Based On Distance escrita por Priy Taisho


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente o/
Finalmente postei minha primeira One de SasuSaku, espero que gostem e que não achem meio "sem sentido" ç.ç
Boa Leitura.



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Como será que uma amizade de internet acabou virando amor?

Ok, vamos começar do começo... Não do fim.

Sou Sakura Haruno, tenho 17 anos. Cabelos rosados... Sim, rosados você não leu errado e nem está com problemas de vista. Talvez eu seja um alien disfarçado que veio para a Terra com uma missão de dominação mundial e que bateu a cabeça e esqueceu de toda a sua missão... Ou não. Tenho os olhos verdes e...

Dei um pulo ao sentir meu celular vibrar, sorte que a professora estava de costas, passando exercícios no quadro.

“escola, ah tedio profundo.”

Sorri ao receber aquela mensagem, e olha que nós conversamos sobre tudo. Mas parece que a cada dia que passa, Sasuke fica mais irritado por não chegarem logo às férias.

“Se você procurar algo para fazer, não vai ser tão tediosa.” – Respondi revirando os olhos.

Esperei mais alguns segundos, e aproveitei para copiar os exercícios do quadro. Vi Ino fechando os olhos e deixando a cabeça escorada na mão.

- Hey porca? – murmurei a cutucando.

- Quê? – perguntou ela sem se virar.

- Vai fazer lição menina. – falei rindo.

- Vai responder suas mensagens. – disse ela sarcasticamente.

- Ele ainda não respondeu. – falei dando ombros.

Ela me olhou e estreitou os olhos.

- Agora.

Meu celular vibrou e eu o peguei.

“Fala isso, porque está em casa. Queria ver, se estivesse na escola.”

Estreitei os olhos.

“Da onde você tirou isso? To na escola, manolo.” – Respondi. – Que tipo de macumba tu fez? – perguntei para Ino que riu.

- Macumba nada, eu sei que ele responde você rápido. – respondeu ela se virando. – E acho melhor copiar, antes que a professora apague o quadro.

- Ta, Ta. – resmunguei voltando a copiar.

X-X-X

- ESCOLA? – Gritou Sasuke se levantando.

Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para o Moreno que olhava indignado para o telefone.

- Sr. Uchiha, tem algo que gostaria de compartilhar com a sala? – perguntou a professora Anko, num tom calmo e assustador.

Sasuke sorriu sem graça e falou:

- Sabe professora, tenho nada não. – respondeu coçando a nuca.

- Por que gritou tão alto? – perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Emoção... – respondeu Sasuke incerto. – De estar na escola, sabe.

- Acho que o Sr. Vai adorar pegar as suas coisas e ir passear pela escola. – disse a professora.

- Não posso ficar? – perguntou Sasuke sorrindo amarelo.

- Quer que eu te responda? – perguntou ameaçadoramente.

- Não senhora. – falou ele pegando as coisas e saindo o mais rápido o possível da sala de aula.

Assim que chegou no corredor, discou rapidamente os números que já sabia de cor e esperou a rosada atender... Ah, ela tinha que lhe dar algumas explicações.

X-X-X

A professora começou a explicar os exercícios, e a sala toda estava em silencio, quando...

Ladies and gentlemen

This is Mambo number5

One, two, three, four, five

Everybody's in the car, so come on

Let's ride to the liqueur-store around the corner

The boys say they want some gin and juice

But I really don't wanna

Senhoras e Senhores,

este é o mambo número cinco.

Um, dois, três, quatro, cinco,

todo mundo no carro, então vamos passear...

Vamos para a loja de bebidas na esquina.

Os rapazes estão dizendo que querem gin e suco.

Mas eu não quero tanto assim.

Acho que fiquei no maior pokerface do mundo, sabe só acho. A Ino olhou pra mim pelo canto do olho, ela estava do mesmo modo que eu e ela também sabíamos que era o meu celular.

- Seja quem for, desligue o celular e saia da minha sala. – a Professora mandou passando a mão pelo rosto. – AGORA!

- Ta bem, eu não queria assistir a aula mesmo. – me levantei dando ombros. Peguei a minha bolsa, e sai da sala batendo a porta. – Filho de uma mãe. – falei assim que atendi o telefone.

- Filha da mãe. – ele retrucou.  - você não estava com febre ontem, ficou de cama e com dor de cabeça? MAS QUE DIABOS VOCÊ TA FAZENDO NA ESCOLA?

- Opa. – sorri amarelo.

- Opa? – ele respirou fundo. – Sabe que tinha que ficar em casa, não é?

- Sasuke, foi só um resfriadinho passageiro. – dei ombros como se ele pudesse ver.

- Não vou dizer nada. – e então ele ficou quieto. Ok, isso não é bom... Não é bom, não é bom...

- Sasuke? – chamei.

Silencio, mas eu sabia que ele estava ainda na ligação porque ouvia a respiração dele.

- Sasuke? – formei um bico inconscientemente. DROGA! Se eu tivesse lembrado de que tinha contado pra dele do resfriado, teria respondido a mensagem dizendo o quão tedioso era estar em casa. – Amorzinho? – apelei e ele não respondeu esse puto! –Ok, não vai responder? Vai ficar somente ouvindo a minha voz linda e maravilhosa? – Respirei fundo e então falei. – Quando você resolver me responder me ligue de novo. – anunciei desligando o telefone.

Ele ia me xingar, ele já estava me xingando e ainda ia continuar me xingando quando fosse dormir e ir tomar banho. E não é nenhum exagero, sério.

Uma vez, quando eu sem querer desliguei na cara dele porque estava correndo pra pegar o ônibus... Pegar um ônibus... Ok, vocês entenderam. Continuando, eu acabei desligando o telefone sem querer e ele ficou muito, mas muito, muito puto.

Não atendeu minhas ligações, não me respondeu em nenhuma rede social (apesar dele visualizar as mensagens e começar a escrever um texto enorme, mas depois desistir e me deixar no vácuo), e provavelmente ele tinha bloqueado o meu numero para que sempre fosse para caixa postal.

Ai eu tive que apelar né? Então eu liguei pro Itachi(irmão mais velho do meu namorado) e ele me disse que o Sasuke tinha me xingado e estava de mau humor porque eu havia desligado na cara dele propositalmente, enquanto nós dois conversávamos sobre algo extremamente importante (coisa que eu não faço ideia do que seja, já que eu tenho memória de peixe), e que eu tinha sido infantil e desligado na cara dele.

- Uchiha babaca. – suspirei escorando-me na parede ao mesmo tempo em que o sinal tocou. A Porca foi uma das ultimas a sair da sala, ela perguntou o que havia acontecido e eu prontamente lhe contei tudo, enquanto íamos para o ponto de ônibus. Sim, já era a ultima aula! \o/

- E você vai fazer o quê? – me perguntou curiosa. – Da ultima vez em que desligou o telefone na cara dele, foi quase uma terceira guerra mundial. – deu risada.

- Não vou correr atrás. – dei ombros e desliguei o celular. – Vou esperar uma semana, se ele não correr atrás eu peço desculpas. – declarei também rindo.

- Tá de sacanagem né?

- Talvez. – dei um sorriso amarelo. – Vamos logo pra casa, to morrendo. – declarei dando o sinal para que o ônibus parasse.

Eu e Ino dividíamos um apartamento, já que o mesmo era muito grande para somente uma pessoa morar. Depois de uns 45 minutos dentro do ônibus, eu pude me jogar no sofá e fechar os olhos numa tentativa frustrada de ir dormir... Não pera, eu não contei minha historia linda com o Sasuke, não é?

Vamos ver...

Eu e ele nos conhecemos na internet, através de uma discursão sobre um anime que eu odeio e ele ama. Claro que não bastava ficar discutindo pelos comentários, ele tinha que me mandar uma solicitação de amizade para continuarmos com a discursão. A mesma durou quase três dias, de verdade, ele cismou que me faria gostar desse tal anime e ele não parou até que eu admitisse que era legal e que estava errada, me fez até pedir desculpas. Depois dessa história linda, Sasuke e eu acabamos virando amigos, melhores amigos para falar a verdade. A única coisa ruim de tudo isso, é que eu moro no estado de Nova York, e ele no estado da Califórnia, ou seja, longe pra caramba.

Com o tempo, eu passei a sentir uma necessidade incrivelmente absurda de falar com ele a todo o momento, eu tinha ciúmes de quando ele comentava sobre as “ficantes” ou sobre as garotas que se atiravam em cima dele a todo o momento. Isso piorou muito, quando ele disse que estava começando a gostar de uma garota e não tinha noção de como se declarar para ela. Foi ai que eu me dei conta de que estava apaixonada pelo meu melhor amigo e isso não era nada bom.

A cada dia que passava, Sasuke parecia mais apreensivo e mais apaixonado pela tal garota, isso acabava comigo. Não sei se era por conta do ciúmes ou pelo fato de eu me irritar profundamente a cada vez em que ele comentava sobre essa “garota misteriosa” e juntando com a minha TPM, nós acabamos tendo nossa primeira discursão.

 - Será que dá pra trocar de assunto? – a rosada perguntou nervosa.

