Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 31
Espera


Notas iniciais do capítulo

Certo, que tal vermos um pouco de atitude da Bella?



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Edward

Bella tinha partido a menos de uma hora e ainda estava estático. Caramba, parece incapaz de conceber qualquer tipo de pensamento... Eu estava abalado. Não poderia esperar que uma semana de amor tivesse um final assim. Por que ela continuava tão confusa? Como convencê-la de que não me usou, quer dizer que isso realmente não teve importância. Afinal, foi exatamente por isso que fiquei com ela, para que esquecesse Jacob e a sua traição. Bella estava levando isso ao extremo, achando que estava magoando meus sentimentos, mas ficar longe dela é a pior dor que posso sentir.

No dia seguinte passei por um interrogatório. Tentei driblar as perguntas, mas Jasper me encarava com seu olhar de desconfiança para cada palavra dita por mim. Também não fazia nenhum esforço para parece autêntico. Ele sabia que escondia algo, mostrou-me a revista em que Jacob aparecia aos beijos com a Vic. Putzz!

Tinha esquecido completamente desse detalhe, que na verdade era o que eu contava para que Bella terminasse com Jacob, antes de pegá-lo na cama com a Vic. Faria com que Rose e Alice vissem a foto, elas com certeza contariam a Bella. Então Bella terminaria com Jacob, no entanto, não foi assim que aconteceu.

- Alice está fazendo perguntas. - Jasper falou enquanto eu olhava para a foto.

- Ela viu?

- Viu e Emmet me disse que ela já contou a Rose. - Seria questão de tempo Bella ver a foto. Ela se sentiria ainda pior com certeza.

- Droga!

- Isso não tem importância, Edward, porque mesmo Bella não vendo a foto já tinha terminado com Jacob. Mas eu quero saber das coisas que não está dizendo Edward. - Falou zangado por omitir coisas dele.

- Sobre as fotos é claro que importa, ela ficará mais arrasada. - Lamentei.

- Tudo bem. - Ele pareceu compreender. Certo e o que mais? Insistiu. - Jasper me lançou mais um olhar de quem estava percebendo algo e saiu da sala sem paciência com o meu silêncio.

Joguei aquela revista na lata de lixo. Tentei começar a fazer alguma coisa, só que a primeira coisa que eu fiz foi ligar para Bella, tínhamos que conversar, pedi isso a ela, mas novamente me disse que primeiro tinha que pensar. Fiquei totalmente arrasado, achando que talvez dessa vez não tivesse mesmo jeito, tudo isso por conta da minha recente incapacidade de formular um plano. Será que ela já sabia da foto?

Não sabia o que fazer. Qual o passo que deveria dar, qual direção. Para mim tudo estava nebuloso agora. Nenhum plano vinha a minha cabeça. Parecia que meu cérebro tinha sido afetado por alguma coisa. Eu forçava a minha mente e nada, absolutamente nada. O que poderia fazer para Bella voltar para mim?

Lembrei-me das palavras ditas pela simpática avó de Bella: Você é um garoto engenhoso. Bella me contou as suas tramoias. Sei que deve ter muito mais por baixo disso. Coisas que não se deve saber, não é?. Bem, no momento não me sentia tão engenhoso, nem um pouco inteligente. A falta de Bella paralisava os meus neurônios. Mas...

Sim! Era disso que eu precisava. Precisava ouvir sábias palavras, talvez um incentivo e eu já sabia onde buscar isso. Ela foi tão receptiva naquele dia e deixou claro que me apoiava. Com certeza iria me ouvir e me ajudar. Não poderia pedir ajudar melhor em outro lugar, ela conhecia Bella muito bem e me indicaria uma direção.

Liguei para Emmet que exultou quando me ouviu falar. Ele, assim como todos os outros estavam me procurando e procurando Bella, não sabia até quando eles não juntariam as coisas e ligariam o meu sumiço com o sumiço dela. Enquanto isso não acontecia, tinha que correr para tentar consertar as coisas. Pedi para o meu amigo o telefone da casa dos seus avós. Tive que falar meia verdade. Disse que Katherine se ofereceu para me ajudar a conquistar a sua neta e estava pensando em cobrar isso. Logo depois estava ligando para a residência de Katherine e me senti seguro quando ela mesma atendeu.

A nossa conversa foi muito curta. Katherine achou melhor marcarmos um encontro. Prontamente se ofereceu em me receber em sua casa. A bondosa senhora me explicou que seu marido estaria no final da tarde jogando cartas na casa de seus vizinhos e era o melhor momento para falarmos, pois me sentiria mais a vontade. Fiquei ansioso para o final do expediente que graças aos céus chegou rápido.

