Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 101
Capítulo 101




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 — Fatinha, – Suspirou – Senta aqui – Indicou com os dedos a sua cama. Ambos sentaram, apesar de que Fatinha estava completamente receosa. Ela sabia que ele iria falar algo importante, mas o que seria? “Confesso, traí você uma vez! E foi muito bom” ou até mesmo “É. Eu traía você todos os dias. Como você é idiota em pensar que eu amava você, em?”. 
   — Fala... – Respondeu com medo.
   — Pela milésima vez, eu não traí você,. Mas eu acho que tudo isso foi bom para nos lembrarmos de uma coisa...
   — O que? – Perguntou, sua voz estava tremula. O que ele ia dizer, meu Deus?
   — Você costumava ser mais responsável antes, sabia? – Tentou descontrair um pouco, mas parou quando viu que não deu certo – Fatinha! Meu pai... Sua mãe... São casados! 
   — Eu sei... – Abaixou a cabeça.
   — E você tem noção de como a sua mãe piraria se ela soubesse o que aconteceu aqui? Pense pelo lado bom: agora eu vou embora, você pode voltar a viver normalmente. Como se nada tivesse acontecido... Como se tudo tivesse sido do jeito certo! 
   — Quem liga para o jeito certo, Bruno? – Perguntou um pouco irritada. Viver como se nada tivesse acontecido? Que insulto! Parecia até que ele não a conhecesse e não soubesse que nada mais seria como antes de sua vinda para Los Angeles...
   — Você liga – Deu um meio sorriso – Esqueceu?
   — Ligava. Passado, Bruno! Eu não ligo mais... Desde que eu esteja com você... – Murmurou. Ele soltou o ar pesadamente. Aquilo estava sendo mais difícil do que pensara!
   — Fatinha... – Começou a falar devagar – Vai ficar tudo bem – Sorriu.
   — Não vai, não! – Falou como se fosse óbvio.
   — Vai, sim –Bruno sorriu de novo. E, então, Fatinha percebeu. Percebeu o que aquele sorriso e aquelas palavras significavam.
   — Não! Não, não e não,Bruno! – Começou  – Você já está me tratando como irmã! Para! Para com isso, por favor! – Levantou-se e começou a andar pelo quarto, de um lado pro outro. Bruno riu fraco.


   — É o único jeito de eu ter você por perto... – Murmurou olhando pro nada e Fatinha sorriu encantada. “Claro. Com você falando isso ficará super fácil agir como sua irmã”, pensou.

  — Não, não é! Você sabe disso, Bruno.. – Tentou convencê-lo. Realmente, aquilo estava extremamente difícil para ele. Afinal, Bruno não estava totalmente seguro da sua decisão, e Fatinha ainda insistia em complicar... – Você quer mesmo ir, não é? – Ela perguntou abaixando a cabeça e o olhar para o chão.
   — Não é querer, é o fato de ser uma necessidade!
   — Tudo bem... – Respirou fundo e fungou alto – Eu respeito a sua escolha.
   — Você tem que entender que... O que você disse? – Perguntou confuso. Por um minuto pensou que ela fosse dizer totalmente o contrário.
   — Que eu entendo você. Você está certo. Isso não tinha como dar certo por muito tempo... – Fungou novamente.
   — É...
   — Na verdade, eu nem entendo como durou tanto... Sabe, eu lembro quando nós chegamos aqui. Eu estava morrendo de medo – Riu leve – Não da faculdade, afinal, eu tinha você para me proteger... O meu medo era exatamente isso! Por quanto tempo eu teria você... – Suspirou. Bruno sorriu e a puxou para que sentasse na cama novamente. Ele passou um dos seus braços pelos ombros de Fatinha, os envolvendo como se fossem apenas grandes amigos. Como se ele já estivesse novamente confortável com a situação...
   — Você sabe que eu sempre vou amar você, não sabe? – Perguntou olhando para parede na frente dos dois.
   — Sei?
   — Claro que sabe! – Sorriu.

  — Certo, eu já vou indo... – Selena segurou o choro. Bruno havia pedido, então não choraria perto dele. Deixaria para derramar lágrimas assim que saísse do quarto. Apesar de, claro, preferir que não derramasse nenhuma... Mas sabia que não seria possível – Até... Algum dia? – Perguntou confusa. E, oh, como aquilo havia doído nela...
   — Como assim? Eu só viajo amanhã à noite.
   — Eu sei, mas eu não vou suportar me despedir – Deu um meio sorriso.
   — Pois é...
   — Eu posso... Posso abraçar você? – Perguntou receosa e não conseguindo segurar que uma lágrima solitária escorresse pelo seu rosto.
   — Desde quando você precisa de permissão? – Riu enquanto Fatinha passava os dois braços pelo seu pescoço e ele a envolvia pela cintura. Ela aproveitou para sentir o seu cheiro pela última vez. Não sabia quando se encontrariam de novo, mas tinha certeza de que o seu toque, cheiro e até mesmo presença eram a sua droga mais viciante. E, pior, droga a qual ela ficaria em abstinência por tempos. 
   Sentiu lábios quentes e macios roçarem na sua testa e estremeceu tentando respirar. Então aquele seria o final? Bruno já havia superado tudo e estava disposto a tratá-la como uma irmã? Isso também significava voltar àquelas brigas bobas de antigamente? Não, isso não... Se tem uma coisa que todos sabem; é que ele mudou. Talvez Fatinha o tenha mudado, ou talvez ele tenha feito isso por conta própria... Mas de uma coisa todos tem certeza: foi por ela.
   — Eu amo você... – Ela murmurou não querendo desgrudar-se dele. Bruno não respondeu, não era necessário. Era mais que óbvio que ele também a amava, apesar de tudo.
   — Antes de você chegar eu estava pensando em ir até o campus. Você quer ir? – Ele perguntou após algum tempo. Que bela mentira... Ele só queria sair dessa situação angustiante.

   Apesar de Fatinha ter se assustado com o convite – afinal, eles acabaram de terminar o namoro e ele estava convidando-a para passear com ele? Oh, claro. Como irmãos... –, ela achou melhor recusar. Seria horrível ficar perto dele sem poder beijar, abraçar, ou até mesmo tocar nele.
   — Eu acho melhor não... – Abriu um sorriso fraco entre as lágrimas.
   — Tem certeza? 
   — É. Acho que vou para o meu quarto... Comer, tomar banho e dormir... Acho que já está na hora.
   — Er... Fatinha, são quatro horas da tarde – Falou incrédulo. 
   — Eu sei. Mas eu assim que eu sair por aquela porta, as horas não serão mais tão importantes pra mim. Elas vão demorar pra passar mesmo... – Deu de ombros com a última frase e caminhou até a porta, abrindo-a. Antes de sair, olhou para Bruno pela última vez e sorriu lembrando-se de todos os momentos felizes. Ele retribuiu um pouco antes de vê-la ir. “Puta merda, o que fizeram com você, Bruno? Essa ‘despedida’ foi a mais clichê da sua vida”, ele pensava, “e a mais dolorosa também...”
   E, então, fim. Acabou... Ele possivelmente nunca mais a veria. A não ser se eles se esbarrassem nos corredores durante essas vinte e quatro horas que ele permaneceria em Los Angeles. 
   Nossa, ele não pensou que seria tão difícil dizer adeus... Mas vamos encarar a verdade: Bruno tomou um baita choque de realidade nesse ano. Descobriu o amor, e o quanto é difícil deixá-lo para trás. Mas, apesar de tudo, foi bom. Muito bom...


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