Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 23
Noivado


Notas iniciais do capítulo

E preparem seus corações!!!!
Edward conseguiu seus beijos, pelo menos isso.
Agora ele quer mais.



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Bella

Certo. Eu tenho que fazer isso. De qualquer forma precisávamos conversar sobre tudo o que aconteceu. Em um momento teria que encará-lo. Nos dias que se seguiram a culpa que me oprimia não tinha melhorado, não tinha encontrado alívio em ajudar Alice com a Maria. O plano tinha dado certo e agora a garota estava toda derretida pra cima do Dimitri. Esperava que o romance deles desse certo, pois queria a felicidade da minha amiga.

Sentada na cama depois de passar mais um dia no escritório de James Adler, o meu minusculo aparelho celular pesava em minha mão como se tivesse uma tonelada. Talvez estivesse transferido o peso da culpa para ele. Tinha beijado Edward Cullen, tinha gostado disso. No entanto, para mim parecia totalmente errado.

- Tudo bem. - Murmurei ganhando coragem. - Tenho que fazer. - Disquei para a pessoa que deveria falar já há alguns dias. No segundo toque ele atendeu.

- Oi. - Sua voz estava um pouco ofegante, talvez tivesse corrido um pouco para atender.

- O-oi. - Gaguejei. Odiava isso. - Como vai?

- Bem, quer dizer... Não sei. Eu... Já pensava em ligar pra você.

- Pensava? - Falei meio que me derretendo. – Certo, ainda estava apaixonada por ele o que me deixava com mais culpa pelos beijos em Edward.

- Sim... Estou sentindo a sua falta, Bells. Queria saber se já foi tempo suficiente para acalmar as coisas, porque para mim sinceramente já extrapolou. - Foi como se tivesse confessado algo grave. Olha a culpa voltando com força total. Enquanto meu namorado estava sentindo a minha falta eu tinha beijado outro e gostado pra caramba. - Sei que não daria bola para o Cullen. Sei que você gosta de mim e que é fiel. Eu, no entanto, sou um estúpido. - Lágrimas desceram pelo meu rosto. Chorar ultimamente tem sido normal para mim. Jacob estava sendo compreensivo e suas palavras de confiança me fizeram sentir ainda pior. Eu tinha beijado Edward Cullen e por várias vezes pensei em ter mais daquilo.

- Você não é estúpido. Jacob... Desculpa-me... - Implorei em meio às lágrimas.

- Ei... Não chore amor. Ah droga, estou tão enrolado essa semana, juro que se tivesse tempo iria até a sua casa e te abraçaria. - Pronto, o choro redobrou.

- Me desculpa... - Era tudo o que balbuciava.

- Você não precisa se desculpar por nada. Você não tem culpa, Bells. - Oh Deus! Jake nem sabia o porquê das minhas desculpas e nem eu conseguia expressar. - Pare de chorar, por favor. - Ele pediu doce. Fiz um esforço e interrompi o choro para não deixá-lo triste. - Vamos nos encontrar no domingo. Passar o dia juntos. Conversar, namorar. Esquecer tudo. - Esse era o antigo Jake ao qual me apaixonei. E então ao invés de confessar o que fiz e pedir um tempo eu concordava com o que ele dizia.

- Si-sim. - Funguei. - Eu adoraria. - Falei sincera, mas não sabia como encará-lo depois do que aconteceu. - No sábado, Rose e Emm darão um jantar para celebrar o noivado. Foi em cima da hora, mas eles estão tão empolgados... Não teria como ir?

- Oh, meu bem, no sábado não vou poder. - Ele lamentou.

- Por quê? Trabalhará no sábado?

- Sim, e nossa Bells é um evento importante. Uma festa de artistas. Nem sei como eles conseguiram o meu contato, mas disseram que fui recomendado. - Jacob contava a sua façanha parecendo muito feliz.

- Isso é ótimo! Quer dizer que o seu nome está ficando cotado? - Brinquei com ele.

- Parece que sim. Mas... Não vou poder ir ao noivado de seu irmão. Ligarei para ele me explicando e para felicitá-lo novamente.

