Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 118
Capítulo 118




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335451/chapter/118

Bruno chegou em sua casa poucos minutos depois – ele só tinha ido comprar um remédio mais forte para dor de cabeça. Foi até a cozinha pegar um copo de água e quando foi abrir a geladeira, viu um aviso nela. Um papel com as letras de Fatinha.

 

Fera, eu vou passar uns dias na casa da Malu. Não morra de saudades de mim, haha. Mentira, eu sem que você vai na casa dela todos os dias.
Com amor, Fatinha diva.


   Bruno riu um pouco do final do bilhete, mas depois ficou caiu a ficha de que ela estava indo embora. Colocou o copo na bancada e foi até o quarto de Fatinha, vendo todas as portas do guarda roupa abertas e uma pequena mala no chão. Abriu totalmente a porta e encontrou-a deitada na cama, dormindo. Ele respirou fundo. Podia ver as marcas de lágrimas em seu rosto e travesseiro. Odiava fazê-la sentir-se assim,

  — Sei que fui duro com você. Acredite, eu odeio ver você sofrer – Ele sentou-se na lateral da cama dela – Mas, principalmente, odeio saber que o culpado de todo esse sofrimento sou eu. Eu não sei se afastando você de mim eu estou fazendo o certo, mas eu sei que vai doer muito mais em mim que em você. Eu não mereço você, Fatinha, você é demais para mim: alguém que só faz você sofrer. Quem sabe ficando um pouco longe, você não consegue me esquecer? Seria ótimo para você... – Ele passou a mão dele levemente sobre a face de Fatinha e continuou o seu monólogo – E, quando eu disse que não amava mais você, por favor, não acredite. Doeu dizer aquilo, mas foi preciso. Eu não quero mais magoar você, por isso estou saindo da sua vida. Quem sabe, quando... Como que você diz? Ah, quando eu amadurecer... E, se você ainda estiver disposta, quem sabe nós não tentamos mais uma vez? Mas, agora, é mais saudável para nós dois ficarmos afastados – Ele beijou a bochecha dela levemente e saiu do quarto, crente que ela estava dormindo durante todo o discurso. Foi até a sala e sentando-se no sofá, cabisbaixo. 
  Fatinha abriu os olhos e abriu o maior sorriso do mundo. Bruno ainda a amava!

Fatinha levantou-se e continuou a arrumar a mala, rindo incrédula. Então, tudo isso, foi para ela não sofrer mais? Ele tinha sido um idiota completo, mas Bruno até que tinha razão... Seria saudável para eles ficarem afastados por um tempo. Só assim ambos poderiam saber se o que sentiam pelo outro era realmente amor, ou não. Ela dobrava algumas roupas e dançava, mesmo que sem música. Estava feliz! 
   Não ia ficar muito tempo na casa de Malu seria só até as coisas esfriarem um pouco. Foi a própria Malu quem a aconselhou a fazer isso quando Fatinha ligou para ela para contar o que havia acontecido. 
   Céus, Bruno ainda a amava! Ela estava surpresa e feliz. Não sabia se ia tentar esquecê-lo sabendo daquilo. Iria esperá-lo. Eles estavam separados, mas Fatinha não ia chorar todas as noites por causa daquilo. Já havia chorado demais. Iria viver a vida normalmente e sem pressa, como se não estivesse apaixonada por ninguém. Não dizem que as pessoas gostam daquilo que não têm? Então, Fatinha não ia correr atrás de Bruno. Não mais. Agora, quem correria atrás dela seria ele.
   Pegou a sua mala e foi até a sala, encontrando-o lá mesmo.
   — Você sabe que não precisa ir embora, se não quiser – Ele falou indiferente e não tirando os olhos da televisão. Ela sentiu vontade de rir. Sabia que toda aquela frieza era fingida. E era mesmo...
   — Eu acho que é mais saudável nós dois ficarmos afastados – Ela repetiu a frase de Bruno e sorriu, abrindo a porta e saindo. Entrou no elevador rindo. Provavelmente Bruno estaria perguntando-se se ela tinha escutado tudo. Vamos combinar, aquela foi uma saída triunfal.

 Acontece que os alguns dias tornaram-se muitos. E, acredite, muita coisa mudou nessas semanas. Bruno tentava realmente esquecer Fatinha. Ele já havia tentado sair com várias garotas, até chegar a Chelsea. Ela o amava, então por que não? Eles já estavam juntos há duas semanas, mas Bruno não a pedia em namoro nunca. Mas você acha que Chelsea se importava? Só em ele ser “exclusivamente” dela já era o suficiente. Então você pensa: fatinha deve estar péssima com tudo isso.
   Ela não estava.
   Fatinha tinha aprendido a guardar tudo o que sentia por Bruno. Não o esquecera, mas também não tinha deixado de viver. Ela estudava, saía com novos amigos, com amigos antigos, e até mesmo saiu uma ou duas vezes com Vitor, mas ela resolveu que não era certo usá-lo para esquecer Bruno. Fatinha havia ido a festas, também. Não estava ficando com ninguém, mas ela realmente se divertia. 
   Bruno tinha razão. Realmente era mais saudável assim. 
   Infelizmente, a enorme festa de pijamas que estava virando a casa da Malu teve de ser deixada de lado. Selena começou a achar que estava incomodando e que já estava virando falta de educação, então na primeira oportunidade alugou um apartamento. O melhor de tudo isso? Era no mesmo prédio de Malu, o que a ajudaria muito nessa experiência de “morar sozinha”.
   Mas como nem tudo são mares de rosas, tinha uma coisa que a deixava com medo: Fatinha ainda tinha que ir até o apartamento de Bruno e Fera pegar o resto das suas coisas. E se tudo o que ela havia reprimido voltasse no momento em que ela o ver?

 — Fera, você não vai acreditar... –Bruno disse assim que chegou do hospital onde trabalhava de estagiário, mas logo parou quando não o encontrou na sala. Deixou suas coisas em cima da mesa e a resposta veio logo em seguida.
   —Bruno, vem ver quem está aqui! – Fera respondeu. Ele seguiu a voz andando pelo corredor.
   — Não me diz que é a minha irmã – Bruno revirou os olhos e continuou andando – Onde você está, Fera? – Perguntou confuso ao ver que ele não estava em lugar algum. Então a porta onde costumava ser o quarto de Fatinha foi aberta e Fera sorridente saiu de lá.
   — Olha que bonitinha – Apontou para Fatinha – Arrumando suas coisas para morar pela primeira vez sozinha... As nossas crianças crescem tão rápido... – Ele fingiu limpar algumas lágrimas e Fatinha mostrou a língua para ele enquanto ria.
   Ela estava arrumando sua mala, pegando todas as coisas que estavam em seu armário. Bruno olhou-a no mesmo momento em que ela o olhou. Ela sorriu como se eles fossem amigos que não se viam há algum tempo – o que de fato era verdade.
   — Oi, Bruno – Ela disse sem se deixar abalar pela incrível figura em sua frente – Quanto tempo – Comentou sem nem levantar-se, continuando a arrumar suas coisas.
   — Pois é – Ele sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Querido Meio Irmão - Brutinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.