Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 25
Dia Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Maior climão entre Edward e Bella no noivado.
E depois ela decidi ir atrás de seu namorado.
Ela só não contava em encontrá-lo com outra.
Seu mundo virou de pernas para o alto.
O que esperar do dia seguinte?



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Edward

Edward Mansen Cullen, você é um idiota.

- Sim, sou muito idiota. - Resmunguei comigo mesmo enquanto esperava.

Esperava ansioso algum sinal de Emmet. Não podia contar com Alice, ela me esganaria e com certeza Jasper acabaria sobrando. Então na varanda do meu apartamento fumava talvez o quarto cigarro da manhã e esperava que Emmet ligasse para me dar notícias de Bella.

Era cruel envolvê-lo, pois ontem fora seu noivado e tudo mais, mas o que fazer quando se está desesperado? Emmet é o irmão dela e poderia ir a sua casa, saber como ela está.

Fiquei nervoso quando Victória me contou que foram surpreendidos por Bella. Fui até o hotel em que ela estava hospedada e pedi que me explicasse calmamente o que tinha acontecido. Saí feito bala de lá depois disso e enquanto dirigia meio desnorteado ligava sem parar para Bella que não atendia.

Voltei para casa e liguei ainda mais três vezes, mas Bella não dava sinal de vida. Não consegui pregar os olhos direito, me senti culpado por não ter previsto que aquilo poderia acontecer. Foi tolice, era para ter dito a Victória para sugerir que fossem a outro lugar e não a casa dele em que Bella teria acesso. Burro!

Mal amanheceu o dia e eu estava novamente grudado ao telefone e a um cigarro ligando novamente para ela, mas desta vez cai diretamente na caixa. Droga! Ela tinha desligado o aparelho. Passei as mãos pelo rosto, estava exausto, Emmet não ligava e aquilo estava me sufocando.

Logo depois que fiz mais algumas tentativas e não consegui falar com ela, liguei para Emmet e despejei tudo o que tinha acontecido. Emmet praguejou, mas não me culpou por nada, pelo contrário ele confessou que acreditava que Jacob Black não trairia a irmã dele e agora estava decepcionado e preocupado também. Pedi que ele fosse até a casa dos seus pais e desse uma olhada em Bella e o fiz prometer que me ligaria logo depois dando notícias dela.

Mas isso já fazia um tempo e nada de Emmet. O que será que estava acontecendo? Bella estaria tão mal assim? Talvez estivesse em estado de choque mesmo, deprimida. Jacob teria dito o quê a ela para se explicar? Será que ela o perdoaria? As perguntas me enlouqueceriam logo, logo. Sem poder mais me conter, disquei o número dele. Ele teria que me dizer às proporções que alcançaram a merda que eu fiz.

Bella

Não, não tinha dormido nada e tinha chorado tanto que meus olhos pareciam estar cheios de areia e minha cabeça doía tanto que tinha sensação de que iria explodir a qualquer momento. Podia ver que já havia amanhecido, estava totalmente embrulhada no lençol e apenas uma pequena parte do meu rosto aparecia de fora.

Fechei os olhos pesados e com certeza estavam inchados para descansar um pouco e procurar uma maneira de escapar daquele pesadelo, mas voltei a ver nitidamente Jacob transando com aquela mulher que parecia conhecida de algum lugar, logo abri novamente os olhos. Depois que deitei ontem à noite, meu celular tocou e pensei que fosse o Jacob, mas ao pegá-lo vi que não era e sim Edward. Não atendi, não estava disposta a falar com ninguém nem mesmo com ele. Ele insistiu algumas vezes, mas não atendi em nenhuma tentativa. O que ele queria? Infernizar-me ainda mais? Quando vi que ele parou de ligar, desliguei o aparelho, assim ninguém me incomodaria, principalmente o Jacob.

