Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 42
Problemas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Mais um capítulo postado.
Boa leitura.



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Bella

Meu final de semana não poderia ter sido melhor. Isso porque tive ao meu lado pessoas amadas e auto astral, Edward e meus avós queridos. Conseguiram sem muito esforço me manter distraída de assuntos que ultimamente estava me deixando para baixo, fiquei muito mais relaxada. Mas nada me fazia tirar da cabeça que Edward estava com cara de quem iria aprontar em breve. Era engraçado, porque aos poucos conseguia ler seus gestos e saber mais ou menos o que se passava com ele, se estava triste, preocupado ou ansioso.

Quando voltamos para casa, percebi voltou a fumar mais do que o normal. Certa noite resolvi abordá-lo, ele tinha ido para a varanda como sempre quando queria fumar e pensar. Edward estava debruçado sobre o parapeito, eu o abracei por trás sentindo seu calor. Ele logo apagou o cigarro e acariciou meus braços, mantendo-me aninhada a ele.

- Tão pensativo...

- Impressão sua, amor. - Ele se virou e ficou de frente pra mim, abraçando-me. - Amanhã, seu pai virá jantar conosco.

- Quando falou com ele? – Achei um tanto estranho. Ele sorriu torto.

- Mantemos contato constantemente. - Falou presunçoso. - Somos amigos, cara mia. - Edward se orgulhava mesmo de ter conseguido o apoio de meu pai e eu amava isso.

- Ah sim...claro. - Falei divertida. - Então teremos um jantar em família?

- Sim, e gostaria que chegasse cedo em casa. - Edward me beijou e me levou para o quarto, onde passamos a noite fazendo amor.

E estava eu no dia seguinte voltando para casa mais cedo para preparar com o meu amor o jantar de hoje. Quando entrei Edward veio até a sala em passos longos, pegou-me em seus braços e me encheu de beijos carinhosos e calorosos.

- Por que não toma um banho e relaxa antes de prepararmos o jantar? Seu pai chegará logo.

- Logo? Ele não costuma chegar cedo para jantar, sei que ainda demorará. - Disse despreocupada.

- Não. - Edward beijou meu pescoço e senti um arrepio. - Ele já está vindo. - Afastei-me dele para analisa-lo. Desde o dia anterior percebia que algo estava diferente nele. Vi que já estava pronto para receber meu pai para o jantar. Edward estava com uma bermuda jeans e uma blusa rosa claro, seus cabelos estavam molhados e penteados e fiquei ainda mais desconfiada.

- Tomarei um banho então.

- Sim, amor, vá. - Falou ansioso.

Quando saí do banho, vesti uma bermuda jeans e uma camiseta branca. Procurei por Edward e o encontrei na cozinha separando os ingredientes parecendo concentrado demais. Imaginei que talvez estivesse pensando em algo sério. Ele me viu na soleira da porta e parou sorrindo para mim.

- Linda. - Elogiou-me e corri para seus braços e o enlacei pelo pescoço dando-lhe um beijo doce em seus lábios. Edward segurou-me pela cintura e aprofundou o beijo, mas interrompeu quando a campainha tocou. - Pedi para deixarem seu pai subir, deve ser ele. - Edward estava diferente agora... Ele parecia nervoso. Com certeza estava aprontando alguma.

O segui até a sala, ele abriu a porta e vi meu pai que logo o abraçou. Estava a alguns passos atrás deles, Charlie entrou e então eu vi e não acreditei. Senti minha boca abrir de incredulidade. Meu cérebro logo trabalhou, Edward estava nervoso sim porque estava mesmo aprontando e eu não gostei nada disso.

- Tudo bem com você, Reneé? - Ele perguntava pra ela todo sorridente enquanto estendia a mão para ela que o cumprimentava também com um sorriso nervoso.

- Sim, tudo bem Edward. E você está bem? - Como?! Ela estava mesmo sendo educada com ele?

- Está sim, entre por favor.

- Não vai abraçar seu pai? - Charlie perguntou ao meu lado. Vi que ele estava me observando enquanto eu assistia a cena que se desenrolava a minha frente.

- Cla-claro, pai. - O abracei sentindo vontade de gritar e sair dali. Eles tinham armado para mim e eu não gostava que fizessem isso comigo. Edward era um traidor e ele se veria comigo mais tarde.

- Oi, filha. - Reneé falou para mim depois que recebi o abraço do meu pai. Eu olhei para ela sem acreditar ainda que ela estava ali, olhei para Charlie que parecia esperanço e por ultimo, olhei para Edward. Senti meus olhos em fenda, e ergui uma sobrancelha para ele.

- Ótimo. - Foi tudo o que consegui dizer e marchei até o quarto deixando todos ali. Ouvi cochichos atrás de mim, mas nem liguei. Entrei no quarto e fechei a porta que foi aberta logo depois e me virei para ver quem era.