- E você quer falar sobre o quê? – Sasuke perguntou confuso.

- Qualquer droga que não seja essa sua paixonite. – respondeu revirando os olhos.

- Ta de TPM? – ele tornou a perguntar. – Porque se estiver...

- Você vai fazer o quê? – Sakura arqueou uma sobrancelha.

- Vou dizer que é melhor você não descontar seus problemas hormonais em mim. – ele disse duramente. – Depois nos falamos. – e então desligou.

Ri levemente, eu tinha ficado sem reação ao perceber que tinha te irritado, mas mesmo assim não te liguei. Aquela havia sido a briga mais longa que tivemos.

Encarava o telefone estupefata, eles haviam... Brigado, por um motivo idiota da sua parte, mas mesmo assim... Não tinham se despedido com um “Boa noite, tapado (a)”.

- O que eu fiz? – murmurou  pendendo a cabeça para trás. Passou algum tempo assim, quando o telefone começou a tocar e ela atendeu rapidamente assim que viu quem estava ligando. – Sasuke? – chamou.

- Escuta uma coisa aqui sua idiota, eu nem devia te ligar. – ele resmungou. – Mas eu não consigo ir dormir ou fazer qualquer outra coisa sabendo que estou brigado com você, argh é irritante. Você é irritante, e essa sua TPM mais ainda. Mas quer saber de uma? Foda-se, porque nem toda essa sua chatice me faz parar de te amar e de parar de pensar em você. Pronto falei! Eu te amo Sakura Haruno, pode ser algo totalmente louco por nunca termos nos visto pessoalmente, mas é isso e pronto.

A moça ficou com os olhos arregalados e não conseguia nem ao menos respondê-lo. Sentia vontade de chorar, pela emoção.

- Sakura? – perguntou indeciso. – Olha se...

- Você me liga, me chama de irritante e depois diz que me ama. – murmurou ela com a voz embargada pelo choro. – Eu não sei se te xingo, ou se digo que te amo também seu Emo palhaço.

- Eu aceito a opção do “Eu te amo”. – ele falou aliviado.

- Eu te amo, seu babaca. – ela disse sorrindo. – Muito, muito e muito!

- Não sabe como ouvir isso me deixa aliviado. – Sasuke deu uma leve risada. – Você quer er... Namorar comigo? – perguntou envergonhado.

- Se eu disser que sim, você me promete não morrer? – respondeu com outra pergunta.

- Não irei morrer, prometo. – falou como uma criança.

- Você já sabe que é um sim, porque eu te amo e não morra! – advertiu a rosada brincando. – Não quero virar viúva. – deitou-se no sofá de um modo confortável.

- Tsc, Irritante. – ele murmurou divertido.

Não reprimi uma risada, aquela discursão tinha dado inicio a uma das melhores fases da minha vida. Desde desse dia, já haviam se passado três anos que eu conhecia o Sasuke.

Dois de namoro e um de amizade, e mesmo com todo esse tempo nunca havíamos nos visto. Agora vocês me perguntam, por quê?

E eu respondo, porque todas as férias que tivemos de lá pra cá, foram explicitamente atoladas. Quando não era eu, ele tinha que viajar por causa da família, Natal e Ano novo é impossível, ou seja estavam conspirando contra nós.

Mas nessas férias não, todos já sabiam da prioridade que é para nós dois nos vermos, nos tocarmos e nos abraçarmos finalmente, então NADA DE PLANOS FAMILIARES! Mentira, ele vai ir conhecer meus pais e eu os dele, mas depois de passarmos um tempo sozinhos.

- Tá pegando? – Sakura perguntou acenando para a Web cam. Estava usando uma regata branca e um shorts curto e preto. Os cabelos estavam presos num coque bagunçado.

Ela estava sentada com as pernas cruzadas em cima de uma cadeira.

- Eu estou te vendo, você tá me vendo? – Sasuke perguntou rindo. Ele tinha uma expressão cansada, estava sem camiseta e os cabelos estavam completamente bagunçados.

- Ah, eu to te vendo amor... – ela murmurou assentindo. Ele era realmente bem “trabalhadinho, não?”.  – Você foi ao hospital? – perguntou preocupada.

- Foi arrastado cunhadinha! – Itachi falou empurrando Sasuke, para aparecer. – Tive que ameaçar que iria te ligar, para que ele fosse sem reclamar.

- Cala a boca seu idiota! – o Uchiha menor empurrou o irmão. – Não acredite em nada do que ele disse! – acrescentou desesperadamente, o olhar da namorada era ameaçador.

- E eu deveria acreditar em quem? – ela deu um sorrisinho sarcástico.

- Em mim oras! – Sasuke respondeu indignado e depois tossiu. – Merda...

- Sasuke isso não é uma doencinha qualquer, é uma virose. – Sakura falou seriamente. – Se não se cuidar, eu vou ai e te mato.

- Chega de hospital. – ele sorriu animadamente.

- Eu não vou nem encostar em você, vou te jogar do terceiro andar e esquecer de qualquer pessoa com o sobrenome Uchiha. – ela deu um sorriso inocente.

- HAHAHAHAHAHAH – Itachi estava dando risada da careta que o irmão fez, definitivamente Sakura era a única que podia convencer o irmão de coisas que ele nunca faria.

- Cala a boca! – Sasuke gritou nervoso.

- Ui ele tá nervosinho! – Ino debochou aparecendo atrás da amiga.

- PORQUINHA! – uma ruiva apareceu, mas antes ela empurrou Sasuke fazendo com que o mesmo caísse no chão. – Desculpa aê, Emo. – deu uma risada amarela. – Sentiram minha falta meninas? – perguntou, e foi empurrada por Itachi.

- Isso aqui tá pior do que repórter brigando por uma entrevista. – falou dando risada. – To saindo. – olhou para algum ponto e então correu da frente da câmera.

Sasuke apareceu e tinha uma marca vermelha no meio da testa.

- Môr, cê vai se cuidar né? – perguntou a rosada manhosa, sabia que ele não resistiria. Era um charme. (Só que não).

- Eu não gosto de hospitais. – ele suspirou. – Mas vou né, você fica apelando – resmungou.

- Te amo. – e então fez um biquinho.

- O que aconteceu com a sua testa? – Ino perguntou dando risada, tendo como resposta uma careta do moreno.

Ele estava preocupado comigo, da mesma maneira que eu me preocupei com ele...

Para falar a verdade, eu só tinha estado com um resfriado forte de certo modo, que me deixou com febre e etc, mas eu já tinha passado dois dias somente deitada(por causa dele), e hoje a febre já tinha passado e eu me senti muito bem, Sasuke disse que era melhor esperar mais uns dois dias e depois eu iria para a escola. Claro que eu não obedeci e deu no que deu.

Suspirei pesadamente e quase bati a testa no “braço” do sofá. Não sei quando e nem como, mas eu acabei adormecendo em meio às lembranças.

Sasuke Pov’s:

- Ela desligou na minha cara de novo. – reclamei andando de um lado para o outro. Estava em casa, e meu irmão e a noiva dele eram meus “ouvintes”, já que Naruto e Hinata haviam saído.

- E você vai ficar puto da vida com ela de novo? – a ruiva perguntou impassível, enquanto deitava-se no colo do meu irmão.

- Não, eu não to nervoso por isso. – respondi continuando a andar de um lado para o outro. – Ela disse: “Quando você resolver falar comigo novamente, me ligue!” e desligou. – completei frustrado.

- E você tá esperando o quê para ligar? – Itachi perguntou mais frustrado ainda e então jogou uma das almofadas em mim. – Pare de andar seu idiota, estou ficando tonto.

Sentei-me no sofá em frente ao que eles estavam.

- E eu liguei, mas o telefone tá desligado. – murmurei assentindo. – Eu acho que ela que ficou nervosa, mas... – “Ela tava doente, não pode ficar indo pro colégio assim.”. Uma vozinha falou em minha cabeça.

- Isso vai dar dor de cabeça... – meu irmão murmurou revoltado e então começou a enumerar vários motivos que acarretariam a sua dor de cabeça. - ... Você vai ficar insuportável e...

- Cala a boca. – exclamei assim que uma ideia predominou meus pensamentos, dei um sorriso de canto satisfeito.

- Epa o que esse seu cérebro de girino disse? – Lily perguntou estreitando os olhos.

Fim do Sasuke Pov’s:

Seis dias haviam se passado e nada.

Ino e eu ficaríamos em casa por duas semanas, por conta de uma reforma maluca que a diretora resolveu fazer de ultima hora.

- Estou sentindo falta de alguma coisa... – murmurei estreitando os olhos.

- Do Emo? – Ino perguntou cruzando as pernas sobre o sofá e ajeitando o pote de brigadeiro no colo.

- Não... – murmurei. – Quer dizer, também. Mas não é isso...

- Ah, não deve ser nada de importante. – ela deu ombros. – Testuda me empresta teu telefone? – pediu. – O meu tá descarregado...

- MEU CELULAR! – gritei dando um pulo.

- Ain que isso, se não queria emprestar era só... – a loira começou, mas eu a interrompi frustrada.

