Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira
Notas iniciais do capítulo
Olá, estou aqui novamente para postar mais um capítulo modificado.
Espero que apreciem.
Edward
Foi em estado de satisfação plena que ficamos depois de nos despedirmos dos nossos novos clientes. Jasper e eu tivemos uma longa e minuciosa reunião que acabou em saldo positivo para nós. Fechamos mais um ótimo contrato. Nossa empresa agora faria a coleta, transporte e entrega para uma grande livraria.
- Se continuarmos assim, logo será necessário ampliarmos a frota. - Jasper estava animado com nosso rápido progresso e eu também.
- E contratar mais mão de obra. - Falei ocupando a cadeira atrás da mesa e procurando por uma carteira de cigarros em uma das minhas gavetas. Jasper sentou-se na cadeira em frente à mesa.
- Está indo tudo bem, não?
- Sim, Jazz. - Peguei a carteira e retirei um cigarro guardando-a novamente no local de origem.
- Já enviou aquela Averbação que estava pendente ontem?
- Já pedi para Jéssica enviar. - Acendi o cigarro tragando longamente.
- O que há? Parece inquieto. Quero dizer, mais do que o normal. - Riu.
- Só agitado por conta da nossa pequena vitória. – Desconversei.
- É mais do que isso. - Insistiu.
Encarei o meu amigo ponderando se perguntava o que estava na ponta da minha língua. Inferno! Estava inquieto sim, e tudo piorava a cada dia, a cada longo minuto que se passa. Tirei o cigarro na boca e o segurei entre meus dedos. Debrucei-me sobre a mesa com as mãos por sobre ela.
- Tem notícias de Bella? - Jazz uniu as sobrancelhas e abriu a boca sem proferir palavra, depois riu. - O que há Jazz? Será que contei alguma piada?
- Quase isso. - Ele tentou se controlar. - Ai, Edward, meu velho amigo. - Ele balançou a cabeça. - Apaixonou-se por uma garota comprometida?
- Ela não é comprometida. - Falei entre dentes.
- Tem namorado. - Deu de ombros.
Recostei-me na cadeira e ri sem humor.
- Quer um conselho? - Ele perguntou.
- Ainda não. – Recusei.
- Bom, já sabia disso. Na verdade já sei onde tudo vai acabar. Percebo a sua determinação. Não tenho mais nada para dizer, a não ser... Boa sorte. – Ele riu novamente. - Vou para a minha sala. Preciso ver algumas listas e mando para você depois. - Jazz levantou e sem dizer mais nada, deixou-me sozinho.
Os dias após a inauguração passaram arrastados, só tive notícias de Bella através do Emmet e da Alice que sempre completava suas frases com: “Lembre-se que ela tem namorado”. O que poderia ser mais irritante? Acabei de lembrar-me de algo: senti-me hipotente diante do fato de não vê-la. Aquilo me irritava muito, eu simplesmente não conseguia tirá-la dos meus pensamentos e em consequência acabava fumando ainda mais. Tentei levar isso até que não suportei mais e decidi encontrá-la. Emmet não morava mais com os pais e então as chances de vê-la diminuíram. Por telefone pedi para o meu amigo o endereço do escritório dela, para que decorasse o meu apartamento.
- É para isso mesmo que quer o endereço? - Emmet perguntou desconfiado, já que eu passei vários dias perguntando por ela.
- Sim, sim, claro, para quê mais? - Falei tranquilamente com ar inocente. Ainda não podia falar a verdade, ele não iria concordar.
- Sei lá, cara. Pareceu que você se interessou por ela e como eu já disse...
- Ela tem namorado. - Bufei.
- Isso mesmo.
- Eu sei disso Emm. Agora me dá logo o endereço do escritório dela, preciso que ela decore o meu apartamento. - Ele pareceu pensar um pouco e enfim disse:
- Até que enfim você vai arrumar aquele muquifo. - Ele riu e depois me deu as informações.
