Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 120
Capítulo 120




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   — Chega – Ela disse partindo o beijo.
   — Chega? – Bruno perguntou confuso fazendo-a rir levemente.
   — Como você disse, você ainda precisa reconquistá-la.
   — Ah, claro... – Ele sorriu. Ainda segurava a cintura dela e podia ver atrás de Fatinha a Malu comemorando – Eu acho que eu já sei como fazer isso.
   — Como?
   — Eu nunca a levei em um encontro de verdade – Bruno falou. Fatinha ficou perplexa. Era verdade! Eles nunca tiveram um encontro sequer. Na universidade, eles sempre estavam juntos, mas não dava para considerar aquilo um encontro.
   — É verdade, você nunca a levou, mesmo! Nem enquanto vocês estavam namorando! – Ela deu um tapa leve no braço dele, fazendo-o rir.
   — Mas eu vou! Sexta feira.
   — E como você sabe que ela não tem compromisso? – Perguntou desafiadora.
   — Ela tem?
   — Não – Fatinha riu.
   — Ótimo. Passo na sua casa às oito – Ele falou rapidamente acabando com o “joguinho na terceira pessoa” e sem pedir permissão a Fatinha, deu um selinho rápido nela. 
  E ela ficou lá. Rindo, incrédula. Aquilo era um sonho? Porque se fosse, por favor, não a acordem.


  Fatinha estava terminando de se arrumar para o seu encontro com Bruno. Ela calçava os sapatos altos enquanto cantava animadamente. Malu estava lá para ajudá-la, mas só ria dos seus ataques de felicidade.
   — Não se esquece de dar uma de difícil – Ela a lembrou.
   — Sim, senhora! – Fatinha disse risonha.
   — E não se esquece do quanto ele já fez você sofrer, esfrega isso na cara dele, seja grossa, tente ao máximo pisar em cima dele, não fique bancando a bobona apaixonada, e... – Malu se empolgou enquanto falava raivosa, mas se interrompeu assim que viu a amiga rindo da sua cara.
   — Não se preocupe, Malu. Eu não vou ser fácil, eu sei mais que ninguém o quanto ele já me fez mal.
   — Acho bom! Porque eu não gosto de ver minha melhor amiga sofrendo – Ela a abraçou.
   — Parece mentira que eu estou indo a um encontro com ele, sabia?
   — Eu sei – Malu riu, mas parou ao ouvir a campainha. Deixou Fatinha terminar de se arrumar e foi abrir a porta do apartamento que nem era dela. Isso para vocês verem o quanto ela se sentia em casa.
   Ela deu um gritinho assim que fechou a porta, segurando um buquê de rosas amarelas que o porteiro havia deixado.
   — Fatinha do céu, vem aqui! Não chora para não borrar essa maquiagem que eu demorei horas para fazer, pelo amor de Deus.
   — Chorar? Por quê? Não acredito! – Ela gritou ao ver o buquê que continham as suas flores preferidas e correu para buscá-lo, lendo o cartão logo em seguida.

 

Estou esperando você aqui embaixo. Não demore. Bruno.


   — Você tem razão, é impossível odiar ele –Malu concluiu rindo.

  — Boa noite – Ela falou simples quando abriu a porta e encontrou Bruno apoiado em seu carro. Ele vestia uma camisa preta e uma calça social da mesma cor. Lindo. Mas ele não precisava saber o que Fatinha achava. A mesma vestia uma saia de cintura alta azul marinha e uma blusinha floral. 
   Bruno sorriu ao vê-la e desencostou do capô.
   — Você está linda – Ele a abraçou pela cintura. Fatinha deu um pequeno sorriso como agradecimento, mas logo percebeu que ele estava inclinando-se para beijá-la e o afastou com as duas mãos em seu peito.
   — Eu não costumo beijar no primeiro encontro – Falou superior.
   — Eu não sei se você percebeu, mas eu não costumo seguir as regras.
   — E eu não sei se você percebeu, mas eu costumo – Respondeu ainda com um ar de superioridade e entrou no carro, sem nem deixá-lo pensar. Bruno ficou alguns segundos perplexo com o tamanho do fora que tinha levado e logo entrou no carro, olhando-a confuso – O que foi, Bruno? Você pensa que é assim? Fala tudo aquilo para mim e é só comprar um buquê de rosas, dizer meia dúzia de frases prontas que você provavelmente disse para várias garotas antes de mim, e eu vou perdoar você? – Ela o encarou, observando-o ficar sem falas e apenas levantar as mãos como quem se rendia, dando partida no carro. Fatinha sentiu vontade de chorar com aquele clima tenso, mas não era hora para ser fraca. Ela já tinha chorado demais.

