Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 10
Conversa Difícil


Notas iniciais do capítulo

O dia na piscina foi um acontecimento.
Emoções a flor da pele...charme rolando solto.
Edward cada vez mais decidido e Bella cada vez mais envolvida.
Jacob parece estar se irritando...
Será que ele deixará as coisas acontecerem da forma como Edward quer?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335240/chapter/10

Bella

Eu estava sentada no sofá de pernas bem unidas e as mãos espalmadas sobre os joelhos a exatos vinte minutos, completamente em suspense. Às vezes esquecia até mesmo de respirar e me pegava soltando o ar e o buscando quando caia em mim. Não sabia o que esperar, não sabia como Jacob estaria. Se seu humor estaria realmente péssimo depois de ter escutado a voz de Edward ao telefone. O que me leva a questão central: Sempre Edward, sempre Edward!

Ouvi o barulho de um carro próximo à entrada da minha casa e corri até a janela para espiar quem era. Vi o CrossFox de Jacob. A minha vontade era de abrir a porta e correr de encontro a ele e enche-lo de beijos, demostrar o quanto o adorava, mas achei melhor tentar relaxar e esperar que ele tocasse a campainha para não parecer desesperada e culpada. Por mais que eu me sentisse assim.

A campainha soou e eu contei até cinco antes de me dirigir até a porta e abri-la, não antes de forçar o relaxamento de minhas expressões. Então um homem alto e moreno vestindo negro se revelou em minha frente. Meu namorado estava muito elegante em sua calça social preta combinando com sua camisa azul celeste também quase negra e colada em seu corpo, sobre ela um paletó preto. Seus cabelos estavam devidamente penteados e brilhavam sob a luz.

Ainda bem que me vesti bem esta noite, pelo menos neste aspecto não faria feio diante dele com a minha saia caqui e a minha blusa de seda em um tom bem clarinho de rosa com alças bem fininhas. Optei por um salto agulha bem alto, mas ao que parece não era bastante alto para me deixar próximo da altura de Jacob. Meus cabelos estavam soltos, nunca tinha muita paciência para eles, mas caprichei na maquilagem, brincando com tons azulados ao redor dos olhos.

Tentei esquecer-me destes detalhes por alguns estantes para focalizar nas expressões de Jake. Ele não parecia irritado como eu pensei, mas ainda não estava em seu estado normal. Ao pensar na possibilidade de um desentendimento entre nós dois fiquei nervosa e senti o meu olho esquerdo tremer um pouco. Foi nesse momento tentando não parecer uma desequilibrada com tiques nervosos diante do meu namorado que percebi que já estávamos assim nos observando de frente por alguns segundos, talvez minutos. Para aliviar um pouco mais a tensão troquei o peso do meu corpo da perna direita para a esquerda e não sei se pelo meu movimento Jacob enfim cortou o silêncio.

- Você está muito bonita. - Ele me elogiou beijando-me no rosto, mas não com o entusiasmo costumeiro e isso não me animou em nada.

- Obrigada, você também está muito bonito. - Jake apenas assentiu com uma leve inclinação de cabeça.

- Vamos?

- Claro. - O que mais poderia dizer?

Seguimos para o carro sem falar mais nada e ele nem ao menos tentou pegar em minha mão ou me abraçar como fazia. Jacob estava totalmente estranho e eu estava sem jeito para falar ou fazer qualquer coisa a respeito.

Quando já estávamos dentro do carro acomodados ele virou para mim e abriu a boca para falar algo, mas desistiu e a fechou. Seus olhos estavam sombrios neste instante e então ele virou novamente para frente e segurou com as duas mãos no volante. Não sabia o que dizer e voltei-me para a janela, disposta a esperar que ele começasse o que quer que fosse. A minha culpa estava me corroendo e eu apenas ficaria na defensiva hoje.

