Immortals escrita por Luana da Silva Oliveira


Capítulo 5
IV




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Era uma noite de verão e Bella estava sentada em um puff amarelo que Emmett comprou na ultima visita ao shopping. Seu fone de ouvido tocava Perfect de Simple Plan e ela não fazia ideia do por que de se sentir tão emocionada ao ouvi-la.

As pequenas gotículas de água na janela eram tão melancólicas. Nunca fazia sol. E quando fazia não podia sair para aproveitar “ele vai deixar sua pele enrugada. Você não quer isso, quer?” era o que Alice dizia sorrindo acanhada.

— Hey. – Jasper apareceu e se sentou na poltrona de Carlisle. – Por que a tristeza?

— Não sei. – murmurou tímida.

— E essa musica?

— É bonita.

— É deprimente.

Olharam-se cúmplices.

— Bella? – Edward apareceu pela porta da cozinha. – Fiz seu café da tarde. Bacon, ovos, maça, achocolatado e mel.

— Obrigada. – Deu um beijo estalado em sua bochecha quando este se sentou á seu lado no chão. – Pode desfazer minha trança?

E Edward começou a destrançar a obra que Rosalie fez antes de ir para o colégio. O cabelo de Isabella estava até o meio de sua costa, uma mistura de loiro opaco e castanho médio. Os olhos azuis tão desanimados que davam dó.

— O que foi? –perguntou suavemente.

— Eu não sei. – respondeu.

 

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PVO Diferent’s.

Uma mulher misteriosa e anormal. Deste criança, sua mãe sempre esteve do seu lado, lhe ajudando a controlar os casos que apareciam no meio do caminho. Ela se lembrava do aniversario de dez anos quando viu pela primeira fez seu avô Giulio.

E ele tinha morrido a mais de dois anos.

Sua avó disse que era normal. As pessoas não morriam de verdade, elas iam para um lugar melhor do que a Terra e ficavam cuidando de quem amavam lá de cima.

Foi por isso que a senhora não chorou? – indagou.

Sim, querida. Seu avô sempre estará do meu lado, só que não poderei vê-lo.

Então como vai saber quando isso acontecer?

Você vê o vento?

Não.

Mas você sabe que ele existe, querida.

E agora ela se encontrava na mesma situação. Morta. O pior de tudo era não ir para o tão sonhado paraíso de luz branca, mas o melhor de tudo era que podia ver as duas pessoas que mais amava em todo o mundo. Sua filha e seu marido.

Pena que estavam tão distantes e separados. Seria mais fácil cuidar dos dois juntos.

A coisa mais positiva que tinha em não ter ido para o descanso temporário era que podia se comunicar com seu bebê. Pelos sonhos.

Gostava de planejar um lugar calmo e refrescante para o encontro. Não muito quente, mas não muito frio. Uma praia, por exemplo, ao pôr-do-sol era perfeita.

Como uma pessoa calma e mentalista, fazer isso não era difícil.

Uma da madrugada e tudo já estava pronto. Sua energia sempre atrairia sua cria. Podia sentir os passos pequenos na areia e o euforismo da menor. Podia ouvir sua voz sussurrando...

— Ela é bonita... Será que chego perto...?

A curiosidade venceria, sabia disso. Sua filha nunca se lembrava do que acontecia quando estava no inconsciente, ainda era nova para isso.

— Olá princesinha. – Murmurou feliz ao ver sua visitante tão desejada.

— Oi. – sorrio tímida.

A mulher apenas olhava para a criança, se maravilhando com o que surgiu de um puro milagre. Tão parecida com o pai... Mas tinha seus olhos de safira. O que a tornava mais bonita.

— Sabe que eu nunca tinha ido em uma praia? – a menina cochichou.

— Viajante de primeira viajem? – pôs as mãos em seu cabelo. – Então por que não nos sentamos para apreciar a bela vista enquanto conto uma história?

— Minha mãe sempre diz que toda história deve ser ouvida direito, por que assim como nos, ela pode ser modificada, mas é única.

E a mais velha sentiu aquela dor tão desconfortável no peito. Aquele buraco que se tornará sua companhia constante. Mas apesar de a garota ser mais inteligente do que devia na sua idade, não era chegada a hora... Ainda não.

— Isso mesmo. E ela está certa. Que tal uma história de princesas?

E puxou-a para um abraço na beira do mar à brisa constante.

— Era uma vez, uma princesa que queria muito encontrar o seu príncipe encantado...

— E ela sabia cantar?

— Sim, alias, ela estava cantando uma música bonita, tão bonita que fez um belo rapaz parar apenas para ouvi-la.

— Era o príncipe?

— Era o príncipe sim, mas a princesa não o viu por que ele estava escondido, com vergonha.

— E como ele era? Bonito né? – perguntou curiosa por mais detalhes.

— Sim, tinha olhos escuros e cabelos pretos. A pele branca encantava qualquer uma. Um homem adorável.

— E o que aconteceu? Ele ficou escondido e não foi atrás dela?

— Você é apressada, em mocinha? Mas ele ficou olhando para ver o que a princesa faria, tinha medo de machucá-la. Queria se manter afastado.

— Mas eles não têm que ficar juntos? – fez um muchucho.

— O príncipe era diferente, querida. Não como os outros homens da corte. Ele era muito mais forte e reservado, e vivia com sede.

— Mas era só beber água...

Outra coisa da qual a mulher não podia falar... Não tinha a autorização. Não era seu destino, era o do pequeno ser em seu colo e nada podia fazer, apenas aconselhá-la.

— Está anoitecendo, queria. Hora de voltar.

— Mas a história não acabou, moça.

— Agora não posso contar como o resto... – acariciou o rosto redondo da menina. – Mas eu sempre estarei aqui para terminá-la.