- Eu não vejo meu telefone desde o dia em que fomos para a escola e eu fui expulsa da sala. – arregalei os olhos e ela fez o mesmo.

- Vamos procurar pela casa, se não o encontrarmos...  Ai danou-se. – exclamou colocando o pote para o lado e se levantando.

Reviramos TOTALMENTE o apartamento, de cima a baixo.

- Meu neném... – formei um bico e senti meus olhos marejando. Peguei o telefone fixo e disquei o numero do meu celular, que chamou e chamou e chamou...

- Alô? – uma voz grossa atendeu.

- Você é cruel... – choraminguei. – Como pode roubar meu telefone? – Ino me olhou confusa.

- Garota você tem algum tipo de problema? – o homem falou indignado. – Como você liga pra quem roubou seu celular?

- Então você admite né? – formei um bico. – Olha moço, é muita maldade da sua parte, sério. Eu briguei com o meu namorado e ele ia ligar no meu celular, que tem as mensagens fofas que ele me mandou e olha... é maldade. Tipo assim, eu não conheço ele pessoalmente e você rouba o lugar a onde eu tenho mais lembranças dele?

- Garota você realmente tem problemas... er... Sakura? – perguntou confuso.

- É. – murmurei tristemente. – Porque você é tão malvado?

- Escuta aqui, você só fala com o seu namorado pelo celular? – ele não me respondeu, cretino.

- É, oh olha ai nas mensagens, cheio de lamurias por morarmos longe. – eu estava falando como uma criança indignada.

- Eu não costumo fazer isso, mas só porque estou de bom humor vou devolver ok? – ele suspirou. – Estou numa lanchonete, próxima a avenida principal conhece?

- Aham... – concordei assentindo, ele não pode ver, mas eu fiz isso.

- Tem um garoto ruivo aqui, de olhos verdes. – ele começou. – Hey carinha, você vai ficar com esse telefone e entregar pra uma garota que vai vir busca-lo. Entendeu? – falou para o tal garoto ruivo.  – Você pega o telefone e fica feliz de novo. – disse para mim.

- Você não é um bandido tão mal... – falei com os olhos cheios de lágrimas.

- É que você não me viu em dias piores. – ele respondeu de mal grado. – E ah, um ser imbecil ligou um bando de vezes e depois desistiu. – avisou.

- Como é o nome? – perguntei curiosa.

- Môr. – ele fez uma voz enojada.

- Ele me ligou. – exclamei feliz.

- Blá Blá. – ele falou nervoso. – Garota vou desligar, o telefone está aqui agora se o tal do ruivo rouba-lo de você, boa sorte. – e então desligou na minha cara.

- Bandidinho mal educado. – estreitei os olhos.

- Você tava choramingando pra um bandido? – Ino perguntou de olhos arregalados. – Você tem algum problema?

- Qual é, era o meu celular. – falei dando ombros.

- Hey meninas! – A porta se abriu e o Sai entrou somente de shorts, ou seja sem camiseta, deixando o corpo definido a mostra. Ele tinha os cabelos negros e os olhos da mesma cor,  meio puxados que davam um charme a ele. – Sakura cadê notebook hein? To no tédio e posso fazer a manutenção dele agora. – assentiu escorando-se na porta.

- Eu ainda me pergunto por que todo mundo desse andar tem a chave da casa do outro. – Ino falou estreitando os olhos.

- Precaução. – Sai deu ombros.

- Ou outras coisas... – murmurei e ele estreitou os olhos.  – O notebook tá lá no quarto, é só você ir buscar princesa. – dei ombros.

- Além de eu vir aqui de bom grado, sofro bullying. – ele resmungou enquanto entrava deixando a porta encostada.

- Tadinho... – Ino falou enquanto ria. – Que cê quer, hein? – estreitou os olhos quando viu meu olhar direcionado a ela.

- Porquinha, minha amiga loirinha... Você sabe que tem um lugar especial no meu coração né? – sorri amarelo.

- Sakura...

- Sabe aquela lanchonete, na avenida principal? – perguntei como quem não quer nada.

- Que tem? – estreitou os olhos azuis.

- Vai lá se encontrar com um cara ruivo, que está com o meu celular? – perguntei animada. – Ai você compra aquele super sorvete que você ama e mais algumas coisinhas... – dei um sorriso Colgate.

- Ah não...

- Ah vai porquinha, por favor! – pedi quase que implorando. – Eu ainda to de pijama, com o cabelo igual a um bando de feno e você já está ai toda divosa, nem parece que ia ficar em casa. – reclamei.

- Só vou por causa do sorvete. – ela falou virando o rosto.

- Vocês só não engordam de ruim! – Sai comentou enquanto passava com meu computador em mãos.

- Cala a boca! – a loira recrutou jogando os cabelos para trás. – Genética ajuda... E exercícios também. – deu ombros.

- Levantamento de garfo é o principal. – comentei e ela me olhou feio. – Calei a boca... – murmurei.

- Vou buscar a droga do telefone. – Ino resmungou nervosa. – E você vai arrumar o computador! – acrescentou para Sai.

- Tá, to indo... – ele resmungou passando pela porta, que ainda estava aberta.

Ino me encarou, arrumou a roupa e saiu, resmungando algo sobre como eu era folgada e que estava fazendo isso por causa do sorvete.

Balancei a cabeça e suspirei, um banho seria a melhor coisa a se fazer. Depois, que eu estivesse com o meu celular em mãos ligaria para o Sasuke e agiria como se nada tivesse acontecido... Qual é, eu sinto falta daquele irritante.

Caminhei até a porta e tranquei a mesma, enquanto ia em direção as escadas para ir ao meu quarto. Peguei uma toalha azul e rumei para o banheiro.

Assim que entrei no mesmo, despi-me e soltei os cabelos para então abrir o chuveiro e entrar de baixo da agua quente.

Sabe aqueles momentos em que você começa a cantar e achar que está em um show?

- Cause your sex takes me to Paradise – é claro que eu quis imitar os passos, claro é uma coisa gênio fazer isso enquanto tá de olhos fechados e com a cabeça cheia de shampoo. - Yeah your sex takes me to Paradise, And it shows, yeah, yeah, yeah. – sério, vocês podem estar ouvindo ou não, mas eu estou arrasando no meu show.

Cause you make feel like, I've been locked out of heaven

Comecei a dançar e a pular como uma doida, enquanto cantava.  Tenho dó dos moveis do banheiro...

Continuei cantando, até eu escutei a campainha tocando. Parei por um momento e encarei a porta do banheiro como se pudesse adivinhar quem era.

- Seja quem for, eu não vou interromper aqui... – murmurei continuando a tomar banho e então tocaram a campainha mais uma três ou quatro vezes. – O saco! – exclamei irritada. – Não se pode nem tomar um banho mais... – resmunguei tirando o excesso de agua dos meus cabelos e me enrolando na toalha. Não seria ninguém de mais né?

No máximo a Ino deve ter esquecido as chaves de casa e tá enchendo o saco pra mim abrir a porta, mas por que ela não pediu a chave para o Sai?

- Beat it, loom, dap'n daun, Beat it laun! Daun Daun!... – fui em direção a porta, cantarolando a música doida que tinha aparecido de repente na minha cabeça.  Abri a porta, enquanto cantava o refrão - Eu quero te provar, Sem medo e sem amor... – arregalei os olhos quando o vi.

- Então quer dizer que você quer somente meu corpo nu? – Sasuke arqueou uma sobrancelha, enquanto tinha um sorriso de canto.

Eu tinha a boca meio aberta e o encarava pasma. Os cabelos negros estavam bagunçados, como eu sempre havia visto nas fotos e nas nossas conversas por web cam. Os olhos ônix tinham um brilho maroto e se estreitaram quando notou que eu estava apenas de toalha.

- Sa-Sasuke? – gaguejei sentindo meus olhos arderem. – Você não é nenhum tipo de holograma? – perguntei estreitando os olhos.

- E você costuma atender as visitas de toalha? – ele arqueou uma sobrancelha, seu tom era ciumento.

- Eu não acredito! – ingnorei o que ele havia dito e o abracei fortemente, com medo de que ele fosse algum tipo de alucinação proposta pela minha mente.

- Quando eu te ver pela primeira vez, vou te morder seu idiota! – Sakura falou dando risada.

- Como se você fosse lembrar disso, do jeito que tem o cérebro pequeno. – ele respondeu também rindo.

- Você me mordeu! – ele falou num tom brincalhão, não havia sido forte u.u

- E você disse que eu não ia lembrar. – ele apertou os braços que estavam envolta da minha cintura.

- Eu te amo. – ele disse e então fomos nos aproximando lentamente e então selamos o nosso primeiro beijo.

Don't be afraid if I'll go crazy for you

Don't be surprised if I'll fall at your feet

I don't care about what they think of me

I don't know what to do

'Cause I'm falling for you (for you)

Não tenha medo, se eu vou ficar louco por você

Não se surpreenda se eu cair aos seus pés

Eu não me importo sobre o que pensam de mim

Eu não sei o que fazer

Porque eu estou apaixonado por você (por você)

Eu senti meu coração se acelerar e meu corpo vibrar de uma maneira indescritível. Enlacei meus braços ao redor de seu pescoço, enquanto nossas línguas trocavam caricias em meio a uma dança sincronizada. Eu admito que deixei algumas lágrimas de emoção rolaram por meu rosto. Ah cara, posso soltar fogos de artificio?