- Pretendia te levar para algum outro lugar antes, mas acabei me atrasando no transito. - Ele suspirou. Jacob parecia muito tenso ao pronunciar estas palavras. Olhei para ele e senti um aperto em meu coração. Definitivamente eu não queria perdê-lo.

- Tudo bem. - Jacob olhou para mim e ainda mantinha uma ruga ente os olhos.

- Vamos ao teatro.

Dali por diante nenhuma palavra foi dita novamente, algumas vezes olhava de soslaio para ele e também sentia que ele me observava. Sabia que havia algo se formando, queimando por dentro dele e sabia que isso iria explodir, o problema era que eu não tinha a mínima ideia de quando e qual seria a intensidade da explosão. Só poderia esperar e rezar para que as coisas terminassem bem e que eu não estragasse mais nada.

A peça não me animou em nada, mesmo sendo boa. Foi bem escrita e os atores eram ótimos. Falava sobre uma viúva que estava envolvida com o enteado. Entre jogos e trapaças descobriu-se que o rapaz foi o responsável pela o assassinato do pai e no fim ao saber do acontecido e sentir-se culpada por indiretamente incitar o jovem a cometer este crime, ela acaba se matando o que faz com o que ele enlouqueça completamente, ele acaba arruinado e esquecido, sem o seu pai que o tanto amou e a mulher por quem foi loucamente apaixonado.

No final da peça estava me debulhando em lágrimas e Jacob reconfortou-me ao segurar a minha mão. Sentir a sua mão quente sobre a minha me fez sentir melhor, realmente o gesto me reconfortou não só pela tristeza sentida com a história assistida, mas com a minha própria angustia.

- Vou levá-la para jantar. - Ele falou ao sairmos do teatro.

Seguimos por poucos minutos até um restaurante que havia perto de onde estávamos e sentamos em uma mesa reservada no fundo do estabelecimento. De onde estávamos podia se sentir o frescor do vento vindo de fora e me sentir melhor ao respirá-lo, pois estava novamente bastante nervosa.

Jacob pediu um vinho para nós dois e depois fizemos os pedidos das refeições. Os pratos chegaram e foram servidos, Jacob começou a comer calado e parecia entretido em seus pensamentos. Não consegui dar mais que apenas algumas garfadas e desistir. Abandonei os talheres e o encarei.

- Jacob. - Comecei um tanto temerosa. Ele deixou os talheres e limpou os lábios no guardanapo.

- O que foi? Não gostou do seu pedido? Podemos pedir outra coisa se quiser.

- Não, não é nada disso. - Suspirei para ganhar fôlego. - O que está acontecendo aqui? - Ele permaneceu em silêncio, mas pelo seu olhar tinha certeza de que tinha entendido a minha pergunta.

- Estamos tendo uma noite agradável em casal. - Respondeu não querendo entrar no assunto. Sabia que ele estava se esforçando para não explodir. Mas no momento eu achava que talvez isso fosse melhor do que esse clima de tensão desagradável que estava entre nós dois.

- Esta mesmo achando agradável? Refiro-me a esta coisa entre nós dois, este clima que vem perdurando desde seu telefonema à tarde. - Jacob soltou o ar pelo nariz impaciente e bebeu um gole longo do vinho.

- Bella... – Sabia que ele tentaria negar novamente.

- Sei que não quer brigar e por isso esta evitando o assunto... - Comecei.

- Então não me obrigue a falar. - Ele foi duro.

- Só acho que conversando...

- O quê? Vai mudar o que eu estou sentindo? Você me disse que ele não estaria lá. - O seu tom era acusatório.

- Jacob, eu disse que muito provavelmente ele não estaria.

