Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 40
Mágoa


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo cheio de emoções nos limites.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335240/chapter/40

Bella

Depois do banho me senti melhor. Guiada por sons de violão me dirigi para a sala. Lá Edward estava sentado distraidamente dedilhando suavemente as cordas de seu violão. Logo me lembrei do dia em que ele cantou e tocou para mim, do dia em que surtei com tudo o que estava sentindo por ele e a intensidade dos sentimentos.

Sorri para ele que retribuiu com um sorriso torto. Edward deixou o instrumento no chão delicadamente e pegou-me pela mão para que eu sentasse em seu colo. Ele me abraçava por trás carinhosamente.

- Melhor? - Perguntou em meu ouvido.

- Sim.

- Eu amo você. - Edward sussurrou em meu ouvido. Meu coração enterneceu ao ouvir essas palavras tão doces em meu ouvido e já ia tomar coragem para falar de meus sentimentos também quando a campainha toca. - Deve ser o seu pai. - Edward sentou-me no sofá e foi atender a porta.

Ouvi a voz de Charlie e logo os vi aproximando-se de onde estava. Levantei para receber o meu pai que estava com rugas entre os olhos. Não queria fazê-lo ficar preocupado. Charlie me abraçou e retribui com o meu abraço mais apertado.

- Querida... - Falou sobre os meus ombros. - Você está bem?

- Sim, pai. Agora estou bem.

- Fiquei tão preocupado, filha, quando cheguei em casa e encontrei sua mãe aos prantos. Ela disse que vocês brigaram. O que aconteceu? - Me senti mal por meu pai estar tão preocupado e ao lembrar toda a cena que se desenrolou em casa.

- Pai... Não consegui prosseguir.

- Por que não sentamos? - Edward aproximou-se de mim e tocou em minha cintura guiando-me até o sofá. Meu pai sentou de um lado e Edward do meu outro lado.

- Eu sei que ela anda meio mal-humorada com relação ao namoro de vocês dois. - Charlie olhou para nós dois ao falar. - Pensei que passaria logo.

- Não a suporto mais. As palavras saíram com rancor. Ela está extrapolando. - Os olhos de meu pai ficaram muito mais atentos e hesitantes. Estava prestes a falar dos últimos acontecimentos e do tapa que ela me deu, mas hesitei, o fiz pelo meu pai. Ele com certeza se decepcionaria com Reneé.

- O que exatamente aconteceu hoje?

- Seus insultos ao Edward estão muito mais agressivos. Ela é incapaz de lhe dar uma chance de aproximação. Não a quero humilhando o meu namorado. Edward segurou-se pela cintura, aproximando-se mais de mim. - Eu só vejo como Edward tenta ser amável e me irrita a forma como ela o trata. - Soltei.

- Meu amor, ela só precisa de tempo. - Voltei a ficar irritada com a maneira que Edward ainda tentava contemporizar a situação. Era óbvio que ele não queria mais confrontos, mas eu não queria amenizar as coisas.

- Tempo? Ela não precisa de tempo. Ela tem que aceitar e se não quiser aceitar, ótimo, mas que nos deixe em paz.

- Sei que deve estar ainda nervosa, mas Bella, talvez ela pense mesmo que está fazendo a coisa certa.

- E ela pensa. - Charlie afirmou.

- Estou cansada de ouvi-la dizer que estou fazendo uma péssima escolha ficando com Edward, a escolha é minha e pronto! Ela disse com todas as letras que deveria voltar para Jacob, sem respeitar a presença do Edward, aliás, ela e Jacob são mesmo uma ótima dupla. Jacob enchendo a cabeça dela com caraminholas o que piora tudo.

- Espera, espera, espera. - Meu pai pediu para que eu parasse e fechou as pálpebras pesadamente para depois abri-las novamente.

- O que foi pai?

- Eu só... - Charlie passou as mãos pelo rosto em um gesto cansado.

- Pai? - Meu pai parecia não estra acreditando no que estava pensando. Ele tinha chegado a uma conclusão.

- Eu acho que sei o que se passa na cabeça da sua mãe. - Sua voz estava triste. Olhei para Edward que também parecia não entender.

- Sabe?

- Sim, sei. Vou conversar com ela. - Charlie segurou as minhas mãos. - Vamos conversar com ela.

- Pai...

- Meu bem... Não vai dizer que se manterá distante dela agora.

- O quanto eu puder. - Falei.

- Filha...

- Não posso vê-la por enquanto. - Desviei o olhar dele que parecia muito triste.

