Um Trapaceiro No Acampamento Meio Sangue escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

E foi assim que eu decidi nunca mais escrever na 3ª pessoa.
Tentei imitar o tio Rick em Os heróis do olimpo, mas não deu certo.
Só consigo colocar os detalhes em 1ª pessoa.
Então pra quem quiser escrever, tente usar a forma mais fácil kkkk
Enfim,neste capítulo vocês vão morrer de raiva.
Espero que odeiem. beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334496/chapter/36

Cansada. Era assim que Annabeth se sentia.

Ela teve que organizar dois grupos para a última limpeza no chalé seis antes do fim das férias, e aquilo a deixou completamente sem energia.

Depois da faxina Annabeth se arrastou até o pavilhão, onde imaginou encontrar Clarisse, mas tudo que encontrou foi um amontoado de campistas sujos e suados, comendo como se não houvesse amanhã.

–O que aconteceu?- perguntou ela sentando-se na mesa dedicada a Atena.

Os campistas do chalé seis olharam em volta antes de responder –Parece que não tivemos café da manhã hoje... Economizando por causa da festa?

–Estranho...

Annabeth não se importava se houve ou não mesa farta esta manhã. Ela queria encontrar Clarisse para poderem discutir e tomar medidas antes que o prazo de quatro dias se acabasse.

Seus olhos ágeis percorriam o refeitório, a decoração abatida da premiação continuava no mesmo lugar, embora com mais painéis de parabéns ao chalé vencedor.

À medida que o tempo se passava o refeitório ficava mai cheio. Os campistas se levantavam e se sentavam com tanta velocidade que ficava difícil de se encontrar alguém mesmo que ela fosse alta e musculosa como Clarisse.

Enfim Annabeth se levantou, desistente. Atravessou a soleira do refeitório e decidiu continuar sua busca pelo acampamento.

Elas estavam tão preocupadas e estressadas que nem notaram o nascer do sol. Agora que podia respirar um pouco, Annabeth percebeu o quão bonito o dia estava.

Nem se parecia com o Acampamento Meio Sangue de alguns anos atrás. O Acampamento que vivia constante ameaça e já fora reconstruído diversas vezes... Annabeth esperava não ter que ver a destruição acontecer novamente, agora que lhe deram alguns anos de paz, não tinha o mínimo interesse em voltar para a confusão dos deuses.

Por um breve segundo Annabeth se esqueceu do que estava fazendo. Continuou andando sem rumo pelo acampamento, sentindo a brisa no rosto e a tranquilidade e silêncio, até que um grito agudo e jovial- infantil- fez com que ela voltasse para a órbita de seus problemas.

–Não tenho nada haver com isso!- berrava a garota- Vocês não tem provas!

–Temos o suficiente para mantê-la em vigia pelos próximos vinte anos que frequentar este acampamento!- respondeu uma voz mais grave- de alguém mais velho, provavelmente- tão alto quanto à primeira.

Annabeth seguiu o som, certa que de a sena que veria não seria nada agradável.

Brandy e Clarisse discutiam em frente a enfermaria, cercadas por uma plateia de enxeridos e fofoqueiros que voltavam do pavilhão.

–Já faz muito tempo que estão discutindo? –perguntou ela para um campista que assistia, fingindo desinteresse.

–Uns cinco minutos- respondeu ele, sem tirar os olhos das garotas.

–E ninguém foi separa-las?

–Não. Melhor assim. Não é sempre que isso acontece.

– Já chega, o show acabou!- Annabeth contornou a multidão de campistas e puxou Clarisse pelo braço. Com algum esforço ela conseguiu fazer com que a garota desse alguns passos, mas não se atreveu a chuta-la.

O rosto de Clarisse estava vermelho como a bandeira de seu chalé. Ela tateou as costas a procura de sua lança- mal sinal- mas logo desistiu. Seus olhos fixos em Brandy eram mais selvagens que qualquer monstro que Annabeth já enfrentara.

–Certo- murmurou Annabeth, com uma tentativa fracassada de acalmar a amiga- O que disse á ela?

–Algumas verdades- ela rosnou em resposta- O que estão olhando?

Os campistas se surpreenderam.

