Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 39
Atribulações


Notas iniciais do capítulo

Reneé parece mesmo decidida a impedir o relacionamento da filha com o Edward.
E Jacob parece mesmo querer continuar tentando uma nova aproximação.
Toda essa determinação pode se transdormar em problemas.



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Bella

Os dias seguintes passaram rapidamente, mas foram dias alegres. Ao lado do Edward não poderia ser diferente. Tinha passado um dia com meus avós e contado a novidade a eles. Fiquei feliz com a aceitação dos dois, mas senti algo estranho no comportamento da minha avó. Ela parecia alguém que estava aprontando, mas deixei passar.

A única coisa que me aborrecia sobre maneira era a minha mãe. Ela não estava muito contente com o meu namoro e fazia questão de demonstrar isso com seus modos ranzinzas e sua atual mania de ser monossilábica comigo.

Durante esses dias, começaram os ensaios para o casamento do Emm e da Rose. Algumas vezes Edward e Reneé se encontraram e ela apenas falava com ele quando ele se diria a ela. Aquilo estava subindo a minha cabeça. Era claro que Edward queria manter as coisas agradáveis entre eles dois, sempre se mostrando educado e gentil com Reneé.

Certo dia, percebi Reneé ainda mais circunspecta e fechada para mim. Soube então que Jacob havia passado lá mais cedo. Ah sim! Claro, quem mais poderia alimentar o tédio que a minha mãe estava se transformando? Eu tinha que fazer Jacob parar e principalmente a tonta da Reneé.

Estava pensando nisso na volta do trabalho. Deveria procurar Jacob para exigir que ele me deixasse em paz e que parasse com as tramoias dele. Aquilo era jogo sujo, influenciar a moldável Reneé contra Edward. Fiquei feliz e logo preocupada ao ver o volvo de Edward estacionado em frente a minha casa. Tinha me atrasado um pouco, mas àquela hora apenas Reneé estava em casa.

Quando entrei vi que os dois estavam sentados. Edward a me ver levantou e ao me aproximar dei-lhe um breve selinho e um abraço.

- Olá, mãe. - Beijei o seu rosto franzido de desgosto. Percebi que ao seu lado, estava um buquê de rosas brancas jogadas.

Olhei para elas curiosa e depois para Edward. Para mim não passou despercebido a sua expressão frustrada.

- Que surpresa você aqui. - Comecei para tentar aliviar o clima.

- E-eu... - Edward gaguejando? Ele pigarreou recompondo-se. - Vim ver você e aproveitei para... Conversar com sua mãe. - Ele sorriu triste e aquilo cortou meu coração.

- O que aconteceu? - Não pude me conter. Tinha que saber o que a monstra da minha mãe tinha dito para meu namorado.

- Como assim? - Ele tentou fazer o papel de desentendido. Virei para Reneé.

- O que falou para ele? É claro que não vão tentar me fazer de idiota e negar que aconteceu algo aqui. - Reneé pareceu um pocu surpresa com os meus modos e depois pareceu impacientar-se no sofá, mas não disse nada. Ela odiava quando falava assim com ela. - Vamos, Reneé, o que disse para Edward? - Exaltei-me. Edward segurou minha mão, apertando-a levemente.

- Querida, acalme-se. Está fazendo um alarde por nada. - Ele tentou me virar para ele, meu rosto continuou virado em direção a minha mãe. Estávamos nos encarando. - Conversamos um pouco e isso é tudo.

- Eu a conheço! Reneé quando implica com uma coisa, fica insuportável! Não medi minhas palavras e isso teve efeito em Reneé. Seu rosto controlado transfigurou-se em raiva.

- Insuportável e inaceitável é a maneira com a qual vem me tratando. - Reneé levantou. - E veja que coisa... - Ela sorriu cínica. -... Isso vem acontecendo desde que começou esse namoro.

- Por que você não nos deixa em paz! Aposto como disse suas barbaridades para Edward, só que ele é cavalheiro demais para falar sobre a sua falta de compostura. - Desvencilhei-me de Edward.

- Não é segredo nenhum o que falei a ele. Disse sobre as minhas impressões e sobre o que venho observando. Pode chamar de intuição de mãe, mais esse rapaz não me passa confiança. Ele é uma péssima escolha, Bella.

- Reneé, desculpe-me, mas eu já disse que está sendo precipitada. Até a intuição de mãe pode se enganar. - Edward falou totalmente controlado, mas eu sabia que ele estava triste com aquilo.

- Deus queira que você, minha filha, abra os olhos a tempo e volte para Jacob. - Aquilo foi a gota d'água pra mim.

- Você não sabe o que diz. Intuição de mãe, merda nenhuma! Está se deixando influenciar por Jacob, um ex-namorado recalcado.

- Isabella Marie, mais respeito! Ainda sou sua, mãe! Ela ergueu a mão como uma mãe que ameaça dar umas palmadas em seu filho birrento. Ela não seria capaz.

- Bella, por Deus. - Edward segurou em meu braço, pois estava nesse momento muito próxima a Reneé.