- Eu também te amo. – sorri e encostei minha testa na dele fechando os olhos...

- Tsc, irritante. – ele murmurou. – Como você atende as pessoas desse jeito?

- Pensei que fosse a Ino. – abri os olhos para encara-lo, mas notei um movimento suspeito na outra parede. – Quem tá ai? – inclinei a cabeça para o lado tentando ver algo.

- Sorry, não queríamos atrapalhar o momento casal. – Lily falou com as bochechas coradas, enquanto se separava de Itachi que estava do mesmo modo. – Hey Dude *, porque atendeu somente de toalha? – perguntou rindo, enquanto franzia o cenho.

- O- Oras Dude, eu estava tomando banho. – falei dando ombros, enquanto tentava esconder a vergonha.

- Você está corada. – Sasuke murmurou próximo ao meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse.

- Cunhadinho! – ingnorei o que ele disse, enquanto acenava para o Itachi. – Vamos entrem, vou vestir alguma coisa e volto pra dar um abraço em vocês. – falei desprendendo-me do Sasuke (aaaah eu não queria fazer isso. #chateada), e dando passagem para eles entrarem.

Segurei firmemente a toalha e subi as escadas correndo, enquanto passava a expressão de confiante. Claro que eu não estava assim, entrei praticamente sambando dentro do meu quarto (a minha atuação como sambista seria melhor, se eu não parecesse uma galinha cacarejando).  Fechei a porta e comecei a procurar alguma roupa no mínimo “decente” para usar.

Bati o dedo na cama enquanto corria atrás dos meus chinelos e bati a perna no mesmo lugar, enquanto colocava minha camiseta e corria para pegar uma escova e pentear os cabelos. Então tecnicamente eu não estava correndo, estava mancando como um pato manco ou um cavalo manco.

Quando finalmente tinha terminado de me arrumar, corri em direção as escadas, mas estaquei no lugar ao ver muito mais pessoas do que eu havia deixado na sala. Deidara estava olhando estranhamente para os que tinham ficado ali e Sasori também, Sai estava com meu computador em mãos e todos estavam er... Provocantes? É isso mesmo?

Porque diabos todos os meus vizinhos tem a mania de entrar aqui em casa? Ainda mais sem alguma peça de roupa? ISSO É MACUMUNAÇÃO?!

- Ferrou... – murmurei ao ver o olhar que Sasuke lançava para cada um deles. – Why? – choraminguei descendo as escadas. – Oi... – dei um sorriso amarelo, eu seria esfaqueada se o Uchiha tivesse uma faca em mãos.

- Hey princesa. – O loiro que é irmão da Ino, só pra constar a incrível semelhança entre os dois. – Precisamos ter uma conversa. – passou um dos braços pelos meus ombros.

- Concordo. – Sasori, que era ruivo e tinha os olhos num castanho acinzentado falou passando um braço pela minha cintura.

- Agora! – Sai sorriu e então passou a me empurrar, junto com os outros dois em direção a cozinha.

Pessoas, desculpem a minha expressão, mas...

- Fodeu! – murmurei sentindo calafrios.

- Quem são eles e quem é o emo da sala? – Sasori perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Emo não! – rebati. – Meu namorado poxa...

- Achei que ele morasse em outro estado e que fossem se ver só nas férias... – Sai comentou confuso.

- Andou mexendo no meu histórico? – perguntei estreitando os olhos.

- Quem sabe... Só um pouquinho? – ele respondeu dando um sorriso amarelo.

- Mas isso não vem ao caso. – Deidara falou tirando a franja de cima do olho para me encarar melhor (?). – Tinha que ter nos avisado, assim iriamos vir preparados, Hn.

- Sasuke vai querer me matar...

- Se ele tiver ficado com ciúmes depois do que aconteceu, passou no teste. – Sasori começou a rir, enquanto eu o atacava de todas as maneiras (em pensamento claro, já que ele é mais alto que eu). – Relaxa maninha, viemos aqui apenas para ter uma conversa. – o ruivo assentiu.

Deixe-me explicar essa história de “maninha”.  Sasori é meu irmão... “Adotivo”, por assim dizer... Bah, como se sangue importasse em alguma coisa. Meus pais o adotaram, quando o mesmo tinha cinco anos de idade, e eu tinha quatro. Sempre nós demos muito bem, e nunca demos opinião na vida do outro... Com exceção de tudo, já que irmãos são pra isso, não é? Hehehe.

Eu opinava sobre as namoradas dele, e ele opinou sobre os meus três namorados. Sim, sou uma moça culta que não saí pegando o povão por ai... Por mais que sempre existam suas exceções não é? Hehe (repetindo essa frase de novo).  Enfim, agora vocês sabem que o Sasori é um Haruno, mas ele não mora comigo.

- Não tente me acalmar! – resmunguei revirando os olhos. – Eu encontrei o Sasuke há menos de uma hora e a primeira roupa ou quase isso, foi uma toalha. E em seguida vocês entram aqui... Desse jeito. – completei frustrada, fazendo com que eles rissem.

- Viemos pedir uma sugestão. – o loiro falou dando ombros. – Você sabe Sakura, a arte é um estouro. Hn.

- Vocês é que são os artistas. – Sai comentou balançando a cabeça. – A única sugestão que a Sakura poderia dar, é sobre como pôneis são bonitinhos.

- Cala a boca! – reclamei dando um tapa no braço dele, que quase deixou meu computador cair. – Porque diabos ainda tá segurando isso ai?

- Você quer que eu solte? – ele arqueou uma sobrancelha.

- Não. – dei um sorriso amarelo, entendendo que ele iria soltar realmente o notebook.

- Enfim maninha, era somente uma opinião sobre algumas peças que começamos a montar no ateliê, você e a Ino podem ver isso depois. – Sasori falou revirando os olhos, enquanto me abraçava. – Depois voltaremos aqui e eu terei uma conversa com o... Cara que tá na sala. – assentiu formando uma expressão cruel.

- Agora vai aproveitar e matar a... Carência. – Deidei piscou fazendo com que eu corasse e depois lhe mostrasse o dedo do meio, enquanto Sasori desfazia o abraço.

- É essa a educação que deu a sua irmã, Haruno? – Sai debochou. – Que feio pequena Saky. – e então bagunçou meus cabelos, fazendo com que eu estreitasse os olhos.

- Me chame assim de novo e faço você engolir seu cabelo. – ameacei. Todos nós ficamos sérios e depois começamos a rir. – Me desejem boa sorte!

- Se for pro quarto, use camisinha. – Sasori me advertiu tentando fazer uma expre

ssão séria.

Meus olhos se arregalaram e eu senti minhas bochechas pegarem fogo.

- O-Oras re-respeito comigo. – gaguejei.

- Que bonitinha. – Sai provocou apertando minha bochecha e puxando a mesma. – Vou indo, não me dê sobrinhos muito cedo. – avisou entregando-me o computador e indo embora.

- Hey seu cretino, essas palavras são minhas! – Sasori protestou enquanto me dava um beijo na bochecha e seguia Sai.

- Não me deixem pra trás, seus cretinos! – Deidara gritou indignado. – Força rosada! – piscou e me deu um abraço, meio sem jeito já que eu to com o computador em mãos, mas foi um abraço.

Eu sei que destruí muitos formigueiros quando criança e que isso me arrecadou uma guerra contra as formigas, que agora me dão alergia e se vingam da pior forma possível. Sei que também não dividi meu Kinder Ovo com a Ino, e que eu sou uma péssima cozinheira, o que já causou uma intoxicação nos meus amigos queridos... Mas por favor Kami-sama, não me deixe morrer ao pisar os pés naquela sala.”

Fiz uma mini oração, cruzei os dedos e respirei fundo umas 15 vezes antes de ir pra sala com um sorriso amarelo.

- Er... Voltei. – falei sentindo minhas bochechas doerem. Coloquei o notebook em cima da mesinha de centro e pelo canto do olho, vi a porta fechada.

- Nova York é simplesmente fascinante. – Lily falou rindo enquanto se levantava para me dar um abraço.

- Nós vamos dar uma saída cunhadinha, sabe, deixar o casal “a sós”. – piscou e bagunçou meus cabelos, que a esse momento devem estar como uma palha de novo.

- Até depois. – a ruiva me soltou, então acenou para mim e saiu do apartamento me deixando sozinha com Sasuke, que estava com o rosto virado em uma direção oposta a minha e mantinha os braços cruzados. Caminhei até o sofá a onde ele estava sentado e o encarei, mas o mesmo não fez nada. Bufei indignada, e fiz algo que meu orgulho aconselhou.

Descruzei os braços dele e me sentei em seu colo, puxando o rosto dele para encarar-me.

- Sasuke Uchiha, você não veio até aqui pra ficar com essa cara de paisagem. – reclamei.