- Tudo bem. Vejo-te no domingo mesmo assim.

- Claro, nos veremos. - Houve um silêncio que foi interrompido pelo som de sua risada.

- O que foi? - Quis saber.

- Eu amo você. Amo você, Bells. Até logo.

- Até... - Ele desligou e eu recomecei a chorar.

Meu sono aquela noite foi rodeado por sonhos estranhos. Uma hora me via com Jacob e me sentia feliz, outra hora me via com o Edward e as sensações eram indescritíveis. Até que em um momento Edward me abraçava e Jacob aparecia. Ele me olhava com rancor, e aquilo fazia meu coração doer. Quando me via correndo para tentar me explicar para ele, uma mulher que não sabia quem era o enlaçava pelo pescoço e sorria para mim. Seu sorriso era cheio de lasciva e então ela o beijava.

Foi quando acordei no outro dia bem cedo e não consegui mais dormir, E nem queria, à noite por si só foi um pesadelo e eu não queria mais nenhum. O dia passou tranquilo, como o seguinte. Falei poucas vezes com o Jacob que estava sempre ocupado, mas no momento mais carinhoso. Edward não havia me ligado o que agradecia profundamente. Só que isso também me intrigava já que ele havia se declarado tão explicitamente na última vez que nos falamos. Terminei o apartamento de James e resolvi ir para casa mais cedo na sexta.

Fiz o jantar para meus pais e tomei um banho para esperá-los. Eles não demoraram muito e comemos enquanto conversávamos sobre o noivado do meu irmão. Aconteceria na casa dos pais da Rose e como ela mesma disse, seria um jantar íntimo. Foi assim que no dia seguinte, meus pais foram para a casa de Rose enquanto eu ia buscar meus avós. A vovó estava linda com o seu vestido preto e o vovô em sua roupa social.

- Sem dúvida será a mais linda de todas neste jantar. - Meu avô gracejou.

- Pare com isso, vô. - Pedi vermelha.

- Concordo com ele. - Minha avó deu força ao meu avô. - A propósito, onde está o Jacob? - Seus olhos estavam brilhando ao me perguntar, pigarrei desconcertada, sabia onde ela queria chegar.

- Ele, não irá.

- Então, terminou com ele? Onde está o Edward? - Ela ficou afoita, o que despertou a atenção do meu avô.

- Edward? Já ouvi esse nome antes. O que tem ele? - Meu avô perguntou curioso.

- Nada, vovô. E não terminei com o Jake, ele só não vai poder ir porque está trabalhando.

- Ah... - Minha avó lamentou.

- Vamos. - Levei-os até o meu carro e dirigi até a casa de Rose.

Quando chegamos lá, encontramos os meus pais, os pais de Rose e o Paul. Que abriu um sorriso enorme quando me viu. Correu até a mim e parou em minha frente me fitando ainda com o sorriso.

- Como vai Paul?

- Muito melhor agora, princesa. - Falou me paquerando. Ele não tinha jeito. Um menino que ainda cheirava a leite achava-se um garanhão. Bem, talvez ele fosse mesmo, mas no futuro porque era muito bonito assim como a Rose. Tinha o mesmo tom de cabelo, dourado e era alto para a sua idade.

- Não incomode a Bella, Paul. - A senhora Wisley, mãe dele e da Rose falou ao se aproximar.

- Ele não está incomodando. - Falei. O que fez com que ele sorrisse ainda mais e piscou para mim.

Também estava lá, meu irmão, claro Tremendo como se fosse o dia do casamento. Eles já tinham marcado a data para daqui a três meses. Conversei um pouco com ele para acalmá-lo, mas meu irmão estava dinamite pura. Jasper que estava lá com Alice ofereceu um conhaque para ele que bebeu de uma vez. Tinha mais duas primas mais chegadas de Rose e seus maridos ou namorados e alguns tios, mas eram poucas pessoas.

Alice e eu fomos para o quarto de Rose que estava se vestindo. A ajudamos a colocar o vestido rosa bebê, penteamos seus cabelos colocando uma presilha dourada em neles e a maquiamos. Ela estava linda, mas isso já não era novidade.

