Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 2
Aproximação Forçada


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou aqui novamente para postar mais um capítulo modificado.
Espero que apreciem.



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Edward

Foi em estado de satisfação plena que ficamos depois de nos despedirmos dos nossos novos clientes. Jasper e eu tivemos uma longa e minuciosa reunião que acabou em saldo positivo para nós. Fechamos mais um ótimo contrato. Nossa empresa agora faria a coleta, transporte e entrega para uma grande livraria.

- Se continuarmos assim, logo será necessário ampliarmos a frota. - Jasper estava animado com nosso rápido progresso e eu também.

- E contratar mais mão de obra. - Falei ocupando a cadeira atrás da mesa e procurando por uma carteira de cigarros em uma das minhas gavetas. Jasper sentou-se na cadeira em frente à mesa.

- Está indo tudo bem, não?

- Sim, Jazz. - Peguei a carteira e retirei um cigarro guardando-a novamente no local de origem.

- Já enviou aquela Averbação que estava pendente ontem?

- Já pedi para Jéssica enviar. - Acendi o cigarro tragando longamente.

- O que há? Parece inquieto. Quero dizer, mais do que o normal. - Riu.

- Só agitado por conta da nossa pequena vitória. – Desconversei.

- É mais do que isso. - Insistiu.

Encarei o meu amigo ponderando se perguntava o que estava na ponta da minha língua. Inferno! Estava inquieto sim, e tudo piorava a cada dia, a cada longo minuto que se passa. Tirei o cigarro na boca e o segurei entre meus dedos. Debrucei-me sobre a mesa com as mãos por sobre ela.

- Tem notícias de Bella? - Jazz uniu as sobrancelhas e abriu a boca sem proferir palavra, depois riu. - O que há Jazz? Será que contei alguma piada?

- Quase isso. - Ele tentou se controlar. - Ai, Edward, meu velho amigo. - Ele balançou a cabeça. - Apaixonou-se por uma garota comprometida?

- Ela não é comprometida. - Falei entre dentes.

- Tem namorado. - Deu de ombros.

Recostei-me na cadeira e ri sem humor.

- Quer um conselho? - Ele perguntou.

- Ainda não. – Recusei.

- Bom, já sabia disso. Na verdade já sei onde tudo vai acabar. Percebo a sua determinação. Não tenho mais nada para dizer, a não ser... Boa sorte. – Ele riu novamente. - Vou para a minha sala. Preciso ver algumas listas e mando para você depois. - Jazz levantou e sem dizer mais nada, deixou-me sozinho.

Os dias após a inauguração passaram arrastados, só tive notícias de Bella através do Emmet e da Alice que sempre completava suas frases com: “Lembre-se que ela tem namorado”. O que poderia ser mais irritante? Acabei de lembrar-me de algo: senti-me hipotente diante do fato de não vê-la. Aquilo me irritava muito, eu simplesmente não conseguia tirá-la dos meus pensamentos e em consequência acabava fumando ainda mais. Tentei levar isso até que não suportei mais e decidi encontrá-la. Emmet não morava mais com os pais e então as chances de vê-la diminuíram. Por telefone pedi para o meu amigo o endereço do escritório dela, para que decorasse o meu apartamento.

- É para isso mesmo que quer o endereço? - Emmet perguntou desconfiado, já que eu passei vários dias perguntando por ela.

- Sim, sim, claro, para quê mais? - Falei tranquilamente com ar inocente. Ainda não podia falar a verdade, ele não iria concordar.

- Sei lá, cara. Pareceu que você se interessou por ela e como eu já disse...

- Ela tem namorado. - Bufei.

- Isso mesmo.

- Eu sei disso Emm. Agora me dá logo o endereço do escritório dela, preciso que ela decore o meu apartamento. - Ele pareceu pensar um pouco e enfim disse:

- Até que enfim você vai arrumar aquele muquifo. - Ele riu e depois me deu as informações.