Um dia perto da hora do almoço fui onde meu amigo indicara. O horário escolhido fazia parte do meu plano. Conversaria com ela até a hora do almoço e a convidaria para almoçar. Aproveitaria e jogaria um pouco de charme. Isso sempre dava certo.
Segui para o prédio onde o escritório dela ficava, era um prédio comercial comum com escritórios de diversas especialidades. Era bem localizado, ficava em um bairro de credibilidade. Foi fácil encontrar a sala, na porta lia-se: “Decoradora Isabella Swan”. Era muito bem decorado o seu escritório, simples e aconchegante. Sabia que seria uma boa ideia deixar meu apartamento em suas mãos, além de tê-la perto de mim.
A secretária, uma garota morena baixinha que se apresentou como Ângela me anunciou e pediu para que eu entrasse. Ela estava linda. Seus cabelos estavam presos no alto e ela usava um terninho e uma saia. Pude ver porque ela tinha se levantado para me receber. Seu rosto demonstrava surpresa.
Por cima da sua enorme mesa estavam muitos papéis e alguns lenços de tecido, além de dois rolos enormes de uma tapeçaria. Havia muitos lápis em seu porta-lápis e espalhados sobre a mesa, estava uma verdadeira desordem. O seu notebook quase estava invisível sob aquela confusão.
- Olá Edward! - Ela estendeu a mão por trás da mesa para me cumprimentar. Eu não aceitaria apenais isso. Peguei sua mão, puxando-a e a beijei delicadamente.
Senti um leve tremor passar por seu corpo e ao levantar os olhos para fitá-la percebi que a tinha deixado desconcertada. Sua mão era macia e cheirava bem. Percebi que com o toque dos meus lábios na sua mão meu corpo também reagiu violentamente. Afastei-me e pude ver melhor seus olhos castanhos, meu coração disparou. Merda, eu estava mesmo muito atraído por ela. Ela segurou as mãos em um gesto inquieto e as passou na saia.
- Oi. - Falei finalmente e ela riu e enquanto tentava organizar um pouco a sua mesa falou:
- Desculpe a bagunça. Sente-se. - Indicou a cadeira a frente e sentei imediatamente.
Bella parou de arrumar a bagunça e sentou também. Fiquei admirando sua beleza sem dizer nada, até que vi seus olhos baixarem e suas bochechas ficarem vermelhas.
- A que devo a honra de sua visita? – Deliciei-me com a força de vontade que ela impôs para voltar a me encarar. Seu rosto ainda estava rubro e poderia ficar nesse deleite por horas, mas forcei-me a sair do torpor.
- Eu vim porque estava com saudades. - Ela riu sem jeito. - E porque realmente preciso que dê um jeito no meu apartamento. Seu irmão me deu o seu endereço e resolvi vir hoje.
- Fez bem. - Ela sorriu.
- Não estou incomodando, não é?
- Claro que não. Vamos, conte-me o que deseja fazer com seu apartamento?
Conversamos um pouco sobre como eu queria que o apartamento ficasse, ela me deu algumas sugestões e me mostrou alguns exemplos de decoração e por fim marcamos para que ela fosse vê-lo para ter uma visão e tirar as medidas.
- Se eu pudesse iria hoje mesmo ver, mas tenho outros clientes que estão muito afoitos. Por isso toda essa bagunça. - Ela gesticulou para a mesa. - Preciso terminá-los. Que tal se passasse em seu apartamento na quinta?
- Ótimo, na quinta então. Passo para te pegar a que horas? – Empolguei-me.
- Nada disso, você me dará o endereço e aparecerei lá.
- Tudo bem. – Não forçaria muito a barra agora. Passei o endereço pra ela.
- Quer modificar todos os cômodos? - Eu pensei. Se fossem todos os cômodos ela demoraria mais e seria mais tempo perto dela.
- Todos os cômodos. - Disse sem a menor dúvida.
- Então tá. - Ela anotou alguma coisa na agenda e eu pigarreei antes de continuar:
- Ah... – Comecei ficando incerto. Ela me olhou esperando que eu dissesse algo, deixou a caneta e fechou a agenda para me fitar.