Saímos do quarto de volta para a sala e então vi Edward que tinha acabado de chegar ele estava sorrindo conversando com Jasper e Emmet. Abraçou Emmet e falou algo no ouvido do meu irmão. Alice me puxou para ficarmos perto deles e então nossos olhos se encontraram. Por meio segundo seu sorriso se perdeu para logo depois ele me presentear com o sorriso torto mais lindo do mundo. Havia muito mais do que boas-vindas naquele sorriso, era um sorriso cúmplice que prometia guardar segredo de algo íntimo. Seu olhar era perspicaz e de alguma maneira selvagem, como se me prometesse momentos melhores.

Forcei-me a olhar em direção a que Rose entrava. Todos a parabenizaram pela beleza o que a fez ficar radiante. Emmet foi ao encontro dela e não mais se separaram. As conversas eram alegres e descontraídas. Um pouco antes do jantar fui até a varanda para espairecer, Edward não tirava os olhos de mim e aquilo estava me deixando nervosa. Fechei os olhos para sentir o vento frio passando por mim, tocando o meu rosto com suavidade.

- Oi. - Uma voz familiar se fez ouvir atrás de mim. Sobressaltei-me e segurei a taça de vinho que carregava com mais firmeza na altura do meu peito.  Não virei para ele, apenas o meu rosto estava em sua direção. - Assustei você? - Ele se aproximou mais ainda.

- Um pouco. - Admiti.

- Desculpe. - Ele pareceu sincero. - Você está muito bonita. - Ele tocou em meus braços por trás. Nunca entenderia as minhas reações diante dele, diante de seu toque. Era para ter fugido, mas apenas suspirei e fechei meus olhos. Senti seu corpo grudando atrás do meu. Nossos rostos se tocaram e pudia sentir a sua respiração. - Terminou com ele? - Abri os olhos completamente desperta e ele beijou a minha testa com carinho. Afastei-me dele e virei para encará-lo. - Vou aceitar isso como um não. Pensei que tivesse terminado, já que não ti vi com ele aqui.

- Jake está trabalhando por isso não veio.

- Isso quer dizer que ainda estão juntos? - Abracei-me sentindo de repente um frio cortante, ainda segurando a taça em uma das mãos. Edward parecia magoado. - Quando vai ser sensata?

- Estou tentando o tempo todo ser sensata. - Tentei controlar a minha voz para não sair alta como costuma quando estou com ele. Puro descontrole eu sei.

- Não está conseguindo. - Disse simplesmente. - O que está bebendo? - Mudou de assunto como se estivéssemos falando sobre roupas ou algo mais banal ainda.

- É vinho. - Respondi meio desconcertada.

- Gosto de vinho branco. Posso? - Ele estendeu a mão em direção a minha taça e eu a entreguei. Ele bebeu olhando para mim, nada parecia mais sexy do que aquela cena. - Muito bom. - Disse por fim.  - Mas nada é melhor do que um beijo seu. - Sua voz ficou intensa e ele deu um passo em minha direção.

- Edward. - Sabia que não iria recusar, por isso tentei recriminá-lo o que não adiantava em nada. Com a maior naturalidade alisou o meu braço esquerdo com a sua mão livre o que me fez arrepiar. Ele continuou subindo até o meu pescoço, onde me segurou firme e me beijou.

Foi um beijo calmo, sem pressa. Era como se quisesse realmente provar o beijo. Era como se realmente nada fosse melhor do que fazer isso. Poderia dizer o mesmo. Beijar Edward era a melhor coisa do mundo. Foi doloroso quando ele afastou seus lábios do meu e acho que fiz um biquinho.

- O que foi? - Ele sorriu divertido.

- Isso está errado.

- Não começa. - Falou sério.

- Gosto do seu beijo.

- Melhorou. - Ele sorriu.

- Preciso ficar longe de você. - Disse meio tonta por causa das sensações do beijo ainda.

- Piorou drasticamente. Isso é um absurdo.

- Edward...

