Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana
ㅤO silêncio reinou naquela sala. Os minutos se passavam e o clima só ficava pior.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Bruno, eu preciso falar com você... — Comecei levantando-me e lembrando-me do que Gil disse sobre falar tudo o que eu pensava.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Sou todo ouvidos — Disse tranqüilo, levantando-se também.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— É difícil falar isso, mais difícil ainda é admitir tal coisa, mas... — Hesitei — Eu descobri que... — Pausei e respirei fundo — Eu descobri que... Que...
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Descobriu o que? — Perguntou confuso.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Eu descobri que Malu estava certa, eu não consigo mais viver sem você — Falei rapidamente e abaixando a cabeça.
Ele me puxou para mais perto e me abraçou. Afundei minha cabeça em seu ombro. Eu não sei o que aconteceria, eu só sei que um peso enorme tinha sumido das minhas costas.
ㅤ ㅤㅤ ㅤLogo, desprendi-me e fiquei encarando-o. Sua expressão era confusa.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Boa noite... — Falei virando-me para subir as escadas. Ele não respondeu.
ㅤ ㅤㅤ ㅤMas, ao invés de subir para meu quarto, eu entrei na cozinha. De uma coisa eu estava certa: Eu precisava de doce.
ㅤ ㅤㅤ ㅤVasculhei a geladeira em busca de alguma coisa e não achei nada que me agradasse. Contentei-me com um copo de suco, e, só então subi.
ㅤ ㅤㅤ ㅤAssim que cheguei a frente ao meu quarto, vi a porta do mesmo do Bruno aberta. Vi ele sentado em sua cama, com uma expressão pensativa.
ㅤ ㅤㅤ ㅤEntrei no banheiro, ainda não tinha escovado os dentes para ir dormir. Assim que sai, ele estava parado na frente de sua porta. Tentei não prestar muita atenção e entrar correndo em meu quarto.
ㅤ ㅤㅤ ㅤMas ele foi mais rápido.
ㅤ Bruno pegou em meu braço e desceu as escadas, conduzindo-me para segui-lo.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — O que está fazendo? Daqui a duas horas meu despertador irá tocar e eu ainda não dormi nada...
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Ele não respondeu, apenas cuidava para não fazer muito barulho ao descer as escadas e o mesmo fiz eu.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Não sabia o que ele iria fazer, mas de uma coisa eu estava certa: eu estava muito, muito curiosa.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Chegamos ao andar de baixo e ele guiou-me até a cozinha, ainda sem dizer nada.
ㅤ Ele abriu a porta, entramos e logo ele a fechou. Prensou-me na mesma, e quando vi, estávamos nos beijando.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Um beijo diferente, rápido... Desesperado. Minhas mãos passeavam em seus cabelos e nuca. As dele estavam apoiadas na porta.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Um minuto se passou. Dois, dez, vinte... Ar, fôlego e sono já eram totalmente insignificantes naquele momento.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Meia hora depois eu percebi o que estava fazendo e o empurrei levemente para trás, respirando fundo.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Não, eu não... Eu não posso.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Ele riu.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Você não acha que já se fez de difícil demais?
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Dessa vez, eu quem ri.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Dei um passo à frente e encostei meus lábios nos dele. Foi estranho como ele contornava meus lábios com a sua língua, e mais estranho ainda eu ter aberto minha boca para a passagem dela.
Seus braços envolviam a minha cintura, e os meus seu pescoço, em uma tentativa idiota de não deixá-lo sair dali, prolongando o momento ao máximo.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Logo nos separamos novamente em busca de ar. Ele puxou-me e quando eu achei que ele iria me beijar novamente, ele apenas abraçou-me. Eu estava confusa, não sabia se o que ele sentia era semelhante ao que eu sentia. Não sabia se aquele momento significava tanto para ele quanto significava para mim.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Eu também não consigo mais viver sem você — Ouvi ele falar. Sua voz estava baixa e um tanto rouca, deixando-a mais... Sedutora.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Minhas pernas ficaram bambas e eu apertei-me mais contra ele, apoiando-me.
Ele beijou o topo da minha cabeça e me desprendeu. Dei um passo para trás e fiquei encarando-o. Meus pensamentos estavam a mil, e eu não conseguia organizá-los. Mas todos eles fugiram quando eu ouvi a voz de Bruno.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Você quer tentar?
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Fiz uma expressão confusa.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — O que?
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Aquilo que... Você queria.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — O que eu queria? — Eu já sabia o que era, mas não seria nada mal ouvir da boca dele...
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Algo mais firme.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Eu ri.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ —Bruno, é tão difícil para você dizer a palavra “namoro”?
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Tudo bem. Maria de Fátima dos Prazeres, você aceita namorar comigo? — Ironizou fazendo-me rir novamente.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Sim.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ Ele puxou-me para mais perto dele e deu-me um selinho.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Ok, agora a pergunta mais esperada do dia: o que você foi fazer na casa da Mel? — Perguntei com um certo tom de ciúmes. Ele riu.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Entregar um jogo que eu peguei emprestado do irmão dela.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Acho bom — Brinquei e ele riu novamente.
ㅤ— Que horas seu despertador irá tocar? — Ele perguntou.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Sete horas.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Bom, faltam dez minutos...
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Você quer subir e fingir que está dormindo? — Convidei rindo.
ㅤ ㅤㅤ ㅤEle fez que sim com a cabeça e puxou minha mão, subindo rapidamente as escadas. Eu não conseguia conter o sorriso em meu rosto. Não enquanto ele estava com a sua mão sobre a minha.
ㅤ ㅤㅤ ㅤChegamos ao andar de cima.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Boa noite — Brinquei.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ— Boa noite — Disse soltando a minha mão e virando-se para entrar em seu quarto com cuidado para não acordar Gil. Fiz o mesmo tentando não acordar Malu.
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