Edward

Ao lado dela, me sentia feliz... Como era possível que Bella pudesse exercer tanta influência sobre mim em tão pouco tempo? No cinema estávamos completamente em sintonia. Várias vezes desejei tocar a sua mão naquela sala pouco iluminada, até que propositadamente fiz a minha mão deslizar sobre a sua. Senti que ela estremeceu ao meu lado, ficando tensa em seguida. Fingi não perceber nada, mas sentia que ela me observava.

Lentamente olhei par o seu rosto, seus olhos. Aquele era rosto mais lindo que já tinha visto. Tudo nela me agradava, seus olhos, seu nariz, seus lábios... E quando ela os entreabriu e senti seu hálito fresco em meu rosto quando soltou o ar. Pressionei a sua mão como reação ao que aquele simples gesto desencadeou em meu corpo. Meu coração disparou, senti meu corpo trêmulo, uma falta de ar.

Eu tinha me inclinado mais sobre ela e a teria beijado, se ela não se afastasse depois que pareceu despertar com as gargalhadas que ouvimos na sala. Bella ficou estranha depois disso, podia até imaginar o tipo de coisa que estava pensando. Afinal de contas, íamos nos beijar e ela ainda tem namorado, estava confusa. Decidi agir naturalmente, como se aquilo não tivesse sido um quase beijo. Queria que ela ficasse à vontade ao meu lado. Já tinha certeza de que ela sentia algo por mim e isso no momento era o suficiente.

As coisas voltaram mais ou menos ao normal. Quando entramos no carro tinha certeza que ela era a mulher da minha vida, perfeita para mim e fatalmente comprometida. Estava claro que a minha vida amorosa era um desastre planetário. Mas eu não queria desistir, eu não poderia, não fazia parte da minha essência.

Iria lutar pelo seu amor, seduzi-la, envolvê-la até que ela ficasse desesperada pela minha presença assim como me deixou desde que nos vimos na boate. Não poderia negar que Jacob Black parecia ser um cara legal, mas isso também não me pararia. Será que ela era tão apaixonada assim por ele? Se fosse assim mesmo, ela não sentiria atração por mim como sei que sente e tenta negar.

Não tinha escolha, tinha que fazer alguma coisa sobre isso. Resolver o quanto antes essa história antes que enlouquecesse. Estava listando algumas opções de ação quando ela começou a me alfinetar. Ela sugeriu que dançássemos e então a guiei até a pista.

Durante a dança, provoquei, ousei um pouco para lhe chamar atenção. Dancei agarrado a ela, minhas mãos acariciam seu corpo. Bella pereceu fascinada e se deixou levar pela dança. Segurei firme em sua cintura e com a mão livre peguei em sua nuca continuando a me mover para frente e para trás, era um jogo de sedução e eu estava disposto a ganhar. Eu olhei para seu rosto, seus olhos estavam semicerrados e seus lábios entreabertos. Aquilo me encheu de desejo, ela era muito linda. Trouxe seu rosto para mim, sua testa estava em meu queixo e eu inalei o perfume dos seus cabelos, com a ponta do nariz deslizei até o seu pescoço e o beijei.

– Você é linda. - Murmurei ao seu ouvido. Afastei-me para ver seu rosto e ele estava vermelho. Quando ela olhou enfim para os meus olhos percebi que estava confusa. Ela piscou algumas vezes antes de falar.

– Acho que você bebeu um pouco demais. - Ela tentou rir, mas parecia nervosa.

– Só tomei dois drinques, você sabe. - Coloquei minhas duas mãos em seu rosto. - Estou sóbrio.

– Quem nos ver assim vai imaginar coisas. - Ela tirou as minhas mãos do seu rosto.

– Imaginar o que?

– Que temos algo. - Ela franziu a testa.

– E não temos? - Eu encarei seus olhos, mas ela desviou. Levantei seu queixo para que voltasse a me encarar. - Não temos Bella?

– Que ideia Ed! Eu tenho namorado. - Ela pareceu zangada agora.

– O que não impede que você sinta algo por outro homem.

– Está tentando dizer que sinto algo por você? - Ela riu sarcástica.

– Sim. - Ela abriu a boca, mas não saiu nada. Continuou me encarava confusa, eu sabia que ela se sentia atraída por mim. - Você sente Bella. Está escrito em seu olhar.

– Você está enganado. – Percebi que ela ficou determinada a negar. Ela virou e caminhou batendo o pé até a mesa onde estavam os outros e eu a segui.