Um dia perto da hora do almoço fui onde meu amigo indicara. O horário escolhido fazia parte do meu plano. Conversaria com ela até a hora do almoço e a convidaria para almoçar. Aproveitaria e jogaria um pouco de charme. Isso sempre dava certo.

Segui para o prédio onde o escritório dela ficava, era um prédio comercial comum com escritórios de diversas especialidades. Era bem localizado, ficava em um bairro de credibilidade. Foi fácil encontrar a sala, na porta lia-se: “Decoradora Isabella Swan”. Era muito bem decorado o seu escritório, simples e aconchegante. Sabia que seria uma boa ideia deixar meu apartamento em suas mãos, além de tê-la perto de mim.

A secretária, uma garota morena baixinha que se apresentou como Ângela me anunciou e pediu para que eu entrasse. Ela estava linda. Seus cabelos estavam presos no alto e ela usava um terninho e uma saia. Pude ver porque ela tinha se levantado para me receber. Seu rosto demonstrava surpresa.

Por cima da sua enorme mesa estavam muitos papéis e alguns lenços de tecido, além de dois rolos enormes de uma tapeçaria. Havia muitos lápis em seu porta-lápis e espalhados sobre a mesa, estava uma verdadeira desordem. O seu notebook quase estava invisível sob aquela confusão.

- Olá Edward! - Ela estendeu a mão por trás da mesa para me cumprimentar. Eu não aceitaria apenais isso. Peguei sua mão, puxando-a e a beijei delicadamente.

Senti um leve tremor passar por seu corpo e ao levantar os olhos para fitá-la percebi que a tinha deixado desconcertada. Sua mão era macia e cheirava bem. Percebi que com o toque dos meus lábios na sua mão meu corpo também reagiu violentamente. Afastei-me e pude ver melhor seus olhos castanhos, meu coração disparou. Merda, eu estava mesmo muito atraído por ela. Ela segurou as mãos em um gesto inquieto e as passou na saia.

- Oi. - Falei finalmente e ela riu e enquanto tentava organizar um pouco a sua mesa falou:

- Desculpe a bagunça. Sente-se. - Indicou a cadeira a frente e sentei imediatamente.

Bella parou de arrumar a bagunça e sentou também. Fiquei admirando sua beleza sem dizer nada, até que vi seus olhos baixarem e suas bochechas ficarem vermelhas.

- A que devo a honra de sua visita? – Deliciei-me com a força de vontade que ela impôs para voltar a me encarar. Seu rosto ainda estava rubro e poderia ficar nesse deleite por horas, mas forcei-me a sair do torpor.

- Eu vim porque estava com saudades. - Ela riu sem jeito. - E porque realmente preciso que dê um jeito no meu apartamento. Seu irmão me deu o seu endereço e resolvi vir hoje.

- Fez bem. - Ela sorriu.

- Não estou incomodando, não é?

- Claro que não. Vamos, conte-me o que deseja fazer com seu apartamento?

Conversamos um pouco sobre como eu queria que o apartamento ficasse, ela me deu algumas sugestões e me mostrou alguns exemplos de decoração e por fim marcamos para que ela fosse vê-lo para ter uma visão e tirar as medidas.

- Se eu pudesse iria hoje mesmo ver, mas tenho outros clientes que estão muito afoitos. Por isso toda essa bagunça. - Ela gesticulou para a mesa. - Preciso terminá-los. Que tal se passasse em seu apartamento na quinta?

- Ótimo, na quinta então. Passo para te pegar a que horas? – Empolguei-me.

- Nada disso, você me dará o endereço e aparecerei lá.

- Tudo bem. – Não forçaria muito a barra agora. Passei o endereço pra ela.

- Quer modificar todos os cômodos? - Eu pensei. Se fossem todos os cômodos ela demoraria mais e seria mais tempo perto dela.

- Todos os cômodos. - Disse sem a menor dúvida.

- Então tá. - Ela anotou alguma coisa na agenda e eu pigarreei antes de continuar:

- Ah... – Comecei ficando incerto. Ela me olhou esperando que eu dissesse algo, deixou a caneta e fechou a agenda para me fitar.