- E você quer que eu faça o quê? – ele arqueou uma sobrancelha. – Venho ao apartamento da minha namorada e enquanto ela está se trocando, sem mais nem menos, três caras praticamente nus entram aqui e depois te agarram juntos até a cozinha. – seu tom era irritadiço, seu maxilar estava trincado e eu podia ver certa fúria em seu olhar.

- Está com ciúmes? – perguntei soltando uma risada. – Admita... – abaixei o tom de voz e beijei seu maxilar.

- Não estou com ciúmes, se ponha em meu lugar e imagine o que você pensaria caso encontrasse um bando de mulheres entrando no meu apartamento. – ele recrutou. Por mais que estivesse nervoso, não fez nenhum movimento para me tirar do colo dele.

- Você tá com ciúme do Sasori, do Deidei e do Sai? – perguntei divertida, enquanto mantinha um sorriso de canto.

- Não fique rindo. – ele reclamou de mal humor.

- Sasori é meu irmão mais velho, Deidara é o irmão também mais velho da Ino e Sai... Bom, ele é um dos meus melhores amigos, mas tem namorado. – confessei rindo próximo ao seu ouvido.

- Na-Namorado? – Sasuke perguntou espantado.

- Aham. – concordei rindo. – Aposto que ele não gostaria de dividir o Sai comigo... Chateada. – formei uma expressão de desolada e o moreno passou os braços ao redor da minha cintura.

- Nem se quisesse. – ele murmurou mais calmo.

- E agora me diga, como encontrou minha casa e porque veio pra cá? – perguntei encostando minha testa na dele.

- Eu te mandei cartas e alguns presentes, não se lembra? – assenti e ele continuou. – E não sou bem vindo? - resmungou.

- É claro que é. – discordei. – Mas você largou a escola assim, do nada e veio me procurar apenas com um endereço? – perguntei franzido o cenho. – Você por algum acaso tem algum problema?

- Eu vim por você, Ok? – me afastei um pouco para encara-lo. – Te liguei três dias seguidos e nenhuma chamada foi atendida, você não entrou na internet e o telefone da sua casa nem ao menos chamava. Então decidi vir aqui atrás de você, simples. Corri feito um louco em busca de uma transferência escolar, enquanto agendava passagens, e procurava algum apartamento para morar, que no caso não encontrei e mesmo assim vim. Interrompi algumas reuniões do meu pai, para comunica-lo sobre a minha mudança. Tive de viajar para outra cidade para me despedir da minha mãe e voltar para a minha antiga casa, pegar minhas malas, já que Itachi e a noiva maluca dele decidiram vir comigo para passar alguns dias aqui, já que a ruiva ama Nova York. – respirou fundo e completou. – Eu te amo, me desculpe por ter me feito de durão e não ter te respondido, eu apenas me preocupo muito com você, porque não sei o que seria de mim sem ouvir a sua voz um dia sequer. – eu estava sem palavras... Ele havia feito tudo aquilo por mim?

Nossos lábios foram se aproximando e lentamente se selaram. Nossas línguas faziam caricias em uma dança sincronizada. Minhas mãos foram até seus cabelos e se entrelaçaram lá, enquanto uma das dele estava em minha coxa e a outra apertava levemente a minha cintura. Quando nos separamos, trocamos mais alguns selinhos e ele colocou o rosto na curva do meu pescoço, fazendo com que sua respiração batesse ali e me deixasse arrepiada.

- Nunca pensei que eu sentira tanta falta de uma coisa que eu praticamente acabei de conhecer. – ele murmurou calmamente.

- E eu tenho que agradecer por ter sido assaltada, meu computador pegar um vírus e meu telefone ficar sem linha por um tempo. – dei uma leve risada. – Não se preocupe, o assalto foi tão sutil que eu só senti falta do meu celular hoje. – comentei.

- Você tem um cérebro de vento. – ele falou rindo e me apertando contra o corpo dele. – Finalmente eu te encontrei, Haruno. – me deu um beijo na base do pescoço.

- Finalmente eu fui encontrada por você, Uchiha. – acariciei seus cabelos.

Eu não tive e nem senti o tempo passar, eu e Sasuke passamos horas conversando e quando dei por mim, já estava escurecendo. Decidi pedir duas pizzas e ligar para a Ino, que estava demorando mais que o normal. O telefone chamou umas duas vezes e eu tinha conseguido falar com ela, que me disse que passou o resto do dia na casa da Temari (uma das vizinhas), porque soube pelo irmão que Sasuke estava aqui e quis me dar privacidade. Own, eu amo essa porquinha.

- Quer conhecer meu ilustre apartamento? – perguntei ao ver que o moreno parecia extremamente entediado, enquanto passava os canais da televisão rapidamente.

- Promete ser uma guia legal? – ele perguntou suspirando. – Tipo... Legal mesmo, não daquelas que dão sono.

- Prometo não te jogar da escada, isso lhe parece legal? – sorri gentilmente e ele engoliu em seco.

- Tão amável. – ele ironizou, e então desligou a TV e pegou em minha mão, enquanto eu o guiava para o andar de cima.

Fiz uma apresentação de cada cômodo da casa, ou seja, os quartos (excluindo o meu), os banheiros e a cozinha.

No momento, estávamos no meu quarto. Eu me sentei em minha cama, enquanto ele começou a mexer nas minhas coisas. Não evitei algumas gargalhadas, quando ele começou a me perguntar por que eu tinha tantas maquiagens, sendo que não usava nem metade delas.

- Fala sério, como se usa isso? – ele perguntou mexendo no “curvex”. – Parece que pode arrancar seu olho a qualquer momento. – fingiu um calafrio e guardou.

- Eu não uso isso todo dia, na verdade é raro quando o utilizo. – respondi enquanto me deitava. – Não acredito que estou deixando você mexer nas minhas coisas. – resmunguei fechando os olhos.

Sasuke Pov’s:

Vi a rosada se deitando, e dei um sorriso de canto. Finalmente eu estava ali, com ela. A parte que estava distante e que faltava para que minha felicidade fosse maior, finalmente foi juntada a mim e agora me sinto mais que completo.

Eu me sinto um idiota... Mas sou um idiota feliz, é isso o que importa não é?

Liguei o rádio, e a música Find Me do Boyce Avenue estava tocando.

Aproximei-me da cama e puxei Sakura pelas mãos (de um jeito delicado), fazendo com que ela se levantasse e me encarasse confusa.

- Que foi? – perguntou divertida.

So many nights trying to hide it

But now I stay awake just pleading for more

To think this heart was divided

I'm losing sleep cause I can't ignore...

Tantas noites tentando esconder isto

Mas agora eu fico acordado implorando por mais

Pensar que esse coração foi dividido

Eu estou perdendo o sono porque eu não posso ignorar...

- Me concede uma dança senhorita? – perguntei curvando-me de um modo galanteador, mas sem tirar os olhos dos dela.

- Não sei nobre senhor, você poderá me conduzir? – ela perguntou colocando sua mão sobre a minha.

- Sempre que desejar. – sorri e a puxei para mais perto, enlaçando sua cintura enquanto ela colocava seus braços ao redor do meu pescoço.

Nos balançávamos lentamente, ela me encarava com um sorriso singelo. Os olhos esmeraldinos estavam brilhando.

- Não sabia que você tinha “pé de valsa”. – ela murmurou, enquanto eu a girava.

Feeling your touch all around

Peacefully hearing the sound

Of silence around us, so glad we found us this way

Sentindo seu toque por todo lado

Pacificamente ouvindo o som

De silêncio ao nosso redor, tão contente por termos nos encontrado essa maneira

- Tenho os meus dons. – respondi quando seu corpo se colou ao meu novamente. Estávamos presos ali, em nosso mundo e eu confesso que nem lembrava de que estava no quarto dela.

Sorri e então a conduzi lentamente para que girássemos como se estivéssemos dançando uma espécie de valsa.

- Me diga que sabe cozinhar e nós dois seremos um casal muito feliz. – ela sorriu e depois fechou os olhos.

Find me, here in your arms

Now I'm wondering where you've always been

Blindly, I came to you

Knowing you'd breathe new life from within

Can't get enough of you

Me encontre, aqui em seus braços

Agora eu estou perguntando onde você sempre esteve

Cegamente, eu vim a você

Sabendo que você sopraria uma nova vida pra dentro de mim

Não me canso de você

- Então podemos marcar o casamento. – falei devolvendo o sorriso.

- Me encontre, estou aqui em seus braços e agora estou perguntando a onde você sempre esteve? – ela cantou.

- Cegamente eu vim até você, sabendo que você sopraria uma nova vida para dentro de mim. – completei e ela abriu os olhos.

- Você não tem ideia da maneira com que eu preciso de você. – ela falou aproximando-se de mim, e eu fiz o mesmo. – Eu te amo muito, meu melhor amigo de internet.

- E eu te amo mais, minha melhor amiga de internet. – murmurei selando nossos lábios num beijo lento e amoroso. Era como se fosse o primeiro, meu coração se acelerava e eu queria não ter de precisar de ar para sobreviver. Quando nos separamos, beijei suas bochechas e dei um beijo em sua testa, antes de abraça-la fortemente.