Não demorei a notar movimentos na casa, provavelmente meus pais também não dormiram direito preocupados. Eles vieram me ver durante a noite uma ou duas vezes e fingi que estava dormindo. Não precisavam ficar mais angustiados ao saberem que não tinha pregado os olhos durante a noite.

A porta foi aberta alguns minutos depois, era Reneé. Com um sorriso desajeitado entrou no quarto e sentou na cama. Delicadamente retirou o lençol que cobria minha cabeça e me olhou com dó.

- Oh, bebe! - Ela afagou meus cabelos.

- Mãe... Por favor, não quero falar sobre o assunto. - Tinha que cortar a conversa dela logo de inicio.

- Só gostaria de saber o que aconteceu. - Insistiu parecendo não ter ouvido o que eu acabava de pedir.

- Mãe, esse assunto é particular. - Com que cara eu falaria a minha mãe que tinha pegado o meu namorado transando com outra?

- Seu pai está preocupado e eu também. Ficamos assustados com a cena que vimos ontem. Você estava totalmente descontrolada e esbofetando o Jacob sem parar...

- E foi pouco! Tinha que ter batido mais e com mais força. Queria mesmo era ter arrancado sangue dele. - Falei com raiva.

- Filha, porque essa raiva?

- Ah droga, mãe! Se quiser mesmo saber, então tudo bem. - Sentei encarando a minha mãe. - Jacob Black estava transando com uma mulher ontem no apartamento dele. - Reneé franziu o cenho e parecia não ter entendido. - Reneé abriu a boca chocada.

Depois disso, é claro que ela não quis mais continuar a conversa. Apenas tentou me consolar a sua maneira e óbvio, foi correndo contar o que tinha arrancado de mim para meu pai. Sabia que agora eles estavam falando sobre o assunto e não me deu vontade alguma de levantar, nem de fazer nada. Queria ficar paradinha, virar vegetal se fosse possível.

Enrolei-me novamente no lençol e fiquei ali, curtindo a minha fossa. Foi constatada a minha total falta de noção. Enquanto eu ficava toda cheia de dedos, evitando Edward Cullen, porque me sentia atraída por ele. Enquanto me sentia culpada por me sentir assim e depois por ter permitido que ele me beijasse. Enquanto eu me crucificava, exigia muito de mim, meu namorado que supostamente era fiel e honrado transava com outra. Ri amargamente com esses pensamentos. Que hipocrisia!

Ouvi batidas na porta e gemi pensando que era meu pai. Não queria ter mais uma sessão consolo desajeitado. Mas fiquei aliviada quando meu irmão entrou e fechou a porta atrás de si. Ele sorriu para mim e retribui. Emmet caminhou com passos largos até a cama enquanto sentava. Abri os braços para receber o meu irmão, queria, precisava muito daquele abraço que ele me deu.

Ele fez carinho em meu rosto e afagou meus cabelos. E durante todo o tempo beijava a minha testa ou meus cabelos. Depois ele se afastou e me fitou longamente analisando-me.

- Você está horrível, irmãzinha. - Falou rindo.

- É eu sei. - Concordei.

- Acredito que nem tomou banho. - Torceu o nariz ao falar.

- Banho não é para quem está em fossa. - E rimos juntos.

- Quer me contar o que está acontecendo? - Emmet pegou em minha mão e entrelaçando nossos dedos. Emmet mesmo sendo bastante brincalhão, incitava confiança e um sentimento de proteção. Quando éramos crianças, ele não permitia que ninguém ousasse me perturbar. Era bastante protetor e cresceu assim.

- Se está aqui é porque já sabe de alguma coisa.

- Não de tudo. - Ele afirmou.

- Não se incomode com isso. Vou ficar bem. Só estou assim porque realmente me pegou desprevenida.

- Eu sei que é forte e vai superar. - Ele acariciou meu rosto. - Sei que brigou com o Jacob. Foi muito sério?

- Sei que a mamãe já deve ter dito que eu bati nele. - Emmet riu.