- O que foi?
- Já almoçou? - Foi uma pergunta tola. Eu sabia que ela ainda não tinha almoçado, cheguei antes da hora do almoço e tinha ficado até aquele horário conversando.
- Ainda não.
- Sabe... Tem um ótimo restaurante Asiático logo ali em frente...
- Eu conheço, é muito bom mesmo. - Ela cruzou os dedos das mãos em cima da mesa.
- Quer ir almoçar comigo lá? Estou morrendo de fome, você não? - Ela ficou um pouco cautelosa.
- Na verdade... Estou morrendo de fome também.
- Vai comigo? - Pedi com uma cara de cachorro sem dono.
- Tudo bem. - Eu sorri. - Mas... Eu não sei... - Ela ficou com uma cara triste.
- O quê? - Perguntei já desanimando.
- É que almoço todos os dias com a Ângela... – Bem... Não seria o ideal, mas aceitaria por enquanto.
- Ela pode ir conosco também. - Sugeri dando um sorriso o mais convincente possível. Afinal de contas, estava tentando ser seu amigo de início.
- Então tá. - Ela voltou a sorrir.
Bella
Quando Ângela o anunciou pelo interfone não acreditei. O que ele estaria fazendo aqui? Depois da inauguração não o tinha visto. Algumas vezes, lembrava-me dele e nem sabia o porquê, talvez por ele ser tão legal.
Se ele tivesse ligado antes de ir teria arrumado a minha sala melhor. Estava tudo uma bagunça porque estava com trabalho acumulado, até a cabeça. Ele teria uma má impressão de mim. Pedi que entrasse e quando abriu a porta quase não consegui ficar em pé para recebê-lo. Estava lindo com a sua roupa social preta. Deveria ter vindo do trabalho, mas o cabelo continuava bagunçado. Quando ele chegou perto de mim, seus olhos me hipnotizaram de novo, pude ver a cor deles, eram verdes.
Conversamos sobre o seu apartamento e a conversa foi animada. Ele me convidou para almoçar completamente sem jeito, amigos não fazem convites tão inseguros assim. Quando sai da minha sala Ângela já estava preparada para sair.
- Ângela, que tal almoçarmos com o Edward naquele restaurante Asiático que amamos?
- Oh, Bella. Hoje não vai dar. Eric me ligou e ele pediu para que eu o esperasse, vamos almoçar juntos, mas não agora. - Seus olhos brilharam como sempre ao falar do seu paquera.
- Ah, sim. Claro. - Falei sorrindo cúmplice para ela. - Entendo. Então nos vemos depois do almoço.
- Ok. Até mais.
- Até mais. - Edward e eu nos despedimos dela.
Edward me levou até o restaurante no seu carro, um Volvo prata lindo. Já no restaurante pude perceber o poder que exercia sobre as mulheres, todas olhavam para ele e eu me senti meio sem graça com isso.
- Tem muito tempo com o Jacob? - Perguntou depois que nossos pedidos chegaram.
- Não. Estamos juntos há três meses.
- Como se conheceram? - Ele segurou a comida habilmente com o hashi. Já tinha constatado que Edward era muito sexy, mas ele comendo com hashi era insuperável.
- Em uma festa. Uns conhecidos estavam dando uma festa e ele estava fotografando. Ele tirou uma foto minha com a sua irmã. Alice pediu uma cópia para ele e então começamos a conversar. – Edward resmungou algo baixinho e megulhou a comida no molho. – O que disse? – Isso o fez sobressaltar-se, mas se recompos rapidamente.
- Só pensei alto, não foi nada. – Sorriu.
- E você, tem namorada? - Perguntei um pouco ansiosa demais.
- Não... Sai de um relacionamento a pouco tempo. - Ele pareceu amargurado ao falar. Será que ainda gostava da garota?
- Posso perguntar o que aconteceu ou será inconveniente?