- Sei que mudará de ideia. - Suspirou. - Edward, obrigado por cuidar de Bella, por estar ao seu lado. Sei que minha esposa está sendo dura com você, mas sei também que é um garoto de bem.

- Obrigado, Charlie, isso realmente é importante. Saber disso faz as coisas parecerem melhor.

- Cuide dela, sim? - Meu pai levantou e Edward e eu também.

- Claro.

- Filha, resolveremos isso. - Charlie falou ao me abraçar. - Basta para mim no momento saber que está bem e em segurança.

- Novamente, obrigado Edward. - Charlie abraçou Edward que retribuiu emocionado o abraço. Uma lágrima rolou por minha face. Estava feliz ao saber que meu pai estava totalmente do nosso lado.

Depois que meu pai foi embora, Edward e eu fomos dormir. Demorei um pouco para pegar no sono, mas no final o cansaço de tudo me venceu e acabei apagando.

No dia seguinte relutante levantei. Edward já estava de pé e até sugeriu que eu ficasse em casa descansando, mas aquilo não iria me ajudar. Ficaria o dia todo apenas pensando em tudo.

Durante o dia Edward ligou o tempo todo querendo saber como eu estava. Charlie também ligou e perguntou se iria para casa a noite. Quando disse que não, ele aceitou, mas eu sabia que ele me queria de volta em casa. Vocês precisam conversar Charlie acrescentou no final, mas eu não iria mesmo conversar com ela.

Angela também preocupou-se com a minha fisionomia e acho que Edward depois falou algo para ela porque notei o quanto estava atenta a mim e volta e meia pegava-a ao telefone. Alice e Rose também me ligaram, assim como Emmet um pouco chateado com a situação.

No final do dia, estava super cansada. Edward foi me pegar e voltamos para a sua casa. A noite quando estávamos assistindo TV, meu celular toca e vi pelo visor que era Reneé. Ela só podia estra brincando. Se ela achava que eu iria atender, estava muito enganada. Edward olhou para mim como se perguntasse se eu não iria atender.

- Reneé. - Falei.

- Atenda. - Ele pediu.

- Nem pensar! - Esbravejei.

- Meu amor, isso tem que acabar.

- Pra mim já acabou. Ela que tem que se dar conta disso. E não quero mais ouvir você a defendendo. - Deixei o celular lá e fui para o quarto como uma criança birrenta. Minutos depois Edward entra e olha por alguns instante para mim que estava deitada em sua cama. Ele veio em minha direção engatinhando sobre a cama.

- Não precisa ficar assim. - Soltei o ar pela boca estressada com ele também que ainda ficava defendendo Reneé que quis prejudicar o nosso namoro e o ofendeu tanto. - Vem cá, princesa. - Ele me pegou pela cintura arrastando-me para perto de seu corpo.

Edward me apertou em seus braços, me aninhando. Me aconcheguei sentindo o calor de seu corpo e aproveitando os carinhos que ele me dava. Logo esses carinhos não eram mais suficientes e me senti impaciente por mais. Tateei por sobre seu abdome e retirei com a sua ajuda sua blusa. Trocamos carícias por um tempo, sentia-me cada vez mais desejosa dele. Em pouco tempo estávamos nus, disponíveis um ao outro.

- Ed.... Não quero esperar. - Ele sorriu compreendendo.

- Dispensado as preliminares? Mas não é o melhor? - Seu olhar era divertido e safado.

- O melhor é sentir você em mim.

- Eu também acho que o melhor é estar dentro de você.

- Então não me faça esperar. - Implorei.

- Não farei. - Não ele fez pior.

Ed apenas roçou a cabeça de seu pênis em minha entrada, devagar. O tesão aumentou abruptamente. Ele encarou-me como se analisasse as minhas reações. Seu próprio rosto estava nublado pelo tesão. Ele fez novamente antes de pôr apenas a cabeça de seus pênis em mim. Meu corpo retorceu um pouco e eu senti minha vagina contrair querendo-o. Edward retirou e eu falei um palavrão.

- Onde foram parar seus modos? - Ele perguntou rindo.

- Para o inferno com meus modos, Edward! - Ele me beijou rindo ainda.

- Calma... A paciência é uma virtude.

- Eu não sou virtuosa. - Rebati e segurei o seu membro rijo e o guiei para dentro de mim.

Pensei que ele fosse protestar por estragar seus planos de me deixar louca, mas ao contrário, ele logo começou o vai e vem dentro de mim.

