Tonks estava nervosa, com medo, mas feliz. Ela saba onde estava entrando, que todo seu esforço para tornar-se auror iria abaixo se alguém desconfiasse que ela faria parte da Ordem da Fênix, mas ela escolheu a profissão por saber que poderia lutar pela justiça no mundo bruxo, e era isso que ela ia fazer no novo “emprego”.  Em parte, também estava nervosa, pois ia conhecer, pela segunda vez,  o primo favorito de sua mãe, Sirius Black.
Ela entrou no endereço indicado por Dumbleodore, já havia entendido como era o processo todo e consegui entrar com facilidade, até, claro, tropeçar , o que ela sempre fazia. Um homem materializou-se em sua enfrente, estendendo-lhe a mão.  
Tonks sempre zombou e duvidou dessa  coisa de “amor à primeira vista”, dizia ser algo muito feminino, pura imaginação de iludidas. Arrependeu-se de tudo após colocar os olhos em  Remo Lupin.
- Ah, obrigada. – disse ela estendendo a mão a Remo.
- Você deve ser... – começou ele
- A filha da minha prima favorita, minha priminha, Ninfadora Tonks! – Sirius apareceu, caminhando até ela, já em pé, ainda segurando a mão de Remo.
- Tonks! – adiantou-se ela.
- HAHAHA Andrômeda me avisou do seu desgosto pelo primeiro nome. -  falou Sirius, abraçando-a, fazendo ela largar a mão de Remo. – Esse é meu amigo e membro da Ordem, Remo Lupin.- soltou Ninfadora para que ela pudesse cumprimentar Remus.
- Muito prazer – disse Tonks jogando-se num abraço para Lupin.
- Ah...ér..muito prazer, Ninfa...- parou ao perceber o olhar da moça-...Tonks!
- Assim que eu gosto! – disse ela, rindo.
- Bom, vocês vão ficar trocando prazeres ou entram comigo? – perguntou Sirius, sorrindo divertido para Aluado.
- Ah, vamos, claro. – disse Tonks, mudando a cor dos cabelos de rosa para um vermelho da cor de suas bochechas no momento.
Os três seguiram para a cozinha, onde Tonks foi apresentada para as “crianças” e os restantes membros ali presentes.
Tonks sentou-se entre Olho-Tonto e Lupin, derrubando alguns objetos que estavam atrás ao puxar a cadeira. Remus prontificou-se para ajudá-la, fazendo a mudar a cor do cabelo novamente.
-Ninfa...Tonks- apressou-se para corrigir antes que ela notasse- você é uma metamarfoga, não é?
-oh, sim! – respondeu ela, sorrindo, leve, linda. – E você um lobisomem, não é?
Lupin abobalhou. Ela sabia e ainda assim sorria.
-Bom...-começou ele, mas logo foi interrompido por Molly colocando a comida na mesa. Ficou aliviado, não queria explicar, talvez ela não soubesse que fosse tão horrível, e ele não queria destruir aquele sorriso.



- Sabe, almofadinhas, acho que a ideia da sede da Ordem ser aqui é genial. –Lupin disse pegando uma cerveja amanteigada das mãos do amigo. – As pessoas aqui, não deixando você só, porque, você sabe, mesmo eu morando aqui, há semanas que não sou a melhor companhia.- continuou o lobisomem.
- Ah, aluada, qual é, não vamos mais discutir sobre seu probleminha cabeludo, e acredito que você esteja feliz com esses motivos, mas sei que não é só isso. – falou Sirius, rindo.
- O que quer dizer com isso?
-Ora, Remus, não se faça de desentendido! Há anos não via você olhar para uma mulher como olhava pra Tonks. E vocês ficam juntos em todas as missões agora...
- Ah, Sirius, pelo amor de Merlin...ela deve ter o quê, 23, 24 anos? Um pouco mais, um pouco menos? E sim, achei ela muito simpática e muito competente, apenas..mas não há a mínima possibilidade!
- Por quê?  Você a acha feia?
- Por Merlin, não. Ninfadora é uma bela mulher...uma bela menina! É esse um dos porquês, além do fato de eu ser um monstro durante...