– Se precisam de algo para se ocupar, experimentem cuidar dos roxos que vou deixar em suas peles!

Alguns correram, outros fingiram serem chamados antes de se afastar.

Depois de assustar metade do acampamento Meio Sangue, ela se virou, bufante. Seus ombros relaxaram, então ela conseguiu dizer:

–Acho que me precipitei- confessou- Encontrei com a garota no caminho.

Enquanto falava, seus olhos fitavam uma garota pelos ombros de Annabeth. Brandy continuou parada no mesmo lugar, com os olhos arregalados, a respiração ofegante e as mãos fechadas em punhos ao lado do pequeno corpo. Annabeth podia jurar que ouvira a menina xingando e praguejando com a boca entreaberta minimamente.

Alguns campistas continuaram no lugar, apontando e cochichando.

Uma voz baixa, quase um sussurro tomou força. O som abafado e molhado das lágrimas tornavam sua foz fina um jingle irritante e agudo.

–Por favor!- berrou Brandy. As lágrimas encharcavam seu rosto- Não creditem nelas! Nunca seria capaz de fazer isso! Por favor!

–Parem de assustar a garota!- berrou um campista

–Vocês já são adultas! Vão procurar o que fazer! Deixem a garotinha em paz!

Os campistas se revoltaram. Eles xingavam e berravam, a confusão era tanta que dava para ser ouvida direto do 600° andar no Empire State.

– Que confusão é essa?- perguntou Percy, surgindo entre os campistas bagunceiros- Todos vocês, retomem suas atividades. Agora.

Eles assentiram, vencidos, é claro. Ninguém queria problemas com uma força maior.

Percy tinha cara de zangado, apesar de Annabeth não conseguir temê-lo. Ele tinha autoridade na voz, o que o fazia ser ainda mais respeitado, como um líder nato.

Ele observou Brandy por alguns instantes, a garota tentava conter um sorriso malicioso que dizia “eu venci” por trás das manchas das lágrimas. Ela abaixou o rosto e passou a fitar os pés, inocentemente.

–Alguém pode me explicar o que está acontecendo?- Quis saber Percy

–Essa garota- gaguejou Brandy, rápida demais para alguém que mal conseguia controlar a respiração- Ela me assustou com ofensas e acusações. Ela disse que ela e a garota loira- ela apontou trêmula para Annabeth- já sabiam de tudo... Mas não sei o que eu fiz para me odiarem tanto... Me desculpe, por favor.

O sangue de Annabeth ferveu.

Mesmo que Brandy não fosse culpada, sua atitude não relevariam. A cada palavra era como se uma grande sirene de bombeiros buzinasse alertando algo de errado. Ela não precisava se confessar para ser considerada uma das comparsas de Patty e Richard, seu sorriso entre as lágrimas de crocodilo já disseram tudo.

Percy engoliu em seco.

–Tudo bem, não chore. Por que não me conta o que aconteceu?

Brandy secou as lágrimas com as costas das mãos- Eu estava voltando do pavilhão, pronta para começar uma de minhas aulas quando essa garota esquisita- ela apontou Clarisse com a cabeça – me parou e começou a dizer coisas, a fazer coisas... Achei que aqui seria um lugar seguro, para pessoas como eu, que não conseguem parar em escola alguma pudesse ter amigos e não se preocupar com monstros quebrando armários e sala dos professores.

As mãos de Annabeth procuraram sua adaga. E ao seu lado, Clarisse procurava por alguma pedra que pudesse acertar na cabeça da filha mentirosa de Afrodite e despertá-la no próximo verão.

Ela não sabia quais eram os motivos de Brandy, mas essa história de “Não se enquadrar” era antiga. Mas infelizmente Percy não percebeu, na verdade isso lhe atingira como um soco no estomago.

– Olha, aposto que ela não quis assustar você.- Percy lançou um olhar acusador para Clarisse- Ela só estava um pouco exaltada, só isso. Não se preocupe, aqui sempre será um lugar seguro para nós meio sangues.

Brandy abaixou a cabeça mais uma vez. Ela parecia se divertir.

Percy se virou para Clarisse e Annabeth.