- Claro que pode perguntar. Na verdade ela me traiu. Peguei a minha querida namorada aos beijos com outro. - Seus olhos arderam de raiva nessa hora.
- Nossa... Isso foi péssimo mesmo. - Conclui surpresa.
- Muito. - Ele falou entre dentes.
- Sinto muito. - Lamentei por ter passado por aquilo.
- Não sinta, eu lhe dei o troco. - Ele riu.
- Deu? - Levantei uma sobrancelha incrédula.
- Óbvio!
- Você ficou com outra para que ela visse? - Ele riu.
- Ela simplesmente me pegou na cama dela com a própria irmã.
- Ed! - Eu arfei surpresa. Ele era diabólico, mas eu ri da situação. Ela mereceu mesmo. - A irmã dela?
- Claro. Ela pediu por isso. - Ele disse ganhando o seu costumeiro ar divertido.
- Você é cruel. – Dei-lhe um tapinha em sua mão.
- Você se incomoda? - Ele ganhou um ar sério com a pergunta.
- Não. - E era verdade, eu me sentia muito bem com ele.
- Que bom, porque eu pretendo passar bastante tempo com você agora. – Encarei-o sem saber o que dizer. - Como amigos... É claro.
Conversamos mais sobre vários assuntos, acabei passando do horário. Mas durante a nossa conversa sempre me pegava rindo das coisas que ele dizia. Depois ele me levou novamente até o escritório e confirmamos a minha visita em seu apartamento dali a três dias. Trocamos número de celular para qualquer eventualidade. Quando entrei no escritório Ângela foi logo falando comigo:
- Bella, o Jacob te ligou várias vezes. Disse que tentou ligar para o seu celular e só estava fora de área. - Procurei confusa pelo meu celular na bolsa. E ao achá-lo estava descarregado.
- Descarregou, nem percebi. Obrigada Ângela, vou ligar para ele. – Entrei em minha sala então tive um estalo e voltei para a mesa de Ângela. - Depois quero saber dos detalhes do seu almoço.
- Sim, claro. - Ela sorriu.
- Hmmm... Acho que foi melhor do que o esperado.
- Muito! – Confirmou animada.
- Ok. - Entrei na sala. Peguei o telefone em cima da mesa e disquei o número de Jacob.
- Oi, meu bem. - Disse doce sentando na cadeira.
- Até que enfim consigo falar com você hoje. – Disse brincalhão.
- Desculpe, meu celular descarregou e eu nem notei.
- Tudo bem. Eu só liguei mesmo para dizer que hoje não vou poder passar em sua casa. Vou cobrir aquela apresentação de dança no teatro. Não posso dispensar trabalho.
- Hmmm...Vou sentir saudades, mas entendo. - Ouvi seu riso satisfatório.
- O que fez até agora? - Perguntou querendo saber os meus passos durante o dia. Mas eu nem liguei e respondi naturalmente.
- Terminei aquela mansão que te falei. E depois atendi um cliente vip. - Falei divertida.
- Quem foi? - Perguntou curioso.
- O Edward, irmão da Alice. Ele quer que decore o seu apartamento.
- E o que mais? - Ele perguntou e eu achei o tom de voz dele meio desconfiado.
- Almoçamos juntos naquele restaurante asiático maravilhoso que tem aqui perto. - Ele não soltou nenhum comentário. Ficou tudo em silêncio por um bom tempo. - Alô, Jake. Você me ouviu?
- Sim, ouvi sim. - Ele disse rápido.
- Tudo bem? - Perguntei preocupada. Será que Jacob tinha se chateado por causa do meu almoço com Edwrad?
- Sim, meu amor. Tenho que selecionar algumas fotos. Depois ligo pra você.
- Tudo bem. - Falei sem entender direito.
- Tchau.
- Tchau. – Achei exagero do Jacob, uma bobagem que passaria logo. Nem me daria ao trabalho de me agitar com aquilo. Jacob não tinha motivos nenhum para sentir-se inseguro, eu sou apaixonada por ele.
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