Bella sentou na cadeira cruzando as pernas e os braços com uma expressão fechada. Alice desconfiada nos observou. Sentei ao seu lado sentindo que o meu humor também estava abalado.

Ela não falava quase nada e eu também, logo todos saíram para dançar deixando-nos a sós novamente.

– Acha tão terrível sentir-se atraída por mim?

– Essa não é a questão.

– E qual é Bella?

– Eu tenho namorado. - Disse pausadamente e aquilo fez meu coração apertar. Era quase como se sentisse que ele diminuía.

– Eu sei Bella. - Tinha que pensar o que falaria a partir de agora. Tudo poderia mudar. Bella pode decidir se afastar de mim e não é isso o que eu quero. - Desculpe, eu só... Falei besteira. Acho que a bebida subiu à cabeça.

– Talvez. Não quero que misture as coisas, Ed. - Sua voz era mais calma agora e baixa. - Podemos ser amigos se quiser, mas apenas isso. - Fiquei olhando para ela sem conseguir falar nada. Era humanamente impossível discutir, estava completamente sem ar.

– Eu sei. - Minha voz saiu em um sussurro, mas ela ouviu.

– Bells! - Uma voz masculina a chamo a nossa atenção. Não poderia ficar pior do que isso.

Jacob Black aproximava-se da mesa a passos longos. Bella levantou e eles se abraçaram. Jacob segurou a sua nuca e beijou-a nos lábios. Virei o rosto para não continuar vendo aquilo. Era uma dor que nunca tinha sentido antes. Pensei que sofreria uma parada cardíaca a qualquer minuto.

Foram dois duros golpes de uma única vez. Qualquer homem se sentiria fraco depois disso. Primeiro fui dispensado. Ela só ofereceu-me a sua amizade e agora ela estava aos beijos com o namorado na minha frente, totalmente apaixonada. O que seria pior do que isso?

– Edward. - Ouvi dizer e reuni todas as minhas forças para encará-lo com dignidade. Seu olhar era sério para mim, ele estava desconfiado.

– Olá, Jacob. - Meus olhos pousaram no rosto de Bella e não consegui decifrar o seu olhar. Logo desviei novamente para a pista de dança.

– O que aconteceu? Não foi cobrir a festa? - Bella perguntou sentando ao meu lado novamente e Jacob do seu outro lado. Que irônico, Bella, sentada entre nós dois.

– Sim, fui. - Ele riu. - Mas era uma festa de idosos e eles foram dormir cedo.

– Ah sim. - Bella riu também. Eu não agüentaria aquilo.

– Bom, com licença. Vou até o bar. - Bella me olhou um tanto confusa e Jacob sustentou um olhar como se dissesse: “Vá mesmo e nos deixa a sós”. Ok, faria isso para o meu próprio bem.

Fui até o bar e pedi mais uma bebida e mais outra. Enquanto bebia também fumava. De repente senti uma mão em meu ombro. Virei para ver quem era e a minha irmã me fitava desconfiada.

– O que houve? Porque está aqui sozinho? - Atrás dela Jasper olhava-me também.

– Jacob chegou. - Cuspi.

– Eu sei. Acabamos de vê-los dançando. - Meus olhos foram automaticamente para a pista, mas graças a Deus não os vi. Seria demais para o meu coração.

– Acha isso pouco? - Perguntei.

– Ed, não é possível que esteja mesmo apaixonado por ela.

– Por quê? Ela é maravilhosa e... Temos muito em comum. - Senti o aperto novamente no peito.

– Também acho que formariam um belo casal. - Ela murmurou, até que enfim ela caiu em si e concordou comigo.

– Ed, cara. Não entra nessa. Ainda a tempo de não sair machucado. - Jasper aproximou-se de mim.

– Já é tarde demais.

– Oh, irmãozinho... - Alice me abraçou. - Está mesmo apaixonado. - Ela concluiu.

– É estou. - Levantei afastando-me do seu abraço. - E vou para casa com toda essa minha paixão.

– Quer que eu vá com você? - Jasper perguntou.

– Não, fique. Eu preciso ficar sozinho.

– Tem certeza?

– Sim.

– Tudo bem. - Alice me deu um beijo no rosto e sai desesperado até o meu carro.

Dirigi rapidamente até o meu apartamento e me joguei na cama com roupa e sapato. Olhava para o teto lembrando-me do dia que prometia ser perfeito. Bella linda com o vestido azul. Seu riso na sala de cinema, nossas mãos unidas, nossos rostos colados e olhares conectados. Nosso lindo quase beijo. Tinha pensado que ela estava atraída por mim, mas me enganei.