Quando lá cheguei seguindo as instruções dadas por ela, me senti mais forte de repente. Aquela casa tinha uma energia especial, era agradável. Era bom chegar a lugares assim e ser recebido por um sorriso simpático que lembrava Bella em especial. Katherine apoiou-se em meu braço e me levou já tagarelando para sentarmos em cadeiras que se encontravam no quintal.

- Bem... Foi mesmo uma surpresa receber a sua ligação.

- E eu me sinto extremamente honrado em ser tão bem recebido pela senhora. - Retribui sinceramente as boas vindas de Katherine. Ela sorriu satisfeita.

- Não quer beber algo, um suco talvez? - Perguntou-me gentil.

- Não, estou bem assim, obrigado.

- Quer tratar logo do assunto que veio conversar, não é? Sinto-o tão ansioso.

- Bem... - Remexi-me um pouco na cadeira. -... Estou.

- Disse que precisava de ajuda. - Relembrou nossas poucas palavras por telefone.

- Sim, desesperadamente. Bella resolveu afastar-se de mim. Mas... Acho que antes devo confessar algo para que entenda melhor. - Não pude deixar de desviar meu olhar.

- É algo em que se envergonhe?

- Não. - Voltei a encará-la. - Não, jamais. É algo que eu guardarei como a lembrança mais preciosa da minha vida.

- Diga-me.

- Bella... Esteve comigo durante toda essa semana. - Katherine arregalou os olhos agora muito mais atentos, percebi um leve inclinar de sua cabeça como se tentasse compreender. - Todo esse tempo que disse que estava em Spokene, ela estava comigo, aqui mesmo na cidade em meu apartamento. - Respirei fundo.

Desanimei ao ver o olhar estranho no rosto da avó de Bella. Acho que ela reprovou o que aconteceu. Só me faltava essa, perder a amizade de Katherine. Mas meus pensamentos e lamentos foram cortados pelas gargalhadas dela. Comecei a temer pela sua sanidade. Acho que tinha um sorriso amarelo no rosto.

- Desculpe. - Ela tentava se recompor. - Desculpe querido. Mas, vocês jovens realmente não perdem tempo. Soube por minha filha que Bella tinha tido uma briga muito feia com o Jacob. - involuntariamente fiz uma careta. - E logo em seguida vocês dois juntos. Então precisou de uma forcinha maior para minha neta assumir o romance com você?

- Na verdade... Foi uma ajuda para ficarmos juntos, mas Bella ainda não assumiu o que sente. Não de verdade, não para mim pelo menos. Ela se sente confusa e acha que agiu mal ao se... - Parei sem saber como dizer aquilo para a avó dela.

- Ao se...? - Incentivou-me. Mesmo assim não consegui prosseguir. - Ao se entregar a você? - Fiquei constrangido.

- Sim. - Confirmei encabulado.

- Oh, querido, não precisa ficar vermelho. Bella e você fizeram amor, natural, existe muita química e vocês se amam. - Parecia um colegial sendo aconselhado por alguém mais velho. - O problema é que ela ficou com a consciência pesada depois, achando que se utilizou de você para esquecer seus problemas?

- O que eu preciso fazer para que ela entenda que isso foi o primeiro passo. Que eu quis que ela... Se servisse de mim, se é que posso falar assim para esquecer seus problemas, que se ligasse apenas em mim. Tenho vontade de sair correndo e arrastá-la novamente para meu apartamento e continuarmos em nossa bolha. Estou abalado, só pode ser, porque não consigo ter ideias que a tragam de volta para mim. - Falei angustiado. Katherine tocou em meu ombro dando-me apoio. - O que eu faço? O que faço?

- Já parou para pensar que não deve fazer nada? - Olhei-a atônito.

- Nada?

- É, nada. - Ela afagou o meu ombro antes de libertá-lo e sorriu. - Vamos pensar um pouco. Você deve fazer isso e parar por um momento de agir como um apaixonado desesperado. - Como se eu sou um apaixonado desesperado? - Bella já teve provas do seu amor. Ela já sabe que a ama e qual o tamanho do seu sentimento. Ela também sabe que te ama.

- Sabe? - Uma fagulha de esperança surgiu em meu peito.

- Claro, ela só não tem certeza do tamanho desse sentimento. Provavelmente pensa que o que sente por ela é muito maior e grandioso do que ela sente e se acha culpada por isso. Acha que não podia ter usado você dessa maneira. Entendo minha pequena. O problema dela é que pensa demais, isso é terrível. - Ela riu. - Vamos dar um tempo a ela, dar espaço. Se não a procurar por esses dias, se deixá-la livre, tenho certeza de que será ela quem correrá atrás de você. Não seria bom ver isso acontecendo?

