Segredo escrita por thana


Capítulo 9
Capítulo 9




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Assisti os números no painel, que ficava acima da porta, mudarem de -15 para -14 e depois para -13, então ouvi um “plim”, o elevador indicando que eu tinha chegado ao meu destino, as portas se abriram e antes que eu se quer levantasse o pé para começar a sair do elevador uma multidão adentrou o local, lutei com dificuldade para sair dali enquanto eu queria sair as pessoas me empurravam, não propositalmente, para dentro e quando finalmente consegui puxar o meu pé que tinha ficado preso a alguma coisa perto da porta do elevador as portas se fecharam, nossa aquilo foi uma loucura, eu devo ter demorado bem um minuto em um trajeto de dois segundos, fala serio!


 


Quando eu recuperei um pouco o fôlego e me virei para o corredor, que era diferente dos outros que eu geralmente encontrava deserto. Esse tinha muita gente (me lembrava o hospital a única diferença é que era muito barulhento) e tinha poucas portas.


 


Comecei a andar por ele perguntando para uma pessoa ou outra onde ficava o refeitório, mas elas me ignoravam, era como se eu fosse invisível, elas simplesmente passavam por mim. Continuei andando e consegui achar uma pessoa que estava parada no meio do corredor de costas para mim, achei que ela poderia me dizer onde ficava o local que eu procurava. Parei e cutuquei o seu ombro como quem pede atenção.


 


_ Com licença _ eu falei sendo educada achando que dessa forma a outra pessoa seria educada comigo.


 


Quando a pessoa se virou percebi que era uma mulher que tinha os cabelos bem curtos, tinha um fone no ouvido, uma prancheta em uma das mãos, usava óculos de aro redondo e falava muito aborrecida:


 


_ Onde você tá Malcom? _ ela praticamente gritava _ Você já devia ter feito essa entrega a duas horas.


 


Ela ficou calada por um tempo, ouvindo a pessoa do outro lado.


 


_ É... por... _ comecei a falar, mas ela me interrompeu com um gesto, ela ergueu a mão e mostrou a palma para mim.


 


_ Ah claro, engarrafamento _ ela disse revirando os olhos _ Tá ta já entendi _ e ela ergueu a mão que apontara para mim e tocou em algo no fone. _ O que você quer? _ ela perguntou me olhando.


 


_ Onde fica o refeitório? _ eu perguntei de uma vez.


 


Ela revirou os olhos de novo.


 


_ Mas uma novata perdida _ ela disse _ Cadê o teu parceiro?


 


Eu dei de ombros. Parceiro? Eu não tinha parceiro.


 


_ Que idiota ficou encarregado de separar as duplas dessa vez, em? _ ela perguntou.


 


_ Olha, eu não sei de parceiro nenhum, eu só quero saber onde fica o refeitório? _ eu falei para a mulher.


 


Ela começou a abrir a boca para me responder, eu acho, mas um bip a interrompeu, a moça apertou o fone no ouvido de novo.


 


_ Priscila _ ela gritou no que pareceu ser um alivio e ficou calada por uns segundos _ Ah que bom _ ela falou ironicamente _ finalmente alguma coisa tá funcionando aqui dentro.


 


Eu tentei chamar a atenção dela abanando as mãos na sua frente, ela suspirou.


 


_ Agora pegue a sua equipe e vá até o Malcom, ele tá no engarrafamento na encruzilhada dez _ enquanto ela falava, pegou no meu braço e me arrastou até uma porta que estava a nossa esquerda _ O material que ele está trazendo é para ontem _ a moça disse abrindo a porta e me empurrando para dentro dela, eu fiquei tão surpresa que nem tive reação _ É, eu sei, temos que arrumar esse trafego _ foi a ultima coisa que ouvi antes dela fechar a porta.


 


Olhei um pouco aturdida para a porta fechada a minha frente me perguntando o que tinha acontecido, quando um grito me chamou a atenção:


 


_ Esse caso vai ser meu!


 


_ Não seu eu o pegar primeiro _ falou um homem, que estava perto de mim, com um sorriso no rosto.


 


Eu me virei assustada para esse homem e percebi que era o tal Marcos que falara, eu o mirei com uma expressão feia no rosto.


 


_ Com licença _ ele me pediu, porque eu ainda estava parada na frente da porta impedindo as pessoas de entrarem ou saírem _ Ah, é você! _ ele falou desmanchando o sorriso quando notou que era eu _ Dá para sair da frente?