Edward não resistia a mim assim como não resistia a ele. Éramos perfeitos e Reneé estava enganada sobre qualquer coisa que disse sobre escolha errada. Ele era a melhor escolha que eu poderia ter tido. Estávamos ofegantes e abraçados. Minha cabeça em seu ombro, ele afagava meus cabelos. Estávamos molhados de suor. Foi quando eu decidi falar.

- Eu amo você. - Minha voz saiu abafada, um nó se fez em minha garganta. Edward parou de acariciar meus cabelos e levantou-me um pouco para me olhar.

- Você... Você disse que me ama? - Ele parecia não acreditar. Eu assenti.

- É.... Eu disse. Seu sorriso era enorme e me senti feliz por enfim admitir. - Eu amo você, Edward Cullen.

- Deus! Eu queria tanto ouvir isso. Eu te amo muito. - Ele me abraçou e me beijou deitando-me novamente.

Quando acordei pela manhã, ouvi o som do chuveiro ligado. Edward estava no banho. Olhei para o seu criado-mudo e vi uma luz acender em seu celular. Ele deve ter recebido uma ligação ou mensagem. Algo em mim despertou e senti curiosidade em saber o que era. Estiquei o braço para pegar o aparelho, mas não o peguei. Talvez fosse errado bisbilhotar assim, mas por outro lado não teria mal algum.

Peguei o aparelho e vi que ele tinha recebido duas ligações à noite...bem tarde diga-se de passagem. Não deveríamos ter percebido, pois estávamos muito entretidos ontem e o celular deveria estar apenas programado para vibrar. Quando li o nome que indicava, vi Vic. Poderia ser uma mulher ou um homem...Tinha uma mensagem também da mesma pessoa. Antes que eu pudesse pensar se era errado ou não o meu dedo clicou onde abria a mensagem.

Ed, tentei falar com você de várias maneiras e não obtive respostas. Tudo isso porque deve estar muito ocupado com a namorada, não é? Me conta as novidades, gatinho. Bj

Gatinho? O que era isso afinal? Meu sangue ferveu imediatamente, foi quando Edward saiu do banheiro enrolado em uma toalha e segurando outra e me viu talvez com uma cara de que iria matar alguém. Logo agora que eu tinha dito a ele que o amava ele me apronta uma dessa?

- O que foi? - Me olhou assustado.

- Quem é Vic? - Edward pareceu ter sido pego de surpresa e arregalou os olhos. - E então, vai me dizer ou não? - Ele pareceu recompor-se e enxugou os cabelos com a toalha que segurava.

- É uma amiga. - Disse despreocupado.

- Uma amiga? - Perguntei incrédula. - Com tanta intimidade. Ela te chamou de gatinho!

- É o jeito dela. - Edward parou para novamente me observar. - Meu bem, do que quer me acusar?

- Por acaso você tem algum rolo com ela?

- É óbvio que não. - Edward foi enfático. - Eu amo você e não existe mais ninguém em minha vida. - Ele falou tão sério e tão cheio de verdade que não tinha como duvidar.

- Mas ela sente algo por você?

- Sinceramente penso que não.

- Vocês já tiveram algo? - Fiquei em pânico. Edward suspirou.

- Sim.

- Sim?! - Minha voz elevou-se em alguns decibes.

- Sim, sexo e nada mais. - Minha respiração acelerou e fiquei totalmente insegura. Edward sentou ao meu lado e segurou em minhas mãos. - Apenas sexo, e já a muito tempo.

- Jura?

- Juro. Eu só tenho olhos pra você amor. - Edward acariciou meu rosto e beijou-me nos lábios.

- Mas... Ela é bonita? - Perguntei insegura.

- Não tanto quanto você. - Ficamos assim nos olhando por um tempo. - Eu amo você, nunca esqueça disso.

- Eu também amo você. - Ele sorriu. - Me desculpe por bisbilhotar o seu celular.

- Valeu apena, acho você linda com ciumes.

Entreguei o celular a ele que leu a mensagem sem demonstrar nenhuma emoção em seu rosto e depois o devolveu ao criado para terminar de se arrumar, eu levantei para fazer o mesmo.

Mais tarde já no trabalho recebi uma ligação de Alice avisando que teríamos uma pequena reunião. Tentei me esquivar porque não estava muito bem ainda, mas ela insistiu que a minha tristeza era mais um pretexto para acontecer a reunião. O encontro ficou marcado para a noite no apartamento do Edward. Não sei como ela convenceu o irmão disso, mas ela conseguia tudo. Edward dormiria na casa de seus pais.

Antes do expediente acabar falei com Charlie e ele me pediu novamente para considerar a minha volta para casa, mas continuei firme em minha decisão e ele desistiu do assunto por hora. Falamos sobre outras coisas e depois nos despedimos.

