Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 114
Capítulo 114




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Bruno correu e pegou-a no colo, colocando-a delicadamente deitada no sofá. 
   — Eu já volto – Falou e correu até a cozinha, voltando em seguida com a maleta de primeiros socorros.
   Tirou uma gase da maleta e anti-séptico e começou a limpar o local perfurado. fatinha mordeu os lábios para evitar que um grito saísse pela sua boca, devido à ardência. Bruno continuou fazendo a limpeza e o curativo no seu pé, enquanto ela se acalmava. Olhou para a mesinha de centro na sala e encontrou o seu celular. Rapidamente o pegou e tentou ligar para sua mãe. Chamou, chamou, chamou e logo caiu na caixa postal.
   — Droga! – Gritou e jogou seu celular para longe. Bruno a olhou assustado por alguns momentos e logo voltou a cuidar do curativo, terminando de colar o último esparadrapo – Obrigada, Bruno – Fatinha sorriu e limpou algumas lágrimas do próprio rosto – Mais uma vez você fazendo um curativo em mim – Ela riu fraco.
   — Você não para de se machucar – Ele deu de ombros rindo – Agora ponha o seu pé para cima enquanto eu vou limpar a sua bagunça, mocinha.
   Fatinha sorriu e fez o que ele instruiu. Tentou limpar as lágrimas, mas elas saiam cada vez mais rápidas. Drama? Bem, vamos listar o que estava acontecendo: Fatinha estava sem os pais, sem a melhor amiga – mesmo que ela fosse voltar naquele dia mesmo –, havia machucado o pé, ele estava doendo, ela amava Bruno, ele mal ligava para ela. Já mencionei o quanto seu pé estava doendo?
   — Está melhor? – Ele perguntou voltando para a sala e levantando os pés de Fatinha do sofá, sentando-se no local onde eles estavam e colocando os mesmos no seu colo.
   — Eu estou péssima!
   — Quer desabafar? – Perguntou docemente.

 — Eu sinto tanta falta dos meus pais... Digo, quando eu morava com o meu pai, eu não tinha a minha mãe, mas tinha ele. Depois, fui para Los Angeles e não tinha mais o meu pai, mas tinha a minha mãe, e... Tudo bem, isso ficou confuso, mas você entendeu. E agora eu não tenho nenhum! Eu estou do outro lado do país, sozinha, me sentindo um lixo por não conseguir falar com eles. Minha mãe acabou de deixar um recado na secretária eletrônica que me fez chorar feito uma louca, quebrar um copo e cortar o meu pé. Isso não é justo! Eu sou tão emotiva... Eu não sou independente, Bruno. Eu não consigo fazer as coisas sozinha. Eu não agüento mais isso...
   Bruno puxou-a para o seu colo e abraçou. O tempo havia passado, mas ele ainda não conseguia ver Fatinha chorando. Doía. Fatinh retribuiu o abraço, apertando-o forte, como se nunca quisesse soltá-lo, o que de fato era verdade.
   Aos poucos, ela ia se acalmando. O carinho que Bruno fazia em seus cabelos a deixava sonolenta. Com o passar do tempo, ela ia se entregando ao sono, até adormecer nos braços dele. 
   Quando percebeu, Bruno riu baixo. Pensou em levá-la para o quarto dela, mas tinha medo de acordá-la, então esperou fatinha entrar em sono profundo. A sua respiração batendo em seu pescoço, deixava-o confuso. Eles estavam tão próximos... Bruno sabia dos sentimentos de Fatinha por ele, sabia também o quanto a amava. Então por que não terminava com essa angústia e ficava com ela de uma vez por todas? Ah, é. Não queria magoá-la. Muito menos que seus pais reprovassem o namoro dos dois. Afinal, era errado, eles eram praticamente irmãos.

  — Cheguei, gente que me ama! – Malu entrou no apartamento sem nem mesmo bater na porta, mas logo parou ao ver Bruno abraçado com Fatinha dormindo. Ele colocou o dedo indicador nos lábios, pedindo silêncio.
   — Cala a boca, Malu, ela está dormindo – Ele falou e levantou-se com ela no colo, levando-a até o seu quarto e fechando a porta.
   Malu o esperava de braços cruzados e um sorriso maroto nos lábios.
   — Interrompi alguma coisa quando cheguei? – Ela perguntou.
   — Não. Quero dizer, quase interrompeu o sono dela, não é? – Ele riu.
   — Você estava olhando tão ternamente para ela – Apertou as bochechas dele.
   — Vai dormir, Malu.
   — Por que você não se declara para ela? – Os olhos de Malu brilharam com a possibilidade.
   — Declarar? Por quê?
   — Você acha que me engana quando diz que não a ama?
   — Para. – Ele falou firme – E nem diga nada a ela. Por favor, não alimente nenhuma esperança. 
   — Você é quem manda. Mas que ela ficaria feliz se soubesse dos seus sentimentos, ela ficaria.
   — Você sabe que eu não posso fazer isso. Além do mais, ela está com o Vitor.
   — Para tentar esquecer você!
   — Claro que não, Malu! Ela gosta dele e ele dela. Eu nunca estragaria isso. E ainda tem a Chelsea...
   — Que coisa confusa!