 


Dei um passo para o lado desbloqueando a porta e ele saiu.


 


Eu dei uma olhada no local, que por sinal era enorme, acho que cabiam confortavelmente umas mil pessoas ou mais ali dentro. O refeitório era repleto de mesas redondas de madeira com lugares para seis pessoas cada uma, ao fundo tinha uma porta dupla com uma janela pequena redonda, que dava acesso a outro cômodo, ao lado dessa porta tinha um Buffet onde se formava uma fila de pessoas se servindo. Olhei mais um pouco e achei por acaso o chato do corredor que se sentava em uma mesa um pouco distante, ele falava animadamente em quanto às pessoas ao redor se acabavam de rir. Logo ele me percebeu ali parada, o que não era muito difícil eu era a única pessoa parada na porta de entrada, e acenou pedindo que eu fosse me juntar a eles, mas antes que eu se quer pensasse nessa possibilidade ouvi alguém me chamar.


 


_ Suzan _ era a minha mãe, ela vinha caminhado entre as mesas_ Ah, finalmente apareceu, estava indo te buscar, seu pai disse que você tava sem fome.


 


_ É _ eu respondi quando ela estava perto de mim.


 


_ Quer comer algo? _ ela me perguntou.


 


Eu, simplesmente, balancei a cabeça positivamente.


 


_ Ótimo, vem _ ela pego na minha mão e me levou entre as mesas até o fim da sala e passamos pela porta dupla.


 


_ Essa é a cozinha _ ela me apresentou o lugar, que era tão grande quanto o refeitório só que em vez de mesas redondas de madeira tinham balcões de aço inox que preenchia o espaço, eles eram postos um do lado do outro com espaços entre eles formando mais corredores.


 


A cozinha estava apinhada de pessoas vestidas de branco mexendo panelas enormes.


 


A mamãe me levou pela cozinha, passando pelos cozinheiros, até o final dela. Quando nos aproximamos do fim eu vi que ali havia um balcão inox só que menor do que os outros onde os cozinheiros trabalhavam, na verdade este mais parecia uma mesa, tinha até bancos tripé ao redor dele, mas essa mesa já tava ocupada com algumas pessoas, umas oito, duas mulheres estavam vestidas de brando e sentavam mais na ponta, uma eu reconheci, era a Dra. Julia, mas a outra não, provavelmente era uma das cozinheiras, porque ela usava aqueles chapéus de mestre cuca, outra pessoa que eu reconheci foi o meu pai que se sentava do outro lado da mesa, mas os outros eu não sabia que eram.


 


_ Oi _ cumprimentou a minha mãe quando paramos a frente do balcão.


 


Todos nos olharam. Antes da nossa chegada eles falavam e riam muito enquanto bebericavam em xícaras as suas frentes, mas ficaram em total silencio quando nos viram, quando nos viram não, quando me viram porque todos os olhos estavam em mim.


 


_ Ana você poderia preparar um prato para a Suzan, ela tá com fome _ minha mãe pediu para a mulher que usava o chapéu de mestre cuca.


 


_ Claro _ a moça falou olhando para a mamãe e se levantando.


 


_ Bem _ a mãe começou a falar _ enquanto a Ana faz o seu prato me deixa apresentar essas pessoas _ ela apontou para um homem que se sentava na ponta da mesa do lado direito e que usava camisa regata e um short _ esse é o Fabio _ o homem acenou um oi com a mão, ela apontou para outro homem que estava ao lado do Fabio _ esse é o Bruno _ ele assentiu com a cabeça _ essa é a Luisa _ a mulher só olhou para mim _ aquele é o Paulo _ este também me deu um oi com a mão _ aquele é o Julius, mas esse você já conhece _ depois disso meu pai se levantou e se juntou a nós duas, a mamãe apontou para o outro lado da mesa, já que o papai era o ultimo do lado direito, e continuou _ ele é o João _ este estava sentado no final da mesa _ ela é a Simone _ a mãe apontou para a mulher que se sentava perto do João _ ela é a Julia, que você também já conhece _ era a mulher loira _ e essa é a Ana _ ela disse quando a mulher voltou com um prato feito e entregou à mamãe, a mulher acenou e continuou de pé ao lado da mesa _ Os seus pais biológicos.


 


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Nota da autora:


Espero estar conseguindo passar a história para você do modo como eu a imagino, obrigado por acompanhar!


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