- O que foi?

- Já almoçou? - Foi uma pergunta tola. Eu sabia que ela ainda não tinha almoçado, cheguei antes da hora do almoço e tinha ficado até aquele horário conversando.

- Ainda não.

- Sabe... Tem um ótimo restaurante Asiático logo ali em frente...

- Eu conheço, é muito bom mesmo. - Ela cruzou os dedos das mãos em cima da mesa.

- Quer ir almoçar comigo lá? Estou morrendo de fome, você não? - Ela ficou um pouco cautelosa.

- Na verdade... Estou morrendo de fome também.

- Vai comigo? - Pedi com uma cara de cachorro sem dono.

- Tudo bem. - Eu sorri. - Mas... Eu não sei... - Ela ficou com uma cara triste.

- O quê? - Perguntei já desanimando.

- É que almoço todos os dias com a Ângela... – Bem... Não seria o ideal, mas aceitaria por enquanto.

- Ela pode ir conosco também. - Sugeri dando um sorriso o mais convincente possível. Afinal de contas, estava tentando ser seu amigo de início.

- Então tá. - Ela voltou a sorrir.

Bella

          

Quando Ângela o anunciou pelo interfone não acreditei. O que ele estaria fazendo aqui? Depois da inauguração não o tinha visto. Algumas vezes, lembrava-me dele e nem sabia o porquê, talvez por ele ser tão legal.

Se ele tivesse ligado antes de ir teria arrumado a minha sala melhor. Estava tudo uma bagunça porque estava com trabalho acumulado, até a cabeça. Ele teria uma má impressão de mim. Pedi que entrasse e quando abriu a porta quase não consegui ficar em pé para recebê-lo. Estava lindo com a sua roupa social preta. Deveria ter vindo do trabalho, mas o cabelo continuava bagunçado. Quando ele chegou perto de mim, seus olhos me hipnotizaram de novo, pude ver a cor deles, eram verdes.

Conversamos sobre o seu apartamento e a conversa foi animada. Ele me convidou para almoçar completamente sem jeito, amigos não fazem convites tão inseguros assim. Quando sai da minha sala Ângela já estava preparada para sair.

- Ângela, que tal almoçarmos com o Edward naquele restaurante Asiático que amamos?

- Oh, Bella. Hoje não vai dar. Eric me ligou e ele pediu para que eu o esperasse, vamos almoçar juntos, mas não agora. - Seus olhos brilharam como sempre ao falar do seu paquera.

- Ah, sim. Claro. - Falei sorrindo cúmplice para ela. - Entendo. Então nos vemos depois do almoço.

- Ok. Até mais.

- Até mais. - Edward e eu nos despedimos dela.

Edward me levou até o restaurante no seu carro, um Volvo prata lindo. Já no restaurante pude perceber o poder que exercia sobre as mulheres, todas olhavam para ele e eu me senti meio sem graça com isso.

- Tem muito tempo com o Jacob? - Perguntou depois que nossos pedidos chegaram.

- Não. Estamos juntos há três meses.

- Como se conheceram? - Ele segurou a comida habilmente com o hashi. Já tinha constatado que Edward era muito sexy, mas ele comendo com hashi era insuperável.

- Em uma festa. Uns conhecidos estavam dando uma festa e ele estava fotografando. Ele tirou uma foto minha com a sua irmã. Alice pediu uma cópia para ele e então começamos a conversar. – Edward resmungou algo baixinho e megulhou a comida no molho. – O que disse? – Isso o fez sobressaltar-se, mas se recompos rapidamente.

- Só pensei alto, não foi nada. – Sorriu.

- E você, tem namorada? - Perguntei um pouco ansiosa demais.

- Não... Sai de um relacionamento a pouco tempo. - Ele pareceu amargurado ao falar. Será que ainda gostava da garota?

- Posso perguntar o que aconteceu ou será inconveniente?