- Ah, se for começar de novo,pode para,  Remus!
-Mas é a verdad...-começou o lobisomem novamente,  sendo interrompido por Sirius
- Tudo bem, mas ela tá vindo ai.
Remus sentiu uma coisa boa. A lua cheia se aproximava e esse era o motivo da confusão emocional, claro. Alegria tudo bem, mas felicidade...ah, felicidade não. Lupin não se permitia sentir isso.
Esses pensamentos foram afastados ao ouvir o barulho de coisas caindo no chão. Quase sem perceber, Lupin seguir Sirius para o encontro da moça.
Tonks vestia uma calça colada, uma blusa das Esquisitonas, os cabelos lindamente(na visão de Remo) bagunçados e o principal: sorria.
Jogou-se nos braços dos colegas. Era fácil acostumar-se com esse carinho.
- e ai, beleza?
-Beleeeeeeza...beleza, né, Aluado? – disse Sirius, vendo o amigo hipnotizado.
- Oh, sim, muita beleza..ops, quer dizer..e com você, Ninfadora? – embaralhou-se Lupin enquanto Sirius divertia-se com a cena.
- Maios ou menos. Você me chamou de Ninfadora. – Tonks encarou-o, séria.
- Oh, desculpe...
- Tudo bem, só não faça de novo! – piscou para ele. – Mas ei, por que “Aluado”?
- Aaaaaah, porque o Remus é sempre desligado, vive no mundo da lua...-tentou justificar Sirius.
- Ué – falou Tonks sentando-se no sofá – Pelo o que eu observei, Remo me parece sempre tão centrado..
-É, mas às vezes sou muito desligado...- Lupin a interrompeu, não lembrando que ela já sabia do seu probleminha cabeludo, mudando logo de assunto: - Mas o que traz você aqui, Tonks?
- Olho-Tonto me mandou pra cá, disse pra eu dormir aqui, não sei porquê.  Ele deve aparecer mancando qualquer hora aí gritando “Ninfadora, faça isso...”- e começou a rir. – Gosto muito dele, sabe? Sei que fui sua aluna favorita! E ainda sou. Ele, mesmo sendo um chato, me ajuda muito no ministério.
Sirius começou a rir e falou no ouvido de Lupin: - foi difícil convencer Alastor...a melhor forma de me agradecer é divertindo-se.
- COMO? – atordoou-se Lupin,com olhos arregalados para Sirius, fazendo Ninfadora assustar-se.
- Eu disse que estou cansando. – explicou Sirius, com um sorriso maroto – Algum problema em ficar na companhia de Aluado, prima?
- Ah, claro que não, será um prazer! – retribuiu com a mesma “marotice” no sorriso.




Tonks e Remo já têm certa intimidade, nos últimos meses, iam juntos em todas as missões, já eram uma dupla. Combinavam em tudo.

- Tem certeza de que não está com sono, Remo?
- Oh, sim. Estarei quando você estiver! – ele permitiu-se rir, divertir-se, como Sirius pediu.
Tonks deu um leve sorriso e aproximou-se dele. – Remo...
Ele sabia que ela queria algo. Deu-lhe meio sorriso.
-Oi...
- Tô com fome – e fez uma careta linda.
Remo só conseguia pensar em como ela era fofa. Balançou a cabeça como tentando afastar os pensamentos.
-Bom, podemos resolver isso...não sou a Molly, mas sei fazer umas coisas...
- É que eu to com fome de chocolate...
- Aaaaah,agora você falou na minha especialidade! Nisso eu sou melhor que a Molly!
Lupin levantou e esticou a mão para a menina. Sabia que poderia se arrepender daquilo, mas também sabia que nunca tinha se sentido tão bem...
- opa! – Tonks pulou do sofá e tropeçou, puxando Lupin, fazendo o dois caírem juntos no sofá.- Meu Deus, sou tãão desastrada..machuquei você?- perguntou segurando o rosto de Remo nas mão, depois segurou nos braços, como se o analisa-se.
-Não, não, tudo bem haha.
- Sabe que você é muito bonito quando rir?
Lupin corou. Agora ele tinha que parar, não podia mais se deixar...- Você é muito bonita sempre.