- Sim, disse. Mas... Terminaram?

- Por mim acabou. Não quero mais olhar para a cara dele. E não fica falando como se não soubesse o que aconteceu. Ele me traiu Emmet, eu vi. E isso... Argh! - A raiva não me deixava falar direito.

- Ok, não precisamos falar sobre isso. Jacob não te merece se realmente fez isso. Acreditava que ele fosse diferente.

- E eu? Eu apostei todas as minhas fichinhas nele.

- Mas, você está bem, não é? - Ele perguntou preocupado.

- Sim, não se preocupe meu irmão. - Nos abraçamos mais uma vez. O toque do celular dele se fez escutar e ele pegou-o do bolso e olhou e depois voltou a me olhar como quem se desculpa.

- Tenho que atender essa ligação.

- Tudo bem. - Emmet deu-me um beijo no rosto e saiu do meu quarto. Resolvi levantar e tomar um banho. Já chega. O luto tinha que terminar. Não iria ficar lamentando por alguém que não merecia.

Foi pensando nisso que tomei um banho morno bem demorado e vesti um shortinho azul celeste com uma bata creme. Calcei uma sandália baixinha, prendi meus cabelos no alto e fiz uma maquiagem levinha, tomando cuidado para esconder as olheiras. Por fim peguei o celular e o liguei, muitas mensagens apareceram na tela, mas ignorei todas. Só estava iria levá-los para que meus pais ficassem mais tranquilos.

Desci as escadas e encontrei os três na cozinha conversando sentados na mesa. Era como se estivessem tendo uma reunião familiar, sem mim. Então o assunto era eu, mas não quis nem saber o que era.

- Vou sair. - declarei e todos me olharam em duvida.

- Pra onde vai? - Foi meu pai quem perguntou primeiro.

- Não sei, vou dar uma volta por aí, espairecer. - Disse tranquilamente.

- Filha... - Reneé estava hesitante.

- Não vou fazer nenhuma loucura. Apenas quero sair.

- Coma antes alguma coisa, já é quase meio dia e você não se alimentou. - Minha mãe observou.

- Não estou com fome.

- Beba pelo menos um suco. - Sugeriu.

- Não mãe, eu não quero mesmo. Bom... Eu já vou. Estou com o celular, qualquer coisa vocês podem ligar. - Não esperei por mais nada. Beijei os três e sai porta a fora sem um destino certo.

Comecei a dirigir devagar. Não tinha pressa para encontrar um rumo. Estava tentando não pensar nos últimos acontecimentos e qualquer coisa que via pelas ruas era motivo para prender a minha atenção. Era um outdoor com alguma promoção ou propaganda, crianças brincando, pessoas conversando ou simplesmente as árvores, os prédios. Então de repente me vi perto da orla e foi quando decidi a procurar um lugar tranquilo para ficar e admirar o mar.

Estacionei em um local que parecia tranquilo, havia poucos carros ali e decidi que era perfeito. Não queria ficar no calçadão, queria sentir a areia em meus pés. Ficar mais próxima do mar que eu conseguisse. Então caminhei lentamente até a borda da areia e tirei minhas sandálias. Segurando-as na mão fui até perto do mar e sentei na areia mesmo.

Não demorou muito e os pensamentos novamente se fixaram na cena vista na noite passada. Estava com raiva por ele me pôr tanta pressão psicológica e depois fazer algo tão grave como isso. Depois de ter decidido ficar com ele, de ter tentado esquecer as palavras e declarações de Edward por achar que ele sim era a opção correta, depois de tudo isso, Jacob simplesmente estraga tudo dessa maneira.