– Não sei sobre o que falavam, mas poderia ser diferente não acham?

Clarisse aguentou firme até as últimas palavras de Percy, mas sua paciência quase inexistente deu lugar a velha Clarisse La Rue turrona e bruta.

–Se quer saber eu deveria ter acertado essa garota antes de certas pessoas sem miolos quererem bancar o herói mais uma vez.- berrou ela- Não somos as vilãs Percyana, ela é o verdadeiro problema!

Percy olhou de Clarisse para Brandy. A garota se divertia em suas costas, mas sempre que ele a olhava, lágrimas escorriam por seu rosto.

– A garota deve ter uns oito anos... que mal ela faria?

Annabeth suspirou. Ela não podia acreditar que ele havia se esquecido.

–Cabeça de Alga, Não se lembra da garota que vimos com Patty Jehf...

Brandy voltou a chorar, agora seus soluços eram ainda mais altos.

– Por favor, Não acredite nela! Essa garota também é má!- Brandy abraçou Percy e enterrou o rosto em sua barriga.

Percy parecia enjoado. Era nítido que ele queria ouvir Annabeth, mas a cada soluço de Brandy ficava mais difícil de acreditar em qualquer outra explicação.

–Ela disse que o chalé de Afrodite precisa de uma lição.- murmurou ela, com sua voz abafada pela barriga de Percy.

Percy franziu o cenho.

– Já chega. Sabemos que você esteve na clareira junto com sua irmã Patty e o idiota do Richard. Você os ajudou de alguma forma e sabia para quê estava contribuindo. Nós poderíamos estar mortas uma hora dessas. Se quiser ter um lugar no Elíseos pare de mentir. Eu não disse nada além da verdade- Annabeth explodiu. Sua voz saiu mais alto do que o imaginado.

Brandy se contraiu.

– Tentei ajudar você, não se lembra? Como posso ter ajudado seja lá quem for que tentou algo contra vocês e ainda ter a coragem de tentar ajudar?- Brandy se afastou de Percy. Agora ela estava de frente para Clarisse e Annabeth, de modo que seus olhinhos inchados encontrassem com os delas.

Havia verdade em sua voz, como ela poderia ter ajudado Patty e depois tentado ajudar Annabeth? Mas mesmo assim ela agia estranhamente, como se tentasse tapar um grande buraco com um lençol.

– Ok- interrompeu Percy- Vou conversar com elas enquanto você volta para suas aulas- ele sorriu amigavelmente para Brandy.

Brandy soluçou- Tudo bem, já estou acostumada com pessoas más que não me querem por perto...

Ela se afastou devagar, como se quisesse ouvir o restante da conversa.

Assim que Brandy deixou a sena, eles se encararam. Não foi uma coisa muito legal de se ver, já que Clarisse queimava em fúria, e o queixo de Annabeth batia no chão, incrédula.

–Você não vai acreditar nela,vai?

Percy deu de ombros.

– Não posso dizer...

–Vai deixar que algumas lágrimas o convenção?- acusou Clarisse- Eu esperava mais de um líder.

Os olhos verdes de Percy se fecharam em fendas. Ele respirou fundo para manter a calma, mas Clarisse o exaltara profundamente.

Aquilo podia ser peridoso, caixas d’água explodirem ou minas subterrâneas surpreendê-los com ondas gigantes. Mas Clarisse não estava preocupada com a força que Percy tinha- ou nos problemas que um desentendimentos entre eles podia desencadear. Aquilo a lembrou de uma cena de muitos anos atrás.

Percy tentou sorrir, mas saiu mais ou menos como “estou tentando não matar você”.

– Ao contrário do que você pensa, não estou agindo com as emoções- ele olhou para Annabeth- E meu dever saber das duas partes da história antes de apontar o culpado.

–Você ainda não nos deu a oportunidade de nos explicar- respondeu Clarisse desdenhosa- Será mesmo que você sabe controlar esse acampamento?

Os canos da ala hospitalar rangeram.

–Tudo bem. Me contem o que aconteceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero ver os palavões! muahaha
eu começo; Essa Brandy é uma lazarenta kkkkk :* desculpa mãe.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Trapaceiro No Acampamento Meio Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.