I want to be where you are

In times of need I just want you to stay

I leave a note on your car

When I can't find the right words to say

Hearing your voice all around

The last place we're going is down

I'll blindly follow knowing you're leading the way

Find me, here in your arms

Now I'm wondering where you've always been

Blindly, I came to you

Knowing you'd breathe new life from within

Eu quero estar onde você está

Em tempos de necessidade eu só quero que você fique

Eu deixo um recado em seu carro

Quando eu não consigo achar as palavras certas para dizer

Ouvindo sua voz por todo lado

O último lugar para onde estamos indo é para baixo

Eu cegamente a seguirei sabendo que você está conduzindo o caminho

Me encontre, aqui em seus braços

Agora eu estou desejando saber onde você sempre esteve

Cegamente, eu vim a você

Sabendo que você sopraria uma vida nova para dentro de mim

- As Pizzas! – ela exclamou assim que a campainha tocou. – Quer vir comigo chamar os outros? – perguntou enquanto saíamos do quarto.

- Você vai chamar e eu pago as pizzas. – propus e ela me olhou feio.

- Vamos dividir! – protestou.

- Não. – rebati.

- Mas...

- Eu pago. – dei-lhe um selinho e ela formou um bico. – E sem chantagem emocional, sua irritante. – balancei a cabeça negativamente e ela me deu um tapa, antes de pular os últimos dois degraus da escada e seguir em direção a porta.

 – Oi, você pode entregar as pizzas e cobrar o dinheiro do cara bonitão ali. – falou com falsa simpatia e depois saiu.

Suspirei e fui pagar o entregador, e pegar as pizzas. Coloquei as caixas em cima da mesinha de centro da sala e me joguei no sofá enquanto esperava a rosada voltar.

- Sério vou desmaiar de fome. – Sakura falou assim que voltou.

Junto dela, vieram Lily e Itachi (quê?), a loira que eu reconheci ser a Ino, um ruivo de olhos verdes, uma outra loira que estava acompanhada de um cara que tinha o cabelo em formato de abacaxi. Claro que não posso me esquecer dos outros três (Deidara e Sasori), que também estavam junto com eles.

- Não estranhe o fato de ter muita gente. – A rosada falou dando ombros. – A loira é a Temari, que é irmã do ruivo que eu conheci hoje, chamado Gaara. – apontou para os dois. – Esse que tá quase dormindo, é o namorado da Temari, o Shikamaru. – indicou o cara do cabelo estranho. – Os outros você conhece. – deu ombros. – Gente esse é o Sasuke.

Acenei e me virei para os dois idiotas.

- O que vocês estavam fazendo com eles? – perguntei para meu irmão e minha cunhada.

- Eu estava me socializando. – Lily se fez de inocente.

- Enquanto jogava videogame com o Shikamaru e o Gaara. – Itachi comentou balançando a cabeça.

- Fala sério Itachi, todos nós estávamos entretidos jogando. – Temari deu ombros e se jogou no sofá. – Achei que você fosse... Feio Sasuke. – ela me encarou e depois assentiu pensativa.

- Quê? - engasguei com a própria saliva.

- Vamos combinar que hoje em dia existe programas que fazem uma pessoa ficar bonita ou mais apresentável. – Shikamaru falou dando ombros e se sentando ao lado da loira.

- Ah Saky, eu esqueci de te falar o Gaara é o ruivo que estava com o seu celular. – Ino avisou. – Eu não achei que você fosse vir tão cedo Emo. – me provocou.

- Sabe Barbie, aconteceram alguns imprevistos. – rebati, ela odiava que a chamassem de Barbie, pelo fato de não gostar da boneca e associar o apelido a palavra “fútil” ou “fresca”.

- Sasuke... – ela estreitou os olhos.

- Barbie? – Deidara perguntou rindo. – Sasuke você obviamente não sabe, mas a Ino já surtou e muito, quando apelidaram ela de Barbie e quase fizeram ela beijar um carinha chamado... Ken. – assentiu colocando uma mão no queixo. – Ela quebrou o nariz de uma das garotas e não sei como, achou um taco de baseball e saiu correndo atrás do garoto, que ia se aproveitar da situação.

- Cala a boca! – a loira pegou a primeira coisa que viu na frente e jogou no irmão... Eles eram realmente parecidos, de uma maneira tão grande que chegava a assustar.

- Venham me ajudar a pegar as coisas na cozinha, seus idiotas. – Sakura reclamou nervosa. – Eu to com fome!

A maioria deles resmungou alguma coisa e foram com ela para a cozinha, para separarem algo que eu não entendi. Sasori era o único que havia ficado e este tinha se sentado em minha frente, encarando-me enquanto apoiava o queixo nas mãos.

- Algum problema Sasori? – perguntei o imitando, para que a situação ficasse igual para ambos.

- Você sabe que eu sou irmão da Sakura, não sabe? – ele perguntou estreitando os olhos.

- Sei... – murmurei desconfiado.

- Você ama a minha irmã? – perguntou ele seriamente.

- Muito mais do que você pensa. – respondi da mesma maneira que ele.

- Ah que bom, porque é disso que você terá de lembrar nos dias ruins. – ele assentiu e depois deu um sorriso estendendo-me a mão. – Espero que nos tornemos bons amigos, Cunhadinho.

- Eu também – concordei apertando sua mão.

- PERA AI! – ouvimos a voz da rosada e viramos o rosto em sua direção, para encara-la.

- O que foi? – perguntei confuso.

- Meu namorado e meu irmão se relacionando? – ela segurou os pratos firmemente enquanto tinha uma expressão de assustada no rosto.

- O que tem? – Sasori franziu o cenho.

- Isso é estranho... – ela falou aproximando-se.

- Por quê? – falei novamente.

- Vocês são Gays. – ela falou assustada. – Ou colocaram alguma droga no meu refrigerante. – completou, fazendo com que eu e Sasori caíssemos no chão pela surpresa.

Ela não estava falando sério, estava?

Três dias depois...

Pov’s Sakura:

Eu estava no... Paraíso. Sério negada, esses últimos três dias foram maravilhosos.

Sasuke, Itachi e Lily dormiram aqui em casa, o que é mais do que obvio já que eles não tem nem ao menos onde ficar... Ah, e só pra constar as coisas deles estavam na portaria e depois foram trazidas para o meu apê. ‘

Um problema foi na hora de arrumar os quartos para irmos dormir.

Está no plural, mas sério só temos três quartos. O meu, o da Ino e um de hospedes.

A primeira ideia, foi Lily dormir com uma de nós e do Itachi e o Sasuke dividirem um quarto. Não deu certo, já que o Cunha’ disse que tinha “assuntos”, que o fariam dormir com a noiva e não com o irmão “remelento” (eu discordo dessa frase). O que sobrou a segunda opção, deixar Sasuke dormir em meu quarto e eu ir dar uma de colega de quarto com a minha amiga. Mas não, ele se recusou a me “expulsar” do quarto e disse que iria dormir na sala. Claro que eu deixei que ele fizesse isso...

MENTIRA!

Eu passei a dividir o quarto com o meu namorado, problem?

Nós apenas dormíamos juntos, não pensem nenhuma besteira, por favor, sou uma pessoa de respeito.

- Acorda dorminhoco! – brinquei pulando sobre Sasuke, que estava dormindo de bruços.

- Hn. – ele resmungou abrindo um pouco os olhos e os fechando logo em seguida.

- Vamos Sasuke-kun, temos que ir ao mercado... – murmurei próximo ao seu ouvido.

- Só mais duas horas manhê... – ele murmurou enquanto dormia. – Eu to sonhando com uma espécie de elefante cor de rosa... – arregalei meus olhos.

- TÁ ME CHAMANDO DE GORDA SEU DESGRAÇADO?! – Gritei o puxando pela gola da camisa, fazendo com que ele se sentasse e acordasse atordoado. – VOCÊ NÃO TEM MEDO DA MORTE?!

- Sakura? – ele perguntou arregalando os olhos e depois piscando diversas vezes por causa da luz. – Que diabos aconteceu?

- Você me chamou de gorda, porque não me ama mais... – senti meus olhos marejarem e eu o soltei tentando reprimir o choro.

- E-Eu fiz o quê? – ele perguntou franzindo o cenho. – Cê tá bem amor?

- Desculpa. – o abracei colocando meu rosto na curva do seu pescoço. – TPM...

- Tá explicado... – ele murmurou suspirando aliviado. – Vou me arrumar, respire fundo e saiba o quanto eu te acho perfeita da maneira que você é. – avisou-me  enquanto nos separávamos do abraço e levantando.

- Aham. – me deitei, já estava pronta mesmo quando ele voltasse nós iriamos fazer as compras básicas... É.

~No mercado~

- Amor eu acho melhor nós levarmos mais desses. – falei indicando um pacote de biscoitos, que são uma delicia só pra constar.

- Não, o que tem aqui já está bom. – ele discordou escorando-se levemente no carrinho e riscando os biscoitos da lista.

- Você vai me deixar levar meu chocolate né? – perguntei deprimida. Poxa, eu gosto dos biscoitos.