O celular começou a tocar. Comecei a duvidar de que trazê-lo foi uma boa ideia. Com certeza era a Reneé querendo saber onde estava. Ela pegaria muito no meu pé ainda até ter certeza de que eu estava realmente bem. O pior era que eu também começava a duvidar se ficaria bem. Tinha saído tão decidia a por um fim naquele sofrimento, mas o caso era que ainda estava muito recente. Não sou um robô, tinha que lembrar isso. Mas como eu gostaria de ter um botão em que quando apertasse todo o sofrimento e desesperança, dúvidas e inseguranças desaparecessem. Não era tão fácil assim e eu ainda tinha que enfrentar a minha mãe.

- Mãe, eu estou bem. - Atendi sem nem mesmo verificar quem era porque tinha certeza que era a minha mãe.

- Que bom que está bem, mas eu não sou a sua mãe, graças a Deus. - A voz brincalhona de Edward me fez ficar sem jeito.

- E-Edward? - Perguntei envergonhada.

- Sim, sou eu.

- Desculpe, pensei...

- Que fosse a sua mãe. Percebi. - Ele riu. - Bella, te liguei ontem, algumas vezes e... Você não me atendeu. Queria saber se está zangada. - Oh Deus! Quando esse sofrimento iria acabar? Não precisava de mais confusão no momento.

- Não estou zangada com você. - Mas estou com o Jacob. A propósito... - Edward, como você sabia?

- O quê?

- Como sabia sobre Jacob?

- Não estou entendendo, Bella. Do que está falando? - Ele pareceu não saber do que se tratava. Mas ontem ele disse que ainda descobriria que Jacob não me merecia.

- É claro que está. Você me disse por duas vezes que...

- Bella, onde você está? - Ele me cortou.

- Porque quer saber? - Falei meio irritada por ele não ter deixado que eu terminasse.

- Diz. - Exigiu e parecendo hipnotizada falei. - Já estou indo. - Ele desligou e pisquei algumas vezes sem acreditar naquele cara.

Guardei novamente o celular e primeiro senti ânsia de sumir, sair correndo antes que ele chegasse. Mas decidi me controlar e esperar pelo que viria. O que Edward falaria para mim? Tinha que perguntar novamente, saber como ele tinha tanta certeza.

Minutos depois Edward apareceu e ajoelhou em minha frente. Ele não disse nada, só me fitou e como antes tocou em minhas olheiras e suspirou. Como resistir àqueles olhos verdes brilhantes e carinhosos. Não, não tinha como e por isso me derreti. Mas tentei a todo custo me agarrar a um filete de sanidade e tentar arrancar dele a verdade.

- Como tinha tanta certeza que Jacob não era o que demonstrava? - Perguntei me sentindo fraca diante dele.

- Vocês brigaram? - Perguntou antes de responder e eu assenti. - Bem, eu não tinha certeza. Foi mais como um sexto sentido. Ele acariciou o meu rosto. - O que aconteceu?

- Ele me traiu. Eu o vi com outra em seu apartamento. Estavam transando e...

- Doeu? - Seus olhos estreitaram, não sabia dizer o que ele estava pensando ou sentindo.

- Doeu. - Admiti. Lágrimas desceram pelo meu rosto e ele as tirou com seus dedos. - Fui uma idiota! Sentia-me o tempo todo culpada por...

- Estar atraída por mim? - Sugeriu erguendo uma sobrancelha.

- Sim, e depois por termos nos beijado. E já tinha decidido que eu era a vilã. Jacob era o mocinho.

- E eu? - Perguntou meio divertido.

- Você era o diabinho, também era do mau assim como eu. - Edward deu uma gargalhada. - Não ria. - Pedi.

- Impossível. Você é absurda, amor. - Amor? Lá vem ele de novo. - Você nunca foi a vilã e Jacob nunca foi de todo o mocinho.

- E você? - Agora eu que perguntava.

- Talvez eu não seja mesmo o mocinho. - Disse de repente sério e por um momento acreditei em suas palavras. Mas, será que eu estaria enganada também com ele? Era tão obtusa assim? Não, me recuso a aceitar isso.