Talvez eu devesse esquecê-la, afinal de contas existiam outras mulheres desimpedidas por aí. A quem eu queria enganar? Elas não eram Isabella Swan. E eu a queria, queria tê-la ao meu lado. Queria tê-la aqui nesse exato momento abraçada a mim, mas ela estava abraçada a outro homem agora.

Dei um salto e fiquei em pé andando de um lado a outro. Isso não poderia ficar assim. Ela teria que ser minha. Jacob Black não seria um empecilho e muito menos a fraca resistência dela. Eu a conquistaria. Acabaria com o namoro dela e a teria para mim. De jeito nenhum me daria por vencido.

O meu domingo foi longo, não sai, fiquei em casa pensando nela e no que poderia fazer. Jasper me ligou perguntando se eu estava bem e Alice fez o mesmo. Os dois ficaram desconfiados quando respondi que estava perfeitamente bem.

Mais tarde a minha mãe ligou convidando-me para almoçar, disse que estava cansado e que preferia ficar em casa. Queria continuar pensando. Pensar, pensar antes de agir. Decidi mandar um buquê de flores para ela na segunda em seu escritório. Pediria desculpas por ter sido precipitado. Mulheres não resistiam a um lindo buquê. No dia seguinte eu mesmo fui até a floricultura escolher as flores. Decidi enviar-lhe tulipas brancas junto com um cartão. Agora era só esperar.

Quando cheguei à empresa, Jasper já estava lá me esperando na minha sala. Jéssica estava com ele, entregando-lhe alguns documentos. Coloquei a minha mala sobre a mesa e sentei. Cumprimentei os dois e perguntei sobre o fim de semana deles. Depois de relatos breves Jéssica que era muito tímida e introspectiva deixou-nos a sós. E agora mesmo sentia o olhar de avaliação do meu amigo.

Pensei que ele falaria alguma coisa, tentaria me dar algum tipo de conselho, mas Jazz não tocou no assunto “Bella”. Mas talvez eu precisasse conversar com alguém e bem, como se ele tivesse exercido alguma psicologia reversa contei o que tinha acontecido no cinema e depois na pista de dança da boate. Não pude deixar de lado o episódio na mesa, quando ela deixou claro que nada além de amizade aconteceria e a chegada de Jacob para a minha total ruína.

Jazz escutou-me como um bom amigo e não me interrompeu em momento algum. Deixando-me extravasar aquele sentimento do meu peito. Era puro ciúme, ele tinha me corroído o resto do meu final de semana. Mesmo não querendo, fiquei imaginando Bella nos braços dele o que me deixava em um estado de nervos lastimável.

– Qual será o seu próximo passo?

– Comprei flores para ela. E escrevi um bilhete, pedindo desculpas. - Suspirei. - Jasper, eu não quero que ela se afaste de mim e se no momento eu só poder tê-la dessa forma... Como uma amiga... Eu vou querer isso, mas...

– Mas...?

– Mas eu vou lutar. Vou lutar por ela. Vou lutar com todas as minhas forças. E pode ficar certo de que Bella ficará comigo, ao meu lado, onde é o lugar dela.

– Só não seja muito agressivo em suas investidas, Edward. E não jogue sujo. - Ri para o meu amigo.

– Você pode me pedir isso, mas saiba que eu posso não atendê-lo, não é? - Falei um tanto cínico.

– Alice vai te matar. - Ele resmungou.

– Ela não precisa saber.

– Ah droga! Agora estou envolvido em não sei o quê! - Jasper cobriu o rosto com as mãos e eu ri dele.

Minutos depois um Jasper um pouco assustado saiu da sala e me deixou analisando alguns papéis. Estava com um cigarro acesso entre os dedos e vez ou outra dava uma tragada. Acabei voltando os meus pensamentos para Bella novamente, imaginava se ela já teria recebido as flores quando o meu celular tocou sobre a mesa. Eram dez da manhã quando enfim receberia uma resposta às flores que tinha enviado.

– Alô. - Atendi de repente inseguro.

– Oi, Edward.– Sua voz era doce e percebi que eu não precisaria ficar na defensiva.

– Bella, que bom ouvir sua voz. - Ela riu.

– Obrigada pelas flores e pelo cartão. Ambos são lindos.

– Que bom que gostou. - Fiquei mesmo aliviado. - Isso quer dizer que me perdoa por ter sido inconveniente?

– Ed, você não foi inconveniente. - Ela falou gentilmente.

– Não? Você mente pessimamente. - Acusei.