- Poderia confiar nisso? - Hesitei, mas já considerando a ideia.

- Claro. Bella voltará pra você, tenho certeza. Ela só precisa de um tempo para aceitar as coisas, botar suas ideias no lugar. Confie em mim, Edward, confie nisso. - Engraçado, eu confiava plenamente.

O senhor Giusephe chegou e Ketherine me convidou para comer algo com eles, não pude recusar o convite tão gentil. Katherine lembrou ao seu marido que eu era amigo de Bella e Emmet e estive no noivado. Ela acrescentou no final: E ele é completamente apaixonado pela nossa neta. Fiquei sem jeito. Giusephe me encarou sério e depois disse: Não poderia ser diferente, a minha neta é um arraso. Rimos e assim me senti confortável novamente. Antes de nos despedirmos, Katherine me assegurou que Bella não saberia da minha visita ali. Agradeci novamente e me despedi dos dois.

Mesmo com a certeza de que Bella me procuraria, sentia vontade de que isso ocorresse logo. Queria muito tê-la novamente em meus braços. Queria tê-la ao meu lado definitivamente. Visitei meus pais e eles me repreenderam por ter sumido durante toda a semana. Soube que em poucos dias participariam de um evento acadêmico o que os obrigaria a um final de semana fora. Para eles não existia coisa melhor do que assuntos relacionados à educação. Orgulhavam-se do seu trabalho. Enquanto meus pais conversavam comigo, Alice me lançava olhares reprovadores e mal me dirigia à palavra e quando o fazia era em um tom agressivo.

No entanto, essa rebeldia dela não era pelos motivos que eu acreditava. Alice me chamou para conversar em seu quarto e antes de dizer qualquer coisa me deu um tapa no ombro como se me repreendesse. Então começou a torrente de coisas:

- Porque não me contou que estava com a Bella durante toda a semana? Por que não me disse que era ela lá com você? Sabe que fiquei muito preocupada. Vocês não poderiam ter dito isso só para mim? Eu dou a maior força para vocês! - Ela choramingava.

- Ela te contou?

- Sim, fui vê-la. Ela ia começar com a história da cidadezinha, mas aí eu deduzi um pouco as coisas...

- Sei, ela não teve alternativa. - Completei e Alice deu de ombros. - Alice, por favor, dessa vez eu não quero que se meta. - Pedi.

- Por quê? - Fez um biquinho e eu suspirei.

- Porque eu quero que Bella venha a mim. Quero que seja por conta dela dessa vez. E quero que você dê o mínimo de informações sobre mim para ela, caso ela pergunte. Isso vai fazer com que se sinta mais ansiosa, se me amar de verdade.

- Entendi. - Ela sorriu. - Mas você está bem? - Perguntou ficando séria novamente.

- Só ficarei realmente bem estando com ela.

- Foi o que disse aquela cabeça dura. - Ela resmungou me fazendo rir.

- Não chame a mulher da minha vida de cabeça dura. - Falei para ela atacando-a com cócegas. Alice quase se desmancha de tanto rir.

A minha irmã me contou sobre a revista e me disse que tinha mostrado a Bella. Fiz uma careta imaginando como Bella tinha reagido, vendo a traição do ex-namorado sendo exposta em público depois de tê-lo flagrado transando com a garota. Fiquei satisfeito por Alice não me perguntar se eu tinha algo haver com aquilo tudo. Não queria ter que mentir para ela novamente. Em todo o caso foi bom passar esse tempo com ela, me fez ficar mais leve.

Dias se passaram e Bella ainda não me telefonara, nem me procurara. Quando me sentia muito desesperado, ligava para Katherine e desabafava, em contra partida recebia palavras de ânimo e incentivo. Sentia-me muito melhor toda vez que falava com ela. No fim da semana quando liguei para ela, Katherine me contou que a neta estava lá com ela para passar alguns dias. Disse que tinham conversado, mas não quis me contar sobre a conversa, apenas me disse que era questão de tempo.

Emmet foi me visitar em meu apartamento. Conversamos um pouco sobre Bella. Ele tinha ido vê-la e me contou que sua irmã estava bem melhor do que quando a viu depois do rompimento com Jacob, mas que sentiu que ela estava ainda um pouco triste. Fiquei curioso em saber o porquê, se era por causa do Jacob ou por mim. Emmet não poderia me dizer, ele não sabia sobre a semana que passamos juntos.