- Eu não me importo... - Soltei meio que sem pensar. Edward me fitou ainda mais atento. - Pelo menos é sincero. - Ele sorriu torto pra mim, mas não foi o sorriso certo, ele estava parecendo envergonhado com o elogio, como se não o merecesse. Edward nunca ficava envergonhado e aquilo foi surpresa.

Ficamos assim nos olhando alguns instantes antes de perceber que ele ganhava uma expressão preocupada.

- Você... Está pálida. - Observou. - Já comeu alguma coisa? Parece que nem se alimentou hoje. - Não respondi por que ao pensar em suas perguntas lembrei que realmente não tinha me alimentado hoje.

- Acho que tem razão. - Franzi o cenho. E ele fez uma cara de O quê?!.

- Bella, você não comeu nada hoje? - Perguntou visivelmente assustado.

- Não. - Abaixei o rosto para não encará-lo. Edward ergueu o meu queixo com a ponta dos dedos para que eu o olhasse. Ele suspirou pesadamente desaprovando o meu comportamento.

- Venha, comigo. - Sem pestanejar ou protestar levantei com a sua ajuda, calcei a sandália e o segui até o seu carro. - Depois damos um jeito de pegar o seu carro. - Nem precisava me dizer aquilo, não estava preocupada.

Edward dirigiu calado e quando olhava para seu rosto, parecia estar pensando seriamente em algo. Não sabia para onde ele estava me levando e não perguntei, também não me importava. Estava gostando de estar com ele e não queria mais pensar em nada.

Claro. Pensei quando entramos com o carro na garagem de seu apartamento. Continuei sem dizer nada, não sabia quais eram as intenções de Edward e estava com medo de perguntar. Medo? Estava ansiosa. Exatamente, descobri que o que estava sentindo era ansiedade, era pura expectativa o que sentia. Queria muito que ele tentasse algo. Talvez assim, esquecesse de uma vez da imagem de Jacob com aquelazinha.

Saímos do carro e seguimos até o elevador. Ele ainda mantinha a expressão de compenetrado e nada falava. Paramos em frente à porta já conhecida por mim, depois de abri-la permitiu que eu entrasse primeiro. Fiquei parada na sala esperando o próximo passo dele. Edward pegou a minha bolsa e a levou para algum lugar que não vi.

- Fique a vontade. - Disse ao voltar e me ver no mesmo lugar. Não tinha me mexido nem um centímetro. - Vou preparar algo para você comer.

- O quê? - De todas as coisas, não pensaria nesta. Edward me trouxe ao seu apartamento para preparar algo para que me alimentasse?

- Qual o problema? - Ele ficou meio sem jeito ao ver a minha reação um pouco alterada.

- É que... Não precisa se incomodar. - Pelo menos meu cérebro funcionou rapidamente dessa vez.

- Não será incomodo Bella. - Sorriu torto me fazendo derreter. - Gosto de cozinhar e será um prazer fazer isso pra você.

- Bom... Tudo bem. - O que mais poderia dizer? - Vou te ajudar então.

- Não, fique aqui ou pode descansar no meu quarto ou no outro se quiser.

- Prefiro te ajudar.

- Certo. Sei que é teimosa. - Seus olhos se estreitaram me analisando. - Vamos ver se somos uma ótima dupla também na cozinha. - Foi como um desafio, e quis mostrar a ele que poderíamos ser sim.

- Vamos lá. - Ri um pouco mais animada.

Na cozinha Edward era bastante organizado e fiz o possível para estar a sua altura, já que não era tão organizada como ele, ou nada. Ajudando um ao outro logo o meio almoço- meio jantar ficou pronto. Optamos por lasanha que estava com um aspecto muito atrativo. Arrumamos a mesa e já sentado, Edward começou a rir e fiquei sem entender.

- Por que esta rindo? - Ele balançou a cabeça como se fosse nada, mas continuou rindo ao no servir de um pouco de vinho e da lasanha. - Fala, por favor. - Pedi.

