Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 104
Capítulo 104




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 Bateu a porta com força e correu para sua cama, jogando-se nela e fazendo o que mais fazia nos últimos meses: chorar. Bruno havia se esquecido dela! Não ligara ou fizera qualquer contato desde que saiu de Los Angeles... E agora sua mãe diz que ele nunca a magoaria? Oh, ela não sabia nem da metade da história.
   — Maria de Fatima, abre aqui – A ouviu dizer enquanto batia na porta. Ignorou o pedido e continuou a chorar, mas logo ouviu mais batidas e a obedeceu.
   — Fala – Respondeu ao abrir a porta e voltar a sentar-se na cama.
   — Eu sei que não sou adivinha, mas presumo que você tenha algo a me contar...
   — Talvez – Deu de ombros enquanto blefava.
   — Você pode começar a contar quando quiser – Sentou-se na frente dela.
   — O que você diria se eu contasse que eu e o Bruno namoramos? Que ele foi embora e me deixou aqui, sem nenhuma notícia? Que eu o amo muito e o único sentimento que faz companhia a esse amor é o vazio que eu sinto aqui dentro? Em? O que você diria? – Soltou tudo de uma vez, parando apenas para soluçar quando necessitava de ar.
   — Eu diria que você precisa de um abraço da sua mãe – Respondeu depois de alguns segundos, abraçando-a. Fatinha não recusou, ela precisava muito de um colo para chorar. Quem melhor para isso do que sua mãe? – Por que vocês não me contaram no início? 
   — Eu achei que você não ia concordar com isso... Afinal, ele é o filho do seu marido.
   — Maria de Fatima, eu sou a sua mãe. Mesmo que eu não concordasse, eu teria que aceitar, não? É isso que as mães fazem... Eu acho...
   — “Acha” – Fatinha deu um meio sorriso. E, então, entre lágrimas e soluços, contou toda a história. Omitindo, é claro, algumas informações desnecessárias ou embaraçosas.

Mais três semanas haviam passado e Fatinha estava melhor. Bruno agora era apenas uma nuvem em sua cabeça. Estava lá, mas só era notável quando mencionada. Um nuvem negra, pesada, grande. Mas ainda uma nuvem. Ela estava tentando viver, e aos poucos estava conseguindo! Tinha percebido que Bruno sempre estaria no coração dela, mas não seria por causa disso que outras pessoas não poderiam entrar. 
   Logo as aulas recomeçariam e ela teria algo com o que se distrair. Estudaria o máximo que conseguisse e tentaria fazer alguma atividade extracurricular. Sim, ela compensaria nos estudos a falta que Bruno fazia. Vez ou outra se pegava imaginando o que ele estaria fazendo ou sentindo no momento, mas não chorava mais. Como já foi dito, Bruno agora era uma nuvem. Uma boa nuvem. Ela havia deletado todos os maus momentos da sua relação para com ele e absorvido novamente apenas os bons.
   Eu sei que você deve estar se perguntando “essa é a mesma Maria de Fatima que há semanas atrás chorava até não poder mais?”. E a resposta: não, não é a mesma. Por quê? Coisas aconteceram.
   Mensagens de texto aconteceram.
   Um “Eu estou sentindo a sua falta” vindo do celular de Bruno para o dela aconteceu. Agora, ela sentia novamente o gosto de viver. Ele sentia a falta dela. Não importava mais a distância, ela sabia que um dia se reencontrariam.
   E ela estava disposta a fazer tudo o que podia para tal. Tudo.

Tempos depois:

From: Fatinha
To: Bruno  
Subject: Como você está?


   Olá, Bruno Eu não sei como você está agora, espero que bem. Sei que também não vai responder este e-mail, assim como não retornou minhas ligações. Já fazem seis meses, era para eu ter esquecido, eu sei. Não consegui. Não mando isso para culpá-lo ou fazer alguma cobrança, pelo contrário. Acho apenas que deveríamos manter algumas coisas mais claras.
   Quando você partiu, um buraco enorme e negro se abriu em meu peito. Lá, Bruno. Lá onde ficava o meu coração. Sua ausência foi o pior veneno que precisei tomar, tentar superar você foi uma das tarefas mais difíceis da minha vida. Eu não sei direito como consegui, mas estou tentando ainda. Sabe, eu descobri que sou mais forte do que todos imaginavam. Eu me sinto orgulhosa disso, mas queria que você estivesse aqui para se orgulhar também. Eu dei meu jeito, a cada noite chorava menos, até que as lágrimas se cessaram. 
   Eu cresci. Aprendi a viver de uma forma independente. Fiquei mais forte.
   Obrigada por ter me proporcionado isso. Na verdade, obrigada por tudo. Você sabe que eu nunca vou conseguir esquecer você e que toda vez que deito minha cabeça no travesseiro, sonho com a sua volta. Não vou mentir, ainda não superei totalmente. Espero que saber disso não lhe afaste ainda mais de mim.

 Tudo bem, você já está completamente afastado. E agora eu pergunto... Por quê? Por que não atende nenhuma das minhas ligações ou responde as minhas mensagens? Não pense nisso como uma pergunta desesperada, mas é só que... No final de tudo, você era meu amigo, não? Meu meio irmão. 
   Mas... E então, como estão as coisas por aí? Soube que você já está trabalhando no hospital da cidade como funcionário ao invés de estagiário. Parabéns, me orgulho de você, de ter acreditado em você. No fim das contas ir para NY foi bom para alguma coisa, não? Haha. 


 

                  Xx, Fatinha.      

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