Tonks corou e levantou-se, puxando-o.
“Meu Deus, eu não disse isso, disse? Como isso saiu da minha boca?” Pensou enquanto era arrastado até cozinha.
- Bom, estou aqui para ser sua ajudante!- prendeu o cabelo e bateu continência.
-Bom, pelo que te conheço, acho melhor ficar aqui, quietinha.
Lupin pegou os dois braços de Tonks e sentou-a na cadeira. Ela era adoravelmente desastrada e por esse adoravelmente, seria mais seguro, pros dois, a distancia.
- Ah, Remus, qual é? – Tonks levantou-se, pôs a mãe na cintura e decidida disse: vou ajudar!
- Ajuda ficando quie...
- Fique quieto você, Aluado! – fez cara de brava.
- Tudo bem...vamos fazer pelo modo trouxa?
- Claro! Você sabe fazer desse jeito?
- Quando se trata de chocolate, eu sei tudo! –Lupin sorriu, orgulhoso de si.
Tonks só ficou em pé, observando Remo fazer tudo. Ela tinha consciência da sua falta de habilidade e gostava de ficar observando Lupin.
-Na panela?
- Dizem que é mais gostoso, né?
Remus sorriu e pegou duas colheres e pôs a panela na mesma.
Tonks piscou aprovando o chocolate e ele sorriu.
- Remo...me fala um pouco da sua licantropia? – pediu ela, enquanto colocava outra colher cheia na boca, melando um ao redor dos lábios.
Ele não segurou-se e limpou o chocolate, então começou:
- Bom, eu era pequeno e fui mordido por um lobisomem chamado Greyback. Por anos senti pena dele, por pensar que ele teria feito isso inconscientemente, mas acabei descobrindo que meu pai o provocara e ele armou a situação...- pela primeira vez Remo não se sentia incomodado em falar sobre a licantropia. Todo assunto fluía com Ninfadora.
-Entendo...e como você lida com isso?
- Toda lua cheia eu fico afastado, e o Snape faz uma porção chamada mata-cão pra mim, e as transformações tornam-se suportáveis. Antes eu me machucava muito, hoje eu só...
-Admiro muito você, sabe?- Tonks largou a colher e começou a passar a mão no seu rosto, nas suas marcas. – Mamãe me contou o que sabia, as coisas que Sirius a contava, mas eu queria escutar isso de você.
Remo estava muito nervoso e agradeceu para si quando Tonks bateu o braço na panela derramando o chocolate, mesmo estando muito gostoso. Só que logo Lupin percebeu que o chocolate virou na blusa de Tonks, e o que ele viu foi ela jogando a blusa pra cima, ficando só de calça e sutiã. Por Merlin.
- Tonks, nossa, eu...-aproximou-se e começou a rir. Rir.
- Ah, vá! – ela deu um tapinha nele e riu também.
Lupin aproximou-se e tirou os cabelos rosas do rosto dela. – Tem chocolate no seu cabelo.
- WOW!
Ah não, era Sirius.
- Escutei barulho  e não aguentei de curiosidade.- disse o maroto, com uma expressão desconfiada.
- Ajudar que é bom, nada, né? – Tonks brincou, cobrindo o corpo com a blusa.
- Mas vejo que vocês estão maais que bem, não é? – piscou.
- Oooh não! – Lupin adiantou-se
-Não? – perguntou Tonks, olhando diretamente pra ele.
- Quer dizer, sim..claro que sim..afinal, chocolate, né? E bom, claro que não só o chocolate...
Tonks e Sirius começaram a rir. Remus John Lupin atordoado...essa era nova.
-Vou subir, qualquer coisa GRAVE, me chamem. – Sirius piscou novamente e saiu.
Lupin não conseguia olhar para Tonks, o que ficou muito difícil de fazer quando ele viu a mão que ela segurava a blusa abaixando e se aproximando dele. Olhou. E não conseguiu desviar o olhar. Por Merlin.
- Também tem chocolate em você. – passou a mão nos lábios de Lupin e saiu, deixando a blusa na mão dele.
Lupin ficou um pouco na cozinha por um tempo, abobalhado. Não, não podia ser.