— Jura?

— Juro.

— Olha que promessa é dívida...

E o tempo acabou.

A pequena garota desapareceu numa nuvem dourada fazendo a mulher suspirar frustrada. Sempre incompleta...

 

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3 de Setembro.

Faltando Dez dias para o aniversario de Sete anos.

10h30min da manhã.

 

— Esme! – Alice berrou do primeiro andar.

— Sim, querida? – respondeu a mais velha na cozinha ao lado.

— Rosa combina mais com uma festa infantil, né?

— Bella gosta de lilás, Alice! – Rosalie respondeu, teimando.

— Mas o que custa você me deixar fazer a festa nessa cor? O quarto da garota é rosa, a cama dela é rosa, o guarda-roupa tem rosa e ela nunca reclamou.

— Exatamente! Tudo dela é rosa! – gritou a loira.

— E qual é o teu problema com isso?

— Alice vai ser lilás e fim de papo!

— Lilás é muito cafona!

— É a cor predileta dela!

Ambas discutiam sobre isso há quase uma hora, se encarando feio e era possível imaginar aquele raio de inimizade entre as duas. De repente, Edward se levantou bufando com os cabelos bagunçados e se pôs entre elas.

— Vocês duas! A festa vai ser azul e ponto!

— O QUÊ?

— Estão me dando dor de cabeça! Parem de Pensar!

— Vai ser verde! – o grandão gritou do sofá, jogando videogame com o loiro.

— CALA ESSA BOCA EMETT! – os três responderam.

— Verde seria legal, oras. – Jasper murmurou concordando com o mais alto. – Ganhei, idiota.

— Merda...

 

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No Colégio Fundamental...

 

Isabella não se considerava popular. Como podia ser? Daqui a alguns meses, anos ou até dias, estaria, inevitavelmente, se mudando de lugar novamente.

Era amiga da Beatrice, Alex, Brigitte, Cristian, Amy, Jean, Jeniffer e Peter. Não desgrudavam uns dos outros e ela tinha medo disso. Medo de se apegar e sofrer depois.

Mas era tão legal ver Jenni quase furando o pescoço da Bia, ou Brigi e Amy fofocando. Os meninos eram uma exceção à parte. Peter era um menino tímido e quieto ao contrário de Jean que gostava de socos e bricas. Cris e Alex não se davam muito bem e quando se viam ficava um com a cara virada e o outro com os braços cruzados.

Bella tinha uma forte intuição que era por que ambos gostavam de ficar perto da Bia, por que sempre que brincavam de esconde-esconde cada um pegava um braço da garota e faziam ela de puxa corda.

Seu aniversario era daqui a algumas semanas e ela estava nervosa. Todo ano tinha festa, mas aquela, com certeza, ia ser especial. Sua mãe permitiu que seus amigos participassem!

      Isabella estava parada na escadaria do colégio, esperando ver algum carro que reconhecesse como um dos tantos que seus irmãos tinham, mas ate agora nada. As pessoas iam e vinham, foi empurrada umas vezes, pelos alunos que corriam apressados. Ate que algo quente bateu contra si e foi ao chão.

       Um menino, apressado, a encava pedindo desculpas. Ela se levantou do chão e o encarou. Pele morena, olhos pretos, baixinho, cabelo grande…

— Por que o cabelo grande? - perguntou.

— Ah? - ergueu uma sobrancelha.

— Seus pais não brigam com você por causa do cabelo grande?

— Por que brigariam?

— Por que é para meninas.

O garoto a olhou feio.

— Não é não.

— É sim.

— Garotos também podem usar cabelo grande.

— Só você 'tá de cabelo grande aqui. - disse ela, com ar superior.

— Aqui. Mas na minha outra escola a maioria dos garotos tinham cabelo grande. - ele cruzou os braços.

— Onde era sua escola?

— La Push. - respondeu.

— Não conheço.

— A praia.

— Também não conheço. - riu de sua piada interna.

— Serio? - a olhou com pena.

— É.

— Por que?

— A minha irmã diz que estraga a pele.

— Não estraga não.

         Nesse meio tempo, o pai do garoto chegou. Era alto, forte (nem tanto quanto seu irmão). O mais velho tocou nos ombros do filho enquanto o olhava preocupado e seu olhar se tornou severo ao olhar para ela e a menina não entendeu o motivo. Ela não entendeu bem.

— Vamos. - murmurou a voz grave ainda a olhando.

        Ambos deram as mãos e começaram a andar na direção oposta a ela, mas, enquanto se encaminhavam para o carro, o mais novo voltou-se para trás, gritando:

— Viu? A pele do meu pai nem 'tá estragada!

        E Isabella olhou para o homem, notando que realmente a pele dele não estava estragada. Na verdade, estava com o mesmo aspecto de todos os outros. Mas outra coisa lhe veio a mente enquanto subia no automóvel de Edward e pensava no que ocorreu.

          Entrou pela varanda, correndo, e ia gritar por Alice quando Esme apareceu correndo e a abraçando forte.

— Onde estava? - a mulher perguntou.

— Ah? - tentou se soltar.

— Onde você estava?

— Na escola?

       Alice apareceu logo em seguida e suspirou fundo, olhando para o leitor de mentes, explicando e mostrando a agonia que sentiram quando ela não conseguiu mais ver o futuro da menina. Edward apenas balançou a cabeça, como que dizendo para deixar o assunto pra depois.

— O que queria me dizer, Bella? - a vidente questionou.

— Eu queria te dizer algo? - franziu as sobrancelhas.

Alice riu.

— Queria.

— Ah! - lembrou depois de uns minutos. - A pele das pessoas não se estraga no sol, Aliee.

— Quem disse? - questionou.

— Meu amigo! - sorriu.

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