- Por que não pára para pensar sobre tudo? Você deveria deixar de ouvir o Jacob e pensar por conta própria. Você deveria querer a minha felicidade. - As lágrimas surgiam em meus olhos sem que eu pudesse evitar e minha voz falhou um pouco.

- Diferente do que você diz, eu penso por conta própria e sei que você seria muito mais feliz se desse uma nova oportunidade a Jacob.

- Se acha mesmo que a felicidade é com Jacob então tenta você. Vai, corre para os braços de Jacob! - Gritei e depois senti o tapa.

Eu fiquei sem ação. Não conseguia pensar e a tontura que senti com o ardor em meu rosto não ajudavam. Senti os braços de Edward me envolver.

- Bella, meu amor, você está bem? - Edward parecia muito preocupado. Sua mão tocou a face estapeada com carinho. Seus olhos mostravam dor. Sabia que se se tratasse de Charlie ou qualquer outro, Edward daria o troco. - Realmente isso não foi necessário. - Ele falou com os dentes cerrados, dirigindo-se a Reneé. Forcei para encará-la. Ela parecia em choque.

- Me tira daqui. - Pedi, minha voz saiu fraca. Não precisei pedir novamente. Edward me conduziu abraçado a mim até o seu carro.

Tinha um bolo enorme na minha garganta que estava me impedindo de falar, até mesmo respirar. Estava sufocando de raiva, indignação, humilhação. Edward dirigia com uma mão só no volante, a outra me abraçando e dizendo palavras de conforto e carinho.

Edward colocou-me em sua cama quando chegamos a seu apartamento. Foi quando o bolo subiu e eu pude chorar. Meus soluços eram fortes e não conseguia segurá-los. Edward apenas me abraçava forte. Ficamos assim, deitados e abraçados por um bom tempo até que ele se moveu para levantar e eu o segurei firme pela camisa.

- Pra onde vai?

- Eu só vou até a cozinha. Farei um chá para nós dois. - Ainda estava segurando-o, sem querer soltá-lo. - Será rápido, amor. Estarei ao seu alcancei. - Edward delicadamente libertou-se de meus dedos insistentes. Antes de sair, depositou um beijo em meu rosto.

Minutos depois ele entrou com duas xícaras nas mãos. Sentei-me e recebi dele uma das xícaras. O aroma invadiu as minhas narinas. Edward sentou ao meu lado. Bebemos o chá, calados. Quando terminei, ele pegou a xícara das minhas mãos e depositou ao lado do seu no criado-mudo.

- Seu pai ligou pra mim. - Ele falou tentando passar tranquilidade. Esperei atenta pelo resto da informação. Queria saber de tudo. - Ele... Conseguiu meu número com o Emmet. Charlie está preocupado com você. Ele quer te ver. Eu dei o endereço a ele, daqui a pouco ele estará aqui para conversarmos.

- Edward... - Comecei a resmungar.

- Meu amor, Charlie está muito nervoso e ele precisa saber o que aconteceu. Será melhor conversarmos logo. - Edward disse firme comigo.

- Tudo bem.

- Por que não toma um banho para relaxar e tentar melhorar esse rostinho? - Tentei imaginar o meu rosto, deveria estar inchado e meus olhos vermelhos. Fiz uma careta, Edward acariciou o meu rosto e depois de um longo suspiro levantei, dirigindo-me ao banheiro.

Edward

Todas as demonstrações de respeito e gentileza não estavam surtindo efeito com a minha sogrinha. Reneé realmente não me suportava e mesmo que a questão fosse a sua preferencia por Jacob Black, ela não podia ser tão resistente. Reneé deveria ao menos tentar me conhecer melhor.

Bella tinha me ligado dizendo que sairia mais tarde do trabalho. Achei que seria a oportunidade perfeita. Liguei para Emmet e pedi para que ele verificasse se Reneé estava em casa.

- O que vai aprontar agora?

- Emmet, o plano é: Conquistar a sogra. Não se preocupe, só vou levar flores para a sua mãe e tentar convencê-la de me dar uma chance.

- Tudo bem.

Emmet me ligou minutos depois dizendo que a sua mãe estava em casa sozinha. Passei rapidamente em uma floricultura e escolhi rosas brancas para pedir paz à sogra.

Meu coração estava quase saindo pela boca quando enfim toquei a campainha. Parecia que iria pedir permissão aos pais da primeira namoradinha. Tentei respirar fundo, mas ainda me sentia nervoso. Reneé abriu a porta e identifiquei surpresa e depois consternação em seu rosto.

- Olá, Reneé. - Tentei demonstrar calma e disposição.

- Olá. - Ela disse de mal grado. - Bella ainda não chegou. - Avisou sem permitir o meu acesso à sua casa. Acho que não era intenção dela me convidar para esperar a sua filha.

- Bem, na verdade vim falar com você também. - Seus olhos vincaram. - E são para você. - Estiquei o braço oferecendo as rosas para ela.

Ela olhava de meu rosto para as rosas em uma dúvida que me fez ficar angustiado. Enfim ela pegou o buquê como se ele fosse um animal asqueroso ou algo que pudesse contaminá-la de alguma maneira.