– É... Você foi.– Rimos juntos.

– Tudo bem, eu sei. Não quero perder a sua amizade.

– Você não vai. - Ela garantiu. – Eu também devo pedir desculpas... Afinal fui para a boate com você e depois não te dei atenção. – É, por isso você me deve desculpas sim.

– Vou relevar dessa vez porque você me perdoou. Ficamos quites assim.

– Parece que sim. Você... Sumiu no sábado. Sua irmã me disse que tinha ido embora. Fiquei preocupada, mas não sabia se queria conversar comigo, por isso não liguei.

– Fiquei... Entediado e cansado. Como você estava com o seu... Namorado, não avisei que fui embora. - Bella ficou calada. - Bella? - Talvez essa não tenha caído bem.

– Sabe... Eu estou fazendo o esboço do seu apartamento agora. E amanhã vou lhe enviar para que dê uma olhada.

– Não seria melhor se eu fosse até aí e desse uma olhada com você? Assim você pode me esclarecer qualquer dúvida. - É claro que não perderia nenhuma oportunidade de ficar com ela.

– Ah... Tudo bem. Se desejar, pode vir.

– Certo, darei uma passada por aí.

– Te espero.– Ouvir aquelas palavras me deixou esperançoso. Mesmo não tendo nenhuma relação amorosa, mas foram boas de ouvir.

– Até mais, princesa.

– Até...

Bella

Edward tinha me deixado um pouco confusa durante a dança e depois que ele insinuou que sinto algo mais por ele fiquei irritada. Não, eu não sentia nada além de um afeto fraterno. Ele era irmão da minha amiga, amigo do meu irmão e eu tinha namorado.

Teria que parar de nutrir este sentimento de culpa. Oh droga! Sentia-me terrivelmente culpada, porque talvez, remotamente tenha sentido uma atração por ele, mas já passou. Foi apenas o impacto que senti ao me deparar com a sua beleza exótica.

O que eu teria que fazer agora? Sentada ao lado dele tentava pensar racionalmente. Não podia me deixar levar pelas coisas que ele falava. Não consegui interagir com o resto do pessoal e eles logo perceberam. Edward também estava mais calado ao meu lado, totalmente sério. Todos saíram para dançar e eu achei conveniente deixar essa questão esclarecida.

Edward perguntou se era tão terrível sentir-me atraída por ele, mas essa não era a questão. Eu tinha que parar para entender que o Jacob era o homem por quem sou apaixonada. Falei para ele que só poderíamos ser amigos e nada mais e foi quando ouvi a voz de Jacob me chamando. Levantei para recebê-lo, senti-me feliz por ele estar ali. Jacob abraçou-me e nos beijamos apaixonadamente. Seu beijo quente e caloroso por uns momentos me fez esquecer Edward.

Quando nos separamos ele falou com Edward e os dos encararam-se com umas caras de poucos amigos, mas Edward parecia estar sentindo algo mais. Tentei decifrar seus sentimentos quando ele olhou para mim e então senti meu coração vacilar, mas logo ele desviou o olhar.

Sentei novamente onde estava antes, ao lado de Edward e Jacob sentou do meu outro lado. Comecei a conversar com o meu namorado, mas de repente Edward levanta dizendo que iria para o bar. Acompanhei com o olhar todo o seu percurso sentindo um aperto crescente em meu coração. Queria saber se o tinha magoado, não queria perder a sua amizade.

– Algum problema? – Despertei com a voz de Jacob ao meu lado.

– Ah... Não. - Pisquei algumas vezes para concentra-me nele. - Onde estávamos mesmo?

–Não quero reatar de onde paramos. Que tal tentarmos outra coisa? – Sugeriu malicioso.

–Para mim tudo bem. – Sorri entrando no jogo.

Jacob segurou firme a minha nuca e beijou-me novamente. Depois ele me levou até a pista e dançamos muito. Certo tempo depois deixei meus olhos percorrerem o bar, mas não encontrei Edward. Olhei para outras direções, mas não o achei em lugar nenhum. Talvez ele tenha encontrado alguma garota e tenha ido embora com ela, seria típico dele.

De qualquer forma, quando pude perguntei pra Alice se ela o tinha visto. Ela disse que ele já tinha ido embora, estava cansado. Voltei a me sentir péssima, eu tinha ido com ele para a boate e depois o deixei sozinho e isso depois de tê-lo magoado. Mas porque ele tinha que ter sido tão... Inconveniente?

