianas usariam na faculdade e rimos ao pensar o cumprimento das saias ou o tamanho dos decotes. Era bom ter uma amiga que veio de fora assim como eu. Principalmente Malu que era minha melhor amiga desde que me mudei para Arizona... Ela tinha os mesmos pensamentos que eu, as mesmas opiniões. Dizem que não é só no casamento que você precisa enfrentar as dificuldades, na amizade também. “Na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza”.
ㅤ ㅤ ㅤDepois que o nosso assunto acabou, comecei a rir com Gil, que mais uma vez estava fazendo uma de suas piadinhas. Ele era a alegria da mesa, sempre rindo e fazendo graça de tudo. Assim como... Ju. 
ㅤ ㅤ ㅤEles sempre saiam juntos. Iam jantar, ao cinema, parque... Mas sempre como “amigos”. Desde que pararam de se odiar mortalmente, eles estavam se dando muito bem... Só que infelizmente nenhum deles teve coragem de demonstrar seus sentimentos.

 ㅤ ㅤO resto do café da manhã foi calmo. Cheio de conversas com Malu, gargalhadas com Gil e olhares e risinhos entre Bruno e eu. De vez em quando eu e ele ficávamos nos encarando, ou tentando disfarçar o que aconteceu na noite anterior, já que minha mãe e Kevin estavam na sala de estar. Mas sempre era inevitável. Eu ficava uma boba perto de Bruno, e ele sabia disso. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Vocês parecem dois idiotas — Malu brincou adivinhando o que acontecera. E logo depois imitou alguns sorrisos e olhares feitos por ele e por mim. Eu ainda não tinha contado para ela por falta de tempo, mas ela já me conhecia muito bem para constatar tudo. 
ㅤ ㅤ ㅤDei uma risada irônica para o comentário dela, e percebi que eu estava corando descontroladamente! Tentei prestar atenção em minha xícara de café. Ela seria importante, já que eu não tinha dormido nada essa noite

ㅤTerminei de comer e subi para o meu quarto para começar a me arrumar. Tudo bem, eu tinha uma hora e meia para estar pronta, acho que dá tempo, não? Logo Malu subiu e começou a escolher uma roupa. 
ㅤㅤ ㅤ— Então, acho que não preciso perguntar, não é? — Ela disse.
ㅤㅤ ㅤ— Perguntar o que? — Eu estava tão distraída que nem prestei atenção.
ㅤㅤ ㅤ— Você e bruno — Revirou os olhos.
ㅤㅤ ㅤ— Ah sim! — Contei toda a história para ela.
ㅤㅤ ㅤ— Oh meu Deus! Vocês estão namorando? 
ㅤㅤ ㅤ— Sim — Meus olhos brilharam.
ㅤㅤ ㅤ— Com direito a pedido e tudo?
ㅤㅤ ㅤ— Bom... Não foi bem um pedido...
ㅤㅤ ㅤ— Foi sim! — Ela me abraçou. Eu ri.

Quarenta minutos se passaram e eu e Malu ainda não tínhamos escolhido roupa alguma. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Ótimo — Ela disse com uma certa ironia — Vamos nos atrasar.
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Calma... 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Calma? Fatinha, eu estou estranhando você.
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Como assim? — Sorri.
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Era para você estar nervosa com toda essa demora — Brincou e eu gargalhei. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤPor fim, decidimos vestir todas as roupas que havíamos “selecionado” e depois escolher as melhores. Malu decidiu ir com uma calça jeans colada, uma camiseta mais larguinha e um sapato de salto alto. Eu, uma camiseta mais justa e uma saia preta daquelas bem justa. Não era tão curta como as das meninas daqui, ia somente até a metade da coxa. Olhei-me no espelho e não gostei do que vi. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Tão comprida... — Murmurei. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Do que você está falando? — Ela perguntou.
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Da saia. Vai ser só eu entrar naquela faculdade para pensarem que eu sou uma freira.
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Mas não está comprida...
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Não está para mim e você, mas com certeza para todos os outros, está. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Você não precisa se vestir como uma vadia só porque está em Los Angeles... — Lembrou. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Eu sei, é que... Eu tenho medo de Bruno... — Hesitei. 
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Fatinha, ele gosta de você e não vai ser um comprimento que vai mudar isso, não é?
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Não é isso! Ah, eu não sei...
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Bom, se você não gosta do comprimento pegue uma saia mais curta...
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Eu não tenho!
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— Então puxe essa para cima — Riu.