- Qual o problema? - Edward perguntava com a cara mais cínica.

- Qual o problema? Você sabe muito bem que não quero ver Reneé. Por que fez isso comigo Edward? - Falei entre dentes bastante irritada.

- É apenas um jantar em família. Conversei com Reneé.

- Ah...conversou? - O cortei séria. - E justo agora me conta isso? - Edward passou as mãos pelos cabelos. - Não acha que é tarde demais?

- Ela esta arrependida, me pediu desculpas e tudo o mais.

- Pediu? - Parei um pouco para respirar.

- Pediu. - Ele confirmou.

- O que garante que isso não seja um truque? Talvez ela só queira se fazer de boazinha.

- Bella, ela é a sua mãe! Não deveria cultivar esses tipos de pensamentos contra ela.

- Agora você é o defensor dela? - Edward segurou-me pelos braços e olhei para baixo.

- Olhe para mim. - Pediu, mas eu não obedeci. - Olhe para mim, Isabella. - Devagar, levantei meu rosto e o encarei. - Por favor, não faça como ela. Nos dê essa oportunidade, meu bem. - Certo, agora ele pegou pesado. Eu realmente não queria fazer como ela.

- Tudo bem. - Concordei fracamente e ele sorriu torto.

- Vou te recompensar se for boazinha. - Falou malicioso, mas no momento não consegui rir. - Venha. - Edward pegou-me pela mão e me levou até a sala. - Tudo bem, o combinado era que faríamos o jantar juntos enquanto conversamos...então, vamos nessa. - Edward falou para meus pais que estava na sala e todos nós fomos para a cozinha.

Edward estava comandando tudo, meu pai parecia bastante a vontade ou estava tentando parecer enquanto fazia a sua parte e conversava com seu genro e bebia. Reneé estava bastante calada, mas não mais do que eu que não emiti uma única palavra. Não consegui interagir.

Parecíamos uma família feliz, era isso que Edward queria mostrar para mim, mas eu não sentia isso, não mais. Fomos para a mesa e comemos, foi como a preparação do jantar. Edward e Charlie super comunicativos, eu e Reneé nem tanto.

- Por que não ficam na sala enquanto eu e Bella lavamos a louça? - Reneé falou quando terminamos de comer. Olhei para Edward em desespero, não queria ficar sozinha com ela.

- Claro. - Ele disse sorrindo e eu o fuzilei.

- Eu prefiro lavar sozinha, se não se importa. - Falei.

- Mas quero te ajudar filha. - Reneé insistiu.

- Não é necessário. - Rebati.

- É necessário sim. Você vai ficar aqui e lavar a louça com a sua mãe. - Charlie ordenou como se eu fosse criança. O encarei perplexa, estava mesmo todos contra mim. Charlie e Edward levantaram e sentaram-se no sofá e eu tive que levantar indo para lavar a louça.

Já estávamos a cinco minutos caladas, eu tentava prestar atenção no que fazia. Reneé no entanto, ao meu lado parecia querer de alguma foma começar uma conversa que ela não tinha coragem de começar.

- Desculpe... - Começou, mas eu não parei meu trabalho. – Acho que o amor me cegou filha, não queria que sofresse.

- Pensasse nisso antes. Se não queria me fazer sofrer então porque se interpôs entre meu namoro com o Edward? - Parei agora encarando-a. Reneé estava com lagrimas nos olhos e parecia muito sofrida.

- Eu...tenho que te contar algo. - Ela falou hesitante. - E tenho que pedir novamente desculpas por achar que Edward não servia pra você.

Fiquei quieta apenas ouvindo a história nunca contada por meus pais. Então soube o medo que a minha mãe sentiu ao achar que a história estava se repetindo, mas eu podia ver várias coisas que distinguia as nossas histórias. Entre elas eu sabia que Edward não era um conquistadorzinho barato e meu pai nunca a traiu, mas eu não iria falar isso pra ela. Reneé parecia muito arrependida e de repente me senti com dó dela.

- Por que...por que nunca me contou isso? - Perguntei.

- Acha que é uma história em que eu me orgulhe? Eu queria esquecer essa parte e viver a minha vida com seu pai como se nada tivesse acontecido.

- Não precisa se envergonhar de nada mãe, as pessoas podem errar.

- Desculpe por tudo Bella, não foi minha intenção... Te magoar... Aquele tapa foi terrível. - Reneé soluçava agora e eu também sentia lágrimas em meu rosto. Nos abraçamos e soluçamos juntas.

Quando eu e Reneé voltamos para a sala abraçadas, Edward e Charlie sorriram vitoriosos. Eles também nos abraçaram e continuamos a noite conversando.