A noite quando cheguei, Edward me levou para tomar um banho com ele bastante demorado por sinal. Ele queria aproveitar, pois passaríamos a noite separados. Não tocamos mais no assunto Vic, por mim já estava quase que totalmente superado. Eu confiava nele.

Alice, Rosalie e Angela chegaram, cada uma trazendo algo para comermos, mas mais para bebermos. Duvidei de que passaríamos a noite lúcidas. Mas talvez eu precisasse disso. Edward foi embora relutante com Alice o expulsando impiedosamente. Comemos e bebemos enquanto eu contava sobre a atual crise em que me encontrava com a minha mãe.

- Que decepção...Reneé não poderia estar fazendo isso. - Falou triste e eu a abracei.

- Reneé está louca. Por que não conversamos sobre o casamento da Rose que é na próxima semana? Como se sente Rose? - Mudei de assunto.

- Ansiosa para me tornar uma Swan, claro. - Ela gargalhou.

- Será muito bem recebida, tenha certeza.

Conversamos sobre muitos outros assuntos. Alice e Rose disseram que Maria enfim tinha saído da casa dos pais de Jasper e estava morando com Dimitri. Era um babado, a garota não perdia tempo mesmo. E falando em garotas...lembrei da tal da Vic.

- Lice, você conhece alguma amiga de Edward chamada Vic? - Lice me olhou pensando.

- Victória?

- Não sei.

- Deve ser ela. Ele a chama assim. São amigos já algum tempo... Só a vi umas duas vezes. Porque pergunta? - Ficou curiosa.

- Ela ligou e mandou mensagens para ele. Eu li o que tinha escrito e não gostei nada, principalmente quando ela o chamou de gatinho. - Rose e Angela se entreolharam e assobiaram.

- Não leve tal a sério. - Alice falou.

- Ele me confessou que já teve um rolo com ela.

- Mas já acabou, Bella. - Minha cunhada prontificou-se logo em dizer.

- Foi o que ele me disse.

- Então, esquece isso. - Foi o que fiz. Pelo que parecia, Edward não tinha nada a ver com Victória.

Bebemos muito mais no decorrer da noite até que dormimos todas umas sobre as outras sobre o tapete da sala com alguns travesseiros que não me recordo como chegaram lá.

- Oh droga! - Ouvi alguém arfar perto de mim.

Edward tinha chegado logo cedo e visto a cena de calamidade na sua sala. Quatro mulheres bêbadas apagadas. Ele me acordou e com um pouco de dor de cabeça acordei as outras. As garotas foram para casa rapidamente, acho que loucas para dormirem mais um pouco. Edward recriminou Alice antes dela ir embora, dizendo que não era para ter me dado tanta bebida. Alice nem se importou e foi embora.

Pensei que ele iria me repreender também, mas ele me abraçou e perguntou o que eu queria fazer durante o dia. A verdade era que eu queria muito comer a comidinha da vovó. Edward achou uma ótima ideia, então liguei para meus avós avisando da visita.

Quando chegamos lá a festa foi contagiante. Meus avós se davam muito bem com Edward e parecia que em especial a minha avó tinha muito afinidade com ele. Desde o dia do noivado de Rose e Emm que percebi isso, mas agora era muito mais forte. Eles se olhavam e pareciam se intender. Ás vezes era frustrante. Conversamos bastante enquanto ajudávamos a vovó na cozinha. Recebi mais uma ligação de Reneé e ignorei novamente. Minha avó percebeu assim como Edward e ela ia começar com algum discurso, mas logo a cortei.

- Tudo bem, mas você deveria escutá-la. - Ela disse por fim.

- É o que digo todos os dias a ela. - Edward completou e eu o fuzilei com os olhos.

O meu celular tocou novamente e dessa vez era Emm. Ele perguntou onde eu estava e ao dizer logo se prontificou em dizer que iria me ver. Emm chegou para somar alegria, meus avós ficavam radiantes quando nós dois estávamos na casa deles. Depois do almoço, Emm aproximou-se de mim.

- Sei o que está acontecendo entre você e a senhora Reneé. - Bufei. - Ela pisou feio na bola, mas está mesmo querendo pedir desculpas.

- Eu não quero as desculpas dela e não quero ouvir nada sobre ela.

- Não seja tão má. - Pediu.

- Herdei isso dela. - Falei encerrando a conversa.

Reneé queria pedir desculpas? Isso não amoleceria meu coração. Eu não queria e não iria falar com ela de jeito nenhum.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Trapaças: Na Conquista E No Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.