Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 15
Dor de Cotovelo


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior, vimos um Jacob no limite.
Ele tem ficado cada vez mais irritado com Edward na cola de sua namorada.
As coisas não estão fáceis para Bella.
Ela deve decidir.



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Edward



Tudo corria como o planejado, melhor ainda. Faltava pouco para ela se dar conta do que sentia. Bella estava sendo muito venenosa em seus comentários sobre a minha acompanhante e fiz questão de dizer isso para ela.


Mas as coisas ficaram confusas, ela se inquietou quando percebeu a armação. Agi impulsivamente detendo-a ali comigo. Segurei em seu cotovelo para que ficasse não queria que escapasse, não agora que os sentimentos dela se revelavam mais explícitos.


Seus olhos, seus lábios perfeitos tão próximos. Uma tentação... Queria beijá-los e faria isso se o estraga prazer do namoradinho dela não nos interrompesse. O que estava acontecendo aqui? Ele perguntou. Pois bem, estava rolando um clima muito bom, outro quase beijo que seria um beijo se ele não chegasse bem na hora para estragar tudo.


Minha paciência estava nos pés uma hora dessas. O que aquele cara estava fazendo aqui? Era para Jasper e Alice terem distraído ele mais um pouco lá na mesa. Droga! Um momento desses não se tem todos os dias ainda mais com Bella, a garota mais cabeça-dura que conheço.


Ele parecia nervoso questionando-a. Mas de repente quis ouvir dela também a explicação para aquela cena. O que ela inventaria? Que desculpa esfarrapada daria para o seu namorado desconfiado?


Ela não mentiu, não por completo. Disse que estávamos conversando, e estávamos. Jacob não se convenceu e quis rir quando ele falou: “– Parecia outra coisa. Se eu não tivesse interrompido, acho que nesse momento estariam se beijando.” E estaríamos mesmo se ele não aparecesse, seria o nosso primeiro beijo.


Jacob olhou para mim Bella parecendo não acreditar em nenhuma palavra que ela dizia. Permanecia calado apenas apreciando a cena. De uma forma totalmente egoísta e talvez até um pouco malvada estava adorando a quase discussão. Ele me encarou com mais raiva do que o normal. Respirei fundo para me manter tranquilo para um contra-ataque. Ele avançou dois passos em minha direção seu rosto ficando a poucos centímetros do meu. Apenas permaneci no mesmo lugar, olhando para ele.


Foi com raiva que fiquei depois de ouvir suas exigências. O Black queria que eu ficasse longe de Bella e enchia a boca para chamá-la de namorada. Ficar longe dela? Nem morto! Ele que iria se afastar dela. Aquele idiota teria que saber que Bella será minha.


Bella o segurou no braço e parecia tentar afastá-lo de mim. Ela estava com medo de que brigássemos, mas sabia que ele não faria isso, não naquele momento. Enquanto ele queria levá-lo ele nem olhava para ela, continuava me encarando. Eu sabia, querendo a minha morte.


Então eu o provoquei quando repetiu suas exigências. Ficar longe de Bella não teria como ser. O que ele achava que era? Se ele quisesse mesmo que eu me afastasse veria que não seria tão fácil. Ela não queria se manter longe de mim, não verdadeiramente. Sugeria isso para ele e isso teve efeito sobre os dois. O Black ficou ainda mais pirado e Bella pareceu assustada.


– O que deu em você?– Como assim, eu já não tinha dito? Estava apaixonado por ela e a queria. Era simples.


– Perdeu a língua, Black? Porque sabe que é uma possibilidade muito grande.– Não quis ser repetitivo então vendo que o Black não reagia, joguei essa pra cima dele. Apenas para irritá-lo mais. Ele sabia tanto quanto eu que Bella também me queria.


Jacob me empurrou e dei um passo para trás. Aquilo me encheu de raiva e quis revidar, faria isso na próxima investida dele. Ele avançou novamente e estava me preparando para socá-lo, mas Bella se interpôs. Ela o parou, minha mão estava cerrada esperando a oportunidade.


– Vamos, temos muito o que conversar. O recado já está dado.– Estava sim Black. Ele a pegou pelo pulso e a levou até a saída. Por um momento fiquei ali parado, parecia que enfim meu sangue voltava a correr pelo meu corpo. De repente me dei conta do tom de voz que ele usou com ela, era agressivo e temi por ela.


Corri até a saída pedindo que ele não fizesse nada contra ela. Se ele encostasse um dedo em Bella eu arrancaria cada dedo que ele tinha, um por um. No entanto o que vi foi outra coisa. Diferente e para mim foi pior do que ter tido os dedos arrancados.


Bella estava com a sua mão tocando o rosto do Black com doçura. Ele permanecia com os olhos fechados recebendo o carinho dado. Eles conversavam algo, mas não dava para escutar. Só dava para perceber o carinho que existia ali. Meu coração não podia doer mais do que no momento.


Jacob beijou a mão de Bella, como tantas vezes quis fazer. E mais do que isso, beijou-a nos lábios. Tocou com os seus os lábios que eu sabia serem doces e especiais. Seria como tocar o céu, ou ainda melhor.


