Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 43
Capítulo 43




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— Você quer falar alguma coisa? — Perguntei, tentando quebrar o silêncio.
   — Não — Disse dando um beijo na minha testa.
   — E agora?
   — E agora o que? — Perguntou olhando nos meus olhos.
   — Nada não...
   — Vamos terminar de lavar a louça — Ele riu.
   O resto da manhã foi assim, eu lavando, ele secando. Eu já não tinha mais coragem de olhar em seus olhos, não me arriscava nem a olhar em seu rosto. Ele fingia que nada acontecera, que nem da outra vez. Apesar de eu saber que aquilo não tinha significado nada para ele. De nada adiantaria eu me iludir, Bruno estava apenas “recebendo o seu prêmio” da aposta. Isso que eu fui, um troféu. Apenas isso.

Logo que terminamos, ele saiu da cozinha e eu comecei a fazer o almoço. Mais tarde, Bruno entrou de novo e me viu cozinhando.
   — Mas que prendada! — Gargalhou — O que vai ter hoje?
   — Bife, lasanha e salada.
   — Lasanha de que? — Perguntou interessado e olhando para o forno.
   — Presunto e queijo, você gosta?
   — Gosto.
   — Seu primo vai chegar na hora do almoço?
   — Não, acho que ele chega as 15h.
   — Ah sim.
   — A senhora Annie (n/a: Sra. Annie é o nome da mãe da Fatinha, acho que ainda não foi dito) vem para o almoço hoje?
   — Não, ela vai fazer hora extra. Por quê?
   — Nada... Só que o meu pai também não vem, e acho que você fez comida demais — Ele sorriu.
   — Demais nada, do jeito que você come... — Ri ainda olhando para a panela.
   Bruno esboçou um sorriso irônico.

O almoço não foi muito interessante. Fiquei o tempo todo olhando para o meu prato, agüentando o silêncio constrangedor e comendo o mais rápido possível, para sair logo dali.
   Deitei-me no sofá da sala, fechando os olhos. Pude ouvir os passos de Bruno na escada. Resolvi ir nadar. Piscinas sempre foram meu ponto fraco, uma paixão, para ser mais exata. Subi para o meu quarto e tranquei a porta. Não seria nada agradável se ele entrasse aqui nesse momento. Desci e entrei na piscina correndo, também não estava nem um pouco afim de que ele me visse de biquíni!
   A água gelada contrastada com o meu corpo quente, ainda abalado pelo acontecimento na cozinha, proporcionou-me uma sensação agradável e reconfortante. Decidi não pensar naquilo. Pensei em coisas fúteis e engraçadas, tudo para me distrair. Eu já estava lá por uma longa hora, quando a campainha toca. 
   Vejo Bruno descer as escadas e atender. Deve ser o primo dele. E agora? Eu não havia levado uma toalha para me cobrir. Com certeza essa não seria a melhor forma de conhecer uma pessoa: molhada e de biquíni.

Escutei uma voz ecoando pela casa, uma voz... Conhecida. E com certeza não era a de Bruno. Ele levou a visita até a sala, ficava de frente para a piscina. Pude ver o convidado virado para o outro lado, algo nele me lembrava alguém que eu não conseguia lembrar-me quem era. 
   Ele virou para ver a piscina e só então pude ver quem era. Bruno tinha razão, eu o conhecia! 
   — Fatinha? — Disse ele vindo em minha direção.
   — Gil? 
   Bruno olhou confuso para nós dois. 
   Eu não estava acreditando! Como Gil podia ser primo de Bruno? Não faz sentido, saí da piscina esquecendo-me que estava apenas de biquíni. Lembrei quando percebi os olhares deles. 
   Gil abriu os braços, em gesto para que eu o abraçasse. 
   — Eu vou molhar você — Disse rindo.
   — Não tem problema.
   Abracei-o muito, muito forte. Tinha saudades dele...
   — Espera, vocês se conhecem? — Perguntou Bruno confuso.
   — Sim — Ele começou.
   — Gil era meu... Namorado no colegial, oitava série, não é? — Perguntei para ele.
   — Aham. Mas aí Fatinha se mudou para o Arizona e tivemos que nos separar — Disse Gil fazendo biquinho. Eu estava ao seu lado, com uma mão em sua cintura, e uma dele envolvia meu ombro. Após ele ter dito isso, apertei mais ainda cintura dele.
   — Senti saudades — Disse olhando para ele.
   — Eu também — Ele beijou minha testa e nos desprendemos desse meio abraço — E veja só, como você cresceu! — Disse olhando de cima abaixo. 
   Fiquei meio sem graça e senti que estava corando.
   — Você também — E realmente, ele tinha crescido, e muito! Ele estava uns 20 centímetros maior que eu, o seu cabelo estava diferente e seu corpo então...
   Bruno não estava gostando da situação.


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