Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 44
Resultado


Notas iniciais do capítulo

Avisei a vocês sobre o capítulo anterior.
Não esperem menos deste.
Vocês podem estar surpresas por verem um novo capítulo. Estou tentando compensar aqueles espaços longos de tempo sem postagem. Mereço um troféu joinha?

P.S - Estarei ainda hoje repostando a primeira fic que escrevi. Chama-se "Confiança". Então... até 23hs:59min acho que conseguirei. Espero vocês lá também. :)

Boa leitura.



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Edward

Tinha dado certo, todo o meu plano. E eu estava satisfeito, bastante satisfeito com o resultado. Drew conseguiu as drogas e uma pessoa de confiança que se infiltrou na festa em que o Black trabalhava. Não foi difícil saber sobre o trabalho que faria. Contratei um detetive para conseguir a agenda de trabalho dele, queria saber os eventos que ele cobriria. A partir daí foi fácil, tive apenas que selecionar o local mais propicio para desenvolver meu plano sem problemas. A boate seria perfeita para isso.

Estava fumando sentado no sofá com o jornal mais uma vez nas mãos na página onde a matéria que falava sobre o caso do Black estava. Meu telefone tocou, fechei o jornal em meu colo e estendi a mão para alcançá-lo.

- Edward?

- Sim, Jasper. - Reconheci a voz de meu amigo.

- Achei que não estivesse em casa. Liguei algumas vezes para seu celular. - Ele explicou.

- Não vi tocar.

- Estou indo pra aí agora. - Franzi o cenho.

- Algum problema? – Fiquei mais atento à conversa.

- Você que vai me dizer. - Jasper falou como se já soubesse de algo e percebi que ele deveria ter visto a matéria e ter deduzido algumas coisas.

- Certo. Estou esperando. - Desliguei. Não poderia fugir do meu amigo. Falaria a verdade, tinha que falar com alguém mesmo. E não era algo para me envergonha, só devolvi aquilo que o Black estava merecendo.

Minutos mais tarde, abria a porta para um Jasper com o olhar carregado. Parecia atordoado, por um momento fiquei assustado. Por que ele estaria assim tão mal? Jasper entrou sem falar nada e sentou no sofá, cobrindo o rosto com as mãos.

- O que há Jasper? - Perguntei ainda em pé olhando para ele, que retirou suas mãos do rosto e me olhou atordoado.

- O que há? - Perguntou sem acreditar.

- É... O que há? – Repeti meio abobalhado.

- Você leu o jornal. - Ele pegou o jornal que estava do seu lado e ergueu para que eu visse e depois o deixou no mesmo lugar. - Jacob Black preso, por porte de drogas e visivelmente drogado enquanto deveria estar trabalhando.

- Podíamos esperar qualquer coisa dele. - Coloquei as mãos no bolso querendo me manter tranquilo. Dissimular seria a saída certa?

- E de você? - Falou me encarando seriamente. Acho que nunca vi Jasper falar comigo daquela maneira.

- Do que está falando?

- Comigo não, Edward. Sou seu amigo e te conheço muito bem. Isso cheira a armação.

- Ninguém pode afirmar. – Falei cínico.

- E por isso armou tudo? – Ele aproveitou a deixa.

- Claro. - Respondi sem pudor, não iria adiantar nada esconder dele.

- Edward ele foi preso, está sendo acusado injustamente e pode acabar com a carreira dele.

- Isso é pouco. - Falei tentando manter o controle que me escapava toda vez que falava daquele sujeito. - Por acaso esqueceu tudo o que ele aprontou? Ele fez com que Bella e Reneé brigassem, ele tentou violentá-la. Injusto você diz? Eu digo que é pouco! – Nesse momento minhas mãos já não estavam mais nos bolsos, mas paralelas ao meu corpo e cerradas.

- Não é você quem tem que julgar isso.

- E quem é? Quem mais? Não seja tolo! Se eu deixasse assim ele nunca pagaria por aquilo que fez. De alguma maneira ele tinha que pagar.

- Não seja tão rancoroso. - Fiz uma careta de incredulidade. Virei dando as costas para ele, não aguentava ser julgado por ele e não por isso. Senti um movimento atrás de mim. - Esta se perdendo, Edward. Bella pode um dia descobrir tudo, ela não é boba. - Aquilo subiu a minha cabeça.

- Ela nunca saberá! Nunca! - Virei irado. Jasper olhou-me assustado. - Ela só poderá saber se um dia você contar. E espero que não me traia!

- Edward, eu nunca faria isso, embora preferisse que você falasse. Você não precisa fazer mais isso, ela já é sua.

- Você só pode estar louco. - Ri sem humor.