Eu puxei. Olhei-me novamente para o espelho.
ㅤ ㅤ ㅤ— Malu, eu estou me sentindo uma prostituta. 
ㅤ ㅤ ㅤEla gargalhou. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Pare de reclamar da sua saia.
ㅤ ㅤ ㅤColoquei-a um pouco mais pra baixo. Ela não estava comprida, até que estava curta, mas de um jeito decente, é claro. Fiz como Malu disse e parei de me importar com isso.
ㅤ ㅤ ㅤDescemos as escadas, ainda não estávamos prontas, mas eu queria despedir-me de minha mãe, já que logo ela iria trabalhar. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Ah, minha filha, prometa que você vai se cuidar...
ㅤ ㅤ ㅤ— Eu vou, mãe — Falei já cansada de ouvir suas inúmeras recomendações. 
ㅤ ㅤ ㅤAbracei-a e ela foi trabalhar. Ela disse que Kevin já tinha ido, mas mandou um beijo para mim. Ah ta. Não mande outro para ele. 
ㅤ ㅤ ㅤTerminei de me arrumar, e desci com Malu para irmos. Bruno e Gil já estavam na rua, botando as malas no carro. Botei as nossas também.

Bruno virou-se para mim e sorriu antes de entrar no carro. Ele iria dirigir. Sentei-me no banco de trás, com Malu, e Gil no banco da frente. 
ㅤ ㅤ ㅤConversamos sobre o que iríamos fazer quando chegássemos à faculdade. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Primeiro, botarei o carro na garagem, e depois todos tem de ir para o jardim, onde o coordenador indica em que quarto você ficará e com quem, além de dar alguns avisos. Logo, voltamos, pegamos nossas malas e vamos para o seu respectivo dormitório — Bruno sorriu. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Hmm! Um coordenador? E quantos anos ele tem? — Malu perguntou demonstrando algum tipo de interesse. Eu ri. 
ㅤ ㅤ ㅤ— Acho que uns 21 anos... — Respondeu um pouco pensativo — Ele estuda lá, seu pai era o dono, mas como ele faleceu ano passado, ele teve que tomar o seu lugar...

— E ele é bonito?
ㅤ ㅤ ㅤ— Você acha que eu reparo nisso? — Ele gargalhou.
ㅤ ㅤ ㅤ— Pelo menos é aceitável? — Perguntou revirando os olhos.
ㅤ ㅤ ㅤ— Maria Luiza, você precisa urgentemente de um homem — Gargalhei. 
ㅤ ㅤ ㅤ— É... Até por que você já arranjou o seu, não é, Maria de Fatima? — Deu um sorriso cínico e virou a sua cabeça. O que? 
ㅤ ㅤ ㅤSenti minha cara ficar vermelha. Coloquei as mãos sobre o meu rosto, tentando escondê-lo. Pude ouvir algumas risadas dentro do carro, mas não conseguia ver a expressão de Bruno. 
ㅤ ㅤ ㅤLogo ela virou a cabeça para mim de novo, como se já tivesse esquecido a besteira que falou. Ela sorriu para mim, eu apenas balancei minha cabeça negativamente e dei um olhar reprovador.

Chegamos à faculdade e meus olhos expressavam admiração. Eu estava, literalmente, de boca aberta. Era tão grande, tão linda, tão... Aconchegante. Saímos do carro e eu fui para o lado de Bruno. Ele, por sua vez, envolveu meus ombros com um de seus braços. Ao sentir o toque de sua pele na minha, minhas pernas ficaram bambas, como sempre. Envolvi sua cintura com um de meus braços também. 
ㅤ ㅤ ㅤAo passarmos pela imensa garagem cheia de carros luxuosos, ouvia vários comentários sobre o que viam. Estaria Bruno Menezes namorando? 
ㅤ ㅤ ㅤSim, e comigo. Senti vontade de dizer.


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