Fui para casa com Jacob e dormimos juntos. Claro, fizemos amor, mas aconteceu algo estranho depois. Logo que entrei na inconsciência tive a plena certeza de que comecei a sonhar com Edward e isso foi à noite toda. Ainda bem que não falo durante a noite. Não seria muito legal o seu namorado ouvir você falando o nome de outro enquanto dorme.

Pela manhã Jacob e eu tomamos café e passamos o dia juntos. Aproveitamos para almoçar fora e de lá demos uma volta no shopping. Ele me levou para casa e foi embora para organizar algumas fotos. Quando entrei em casa o telefone estava tocando e fiquei super feliz ao falar com meus pais.

Depois que desliguei o telefone subi para tomar um banho e comi alguma coisa assistindo um pouco de TV. Não sei quais foram os pensamentos que me levaram aos cabelos incríveis de Edward, mas o fato era que eu estava desejando tocá-los. Fechei os olhos apertando-os com força e voltei a abri-los. Queria espantar os pensamentos que estava tendo. Deixei a TV de lado e fui dormir, só assim para não pensar besteira.

Quando acordei, senti-me satisfeita por ter pegado logo no sono e por não ter sonhado com Edward. Arrumei-me para ir ao trabalho, bebi apenas um pouco de suco e sai. Cheguei ao mesmo tempo em que Ângela chagava. Ela começou a tagarelar sobre o seu incrível final de semana com o Eric. Eles tinham saído da boate e ido para a casa dele, passaram o dia entre beijos e abraços. Contei sobre o meu que não foi muito diferente do dela e cada uma foi tomar conta das suas atividades.

Nem tinha começado quando Ângela entra novamente na minha sala com um enorme buquê de tulipas brancas nos braços. Eu levantei impressionada com a beleza das flores.

– São para você, Bella. - Ela entregou-me o buquê e automaticamente inalei o perfume delas.

– Nossa, são muito bonitas. – Falei encantada.

– Abre o cartão. – Procurei o cartão e comecei a abri-lo.

– Ah Âng é claro que foi o... - Edward? Li seu nome no papel.

– E então?

– Foi... O Edward quem mandou. – Falei um pouco atônita. Não esperava que ele me mandasse flores e um bilhete tão doce.

– E o que está escrito?

– Para a mais Bella de todas. Perdoe-me por ter sido tão descortês aquela noite. Se permitir, mostrarei a você o quanto posso ser um bom amigo. Beijos, Edward Cullen. – Li o cartão para Ângela e ela suspirou.

– Que lindo.

– É... Muito lindo. – Inalei novamente o perfume das flores.

– Mais o que ele fez? Foi na boate? Percebi que quando voltaram da pista estavam muito sérios.

– Ele bebeu demais e...

– Ah... Tentou avançar os limites da amizade? – Ângela perguntou.

– Digamos que sim. – Coloquei o cartão sobre a mesa. – Preciso colocá-las num vaso com água.

– Deixe que eu faça isso. - Ângela pegou o buquê e o colocou em um vaso em cima da minha mesa.

– Obrigada.

– Ele foi mesmo muito gentil.

– Sim, foi e acho que devo agradecer. Vou ligar para ele. – Ângela saiu da sala enquanto discava os números.

Escutar a voz dele deixou-me aliviada e satisfeita. Adorei falar com ele, como sempre. Depois que agradeci pelas flores e também fui perdoada por tê-lo deixado sozinho na boate, voltei para as minhas atividades. Durante a tarde, li novamente o bilhete de Edward. O tempo passou correndo e quando me dei conta já estava perto do final do expediente. Quando estava arrumando-me para sair Jacob entra na sala com um enorme sorriso no rosto.

– Nossa! Isso sim é uma maravilhosa surpresa! – Falei abraçando-o.

– Quis dar uma passadinha aqui antes fazer uma entrega para um cliente.

– Ah que bom. Adorei.

– Vai adorar mais isso. – Jacob beijou-me nos lábios.

– Sim, com certeza. – Falei quando nos separamos.

– Parece que a minha namorada está ficando mais organizada. – Ele falou olhando a mesa que realmente estava bastante arrumada em comparação aos outros dias.

– Um dia temos que aprender. – Jacob deslizou a mão até o papel dourado sobre a mesa e fiquei apreensiva.

Vi o seu rosto ganhar um ar desconfiado e então ele pegou o bilhete.

– O que é isso? – Ele abriu e leu.

Jacob olhou para mim totalmente transformado. Se antes ele estava alegre e descontraído agora parecia um animal selvagem e perigoso. Um alerta soou em mim.