  — Manhattan? Você me trouxe para Manhattan? – Ela falou animada ao sair do carro e dar de cara com o mar. Mesmo sendo noite, ela podia ver perfeitamente as ondas quebrando e batendo na areia. Olhou em volta impressionada. Aquele lugar era incrível! Havia a praia, um hotel cinco estrelas e um restaurante extremamente caro. Todos incrivelmente lindos. “Uau, então isso é um encontro com Bruno Menezes?”, pensava. Tudo bem, se Bruno estava tentando impressioná-la, ele estava conseguindo. 
   — Eu imaginei que você gostaria.
   — Aqui é lindo! – Ela sorriu – Eu só não sei se trouxe dinheiro o suficiente para pagar um mísero refrigerante naquele restaurante.
   — Quem disse que você vai pagar? – Ele perguntou conduzindo-a até a entrada.
   — Eu disse! – Respondeu. Fatinha não deixaria Bruno gastar tanto assim com ela. Mas ele não respondeu, como se estivesse decidido que ele quem pagaria. Fatinha era uma romântica e acreditava que, em um encontro, o garoto que deveria pagar, mas aquilo era demais. Enfim...
   Bruno disse seu nome para a recepcionista do restaurante e ela os levou até uma mesa próxima à janela. Fatinha tentava ao máximo não mostrar o quanto estava impressionada e feliz, mas ele sabia como “domá-la”. Eles estavam conversando sobre a família dele enquanto esperavam os pedidos.
   — Eu moro em NY há um bom tempo e nunca vi a sua mãe ou sua irmã – Fatinha comentou.
   — Eu vou na casa da minha mãe praticamente todo dia, por isso ela nunca vai lá em casa. E a Makena é uma chata, você não vai querer conhecê-la – Ele falou a última parte brincando.
   — Ai, que pecado, Bruno! Ela deve ser super fofa!
   — Ela é irritante.
   — Sua opinião não conta, você é o irmão mais velho dela – Fatinha deu de ombros enquanto ele ria.

  Após comerem e Bruno pagar a conta, Fatinha insistiu que queria dar uma volta na praia. Tirou os seus sapatos e correu até o mar, enquanto ele a olhava sorrindo. Ela era tão simples. Ficava feliz com tão pouco... Fatinha era perfeita aos olhos dele. 
   Bruno aproximou-se da água e a observou molhando os pés e fazendo careta por causa da água gelada. Ele riu. Como ela conseguia ser tão doce? Como ele conseguiu ficar tanto tempo longe dela?
   — Você trouxe uma toalha? – Ela perguntou esperançosa.
   — Claro, eu sempre trago comigo uma toalha para emergências – Ele falou irônico e recebeu uma língua como resposta. Era engraçado. Se fosse qualquer outra pessoa, ele já teria recebido um dedo do meio ou um palavrão extremamente sujo. Mas, como sempre, Fatinha se mostrava educada e meiga. Ele já tinha machucado-a tanto... Ela estava tratando-o bem demais por tudo o que ele já tinha feito para ela.
  Bruno sentou-se na areia, ignorando o fato de que logo depois ficaria com as roupas sujas, e logo Fatinha foi para a faixa de areia, sentando-se ao seu lado. Eles ficaram assim, lado a lado, por um bom tempo, até ela começar a sentir frio e tremer levemente. Bruno sorriu e passou o braço pelos ombros de Fatinha, abraçando-a de lado e tentando aquecê-la. Ela apoiou a cabeça em seu ombro e fechou os olhos levemente. Tudo aquilo parecia um sonho... Bruno beijou o topo da cabeça de Fatinha, fazendo-a sorrir. Ela podia ficar ali para sempre...
   — Por que você foi embora? – Ela perguntou tentando não parecer manhosa. 
   — Você me mandou ir...
   — Mas você nem ao menos insistiu para ficar – Comentou.

 — Você também não insistiu para que eu ficasse – Bruno comentou como se tivesse guardado aquilo por anos, o que era verdade, de fato.
   — E você realmente achou que precisava? – Ela desencostou a sua cabeça do ombro dele e o encarou com seus olhos curiosos e ressentidos. 
   — Achei – Ele gesticulou como se fosse óbvio, o que seria engraçado se eles não estivessem conversando sobre isso – Você tem noção do quanto eu fiquei mal quando você me mandou pra NY?
   — Eu não mandei você embora! – Ela se defendeu. Nossa! Eles estavam mesmo conversando sobre aquilo? Afinal, era um assunto doloroso para ambos. Mas, talvez, fosse realmente melhor esclarecer algumas coisas.
   — Fatinha, você disse com todas as letras que era melhor eu vir para cá – Ele disse magoado.
   — Você tem que começar a entender as mulheres, Bruno! Se eu mandei você ir, o que eu mais queria era que você insistisse na nossa relação e, acima de tudo, ficasse do meu lado...
   — Se você tivesse dito isso antes, tudo seria diferente – Ele deu um meio sorriso. Fatinha suspirou. Ela tinha tanta coisa para falar, tantas perguntas... Mas não queria pressioná-lo. Não queria que ele fosse embora novamente
   No outro lado, Bruno estava tentando pensar no que falar. Queria explicá-la que não tinha sido apenas ela quem sofrera. Queria mostrar o quanto sentira sua falta. Talvez isso amenizasse a dor que Fatinha sentia dele. Talvez não.
   Então, ficaram nesse silêncio por segundos intermináveis, talvez até minutos. Nenhum sabia o que falar. Na verdade, era ao contrário. Todos tinham muito a falar. Só não sabiam por onde começar...
   — Você já chorou por mim? – Fatinha perguntou ansiosa.


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