- Shii. - Ele pousou o dedo em meus lábios para me calar. - Acha que não pode fazer isso com o Black, porque é um cara legal como todos dizem. Mas Bella, você pode se surpreender.

- Do que está falando? - Perguntei mesmo curiosa, porque era a segunda vez que ele falava algo parecido sobre o Jake.

- Que nem tudo é o que parece. Jacob pode não ser esse cara legal. - Franzi o cenho para ele querendo que ele falasse o que passava pela cabeça dele, mas ele me deu as costas e voltou para a sala levando a taça com o meu vinho. Respirei fundo e fiz o mesmo.

Servimos-nos do jantar, mas não comi muito. Aquelas palavras de Edward estavam me deixando com a pulga atrás da orelha. Era óbvio que ele sabia de alguma coisa, ou será que era mais uma das dele? Como poderia ter certeza?

Emmet pediu oficialmente a mão de Rose e fez uma linda declaração. Meus pais ficaram emocionados assim como os pais dela. Bom, até eu fiquei, estava bastante emotiva por motivos óbvios. Mais tarde Edward foi para a varanda novamente atender a uma ligação em seu celular. Fui atrás, queria falar com ele novamente sobre o assunto de mais cedo.

- Ótimo. Então foi melhor do que eu esperava. - Ele riu. - Não o mate... Ainda. - Riu novamente e desligou. Quando virou seu sorriso morreu no rosto e pensei que tivesse ficado até desconcertado.

- Te assustei? - Falei irônica.

- Um pouco. - Ele sorriu.

- Qual o seu plano dessa vez? - Fui direta.

- Não sei do que está falando. - Ele sustentou o meu olhar para parecer confiável. Não cairia mais nessa.

- Por duas vezes você falou de maneira estranha sobre o Jacob. Como se soubesse de algo. - Ele sorriu, mas pareceu forçado.

- Esta ficando paranoica. Mas eu sei o remédio certo pra isso. - Ele se aproximou me pegando pela cintura.

- Pare com isso. - tentei protestar.

- Olha só, você nem consegue dizer não. - E beijou o lóbulo da minha orelha. - Diz que me quer. - Ele sussurrou. Senti-me imediatamente úmida.

- Você...

- Eu o quê, amor? - Isso era demais. Edward falando de maneira sensual ao pé do meu ouvido. Ele merecia ser ofendido por isso.

- É um miserável. - Apenas consegui arrancar mais uma risada dele.

- É isso o que pensa de mim?

- Sim. - O enlacei pelo pescoço e o beijei. Era errado, eu sabia, mas precisava sentir novamente aquele beijo. Seria o último, prometeria para mim mesma. - Não podemos mais nos beijar. - Falei ao nos afastar.

- Por quê? - Perguntou parecendo confuso.

- Por que sim. - Falei teimando.

- Pare de ser teimosa, Bella.

- Assim não consigo pensar, Edward.

- Não quero que pense mais. - Ele avançou para me beijar, mas me afastei. - Bella, por favor, dê-me mais um beijo.

- Não.

- Acho melhor mesmo. - Alice falou perto de nós. E afastei-me ainda mais dele. - Estão loucos? Alguém poderia ver vocês aqui. - Eu nem tinha pensado nisso.

- Tudo isso é culpa de seu irmão. - O acusei e ele sorriu divertido.

- Minha? - Apontou para si mesmo.

- Vamos Bella, acho que beijou meu irmão muito por hoje. - Arregalei meus olhos e boca. - Seus pais estão aqui esqueceu? E os pais de Rose sabem que namora o Jacob. Não quer um escândalo, não é? - Eu não havia pensado em nada disso. Edward possuía o poder de me deixar sem juízo, não pensar nas consequências, em nada. Estava eu aqui novamente traindo o Jacob, que não merecia nada disso. Sou mesmo uma pilantra.

- Não, não quero. - Estava decidida a não permitir que aquilo acontecesse novamente. Olhei para Edward e já sabia o que deveria fazer. Tinha que ver o Jacob, imediatamente. Olhar para ele e ver se sentiria novamente o que costumava sentir. Jacob significava segurança, estabilidade, com ele não ficava louca. Ele me dava equilíbrio, Edward, no entanto, me desequilibrava. Isso não poderia ser bom.