- É que... Bella, nós somos perfeitos juntos. Não tem como esconder isso. - Ele ficou sério e continuou: - Soube disso quando nos encontramos pela primeira vez na boate de seu irmão e lá dançamos. E depois quando conversarmos, nos divertimos tanto quando fazemos apenas isso. Combinamos quanto ao gosto para filmes. E somos uma ótima dupla na cozinha. Não quero expor aqui os momentos mais íntimos. - Meu coração bateu acelerado nesse momento. Talvez estivesse com uma cara abobalhada, soube que suspirei alto quando ele sustentou o olhar, mas diferente dos outros momentos quando ele esperava por um vacilo meu, desta vez não se aproximou para tentar nada. - Coma. - Disse por fim o que me fez acordar e fazer o que ele disse.

Lavamos a louça e depois assistimos a um filme que ele colocou. Era uma comédia, acho que ele queria me fazer esquecer de Jacob e do que passei. Surtiu efeito, pois ri muito durante todo o filme. Quando o filme terminou percebi que a claridade estava menor na sala e me dei conta de que deveria ser tarde.

- Edward, que horas são? - Falei sobressaltada.

- São exatamente 19h10min. - Informou depois de olhar para o seu relógio de pulso.

- Meus pais devem estar histéricos. - Passei a mão pelos cabelos preocupada. - Tenho que ligar para eles.

- Vou buscar a sua bolsa e você os tranquiliza. - Logo depois ele estava estendo-me a bolsa que peguei rapidamente e vasculhei a procura do celular.

Ao achá-lo constatei que havia várias ligações perdidas. Parecia que todos tinham me ligado hoje. Inclusive Jacob Black. Ler o nome dele no visor do meu celular me fez ficar com gosto amargo na boca e devo ter feito uma cara de desgosto por que Edward perguntou o que estava acontecendo.

- Alguma notícia ruim? Insistiu quando não lhe respondi.

- Não é nada. Respondi por fim e ele me olhou longamente antes de decidir deixar pra lá. Edward pareceu entender, sentou-se ao meu lado sem dizer nada. Disquei para casa e no segundo toque a minha mãe atendeu. - Oi mãe.

- Oh filha, onde você se meteu? Estávamos preocupados.

- Mãe, disse que não precisava se preocupar, não fiz nada de estúpido. - Comecei a tranquilizá-la.

- Mas Bella, onde você está?

- Ah... Na casa de uma amiga que encontrei. - Olhei para Edward que devolveu o meu olhar meio surpreso e meio divertido.

- Vai demorar por aí?

- Sim. - De repente veio-me uma ideia louca pela minha cabeça. Porque não? Ser sensata não estava resolvendo nada mesmo como Edward falou. - Na verdade mãe... Ela me convidou para dormir aqui, sabe... Muito tempo sem nos vermos... - Edward arregalou os olhos, e um sorriso teimava em surgir em seu rosto.

- Se estiver bom pra você tudo bem.

- Então, nos falamos amanhã. Boa noite, mamãe. - Dispensei-a logo para que não me fizesse mais perguntas. - Voltei a colocar o celular na bolsa e encarei Edward que estava agora sério e parecia hesitar. Será que não me queria aqui com ele? - Fiz mal em me convidar para dormir aqui? Quer que eu vá embora?

- Não! - Ele tocou em minhas mãos como se quisesse me deter ali. - É que... Bella quer mesmo dormir aqui comigo?

- Sim, você é uma ótima companhia. Gostaria de ficar aqui um pouco mais. Posso? - Pedi com cara de cachorro sem dono.

- É claro. Eu... Também quero ficar mais tempo com você.

- Então, ótimo. - Sorri maliciosamente. Eu não queria apenas dormir com ele, eu queria DORMIR com ele. Não iria mais me refrear. Para quê? Só me fez ver que isso é para idiotas. Tenho é que me deixar levar, sentir o que devo sentir, no caso, com Edward.