- Bella desconfiará.  Você mesmo disse que ela percebe as coisas que você não diz. Edward você pode perdê-la.

- Ela nunca saberá. - Jasper suspirou derrotado.

- Está manipulando muito as coisas, são vidas humanas. Pense nisso Edward.

As palavras de Jasper se repetiram durante todo o dia na minha cabeça e eu ficava irritado com isso, porque não achava que tinha feito algo errado, só tinha dado o troco àquele miserável. Ao mesmo tempo temia que Bella um dia descobrisse, ela não iria gostar e isso podia custar o nosso relacionamento, não estava disposto a perdê-la.

Jasper ficou comigo durante amanhã toda. Talvez ele temesse que eu fizesse mais alguma coisa, me senti um garoto sendo vigiado para que não aprontasse mais alguma. Mas me fez bem, fiquei um tanto menos tenso, se bem que às vezes sentia meu amigo distante e preocupado.

À tarde Bella me liga avisando que ela e as garotas queriam ir à boate e queria que eu fosse com ela. Claro que não diria não. Seria mais um motivo para me distrair. Tentei relaxar durante o resto da tarde e quando estava em um cochilo, à campainha toca. Levantei relutante e abri a porta. Alice entrou como bala direto para a cozinha. Eu a segui, ela pegou um copo e se serviu de água.

- Briguei com o Jasper. - Declarou. Eu franzi o cenho. - Por sua culpa. - Ela pôs o copo com força sobre a mesa e eu pensei que iria quebrá-lo.

- Minha culpa? - Apontei para mim mesmo.

- Sim. Diga Edward Antony Masen Cullen que você não tem nada a ver com o caso do Jacob. - Eu ensaiei um sorriso que pareceu terrível. Ela suspirou. - Encontrei com o Jasper depois de estar com as meninas, como deve saber. Depois de Bella ter visto uma matéria no jornal sobre o Jacob ter sido preso com drogas. Bella achou estranho e eu não me toquei na hora. - Alice caminhou de um lado a outro e eu só conseguia acompanhá-la com o olhar. - Quando estava com Jasper falei sobre a matéria, ele disse que já tinha visto, mas ele falou tão rapidamente querendo mudar de assunto, parecendo não se importar, como se esse assunto em particular não fosse uma bomba.

- Alice... - Eu já ia protestar, dizer que não era já que ela sabia que ele tinha atacado Bella então ele poderia fazer qualquer coisa, mas ela me interrompeu antes que eu conseguisse falar.

- “Mas você não acha estranho? E que sorte ele tem, estar com drogas logo no dia em que a polícia batia no local com uma denúncia”. Isso eu falei com ele. E Jasper concordou como se não estivesse dando importancia e quis namorar.  Aquilo me deu um estalo. Jasper não está se importando com os problemas de outras pessoas, ele não é tão insensível. Perguntei a ele por que ele queria mudar de assunto. E ele insistiu dizendo que não queria mudar de assunto só queria namorar. Perguntei: “O que você sabe?” Ele ficou pálido e suava tanto que pensei que teria um treco. “Você só esconderia o jogo por uma pessoa”, disse a ele. Levantei e dei muitos tapas nele acusando-o de ter encoberto você nesse tipo de coisa. Ele disse que não acobertou nada, que não teve nada a ver. E agora estou aqui. Estou aqui para que me diga a verdade. - Alice me encarava por fim e eu engoli em seco.

Eu tentei sorrir mais uma vez. Alice tinha que ser tão esperta? O que eu falaria agora? Ela já sabia a verdade e negar seria pior. Eu tinha que fazer alguma coisa. Dessa maneira tudo iria para os ares. Bella saberia do que eu fiz. Alice atravessou o espaço que nos separava e começou a me atacar com tapas. Tentava me defender como podia. Enquanto me batia, gritava horrores, falava que eu era louco e não prestava. Mas o que mais dizia era “Coitada da Bella, coitada da Bella”. Por fim consegui conter a baixinha irada. Segurava-a pelos pulsos e ela quase espumava.

- Porque Edward? – Seus olhos estavam tristes.

- Ele merecia Alice. Por tudo o que fez contra nós dois. Ele ousou tocá-la, machucou-a. Sabe que eu não poderia deixar como estava.

- Edward, você enlouqueceu. Ele foi preso.

- E seria antes se Bella concordasse em denunciá-lo. - Soltei-a e caminhei até a sala, Alice me seguiu.

- Estou tão decepcionada com você. - Seus olhos afirmavam o que ela dizia. Estavam lacrimosos e arregalados.

- Não diga nada a Bella. - Pedi.

- A minha vontade é de contar tudo agora.

- Alice... - Implorei.