- O que vai fazer? - Edward novamente leu que estava planejando algo.

- Não te interessa. - Falei e me encaminhei para a sala com Edward e Alice em meu encalço. Quase esbarro com a minha avó que caminhava em direção à varanda.

- Oh querida!

- Desculpe vovó.

- Edward? - Ela falou olhando por trás dos meus ombros, para Edward.

- Sim senhora. - Ele aproximou-se de nós.

- Sabe que sou a avó de Bella, não?

- Sim, sei.

- Gostaria de conversar um pouco com você. - Olhei para a minha avó totalmente abobalhada.

- O quê?! - Falei atônita.

- Claro. - Edward respondeu.

- Não. - Me intrometi.

- Ora, querida, não seja mal educada. Vamos para a varanda Edward.

- Vovó! - Minha avó segurou pelo braço de Edward e foi com ele para a varanda.

Tinha que ir até o apartamento de Jacob, queria muito vê-lo, mas tinha que esperar a conversa dos dois acabar. Estava muito curiosa para saber o que a minha avó estava tagarelando alegremente com o meu pior pesadelo. Alice afastou-se de mim sorrindo, parecendo estar se divertindo com o que tinha acontecido. Minutos depois os dois voltaram parecendo velhos amigos.

- O que tanto conversaram lá fora?

- Já disse para não ser mal educada. - Vovó me repreendeu e Edward riu. Fiz uma careta pra ele.

- Vovó, não estava conversando sobre mim, estava?

- A vida não gira ao seu redor, meu bem. Edward e eu conversamos sobre alguns assuntos. - Foi vaga.

- Não vou tirar nada de você, certo?

- Não é bom nem tentar. - Ela falou e deu um beijo no rosto de Edward. - Até mais, querido.

Edward e eu ficamos nos encarando. Ele não iria falar também, mas não fazia mau algum tentar.

- Sobre o que conversaram?

- Não ouviu o que a sua avó falou?

- Você me irrita, sabia? - Falei me controlando.

- Nem imagino o porquê. - Foi cínico. - Quer mais um beijo meu? - Falou me provocando.

- Argh! - Virei decidia a ir embora dali e ficar longe dele.

Despedi-me de todos fingindo uma indisposição. Meus pais ficaram de levar meus avós para casa e me senti mais tranquila de ir embora.

- Onde pensa que vai? - Sobressaltei-me com Edward ao meu lado perto do meu carro.

- Ficar longe de você.

- É assim que pretende resolver as coisas? Bella, você tem que terminar com o Jacob logo. - Ele exigiu.

- Pare de ficar exigindo isso. Você... Confunde-me. - Entrei no carro e disparei até a casa de Jacob.

Era tarde, perto de meia noite, mas sabia que ele ainda não tinha chagado em casa da festa que fora cobrir. Sempre que ele voltava de seu trabalho, ligava para mim para pelo menos me desejar boa noite.

Queria muito pedir desculpas para ele, tentar me regenerar de alguma maneira. Não o queria infeliz, queria todo o bem e sabia que poderia dar a ele um pouco disso. Jacob sempre foi carinhoso e atencioso, merecia o melhor. Estranhei a porta entreaberta. Ele havia chegado? E entrou com tanta pressa que não tinha nem verificado se a porta estava fechada.

Não sei por que fiquei bastante atenta e ouvi ruídos vindos de lá de dentro. Abri a porta e devagar entrei, os ruídos pareciam aumentar. Será que era a televisão? Não, não parecia a televisão. De repente fiquei sem coragem de prosseguir, talvez fosse melhor dar meia volta e ir embora antes que eu me arrependesse de algo.