- Você vai levar chocolate, mas quem pediu brigadeiro? – Sasuke perguntou confuso. – Você e a Ino querem ter uma overdose de doces?

- Môr, em que parte da lista você tá? – perguntei passando por uma senhora, que bateu a sacola na minha perna.

- No topo da lista. – ele respondeu empurrando o carrinho para me acompanhar.

- Doces Sasuke, esse é o topo da lista. – sacudi a cabeça. – Nós não comemos tudo de vez, apenas estocamos já que isso tudo dura um mês ou mais. – dei ombros e pisquei para ele.

- Então já chega de doces. – ele passou por mim, me deixando parada com cara de retardada.

- Marido difícil esse, hein. – uma mulher falou para mim.

- Ah ele não... – comecei, mas outra me interrompeu.

- Vocês formam um belo casal. – comentou.

- Ah, nós somos namorados e não somos casados... – dei uma risada amarela. – Mas obrigada. – agradeci.

- Nossa vocês...

- Sakura? – Sasuke chamou aparecendo novamente com o carrinho. – Vai vir ou vou ter de comprar tudo sozinho? – arqueou uma sobrancelha.

- Se você me empurrar no carrinho, eu vou com você. – esqueci que as mulheres estavam ali e me concentrei nele, que despertava um lado criança meu.

Sasuke deu o seu típico sorriso de canto e respondeu:

- Ande logo, vou tirar essas coisas de dentro e você senta dentro do carrinho. – indicou para que eu fosse até onde ele estava e eu o fiz. Tive sucesso de primeira para entrar no carrinho, porque sou zika... Mentira, o carrinho foi pra frente e pra trás. Quase tomei um capote, mas depois disso eu consegui entrar e o Sasuke colocou as coisas em cima de mim.

- Você não vai me comprar, não é mesmo? – perguntei olhando para cima, para poder vê-lo enquanto o mesmo empurrava o carrinho rapidamente.

- Eu poderia te vender... – ele murmurou parecendo pensativo. – Quanto será que você custa, hein?

- Babaca. – resmunguei cruzando os braços e formando um bico.

- Não faça esse bico. – ele virou em um corredor e inclinou-se para deixar seus lábios próximos ao meu ouvido. – Sua irritante. – e então beijou minha bochecha.

Ele deixou o carrinho parado em um canto, enquanto ia buscar os produtos de limpeza. Muitas mulheres e algumas crianças estavam no corredor, o que me deixou meio constrangida por causa dos olhares que eles me lançavam.

- Hoje em dia ninguém pode entrar num carrinho em paz. – falei para mim mesma, e então passei a tentar ler a embalagem do cereal.

- Hey moça. – um garotinho de cabelos castanhos me chamou, aproximando-se de mim com um olhar curioso.

- Oi? – perguntei fazendo uma expressão de desconfiada.

- Você não acha que tá muito velha, pra ficar dentro de um carrinho e ter cabelo cor de rosa? – ele perguntou.

- Eu não sou velha! – respondi indignada. – Tenho apenas 17 anos e surpreenda-se meu cabelo é naturalmente assim. – mostrei a língua pra ele num gesto infantil.

- E já é casada? – ele perguntou rindo. – Tá gravida é? – engasguei com a própria saliva.

- Você é um anão? – perguntei assustada. – Um Duende ou Gnomo?

- Você é estranha. – o menino declarou. – Tenho apenas o cérebro mais desenvolvido que as crianças da minha idade.

- Ou você é um anão que se passa por criança. – falei assentindo. – Não... Você não pode ser um... – discordei de mim mesma.

- Você é problemática. – o menino falou fazendo cara de assustado e saindo de perto de mim.

Ele me lembrou... O Shikamaru. Será que ele e a Temari não tiveram um filho e não me avisaram?

- Você tá fazendo cara de retardada. – Sasuke falou me encarando. – Para com isso, tá assustando.

- Somente empurre o carrinho Sebastian! – levantei um braço para cima. – Ao caixa e além!

- Não seria ao infinito e além? – ele perguntou jogando os papeis higiênicos e as outras coisas em cima de mim.

- Naaaaaah... – dei ombros e ele passou a empurrar o carrinho novamente.

Compramos um pouco de tudo, enquanto fazíamos comentários idiotas. Fala sério, tudo ao lado dele se torna idiota!

Por que produção? Por quê?

- Sasuke. – engoli em seco, enquanto saia do carrinho.

- Que foi?

- Eu esqueci de uma coisa importante... – corei. Como eu havia me esquecido disso?

- Fala que eu vou buscar. – Sasuke disse como se fosse obvio. – O que é?

- Eu não vou te dizer isso. – virei o rosto.

- Tá com vergonha? – ele puxou meu queixo delicadamente, fazendo com que eu o encarasse. – Pode me dizer, não precisa se envergonhar. – deu um sorriso e eu mordi o lábio inferior.

- S-Sabe aquilo que as mulheres precisam... Tipo... – Tá calor né? Tipo muito calor...

- Ah... – ele falou entendendo. – Passe as compras, vou buscar. – e então me deu um selinho, me deixando sozinha. Já era minha vez no caixa, e meio alienada comecei a passar as compras sem comentar nada com a moça... Vendedora, caixista... Caixa é.

Depois que passei tudo, fiquei esperando o Sasuke voltar.

- Só um momento, ele já vai vir. – avisei para a caixa, que assentiu.

Comecei a encarar minhas unhas, quando ouvi a voz do moreno:

- Moça você não sabe como é difícil ser mulher. – ele falava meio afeminado, enquanto tinha o pacote de absorvente em mãos.

- Vo-Você... Mulher? – a mulher arregalou os olhos.

- Nem parece né? – ele riu. – E acredita que ele é homem? – apontou pra mim.

- Quê?!

- É mano, cirurgia pra mudar de sexo. – falei entendendo a brincadeira dele... Ou não.

- Infelizmente, acabamos nos apaixonando. – Sasuke suspirou. – Né Sasuke? – controlou a vontade de rir.

- Sabe que não gosto que me chame assim, Sakura. – estreitei os olhos. – Passe logo isso ai e vamos embora. – ele é retardado, tenho certeza.

- Homens, tão impacientes. – ele suspirou, enquanto a mulher passava o resto das compras sem acreditar.

Ficamos em silencio, pagamos as coisas, pegamos as sacolas e estávamos indo embora, quando falei:

- Moça, não acredite em nada do que esse retardado disse. – assenti. – Ele tem sérios problemas mentais.

- irritante. – Sasuke resmungou balançando a cabeça.

Eu sou irritante, Sakura sempre é irritante.

Não, Sasuke não é um puto por sair rodando a sacola que continha os “bagui”, no meio da rua e eles saírem voando para o outro lado e quase acertarem uma velhinha. Ou por um cachorro ter começado a correr atrás da gente, por causa do hambúrguer e nem pelo refrigerante ter voado na minha cara, porque ele ficou sacudindo o mesmo.

Ele é extremamente inocente.

- To morrendo... – murmurei me jogando em cima dele, que estava deitado no sofá vendo TV. Eu já tinha tomado outro banho, ok? u.u

- Se morrer, eu enterro. – ele me puxou para deitar-me em seu peito, enquanto passava os braços em volta da minha cintura.

- Maldade... – formei um bico e peguei o controle da mão dele. – Você nunca escolhe nada de bom né?

- Claro que escolho! – Sasuke protestou. – Eu escolhi você, vai me dizer que a mercadoria tá com defeito?

- Babaca. – o cutuquei. - To dizendo de programas na televisão.

- Oras estou vendo algo bem interessante... – virou para a televisão. – Grávidas e estilosas, é muito... Instrutivo.

- Pretende ficar gravido é? – olhei para cima, para poder encara-lo.

- Não se esqueça de que você é meu macho. – ele brincou aproximando seu rosto do meu. – Vou te obrigar a pagar pensão. – murmurou com os lábios encostados aos meus.

- E se eu não quiser? – mordi o lábio inferior dele levemente.

- Bem... ai você vai presa. – ele riu e então me beijou. – E depois terá de sofrer castigos... – completou maliciosamente, fazendo com que eu revirasse os olhos.

- haha. – dei um sorriso sem animo e passei os canais, até parar num daqueles filmes melosos.

- Não ai de jeito nenhum. – Sasuke puxou o controle da minha mão e mudou de canal, até parar em um filme onde tinha um ninja, que matava todo mundo. “Um Ninja assassino”, pô.

- Ah não. – puxei o objeto das mãos dele e coloquei num canal de desenhos. – LAZYTOWN! – exclamei com os olhos brilhando. - Yar - har - fiddle-dee-dee. Ser um pirata, foi feito pra mim. Livre do mar sempre vão me encontrar. Sou um pirata! – cantei me sentando e balançando a cabeça de um lado para o outro, enquanto mexia os braços.

- Você é um pirata? – Sasuke cantou rindo.

- Sim! – exclamei batendo uma falsa continência.

- Nós temos um mapa (um mapa!) Um mapa que nos levará. Ao tesouro, pode apostar! (apostar!) e ricos vamos ficar! Nós vamos cavar (cavar!) até o ouro encontrar. 
Vamos enriquecer. – ele se levantou e me puxou junto. Começamos a cantar dançando pela sala e fingindo sermos piratas.