- Fico pensando se o caso do Jacob com a garota no apartamento dele não foi uma armação sua como imaginei no início. - Ela me olhou como se procurando uma confirmação. Não sei o que ela viu em meu rosto, mas ela ficou horrorizada. - Eu preciso ir embora daqui. Você Edward, é uma decepção. - Ela repetiu e foi embora me deixando arrasado.

O olhar de reprovação de Alice mexeu comigo, mas eu não poderia me deixar levar por isso. Foi justo o que tinha feito. Aquele miserável tinha tentado estragar tudo entre Bella e eu e o pior de tudo, tentou tocar nela novamente. Ele merecia sim, merecia a cadeia, merecia a humilhação e merecia ter a carreira arruinada.

Mas nem mesmo toda a justificativa que eu podia conceber para ter feito aquilo com o Black me deixava mais tranquilo. Agora Alice sabia, e eu não fazia a mínima ideia do que ela podia fazer. Provavelmente contaria a Bella, eu não sei, só comecei a ficar muito apreensivo. E foi assim que fui buscar Bella em sua casa para irmos à boate e como sempre ela percebeu que eu estava preocupado, mas o que eu queria mesmo saber era se Alice tinha contado alguma coisa a ela. Tentei dissimular, mas ela não engoliu.

Tive que confirmar que nós brigamos e então soube que Alice não tinha revelado nada a Bella o que eu agradecia imensamente, mas não me tranquilizava. Bella não esqueceria esse epsódio e perguntaria sobre a nossa briga novamente. Estava tudo fora de controle e eu temia o que viria, temia perder Bella. Meus nervos estavam em frangalhos aquela noite. E quando Bella mencionou o caso Black foi à gota d’água. Irritava-me a preocupação que ela ainda dispensava à ele. O cara que tentou violentá-la. Explodi com palavras duras e em gritos. Bella assustou-se com o meu total descontrole.

Quando Bella falou que não precisava gritar me dei conta de quão idiota estava sendo aquele momento. Tinha que me controlar antes que eu mesmo acabasse com o meu namoro. Droga... Balancei a cabeça, calando-me. Pedi que deixasse o Black para trás, voltando ao normal. Peguei a sua mão e a levei até meus lábios.

Não queria mais me delatar então permaneci calado durante o resto do trajeto. Bella também estava quieta e com certeza pensava em tudo o que estava acontecendo. Eu era mesmo um idiota.  Encontramos com Emmet, Rose, Eric e Angela na boate, mas o clima não era o dos melhores. Não conseguia me manter tranquilo, logo sem aguentar sai de perto dela com Emmet, seguimos até o seu escritório.

- Qual o problema? - Emmet perguntou quando estávamos já sentados.

- O Black. - Falei.

- Nunca pensei que um dia ouviria falar que ele foi detido portando drogas. Isso foi mesmo o cúmulo.

- Não, Emm. O cúmulo se deu antes disso. – Encarei Emmet irado a lembrar do dia em que vi as marcas nos pulsos de Bella.

- O que ele fez? - Meu cunhado e amigo pareceu preocupado. E então sem delongas contei o ocorrido naquele dia em que fui ao escritório dela e vi o Black saindo de lá. Emmet ficou nervoso e  irritado e não entendia porque a irmã não o tinha denunciado. Foi o momento que ela entrou no escritório nos chamando a descer. Emmet perguntou por que ela não havia contado o ocorrido e ela se chateou. Claro, se chateou comigo e me libertou de seu abraço.

Aquilo não poderia estar acontecendo. Pensei que estava em meu controle, mas não. Não suportaria mais ouvir Bella tentando justificar, defendendo aquele sujeito. Ele merecia tudo o que tinha acontecido. Não podia acreditar que ela pedia para esquecer aquilo e ainda me acusava tanto em palavras como no olhar. Sem dizer nada, porque a minha garganta estava fechada levantei, e passei por ela indo até a porta.

- Aonde vai Edward? - Perguntou assustada.

- Respirar. - Fui seco.

Sai dali envolto em uma gama de sentimentos. Raiva, incredulidade, mágoa. Desci até a boate e fui até a saída, lá fora acendi um cigarro e comecei a pensar naquilo tudo. Chutei com fúria uma latinha fazendo um barulho alto na rua. Eu mesmo queria gritar, mas apenas ouvi o reverberar do som. Senti mãos tocarem os meus ombros, me virei para ver quem era e ela estava ali em minha frente.

Com poucas palavras ela conseguiu o que sempre conseguia, me acalmar. Seu corpo colado ao meu, seu cheiro e seus carinhos me faziam sentir melhor. Faria tudo por ela, para defendê-la mesmo que ela não quisesse. Eu a amo tanto...


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