- Claro que pode perguntar. Na verdade ela me traiu. Peguei a minha querida namorada aos beijos com outro. - Seus olhos arderam de raiva nessa hora.

- Nossa... Isso foi péssimo mesmo. - Conclui surpresa.

- Muito. - Ele falou entre dentes.

- Sinto muito. - Lamentei por ter passado por aquilo.

- Não sinta, eu lhe dei o troco. - Ele riu.

- Deu? - Levantei uma sobrancelha incrédula.

- Óbvio!

- Você ficou com outra para que ela visse? - Ele riu.

- Ela simplesmente me pegou na cama dela com a própria irmã.

- Ed! - Eu arfei surpresa. Ele era diabólico, mas eu ri da situação. Ela mereceu mesmo. - A irmã dela?

- Claro. Ela pediu por isso. - Ele disse ganhando o seu costumeiro ar divertido.

- Você é cruel. – Dei-lhe um tapinha em sua mão.

- Você se incomoda? - Ele ganhou um ar sério com a pergunta.

- Não. - E era verdade, eu me sentia muito bem com ele.

- Que bom, porque eu pretendo passar bastante tempo com você agora. – Encarei-o sem saber o que dizer. - Como amigos... É claro.

Conversamos mais sobre vários assuntos, acabei passando do horário. Mas durante a nossa conversa sempre me pegava rindo das coisas que ele dizia. Depois ele me levou novamente até o escritório e confirmamos a minha visita em seu apartamento dali a três dias. Trocamos número de celular para qualquer eventualidade. Quando entrei no escritório Ângela foi logo falando comigo:

- Bella, o Jacob te ligou várias vezes. Disse que tentou ligar para o seu celular e só estava fora de área. - Procurei confusa pelo meu celular na bolsa. E ao achá-lo estava descarregado.

- Descarregou, nem percebi. Obrigada Ângela, vou ligar para ele. – Entrei em minha sala então tive um estalo e voltei para a mesa de Ângela. - Depois quero saber dos detalhes do seu almoço.

- Sim, claro. - Ela sorriu.

- Hmmm... Acho que foi melhor do que o esperado.

- Muito! – Confirmou animada.

- Ok. - Entrei na sala. Peguei o telefone em cima da mesa e disquei o número de Jacob.

- Oi, meu bem. - Disse doce sentando na cadeira.

- Até que enfim consigo falar com você hoje. – Disse brincalhão.

- Desculpe, meu celular descarregou e eu nem notei.

- Tudo bem. Eu só liguei mesmo para dizer que hoje não vou poder passar em sua casa. Vou cobrir aquela apresentação de dança no teatro. Não posso dispensar trabalho.

- Hmmm...Vou sentir saudades, mas entendo. - Ouvi seu riso satisfatório.

- O que fez até agora? - Perguntou querendo saber os meus passos durante o dia. Mas eu nem liguei e respondi naturalmente.

- Terminei aquela mansão que te falei. E depois atendi um cliente vip. - Falei divertida.

- Quem foi? - Perguntou curioso.

- O Edward, irmão da Alice. Ele quer que decore o seu apartamento.

- E o que mais? - Ele perguntou e eu achei o tom de voz dele meio desconfiado.

- Almoçamos juntos naquele restaurante asiático maravilhoso que tem aqui perto. - Ele não soltou nenhum comentário. Ficou tudo em silêncio por um bom tempo. - Alô, Jake. Você me ouviu?

- Sim, ouvi sim. - Ele disse rápido.

- Tudo bem? - Perguntei preocupada. Será que Jacob tinha se chateado por causa do meu almoço com Edwrad?

- Sim, meu amor. Tenho que selecionar algumas fotos. Depois ligo pra você.

- Tudo bem. - Falei sem entender direito.

- Tchau.

- Tchau. – Achei exagero do Jacob, uma bobagem que passaria logo. Nem me daria ao trabalho de me agitar com aquilo. Jacob não tinha motivos nenhum para sentir-se inseguro, eu sou apaixonada por ele.


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