- Yar - har quem pensa que é? Conheço o mar com a palma do pé. – bati o pé no chão e mostrei a língua para o moreno.

- Hahahaha! Hey!Vamos navegar (no mar!) e mil perigos enfrentar. As praias explorar (explorar!) e tesouros encontar! (Year!). Vamos flutuar (flutuar!) A nossa âncora, lançar
Depois de descansar (e andar!) é só recomeçar! – Sasuke pegou em minha mão e começamos a dançar (pular), como se estivéssemos dançando quadrilha. – VOCÊ É UM PIRATA! – gritamos juntos, antes de nos jogarmos juntos no sofá.

- Você é muito idiota. – Sasuke falou rindo e me apertando contra ele.

- Sou a idiota que você ama. – pisquei convencidamente.

- Você é a idiota que com toda a certeza irá fazer dos meus dias melhores, ou não. – ele riu e me deu um selinho.

Narradora Pov’s:

Now nothing can take you away from me

We've been down that road before

But that's over now

You keep me coming back for more

Baby you're all that I want

When you're lying here in my arms

I'm finding it hard to believe

We're in heaven

And love is all that I need

And I found it there in your heart

Isn't too hard to see?

We're in heaven

Agora nada pode te tirar de mim

Nós já estivemos naquela estrada antes

Mas agora já acabou,

E você continua voltando pra ter mais

Meu bem, você é tudo o que eu quero

Quando você está aqui deitada em meus braços

Eu acho isso difícil de acreditar,

Estamos no paraíso

E o amor é tudo o que eu preciso

E eu o achei aqui em seu coração

Não é tão difícil enxergar,

Estamos no paraíso

A mulher de cabelos róseos coçou o nariz, quando sentiu uma mãozinha encostar no mesmo. Abriu os olhos esmeraldinos e encarou o bebezinho de cabelos negros espetados, que já estava acordado, mas que não havia chorado.

Sorriu ao ver o menininho tentar segurar os próprios pés, e notou o travesseiro no local a onde o seu marido deveria estar... Mas onde Sasuke estava?

Sentou-se passando as mãos pelos cabelos, não se lembrava de ter posto o filho para dormir com eles na cama.

- Quem te colocou aqui, em meu pequeno? – murmurou delicadamente pegando a criança e a aconchegando no colo. – A onde está seu pai? – murmurou descendo a alça da camisola e começando a amamentar o neném.

- Poxa filhão, não tínhamos um acordo? – a voz de Sasuke foi ouvida instantes depois. Sakura olhou para onde o marido estava e viu o mesmo somente com uma cueca boxer preta. Os cabelos estavam bem mais bagunçados do que o normal e em uma das mãos estava uma mamadeira.

- Acordo? – ela arqueou uma sobrancelha. – Porque não me acordou?

- Porque eu quis deixar você dormir, irritante. – ele revirou os olhos e se encaminhou até a cama, depositando a mamadeira na cabeceira da mesma. – Eu também sou pai, não tenho o direito de acordar no lugar da minha mulher e tentar convencer o meu filho de ficar quietinho, até que eu preparasse a mamadeira.  – sentou-se na cama para encara-la.

- Obrigada. – a rosada sorriu. Não era a primeira vez que ele fazia aquilo, mas daquela vez tinha se surpreendido. Ichiro não havia chorado e nem nada do gênero, apenas por um leve toque fez com que ela despertasse. – Eu sonhei com a gente. – contou olhando para o pequeno Uchiha, que estava quase dormindo.

Sasuke sorriu de canto. O amor deles havia crescido imensamente, que dois anos depois da época em que se viram pela primeira vez e que ele tinha decido ir tirar a limpo a briga que tiveram, já estavam casados. E um ano depois disso, tiveram seu primeiro filho.

- E como era o sonho? – perguntou levantando-se. – Me dê ele, o colocarei no berço. – pediu indicando o menino que já estava dormindo profundamente.

- Será que hoje vou ser expulsa do meu posto de mãe? – a mulher perguntou fingindo irritação. – Você já...

- Já está bem trocado. – deu o típico sorriso de canto, enquanto aninhava o filho no colo. Caminhou até a outra parte do quarto, onde estavam o berço e os “afins” do bebe. Não que ele não tivesse um quarto próprio, mas ambos os pais “corujas”, acharam melhor mantê-lo por perto.

- Você não mudou em nada. – ela se levantou e caminhou até ele, o abraçando por trás.

- Não poderia, nem se quisesse. – ele se virou e segurou o seu queixo delicadamente. – Porque será que sempre que discutimos, alguma coisa boa acontece? – perguntou a guiando para a cama, fazendo com que ela deitasse e o mesmo ficasse com uma perna de cada lado do corpo dela.

- Ãhn? – Sakura murmurou fechando os olhos assim que Sasuke começou a distribuir beijos pela base de seu pescoço.

- Nós nos conhecemos por causa de uma briga. – ele murmurou roucamente, erguendo a camisola de ceda preta que a rosada estava usando, deixando-a apenas de calcinha, já que ela não estava utilizando sutiã. – Eu te vi pela primeira vez, por causa de uma quase briga. – o Uchiha passou a distribuir beijos que partiam do abdômen da mesma, e passavam entre o vale dos seus seios.

Não evitou morder o lábio inferior, quando ele mordiscou sua orelha enquanto beliscava levemente seu seio esquerdo.

- E podemos considerar a briga que gerou nosso filho? – Sasuke murmurou roucamente antes de capturar os lábios de Sakura, que correspondeu prontamente enlaçando as pernas ao redor da cintura do moreno. Gemeu um pouco, quando a mão do mesmo apertou fortemente uma das coxas.

Inevitavelmente os dedos da mulher já estavam entrelaçados nos cabelos negros, os puxando com um pouco de força.  Quando se separaram, ela inverteu as posições ficando por cima e o deixando com uma sobrancelha arqueada em inquisição.

Ela havia começado a distribuir beijos e chupões no pescoço de Sasuke, que mordia o lábio inferior enquanto tinha uma das mãos na parte interior de uma das coxas dela.

Estavam aproveitando os toques, como se fosse a primeira vez que estivessem fazendo aquilo. Ele se sentou, fazendo com que ela ficasse sentada em seu colo.

Entrelaçou os dedos nos cabelos róseos e a beijou com voracidade, com desejo a trazendo para mais perto de si e sentindo seus seios contra o seu peito.

- Só pode tá de brincadeira. – Sasuke reclamou assim que ouviu um choro.

- Não... – Sakura gemeu em frustração, enquanto escondia o rosto na curva do pescoço dele. – Vai pegar ele. – deu risada, enquanto saia do colo do marido e sentava-se na cama.

- Hn. – resmungou levantando-se.

Oh!! Once in your life you find someone

Who will turn your world around

Bring you up when you're feeling down

Yeah!! Nothing could change what you mean to me

Oh there's lots that I could say

But just hold me now

'Cause our love will light the way

Oh, uma vez na sua vida você acha alguém

Que irá fazer seu mundo virar

Te colocar pra cima quando você sentir pra baixo

É, nada pode mudar o que você significa pra mim

Oh, tem muitas coisas que eu poderia dizer

Mas só me abrace agora,

Porque o nosso amor irá iluminar o caminho

Ichiro estava chorando quando o pai o pegou no colo, continuou chorando quando o mesmo tentou fazer com que ele parasse (de uma forma delicada, claro), chorou quando ele cantou e continuou chorando.

Sakura por sua vez, dava risada ao ver Sasuke tentando controlar o pequeno que insistia em chorar.

- Vamos, me dê ele aqui. – pediu ainda sentada, esticando os braços. Sasuke o entregou e abriu a boca, ao ver que assim que a rosada aninhou seu filho no colo ele se calara.

- Que você fez? – perguntou arregalando os olhos.

- É um poder chamado “Mamãe”. – piscou. – Pega pra mim? – pediu indicando a camisola que havia “voado”.  Sasuke não respondeu, apenas pegou a camisola e entregou a esposa. Vestiu a mesma rapidamente e se deitou, vendo o moreno também se deitar. Obviamente ele estava indignado, quanto aos seus dotes como pai... Ou não.

- Estou me sentindo no paraíso. – Sakura murmurou sentindo Sasuke a abraçar e colocar uma das pernas entre as suas.

Ele riu levemente  e murmurou:

- Eu amo vocês. – enfiou o rosto nos cabelos dela, aspirando o doce aroma que eles emanavam. Era incrivelmente viciado naquele cheiro. – E por vocês serem parte da minha vida, eu estarei eternamente no paraíso.

And, baby you're all that I want

When you're lying here in my arms

I'm finding it hard to believe

We're in heaven

Yeah! And love is all that I need

And I found it there in your heart

Isn't too hard to see?

We're in heaven

Meu bem, você é tudo o que eu quero

Quando você está aqui deitada em meus braços

Eu acho isso difícil de acreditar,

Estamos no paraíso

E o amor é tudo o que eu preciso

E eu o achei aqui em seu coração

Não é tão difícil enxergar,

Estamos no paraíso


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Mereço Reviews?