Ora, era engraçado. Tudo, a vida e todo o resto. Tinha armado esse plano imbecil para fazê-la sentir ciúmes e revelar seus sentimentos, mas quem estava com uma baita dor de cotovelo era eu. Novamente o Black tinha ganhado e me sentia um idiota completo. Dei as costas para aquela cena que sei me perseguiria madrugada adentro e entrei novamente na boate.


Segui até a mesa em que minha irmã e meu cunhado estavam e me surpreendi ao ver uma garota de pele bronzeada, cabelos negros assim como seus olhos, era a prima de Jasper com certeza. Aquela garota era osso duro de roer. Aposto que veio sem ser convidada só para atazanar a vida do meu amigo.


– Olá, Maria. - A garota que estava sentada ao lado de Jasper olhou para mim como se me devorasse enquanto sentava ao lado de Alice.


– Oi, Edward. Que surpresa vê-lo. - Havia malicia em sua voz assim como em seu sorriso.


– Imagina, surpresa é vê-la aqui.


– Pois é, estava querendo sair e soube dessa boate nova que o meu priminho costuma vir. - Alice revirou os olhos, totalmente desgostosa. - Vim, com uma amiga nova que não para quieta na pista de dança.


– E você, porque não está fazendo o mesmo?


– Gostaria muito, por isso vim procurar o Jazz. Ele dança super bem e quando éramos mais novos costumávamos dançar muito juntos. - Ela voltou-se para Alice com um falso ar inocente. - Pode emprestar o seu namorado só um pouquinho para mim? - Alice riu doce.


– Mas é claro, que não. - Falou séria.


– Ora, mas porque, querida? - Perguntou com ar ofendido.


– Porque eu não sou idiota. Nem você confiável. - Jasper olhou para mim como se estivesse sem saber o que fazer.


– O que quer dizer?


– O que acabei de dizer. Ou você além de tudo é burra?


– Alice! - Jazz a repreendeu.


– Está vendo só como a sua namoradinha me trata? - Maria apelou para vítima.


– Deixa de ser dissimulada garota! - A minha irmã era demais, para ela não havia meias palavras. - Vamos, Jazz, vamos dançar. - Alice rebocou-o até a pista de dança e Maria ganhou um ar raivoso por alguns instantes. Ela também sofria do mesmo mal que eu: Dor de cotovelo aguda. Depois ela se virou para mim novamente parecendo uma garota doce.


– Não quer dançar comigo? - Perguntou.


– Não, obrigado. Não me leve a mal, você é bonita, mas é muito problema. - Levantei. - Com licença.


Estava decidido a ir para casa, provavelmente nada de bom aconteceria para mim aqui. Mas quando estava caminhando senti braços femininos me abraçarem e percebi que era Mônica. Tinha me esquecido dela completamente.


– Oi. - Sorri.


– Esqueceu-se de mim. - Ela falou. Quando ia responder ela pousou o dedo em meus lábios me calando. - Tudo bem. Mas sabe? Já que nos entendemos tão bem, poderíamos ir para outro lugar, não acha? - Bem direta.


– Não estou afim de um relacionamento sério. - Não com ela, pelo menos. Fui direto também como ela.


– Eu também não. Só quero passar a noite com você. - Bom, já estava sem sexo a tempo demais. E se novamente não terei quem quero, pelo menos tenho que aceitar o que me é fornecido.


– Vamos. - Passei o braço sobre os ombros dela e a guiei até o meu carro.


Dirigi até um bom motel que ficava perto dali e pedi por uma noite inteira. Antes mesmo de fechar à porta do quarto a garota me atacou. Pelo menos parecia que ela me manteria ocupado o resto da noite e era isso que eu queria. Pensar menos em Bella por algumas horas. Tentar esquecer aquela cena deprimente que vi do lado de fora da boate. Bella doce e apaixonada pelo Black.


Pela primeira vez duvidei da minha teoria que ela não o amava, que era apenas comodidade. Se ela o amasse de verdade? Se ela não sentisse nada por mim afinal? Não era ciúmes o que vi em seu olhar e percebi em suas maneiras. Ela se sentia simplesmente incomodada comigo por ser tão insistente.


Tirei rapidamente as roupas de Mônica, precisava me anestesiar dessa dor. A única garota por quem fui apaixonado não me queria por perto. Era mesmo um desgraçado. Acho que não poderia mais fazer nada para mudar o meu estado. O Black a tinha de todas as maneiras que eram possíveis e eu não tinha nem mais a minha esperança. O que eu poderia fazer? Esquecê-la? Deixá-la ir naquele maldito trem? Sim, seria o mais sensato. Esquecê-la.


– Bella... - Seu nome saiu entre meus lábios com amor quando cheguei ao clímax.


Mônica ofegava junto a mim. E sorriu quando disse:


– Bella? É esse o nome da mulher que ama? - Não respondi, provavelmente não era necessário. - Hoje serei a sua Bella. - Mônica me beijou e constatei que eu não podia esquecê-la. E que nenhuma outra poderia substituí-la.



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