Meu coração há essa hora estava na garganta. Pensei que ele pudesse soltar pela boca. Aquele temor era sem razão, não havia nada de anormal ali. Jacob estava em casa e ainda não tinha ligado para mim, era a epenas isso. Tomei coragem e recomecei a caminha devagar até o quarto dele. E não esperava o que veria por trás dela. Senti meu sangue abandonar meu corpo, era como se ele esvaísse de mim. Meu corpo ficou gelado e nem meu coração senti por uma fração de segundos.

Ele então me viu e seu olhar era de assombro. Parecia que ele tinha visto uma assombração e acho que mesmo eu estava assim. Jacob estava nu em sua cama e por cima dele uma mulher também nua.  Ela segurava os seus pulsos enquanto movia-se por cima dele.

- Bella. - Falou horrorizado e ela então se deu conta de mim e também me olhou assustada.

- Pra mim basta! - Falei antes de sair correndo de lá.

Cheguei até o meu carro em prantos. Tinha escutado Jacob gritar por mim antes de sair de lá. Não tinha dado ouvidos a ele. Era tudo mentira então. Jacob havia me traído, logo ele que não imaginaria fazendo tal coisa. Aquilo foi baixo e mesmo que tentasse a cena parecia gravada em minha mente.

Fui para casa, meus pais ainda não tinham chegado e dei graças a Deus por isso. Estava totalmente abalada e não queria que eles me vissem dessa maneira. Sentei no sofá de casa e lá continuei a chorar. Trêmula e desnorteada. Não sei quantos minutos passei ali sem perceber o tempo passar, só voltei a mim ao ouvir a campainha tocar.

Olhei pelo olho mágico e vi que era Jacob. Sua camisa estava aberta e parecia totalmente desgrenhado. Claro, tinha acabado de transar com uma vadia. Abri decidida a acabar com aquele traidor.

- Bells, deixe-me explicar... - A voz dele estava trêmula, ansiosa.

- Seu miserável! Você é um hipócrita Jacob. Como pode fazer isso comigo? Como? - Esbravejava totalmente histérica.

- Bells, me perdoe.

- Não me toque! - Afastei-me quando ele tentou me abraçar. - Jacob, eu pensei que fosse diferente. Você e seu discursozinho de “não aceito traição”. Quantas vezes isso aconteceu? Quantas vezes transou com outras mulheres? Quantas foram as vezes que me fez de idiota?

- Nenhuma meu amor. - Ele parecia desesperado, claro, foi pego em flagrante, tinha que estar assim mesmo. Eu que estava me sentindo culpada, achando que ele era o melhor namorado do mundo.

- Nenhuma?! Então essa não conta?

- Foi a única vez.

- Eu odeio você! - Gritei mais ainda.

- Bells, por favor, eu te amo.

- Nunca mais fale isso. Eu te odeio e nunca mais quero ver você. - Ele tentou se aproximar de mim e eu avancei pra ele dando tapas em seu rosto e em todos os lugares que conseguia, ele apenas se defendia e me pedia para escutá-lo. Agredia-o com toda a minha força e raiva. Ouvi um som de carro, mas tudo o que queria era feri-lo de alguma maneira.

- Filha, Bella, pare com isso. - Ouvi a voz de Reneé.

- Ei, ei, ei. Acalme-se. - Meu pai me enlaçou pela cintura e me afastou de Jacob.

- Eu te odeio! - Repeti e vi que ele chorava. Lágrimas de crocodilo, isso sim.

- Leve-a para dentro. - Meu pai me passou para a minha mãe que me abraçou.

- Bells, por favor...

- Qualquer que tenha sido o desentendimento, acho melhor conversarem outra hora. - Meu pai falava pra ele.

- Nunca! - Falei antes de Renné conseguir me pôr para dentro de casa. Ela me acompanhou até o quarto e deitei de bruços para chorar, minha mãe afagou os meus cabelos me perguntando o que tinha acontecido. Disse que não queria falar nada. Ela saiu e voltou um tempo depois com um chá para me acalmar.

Reneé me deixou sozinha depois disso e fui tomar um banho, já mais calma. Jacob Black, o namorado perfeito. O cara carinhoso e atencioso. Um homem que não me faria mal algum. Segurança e equilibro em minha vida. Não era nada disso.


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