O que a minha mãe me contara fora triste. Ela sofreu e fez Charlie sofrer também, mas eles superaram. Meu pai foi um cavalheiro e demonstrou que a amava verdadeiramente. Por ele deixar o orgulho de lado até hoje viviam em lua-de-mel. Não existiam dúvidas de que se amavam.

Dias depois aconteceu o casamento mais lindo que já vi. Rose e Emm se casaram ao entardecer de um sábado. A cerimônia foi linda e a festa fantástica. Nos divertimos muito. Os pais de Edward também foram e pela primeira vez eles e os meus pais estavam juntos como uma única família.

- Logo será o nosso. - Edward sussurrou em meu ouvido.

- Não seja apressado.

Foi incrível como o mês seguinte chegou tão rápido. Nos dias seguintes depois do casamento do meu irmão, voltei para casa. Na verdade, teoricamente, pois ficava muito mais tempo com Edward. Minha mãe estava cada vez mais próxima do Edward e os meus medos estavam cada vez menores com relação aos dois. Ela estava mesmo arrependida e fazia de tudo para parecer simpática.

Conversei com Reneé sobre Jacob e ela me disse que continuava conversando com ele, mas agora não dava mais bola para o que ele dizia, pelo contrário insistia que ele seguisse em frente, pois eu estava muito bem com Edward. Jacob ficou irritado, mas ela disse que ele estava bastante calmo esses tempos. E era verdade, logo depois do casamento ele recomeçara a me ligar constantemente, mas eu ignorava as ligações até que elas cessaram.

Certa vez estava no escritório sozinha, Ângela já tinha ido embora, mas eu queria terminar um desenho. Ouvi a porta do escritório abrir e constatei que deveria tê-la deixado destrancada. Fui para a recepção ver quem entrara e me surpreendi ao ver Jacob parado lá.

- O que esta fazendo aqui? - Perguntei desconfiada, ele parecia travar uma luta interna.

- Vim... Ver... Você. - Ele deu um passo e constatei pelo forte odor que vinha dele que ele andara bebendo. Isso me fez ficar na defensiva ainda mais.

- Não é uma boa hora, Jacob. Estou trabalhando e preciso...

- Pelo menos me escute! - Jacob falou agressivo e me calei.

- Tudo bem. - Virei e entrei novamente em minha sala, mas não sentei na cadeira atrás da mesa, fiquei em pé na frente dela. Jacob tinha me seguido e estava em minha frente.

- Por que não atende as minhas ligações? - Ele falou ofendido.

- Você tentou pôr a minha mãe contra Edward. Acha que vou te perdoar facilmente?

- Eu disse que iria tentar, Bella. Não vou desistir de você assim. - Jacob tinha nos olhos algo estranho que nunca antes tinha visto, mesmo nos seus momentos mais agressivos...fiquei com medo.

- Não pode continuar...eu estou feliz, deveria procurar a sua felicidade também.

- Feliz? Por favor Bella, éramos felizes juntos. Juntos! Vai dizer que não sente falta de mim? - Jacob ganhou um ar malicioso e eu gostei menos disso.

- Pare, Jacob. - Pedi.

- Se você esqueceu disso, então eu mostro para você, faço você lembrar. - Ele falou aproximando-se de mim e antes que eu esboçasse alguma reação, Jacob agarrou-me e jogando-me na mesa sobre todas as coisas que estavam nela, machucando-me.

Senti os seus lábios esmagando os meus e senti nojo, queria muito me manter longe, mas ele segurava-me com força perto de seu corpo eu quase não respirava. Tentei me afastar ao senti a sua ereção em meu corpo, me debati e ele segurou firme os meus punhos, machucando-me ainda mais.

Em um ato desesperado mordi os lábios dele, Jacob gritou e afastou-se de mim, então tateei minha mão sobre a mesa peguei o telefone e bati contra a sua cabeça mais forte do que eu pude e sai correndo porta a fora. Ainda o ouvi gritar meu nome e pedir desculpas, mas tudo o que eu conseguia fazer era correr.

Na rua, trêmula peguei um taxi e fui para casa. Pedi para o taxista esperar na frente da minha casa enquanto eu pegava dinheiro para pagar a corrida. Na correria tinha deixado minha bolsa no escritório. Mas tarde eu ligaria para o segurança e pediria para ele dar uma olhada no escritório.

Mal entrei em casa novamente depois de pagar o taxista a campainha tocou. Desci novamente as escadas ainda tremendo e encarei um Edward com o semblante bastante tenso. Seu maxilar estava tão travado que ouvi o ranger de seus dentes.

- O que aconteceu em seu escritório? - Mal abria a boca ao falar. Se antes estava trêmula, imagina agora. A única palavra que vinha a minha mente era: Problemas.


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