Fatinha acordou extremamente feliz no outro dia. Não sabia como havia parado no seu quarto, mas imaginou que Bruno havia levado-a. Vestiu-se e fez a sua higiene matinal normalmente. Hoje ela só teria aulas a noite, o que era ótimo. 
   Ouviu alguns gritos e risos da sala e foi ver o que estava acontecendo, encontrando Bruno e vitor entretidos jogando videogame, enquanto Fera e Malu observavam rindo. “Como assim? Em um dia eles estavam brigando e fazendo juras de morte, enquanto no outro estão brincando como se nada tivesse acontecido? Homens...”, Fatinh pensou. Correu até o sofá e jogou-se em cima de Malu.
   — Achei que você ia ficar mais uns dias em Arizona.
   — Você está louca? Eu só não morri entediada lá, porque minha prima estava comigo! – Ela riu.
   — O que é isso no seu pé? –Fera perguntou referindo-se ao curativo. Fatinha olhou para Bruno e riu.
   — Digamos que copos se quebram muito fácil... – Ela sorriu. 
   — Eu ganhei! – Bruno gritou e depois começou a rir.
   — Não, não! Melhor de três! – Vitor falou.
   — Você não se cansa de perder? – Ele brincou e voltaram a jogar. Fatinha apenas balançou a cabeça, rindo. Então, o celular de Bruno começou a tocar em cima da mesa – Alguém pode atender e botar no viva voz, por favor?
  Fera atendeu ao pedido.
   — Alô? – Ouviram uma voz feminina e ele pausou o jogo na mesma hora, pegando o celular e colocando-o no modo normal.
   — Fala, Hanna – Ele respondeu – Aham... Sim... Já estou passando aí... Tchau – Ele desligou o celular. .

   — Quem é Hanna? – Malu perguntou indiferente.
   — Como assim “quem é Hanna?”, Malu? – Fera questionou – É aquela gostos... Digo, aquela menina ruiva e bonita da primeira fase de medicina. Você está pegando ela, Bruno? – Olhou cheio de segundas intenções para ele, rindo.
   — Não, claro que não. Ela está com dificuldade em biologia e eu estou ajudando ela – Ele falou sério.
   — Biologia, não? Anatomia, isso sim! Mentiroso, eu vi você beijando ela ontem! – Vitor riu e levou uma almofada na cara.
   — Idiota. Tchau!
   — Ela é boa, Bruno? – Vitor ainda perguntou, apenas para provocar, mesmo.
   — Agradeça que eu estou sem nenhuma almofada por perto.
  Fatinha  revirou os olhos. Malu a olhou compreensivamente. Elas também tinham o visto beijando ela no outro dia.

  — Ae! – vitor gritou assim que abriu a porta da sua casa para Fatinha, Bruno, Malu e Fera.
   — Bom ver que você ainda está sóbrio – Malu ironizou rindo.
   — Sejam bem vindos à minha casa! – Ele respondeu ignorando o comentário dela.
   — Fera, nós já estivemos aqui outras vezes... – Fera semi-serrou os olhos.
   — Uhul! – Ele gritou e saiu, entrando na própria casa e sumindo de vista, deixando quatro pessoas gargalhando.
   Eles entraram na festa e cada um foi para um canto. Bruno foi encontrar Hanna, Malu e Fera foram até o local onde estavam servindo bebidas e Fatinha ficou observando o ambiente, as pessoas, entre outras coisas. Logo já haviam passado minutos e mais minutos. Ela não se cansava de observar. Não que quisesse participar de tudo isso, afinal, ia contra os “valores” dela, mas era extremamente engraçado o modo que as pessoas agiam. “Gente sem vergonha”, ela pensou rindo e balançando a cabeça.
   — Falando sozinha outra vez? – Malu apareceu atrás dela
   — Estava só observando eles. Onde você estava?
   — Fera está falando com uns amigos da faculdade, eu estava com ele, mas logo dei um jeito de fugir. Eles são nojentos – Malu riu – E ele está bem entretido falando sobre a próxima temporada do campeonato de futebol americano entre as faculdades. Parece que teremos uma noite de garotas, hein? – Ela falou a última frase cutucando-a e levantando as sobrancelhas. Não, Malu não sabia levantar apenas uma.

— Você está insinuando o que? – Fatinha riu – Que vai me embebedar?
   — Eu estou com vontade de beber e não quero fazer isso sozinha, você sabe que fica feio para uma menina. Mas, já que eu vou beber com uma amiga, esses malditos não tem nada o que falar! 
   — Sua praga, você está me usando! – Fatinha exclamou incrédula – Você sabe que eu nunca vou fazer isso.
   — Memória curta, hein, Fatinha? Esqueceu o que você fez semana passada? – Malu soltou um sorriso maroto.
   — Eu não estava bêbada! Eu estava apenas... Alegre!
   — Então vamos ficar “alegres”! – Malu puxou Fatinha até a mesa onde serviam as bebidas. 
   — Você está me persuadindo! Eu não vou fazer isso!
   — Ah, é? Então você prefere ficar sóbria vendo o Bruno se pegando com a Hanna? – Ela apontou para onde os dois estavam se beijando.
   — Você tem razão. Passa esse copo logo – Pegou a bebida do “garçom” e bebeu todo o líquido em um gole só.
   — Meu Deus, menina! Você tem que ir devagar, sua louca! – Malu ria.


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