- Conversar comigo? - Ela perguntou.

- Sim. - Sorri e isso fez doer meu rosto, pois foi meio forçado.

Reneé não me convidou, apenas virou e começou a caminha em direção à sala. Entrei e fechei a porta, seguindo-a. Ela fez questão de manter seus gestos indelicados de jogar as rosas no sofá ao seu lado estampado para que eu visse. Sentei a sua frente tentando me manter equilibrado.

- Diga. - Pediu.

- Reneé... Bem, agora era o momento. Teria que ser o mais sincero possível. Contava com isso para que ela permitisse uma boa convivência. - Eu sei bem do seu desgosto sobre o meu namoro com Bella. Acho natural a família até já acostumada com o antigo namoro da filha criar um tipo de resistência com o novo namorado. - Respirei para ganhar fôlego. - Amo a sua filha, Reneé e nunca faria mal a ela. Estou disposto a tudo para vê-la feliz. Gostaria muito que compreendesse isso e nos desse... Me desse um voto de confiança. Você quer o bem de Bella e eu também. Não precisamos dessa inimizade.

- Eu quero muito o bem de Bella, e é por isso rapaz que a quero longe de você. Acha que eu não sei o quanto você atormentou o namoro de minha filha e Jacob?

- Ficou sabendo disso pelo Black, creio eu. - O meu humor vacilou com o que ela disse.

- É claro. Jacob é um bom rapaz, sabemos que ele teve um leve deslize, mas pelo menos sei que com ele minha filha estará segura.

- E comigo não? - Fiquei estupefato.

- É óbvio que não. Você me parece ser um... Conquistador, Bella não teria paz com você. Não quero que minha filha sofra.

- Mas está fazendo isso agora. - Encarei-a e ela pareceu não acreditar em minhas palavras. - Está fazendo Bella sofrer ao se opor em nosso namoro. Tudo o que queremos é estarmos juntos e em harmônia com nossa família.

- Com você ela não terá as duas coisas. E parece que a resolução depende de você. - Suas palavras foram como chicotadas em mim. Estávamos assim nos encarando quando Bella entrou.

Ela é muito perceptiva e viu que não estávamos tendo uma conversa agradável ali. E mesmo que eu tentasse controlar a situação para que não saísse do controle não consegui. Não sei se porque eu mesmo estava abalado com a conversa e as palavras rudes de Reneé. Além do que ela tinha colocado a decisão em minhas mãos. Para ela eu tinha que decidir por Bella. Nosso relacionamento ou a tranquilidade em sua família.

Quando vi Bella exaltando-se tinha que ter previsto algo semelhante. Bella perdeu o prumo e agrediu a mãe verbalmente. Reneé reagiu contra-atacando com um tapa no rosto de Bella. Aquilo fez meu sangue ferver. Tive que me conter porque se referia à mãe dela de qualquer forma. Porém, não gostava que ninguém encostasse nela, independente de serem os seus pais.

Levei-a para casa depois que me pediu para tirá-la de lá. Via que ela estava em seu limite, sua pele parecia translúcida de tão pálida que estava, até seus lábios estavam sem cor e fiquei preocupado. Ela tinha que extravasar o que estava sentindo.

Quando a deitei em nossa cama, Bella chorou compulsivamente. Eu tentava consolá-la, mas parecia que o seu pranto não tinha fim. Não queria que ela tivesse passado por isso, mas não sabia mesmo o que fazer. Por minha tentativa de consertar as coisas, tinha piorado tudo, agora parecia impotente.

Fui até a cozinha para preparar um chá para nós dois. Tínhamos que nos acalmar, porque eu também estava muito abalado com o ocorrido. A situação era lastimável. Bella amava a mãe, e sabia que ela estava sofrendo. Eu nunca quis ser um problema no relacionamento das duas. Estava pensando nisso quando sinto o meu celular tocar. Não identifiquei o número, mas mesmo assim atendi.

- Sim?

- Edward? - Uma voz rouca e grave soou.

- Sim, sou eu.

- Edward, aqui é Charlie Swan. Emmet deu-me seu número. Queria muito falar com você.

- Charlie...

- Diga-me, Bella está com você? - Ele parecia preocupado.

- Sim, ela está aqui comigo, Charlie.

- Cheguei a pouco e encontrei Reneé chorando. Ela me disse que brigaram. Sei como a minha esposa pode agir descontroladamente... O que houve de verdade, Edward?

- Charlie, este é um assunto que penso que devemos ter pessoalmente.

- É verdade. Quero ver Bella e conversar ainda hoje. - Pareceu ansioso.

- É claro. Pode vir e esperaremos. - Passei o endereço a ele. O quanto mais rápido pormos tudo em pratos limpos, melhor. Charlie poderá ajudar a como procedermos daqui para adiante.

Quando levei o chá para o quarto, contei a Bella do telefonema de seu pai. Ela ficou um pouco apreensiva, mas disse a ela que seria melhor assim. Quando Bella dirigiu-se para tomar um banho, não pude evitar que algumas lágrimas de frustração, e tristeza por vê-la daquela maneira.


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