Depois de alguns arrodeios, ele me contou que Bella e Jacob tiveram uma conversa e que ele pediu desculpas, mas que as desculpas não foram aceitas. Emmet estava bastante irritado com Jacob e demonstrou a sua raiva quando disse que se o encontrasse daria uma lição nele por ter traído a sua irmã. Mesmo querendo muito ver o cara apanhando eu tive que acalmar o grandão.

Duas semanas se passaram desde o dia em que tive Bella pela primeira vez em meus braços. Não estava adiantando nada manter distancia dela, pelo visto se continuasse esperando alguma atitude dela, nunca a veria novamente. Estava assim divagando em minha varanda, fumando outro cigarro quando o telefone tocou. A contra gosto, levantei e fui atendê-lo.

- Oi.

- Boa tarde irmãozinho! - Alice com o seu alto-astral habitual.

- Boa tarde, pequena.

- Ed, estive pensando... Porque não vem mais tarde aqui em casa? Nossos pais viajaram, a casa é toda nossa, Jasper vem, podemos convidar Emmet e Rose para passarmos um tempo juntos. Nunca mais conversamos. Posso cozinhar. - A tagarelice começou.

- Aí sim direi não, a sua comida é intragável, Alice. - Falei mal-humorado.

- Poxa, Ed. Não é assim tão ruim. - Falou ofendida. Revirei os olhos.

- Não quer que eu minta pra você, não é?

- Porque está tão mal-humorado?

- Ainda pergunta o porquê? A sua amiga é realmente uma cabeça dura! Até agora não me procurou. - Desabafei.

- Não fale assim da minha melhor amiga. - Ela falou zombeteira. Bufei. - Venha e se distraia um pouco. Prometo que peço alguma coisa.

- Eu não sei...

- Por favor, Ed. - Ela pediu e conhecendo-a sabia que estava fazendo charminho com o seu olhar de menor abandonada.

- Tudo bem, eu vou.

- Pode vir ás 19 horas. Te amo, maninho! - Falou antes de desligar.

Muito bom Edward Cullen. Como um bom otário ficará segurando vela da sua irmã caçula. O meu fim de semana prometia ser terrível. Ainda mais Bella não saindo dos meus pensamentos, ela estava incrustada em cada poro do meu corpo e isso era uma merda quando se não tem a pessoa amada. É impossível raciocinar, é impossível fazer qualquer coisa certa.

Bem, mas fazer o quê? No horário que Alice determinou, estava chegando à casa dos meus pais. Alice abriu a porta para mim e fiquei intrigado ao perceber o ambiente quieto demais.

- Ninguém chegou ainda? - Perguntei entrando.

- Sim, chegaram, estão todos na piscina. Por que não vai até lá e os cumprimenta?

- É, vou lá.

- Ed. - Alice me chamou e eu tive que retornar alguns passos novamente. - Te amo. - Alice beijou-me no rosto e depois me virou para que eu continuasse meu caminho.

Quando atravessei a porta de vidro que dava para a piscina pude ver as luzes acessas e um som de música suave, mas só tinha uma pessoa sentada em uma das cadeiras. Não pude ver seu rosto de imediato, porque mesmo a iluminação era pouca e onde esta pessoa estava havia ela não alcançava. Então olhei ao redor e percebi a decoração. Tudo era dourado, globos dourados estavam ao redor da piscina, uma das mesas estava coberta por um tecido dourado e branco e em cima dela tinham pratos para servirem duas pessoas apenas. Em volta dos pés desta mesa, havia pétalas de flores, próxima a ela em outra mesa estava um rádio de onde vinha à música, pensei que Alice talvez tivesse exagerado mesmo desta vez, então vi um movimento.

A pessoa sentada em uma cadeira mais distante levantou-se e começou a se mover em minha direção. A medida que se aproximava, ela se revelava para mim, meu coração disparou. Seu andar felino e sexy, aquele movimento de quadris tão conhecido por mim. O vestido verde musgo colado em seu corpo, fazia com que seus movimentos parecessem mais graciosos, além de revelar as formas perfeitas de seu busto.

Uma brisa leve passou por mim e a alcançou, seus cabelos brincaram ao vento e pareciam tão sedosos, lembrou-me os momentos em que passava horas fazendo-lhe cafunés, sentindo o seu aroma delicioso de morango. Seu rosto ergue-se um pouco mais e a vi fechar os olhos por um instante enquanto sentia o vento fresco em sua pele. Então ao abrir os olhos ela parou em minha frente.

- Bella. - Sussurrei seu nome com amor e o sorriso que eu mais amava no mundo surgiu para mim.


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