- Me diz que ele não tentou nada com você. - Seus olhos estavam semicerrados e tinham um brilho ameaçador neles. Não respondi, porque o que falaria não seria o que ele queria e poderia piorar. - Acha que não percebi como ele te olhava na inauguração da boate? Depois essa historinha de te contratar para decorar o apartamento dele. Com certeza na outra noite ele tentou se aproximar. Tudo bem, você pode não ter aceitado e então ele mandou aquelas flores para “se desculpar”. - Ele fez um gesto de aspas com os dedos no ar e riu sarcástico. - E agora ele aparece em um encontro que inicialmente era só para as garotas. È óbvio Bella, ele está te cercando e eu estou louco para dar uma boa surra nele.

- Ele não sabia que íamos para lá hoje... – O que estava tentando fazer? Defendendo Edward?

- Foi isso o que ele disse? - Ele riu novamente sem humor. - Alice pode muito bem ter dito a ele o que iam fazer, ou mesmo os pais deles podem ter comentado, mas não Bella, ele não estava inocente nessa. - As palavras de Jacob me fizeram refletir rapidamente e de repente tudo fez sentindo sim. Da maneira como Edward vinha agindo, é claro que ele não estaria inocente. Ele sabia que iríamos para lá, que eu estaria lá hoje.

- Jacob. - O seu nome saiu através de meus lábios com um gosto amargo, me sentia tola.

- O que mais me irrita nessa história toda é o seu comportamento, Bella. - Pisquei confusa com o que ele disse.

- Meu... Comportamento? - Senti o meu cenho franzindo completamente.

- Sim.

- O que quer dizer? - Falei inclinando-me um pouco mais em sua direção com as mãos sobre a mesa.

- Você acaba dando corda para aquele sujeitinho.

- Não... Não dou corda para ele e me ofende ao pensar isso. - Falei sentindo-me ligeiramente irritada.

- Parecem que se entendem muito bem.

- Jacob é melhor você nem terminar... – Demonstrei meu total desgosto por suas palavras e ele parou respirando fundo.

- Temos que resolver isso Bella. – Aquilo soou como uma intimação.

- Sim, claro. – Apesar de tudo, concordava.

- Bells... Você sabe o que fazer. – Sim, era uma intimação. E senti um pânico crescente. - Fique longe dele. – Enfim ele exigiu. Olhei para ele sem falar nada, ouvir aquilo que deveria ser feito deixava tudo em outra perspectiva. Eu sabia que não teria outra forma, deveria me afastar de Edward pelo menos até que esse efeito que ele provoca em mim passe.

- Você tem razão. - Admiti. - E farei isso assim que der. Antes tenho que terminar o trabalho no apartamento dele. - Falava tentando manter a calma, mas eu estava trêmula. Não sabia se por causa da conversa difícil com Jacob ou se por causa da decisão.

- Você pode cancelar.

- Não, está tudo já encaminhado. Começarei amanhã as modificações.

Ele passou as mãos pelo rosto e apoiou os cotovelos sobre a mesa antes de falar:

- Tudo bem, terei que aguentar isso. - Ele bebeu o resto do vinho, mas não voltou a tocar na comida assim como eu.

Calados, voltamos para casa e ele me acompanhou até a porta.

- Seus pais...

- Voltarão semana que vem. - Respondi antes que ele terminasse a pergunta.

Ele coçou a cabeça e parecia impaciente para me tocar. A distância imposta por ele por estar tão irritado agora o consumia.

- Fui grosso com você. - Ele soltou.

- Apenas disse o que pensava e sentia.

- Não justifica algumas coisas.

- Deixa pra lá, Jacob, eu... – As palavras sumiram dos meus lábios assim que senti os seus em um beijo inesperado e desesperado. Jacob segurava meu pescoço e prendia-me com força junta a ele.

- Não quero perdê-la. - Falou entre os beijos e depois se afastou mantendo as suas mãos possessivas em minha cintura. - E estou com raiva. Ele te quer, está claro. E...

- Shiii... - Calei-o com um dedo em seus lábios quentes. - Faça amor comigo. Eu preciso...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Trapaças: Na Conquista E No Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.