Assistimos mais um filme e ele fez pipoca que devoramos e depois disso tomei um banho gostoso no banheiro de sua suíte. O banheiro tinha ficado mesmo a cara dele e bastante confortável. Enquanto tomava banho, Edward tinha ido de taxi até o local em que havia deixado o meu carro e o trouxe de volta. Vesti uma camisa dele que ele já tinha separado para mim. A sensação de ter o perfume dele em mim era maravilhoso. Quando ele chegou estava lendo um livro que tinha achado em seu quarto. Era o Morro dos ventos uivantes.

- Se importa? - Mostrei o livro para ele. Edward me olhou, sentada de pernas cruzadas em seu sofá tempo mais do que suficiente. Sorri por dentro, sabia que ele não resistiria.

- Em absoluto. Seu carro está aí em baixo. Enquanto você lê, vou tomar um banho. - Ele ainda manteve os olhos em mim durante o trajeto até quando não pode mais. Ri novamente e voltei a ler.

Ele voltou minutos depois, vestindo uma camiseta branca colada em seu corpo perfeito e uma calça de moletom azul. Caminhou em minha direção parando a minha frente. Ele tomou delicadamente o livro de minha mão e neste momento achei que estivesse sonhando. Em seus olhos era possível ver uma chama de desejo que não era escondida. Ele colocou o livro no sofá ao meu lado e pegou em minhas mãos me erguendo.

- Não está cansada? Tem que dormir um pouco. - Eu não queria dormir, não mesmo. Não quando via em minha frente um deus grego super perfumado e quando via que ele também me desejava.

- Claro. - Sorri. Era só um pretexto para que me levasse para o quarto. É claro que ele iria tentar algo e dessa vez deixaria que fosse até o fim.

- Ficará em meu quarto esta noite e eu me acomodarei no outro. - O quê?! Como?!

- Vamos dormir separados? - Não pude deixar de perguntar. - Pensei que dormiríamos juntos.

- Bella... Você...? Ele pareceu surpreso. - Não é...sensato. - Ele falou com dificuldade.

- Você falando em sensatez? Por que não... - Toquei em seu peito e o acariciei. -... Ficamos juntos hoje? - Mordi o lábio com o desejo e ele gemeu alto.

- Por que quer dormir comigo hoje? - Ele falava parecendo se concentrar.

- Porque o desejo. - Falei sem pensar.

- Me desejava antes e nunca quis. Isso não será uma reação ao Jacob?

Retirei a mão do seu peito e me senti idiota no momento. Edward mantinha sua expressão de compenetração. Sabia que ali existia desejo reprimido e algo mais. Mas o que seria?

- Desculpe, eu sou uma idiota. - Murmurei baixinho olhando para meus pés. Ele levantou novamente o meu rosto.

- Não Bella. Você é a mulher mais incrível que já conheci. - Deus! Por que ele fazia isso? Queria me enlouquecer? Queria que eu implorasse que ele transasse comigo?

- Venha. - Edward me pegou pela mão e me levou até seu quarto. - Encontrará tudo o que precisa aqui. Boa noite. - Beijou a minha testa e se foi fechando a porta, isso foi bem rápido o que demonstrou que ele queria se manter longe. Sabia que estava se controlando.

Lentamente me arrastei até a cama. Este era o momento que Edward tinha para se aproveitar de mim. Estava frágil e carente, facilmente seduzível e querendo ser seduzida, no entanto, ele me jogou um banho de água fria. Talvez ele não quisesse mesmo ser o estepe. O seu orgulho e honra não o permitia compactuar com isso. Ah droga! Mas eu queria muito.

Resignada deitei sob os lençóis perfumados de Edward. Fiquei um pouco agitada no inicio, mas depois fui relaxando, relaxando até pegar no sono. Um sono tranquilo e agradável. Estava muito cansada e por isso dormir pesadamente.


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